quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ainda há salvação


Voltamos sempre a Ortega y Gasset, um dos mais conceituados filósofos do século XX, que fala da salvação nos seguintes termos: ” Eu sou eu e as circunstâncias; se não salvo as circunstâncias, não salvo a mim mesmo.” Uma verdade incontestável. Ao refletirmos sobre isso, entendemos que nossa humanidade se realiza num longo processo de salvação. Temos, continuamente, que nos salvar.
Em primeiro lugar nos salvar da ignorância, pois salvação significa educação. Educação e trabalho, o que nos salva, de verdade, sem esquecer a fé, que também é cultura. Se a genética, a família, o ambiente pouco colabora, o esforço tem que ser em dobro. O consolo é que sempre há salvação para os seres humanos. Não faltam meios para auxiliar as pessoas na sua salvação, que de algum modo resulta na salvação de todos.
“A alma que se eleva, eleva o mundo”, lema católico de santa sabedoria. Mas não precisa chegar aos extremos da santidade. O oposto da santidade seria a  perdição, que pode existir em quase tudo. No Facebook, por exemplo, as pessoas a se exibirem e correndo perigo com isso. Um modo perigoso de se comunicar dos jovens que repetem como papagaios lemas ouvidos na mídia, para eles máximas de sabedoria. “Tudo junto e misturado”, por exemplo.
O caso é tentar urgentemente salvar-nos como seres humanos, assim como devemos salvar da destruição a natureza, os animais, o planeta, a grande preocupação hoje em dia. Salvar a família, a escola, a sociedade, a terra, em suma, que periga sufocar na poluição, não só do ar, de muita coisa mais. As atitudes destrutivas que devem ser corrigidas com urgência, a começar pela correção dos filhos pelos pais. Quanto ao Estado ele deve promover o bem estar de todos, principalmente, corrigir os infratores que prejudicam a sociedade, os políticos corruptos, por exemplo.
No passado os pais surravam os filhos o que, hoje em dia, constitui crime, mas teve gente que se deu muito bem. A taca era a salvação.  Deus que nos livre! Tempo que não havia a salvação do diálogo; era no tacão. Ainda hoje o que mais falta é diálogo entre pais e filhos, entre adultos e jovens, diálogo que todos têm aos montes na Internet. As coisas correndo soltas; a moçada sem qualquer controle, fazendo o que bem entende, e vão sofrer pelas irresponsabilidades cometidas. Modernamente os ambientes das casas poluídos pela televisão, pela Internet, que estão no comando, uma verdadeira perdição. Meios de comunicação poderosos mal utilizados.
Tratando-se de defesa do meio ambiente, tivemos em 2012 o seminário internacional Rio+20, que valeu, no mínimo, para a conscientização. Houve  protestos, o mais radical o dos peitos e bundas de fora, para assustar. Visando a sustentabilidade do planeta representantes voluntários dos vários setores da sociedade civil assinaram compromissos. No Forte de Copacabana foi erguido um espaço interativo sobre a beleza e o maior respeito que se deve ter ao planeta que despreocupadamente habitamos. E daí as pessoas possam agir efetivamente, no cotidiano dentro da sua casa, da sua comunidade, da sua empresa. Em todas as realizações ter em mente o bem pessoal e o bem comum. Preservar a vida, em especial a vida humana, que se degrada junto com a natureza. O momento é de clamar, sim, por sustentabilidade, principalmente moral e ética.