sábado, 29 de junho de 2013


           

               COMPARTILHANDO COM WALTER SANTA ROSA
             

              Foto de Wilderi Sidney - médico que trabalha numa comunidade ribeirinha no interior do Amazonas, para mostrar à presidente que não faltam profissionais, mas condições mínimas para o exercício da medicina.
             




              Foto de Coruja Professor
             




                 Foto de Oficina da Alma

             

sexta-feira, 28 de junho de 2013




                                                     A FAMÍLIA VIVA 

            
                    



Foi uma tarde especial no domingo de 23 de junho, eu e minha filha mais velha, ambas admiradas com o fato de vermos tantas mães com suas crianças no shopping. Parecia que os costumeiros frequentadores do local tinham cedido o espaço àquelas famílias, convidadas a dar testemunho de vida.  A lembrança que tive de outros tempos, em que a felicidade estava na família. Vi um bom número de crianças no shopping, bem vestidas, educadas, numa exibição de civilidade,  cidadania, que também se  reuniram em outros locais da cidade. Uma especial manifestação, principalmente das mães, para que se pense no futuro da família e das crianças brasileiras.  A família parece que encolheu -  mães com um único filho, ou um em cada mão - mas não desapareceu, e sim aproveita o momento extraordinário de mobilização nacional para mostrar que está bem viva.    



                                       BRAVO POVO BRASILEIRO






Sob jugo dos desejos é como vivemos hoje, o que constitui uma descida aos infernos, quando a tendência é abraçar os sete pecados capitais, não apenas os do capitalismo, mas de um tempo novo, onde os impulsos são os mais comezinhos. Se condescendemos com o pecado, se queremos satisfazer desejos a qualquer custo, isso pode nos levar à perda do sentido da própria vida. Uma pergunta se impõe: Ainda queremos ou podemos ser felizes? A juventude brasileira parece querer mudar, daí os movimentos dos últimos dias, mostrando que eles podem se reunir para torcer pelo futuro da nação e o próprio, e não apenas pelo time de futebol e outras coisas que não lhe dizem respeito. Dão os jovens  prova de que podem se indignar, em vez de apenas se alegrar nos estádios, se embebedarem nas boates. Saíram os jovens em passeatas pelas ruas pedindo honestidade e mais competência dos políticos. Certamente porque eles também estão dispostos a ser mais responsáveis, nem todos, pois há os baderneiros. A coisa partiu da internet onde se fala de tudo, inclusive de religião, como se estivéssemos na idade média, onde estamos mesmo. Mas a fé de verdade está perdendo sua força, o espírito numa espécie de queda livre para o abismo da imanência, ou transcendência emergencial.
Os novos filósofos propõem a transcendência na imanência, o que viria através da família moderna, em combinações diversas. A família, núcleo da nossa transcendência, nascida da necessidade terrena, e não mais da Igreja ligada ao céu, a quem se propõe armações de toda sorte, maquinações diversas, para tentar salvar o homem da dor moral em que se consome. Mundo incongruente o nosso, onde o global é o absoluto, o universal, o público. E na eternidade de nossos desejos retornamos ao elementar, fazendo emergir um monstro nesse paradoxal acordo universal, global. O mundo exterior satanizado, que se alia ao particular, ao privado, ao familiar, onde o rei já se sabe quem é, satã. Será que a comunicação, feita virtualmente nas redes é coisa boa ou, simplesmente, perniciosa? Se fazemos amizades com estranhos, se abrimos o coração, o próprio lar, sem que se conheça o rosto desse alguém que se passa por quem não é de verdade, o que acontece? Uma falsa comunicação, particular e prejudicial, que atrasa a vida de tantos jovem e moços que deviam estar dedicados mais aos estudos, ao bem, mas se abrem para o mal, até se deixarem levar pela conversa de um criminoso que só está ali para enganar, roubar, e mesmo prostituir.  As crianças, os jovens, horas e horas frente ao computador se expondo, dando informações sobre a vida pessoal, fato que constitui perigosa invasão de privacidade. E assim cada vez mais aumentam os crimes na internet, um veículo tão importante e mal utilizado.
De repente os brasileiros resolveram mudar de foco. Há duas semanas que a sociedade vive momentos de tensão, e tudo começou com um protesto de jovens contra o aumento das passagens e a favor do “passe livre”. O movimento parece ter emergido do nada para ao caos, com os baderneiros aproveitando para tumultuar. Já os milhares de jovens arregimentados na internet para protestar, pedem com veemência o combate à corrupção dentro dos governantes que tenham mais cuidado como os gastos do dinheiro público, que invistam no que é necessário para a população. Muitas outras coisas passaram para a pauta das reivindicações. São os novos revolucionários, que sentem no bolso e na vida os desmandos que acontecem, por conta de erros em políticas públicas adequadas ao bem estar dos brasileiros. Mas que não se esqueçam dos próprios erros, quando se aproveitam irresponsavelmente das benesses que lhes chegam. Chegou a hora dos estudantes estudarem mais e respeitarem os professores, contribuindo para o progresso da nação. Em duas semanas, os protestos se estenderam no tempo e no espaço, e o congresso não para de trabalhar, acaba de rejeitar a Pec 37, que só beneficiava os corruptos. A corrupção passa a ser considerada crime hediondo.  Bravo congresso... Bravo povo brasileiro!    

                      



quarta-feira, 26 de junho de 2013



             POR UM BRASIL MELHOR 

           


Das redes sociais  partiu uma multidão para protestar nas ruas, contra o aumento das passagens, mas que não era só pelos 0,20. Uma moçada que fez o Brasil tremer nervoso, mas recebeu apoio geral, pois o que não falta é gente descontente com o que está acontecendo dentro do governo. Tanto que o protesto “Movimento Passe Livre”, que deu início  a tudo, se estende sem parar, em número de pessoas e no tempo, nas reivindicações. A população jovem enganada em seu voto, roubada em seu futuro, em seus ideais, enquanto os políticos sem se preocuparem com isso, estão comprometidos apenas com os que financiaram as campanhas, com compadrio, não com eleitores. Todo brasileiro tem por obrigação exercer sua cidadania e eleger os candidatos que escolhe, do mesmo modo, tem dever de cobrar dos políticos eleitos ações para o bem estar da população.  “Não se quer empeachment”, diz um cartaz representativo do protesto, entre outras centenas, como um mar de inteligência e imaginação em estado de revolta.
      A presidente deu resposta imediata “aos apelos vindos das ruas”, como ela própria falou em seu discurso, onde aponta medidas a serem tomadas pelo governo. Foi um alívio, pois o que se viu e vê excede em descontentamento, principalmente, contra Pec 37 que tira os poderes do Ministério Público, o que só favorece a corrupção. Logo no dia seguinte ao pronunciamento de Dilma Rousseff, a OAB se manifestou contra o plebiscito que a presidente quer convocar para alterar parte da constituição. Desse modo ficaria atrasada a reforma, quando basta que se recorra à população para que diga qual reforma política quer, cabendo ao congresso realizá-la. As responsabilidades que devem ser distribuídas entre os seguimentos da sociedade, de acordo com suas atribuições. O ambiente político é o que mais incomoda, com a corrupção e a incompetência em gerir os recursos públicos. E que se busque uma saída para os problemas aventados e de real importância para o avanço da sociedade, que parece travada, quando a Copa do Mundo se tornou a alternativa para o avanço social.
          O governo do PT perdeu a identidade, seus compartilhamentos espúrios, o que acontece de modo geral com os políticos de outros partidos que deixam de compartilhar os anseios da sociedade. Anseios que transbordaram nas redes sociais, e devem ser analisados.  A cineasta brasileira Carla Toledo Dau, radicada nos EUA para ficar longe da violência no Brasil, postou um vídeo de seis minutos nas redes sociais, onde declara os motivos porque disse: ”Não, eu não vou para a Copa.” O resultado foi o que se viu. O povo provando que não se aglomera só para carnaval, jogo de futebol, passeata gay, ou evangélica. Com tudo isso de bom que está acontecendo nas ruas, mesmo assim, há os que estão ali para fazer baderna. Mas a paz tem que ser mantida. O que pedem os cartazes, que exigem, em primeiro lugar, honestidade e punição aos corruptos. E que se cumpram as leis, que “o mais o povo corre atrás”, como se diz. É só dar condições. 
          A Constituição é sagrada. Ontem à noite foi rejeitada na câmara a proposta da Pec 37. Bravo povo brasileiro que deu prova de força! Continua a vigorar o que consta na Constituição, a mais democrática que se fez no país, e que dá autonomia ao Ministério Público para investigações criminais. Também não haverá a convocação do plebiscito para que seja feita uma Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma política, ideia contestada pela OAB, por se tratar de retrocesso e atraso na reforma. Procura-se uma alternativa ao plebiscito sugerido pela presidente. O importante é saber que reforma política a população quer. Já tem a reforma  proposta pela OAB . 

                              

domingo, 23 de junho de 2013




                    COMO FAZER UM MOVIMENTO COM
              INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE           

           
          Os protestos continuam, e que não percam o foco. A criatividade corre solta pelas ruas, pelas redes sociais, o impacto que a inteligência causa aos imbecis que pensam ser os donos da verdade.   Foi quase hilário ver Galvão Bueno narrar o jogo entre Brasil e Itália, que transcorria na Bahia,  ao mesmo tempo vê-lo pedir gol e intrigado com o que ocorria lá em Belo Horizonte, os milhares de manifestantes aglomerados diante do estádio, contra a Copa das Confederações e a Copa de Mundo do próximo ano. 


                      











sábado, 22 de junho de 2013




                  
            "MOVIMENTO PASSE LIVRE”
             RETROSPECTIVA 


Uma semana de protestos nas ruas ocorreu em todas as capitais e algumas cidades do país, milhares de pessoas, na maioria jovens, mobilizadas conta o aumento das passagens de ônibus, trens e metrô. Foi a fagulha que acendeu uma fogueira de protestos, contra outras coisas erradas que também estão na pauta das reivindicações, como a fortuna que o governo gastou com os estádios da Copa das Confederações e Copa do Mundo, dinheiro que podia ir para a saúde e educação, ambas sucateadas, com professores e médicos mal pagos. Enquanto isso as estrelas de futebol ganham fortunas e são tratados como reis, desde Pelé, hoje em ridícula propaganda na TV. As eleições estão próximas e o governo querendo faturar com o futebol para se reeleger, pois não há quem deixe de torcer pela Seleção brasileira. Mas a população não é burra, paga sua contas, tem esclarecimento para protestar com tudo que se faz no Brasil em políticas desastradas, que só atrasam o progresso da nação.
Os protestos nas ruas do país expandiu-se, agora quer mudar o país, principalmente, que os políticos trabalhem em benefício da população e deixem de roubar. Esse governo, que utiliza a bolsa disso, bolsa daquilo, para levar a gente humilde a trocar seu voto por dinheiro. Não é proibido por lei vender o voto? A Pec 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público, é outra causa de revolta dos manifestantes. Houve tumultos, causado por alguns baderneiros de plantão, mas o movimento é vitorioso, a voz da insatisfação, capaz de levar milhares de pessoas a se emocionarem. O Gigante teria despertado é o que dizem os cartazes, dos muitos que a moçada carrega. Só que, diferente dos movimentos que aconteceram antes, como “Diretas Já”, que foi curto, esse parece que não tem tempo para acabar, nem a clareza sobre sua natureza. Parece ampla e irrestrita. O Movimento do Passe Livre viu atendida a reivindicação e declarou não mais arregimentar gente para o protesto, voltou atrás, vai continuar.  
Revogado o aumento das passagens e o Congresso acorreu em atender ao movimento, adiando cine die a votação da Pec. Mas os protestos vão continuar nesse fim de semana em todo o território nacional, o que dizem. Entre tantos propósitos, havia o de provocar a crise entre o governo federal e a Fifa, tanto que uma das Seleções, seria a italiana, ameaçou ir embora, alegando que não se faz futebol em “praça de guerra. Os atletas estrangeiros diante do que acontece, assim como  os que foram furtados em Pernambuco, estão apavorados. As redes sociais servem de meios para mobilizar as pessoas, também, por onde o exército acompanha os acontecimentos, ou a crise maior, que é entre o governo e a população. Lemos na Folha uma análise que aponta “tédio e crise na democracia” como causa dos protestos. O cuidado que os líderes devem tomar para que não se perca o foco, dando espaço para propósitos nada democráticos.  
A seguir alguns instantâneos, inclusive, da máscara do revolucionário inglês do século XVII, utilizada na Revolução Gloriosa na Inglaterra, “sem sangue” e “não-violenta”, que marcou o início da democracia parlamentar europeia.   















     

           

sexta-feira, 21 de junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

 


        compartilhando COM Vivianne Muniz Veras                









Compartilhando com Buc Maranlão

















COMPARTILHANDO com CRISTINA PITANGUEIRA















 


           


                  



               QUEM SOMOS NÓS?





              Amadurecer não significa perder o idealismo, só há ganho em se estar mais preparado, consciente, para realizar o que se quer de verdade. Quando jovens achamos que o mundo seria melhor se diferente do que é. Tudo bem se pensamos assim nessa idade. Mas com o tempo aprendemos a ver a realidade com a qual convivemos, e amá-la. Ou odiá-la em certos momentos, tanta coisa que nos incomoda, tanta carência de conhecimento, de afeto, tanta injustiça, incompetência. Mas somos menos animal, menos fera, do que se pensa, mesmo com tanto coisa ruim que se fez e continua a fazer. Nossa natureza santa, também, pecadora, mais inclinada ao bem que ao mal. Fomos no passado melhores do que somos hoje? Não, continuamos os mesmos, e temos que estar atentos, sempre. O perigo é erguer para nós um castelo de puro egoísmo, louca ganância, desbragada futilidade, o que pode acontecer. Mas, como ter um mundo melhor e mais feliz para se viver? Nossos ideais de modernidade são arcaicos. Hoje, mais do que nunca, todos querem ter conhecimento e dinheiro, ter sucesso e fama, sem avaliar o que de bem se deve fazer com tudo que se conquista, ou nos é dado.  Como não somos educamos para ter moderação no consumo das coisas, nem a ser amigo de verdade das pessoas a nossa volta, mas ao contrário, aprendemos a nos exibir cheios de orgulho e vaidade, numa competição assaz cruel, o que só traz transtorno para a sociedade e personalidade. Agora, num ato extremo, a moçada nas ruas a protestarem contra a política dos transportes públicos e outras políticas, esgotada a paciência, ou a leniência, dos que vivem seus melhores anos desmotivados, alheios, como se o futuro não existisse, só o presente, que se tornou de muito apelo material e pouco conforto psíquico, espiritual. Precisamos entender melhor nossa natureza, quem somos nós.  


terça-feira, 18 de junho de 2013



        COMPARTILHANDO O SENTIMENTO NACIONAL
     
       
 com DANI NERY
     

     
                                           





 e KARINE DOS SANTOS- foto de Acontecimentos Históricos


 



           Sonho de uma Noite de verão V
       




      Filóstrato, mestre de cerimônia de Teseu, avisa que o Prólogo inicia a apresentação dos atores e personagens da peça, que trata de dois amantes ao luar, separados por um muro: Fio fará o papel de Píramo, Flauta vai de Tisbe, Trombudo de Muro, Faminto de Luar e Justiceiro de Leão. Muro entra logo depois do Prólogo, com Trombudo, que jura ter uma fresta no Muro “por onde Píramo e Tisbe se falam secretamente, e só por uns instantes.” Teseu recomenda aos nobres: “Píramo chegou ao muro, quietos!”   Aporta ás margens do rio Tigre a civilização bárbara dos descendentes de Enéas, Príamo, para dialogar a civilização, a romana, Tisbe.  O encontro apaixonante do Ocidente com o Oriente, como também do Novo com o Velho mundo. Píramo, contudo, teme que a amada tenha se esquecido do encontro: “Ó noite que sempre acontece, quando não é dia! E tu doce e lindo Muro que te ergues entre as terras do meu pai e as do pai dela! Mostra-me tua fenda! Mas que vejo? Tisbe é que não vejo. Muro mal que não mostra o paraíso. Maldigo tuas pedras que me enganam!” Ambas as partes estão enganadas uma com a outra, conforme consta do texto. Teseu interfere: “O Muro, dotado da razão devia também maldizê-lo.” Tisbe é que devia dizer “que me enganam” e não Píramo, que passa a palavra à amada em protesto contra Teseu.
    As artes e artimanhas da vida faz com que permaneçam separados os amantes, ou as civilizações, os saberes. Na política, a dissidência que havia entre o aristocrata Cícero e democrata Catilina. Ou entre a política de Sólon e a filosofia de Pisístrato, como diz Plutarco, eles se comunicavam através de uma brecha no muro. Muro avisa antes de ir abaixo: ”Eu já desempenhei a minha arte”. Teseu dá o seu aparte: ”Caiu o Muro entre os dois vizinhos.” Hipólita, transportada da Tragédia, aproveita a queda do muro para criticar os atores: “Isto tudo é a maior estupidez.” Mas aconselha que haja compreensão com o que está ocorrendo naquele momento. Teseu anuncia: “Se não imaginarem deles o que eles próprios se imaginam, passarão por artistas excelentes. Aí vem duas bestas soberbas, um homem e um leão.” Diante daquela figuras elucubra a “bravura e discernimento” que o personagem marceneiro/Leão pensa ter. Drama, não tragédia, o que doravante vai ser a utilização da arma da astúcia, coisas de que passam a se valer a política e o comércio.
      Teseu, um leão guerreiro, comenta do Leão personagem do drama que assiste junto com o nobre bárbaro e o ateniense: “Uma fera muito conscienciosa”. Ao que Demétrio acrescenta: ”A melhor fera que já se viu.” Lisandro dá seu parecer: “O Leão é uma valorosa raposa.” Teseu: “... e discernimento de um ganso”. Demétrio conclui: “Quem sempre ganha é a raposa.” Em seguida vai ser ouvida o homem/Lua que entrou em cena junto com o Leão dizendo que a lanterna que carrega são os “cornos da lua”: Ao que Demétrio aconselha que o alfaiate/Faminto a coloque na cabeça, ficando em melhor situação que a do tecelão/Fio com sua orelha de burro. Teseu é mais cruel: ”Ele não é crescente, os cornos desaparecem dentro das circunstâncias.” A lua redonda, ou cheia do burro, desaparece, ou suas superstições. Um saber que pode causar admiração, mas são “luz de vela”, ou “pavio queimado”.
      O homem medieval que possui matéria inflamável, muito instinto e apaixonado pelo absoluto, Píramo, num ato extremo convida Tisbe: “Vamos nos encontrar na tumba de Nini”. Nini ou Nino, rei da Babilônia. O sincretismo babilônico, ou do helenismo que retorna ao mundo com as conquistas marítinas. O que faz o Leão rugir e Tisbe fugir apavorada. “Bem rugido, Leão”, aparteia Demétrio. E quando Leão fuça o xale que Tisbe deixou cair, diz Teseu: “ Bem fuçado Leão”. Enquanto o Leão ruge e fuça, a Lua ilumina a cena para gáudio de Hipólita: ”Bem iluminado Lua”. Continuam, todavia, separados Píramo e Tisbe , o que é uma ameaça para o mundo latino, romano, que Tisbe representa, assim como o foi pra o troiano, quando  Atenas, ou o saber grego, derrotou Troia. Também houve o incêndio da biblioteca de Alexandria. Crimes praticados contra as civilizações mal assimiladas. Píramo diz então: “Minha alma sobe ao céu.” Uma farsa tal suicídio. Hipólita se manifesta: “A mim me parece que, por um Píramo desse, a paixão não deve se prolongar muito. Espero que seja breve.” É quando acontece a ruína de muitas civilizações.
        Puck, que no Sonho é a lenda, o poder intermediário, dá sua versão final ao drama encenado pelos bufões: “Crepita já no fim a lenha, enquanto a coruja pia estridente, recordando ao culpado sua mortalha”. A paixão que se apaga com a racionalidade. Prossegue o espírito natural: ”Esta é a hora sem lua, em que dos túmulos abertos saltam espectros errantes.” Um tempo de descrença que a alma atravessa. Continua a fala: “ Nós duendes, que corremos atrás do carro da Hécade, fugindo da presença do sol, que esquecemos no sonho da escuridão, vamos brincar, nem ratinho vai perturbar nosso ninho. A vassoura na frente vai varrer para trás o pó”. As lendas afastam as superstições, mundo da infância da vida, quando a realidade se esconde até o amadurecimento. Dá-se o fim do Sonho com a saída de Puck, a transição, pedindo que o aplaudam como amigo que foi, por ser  benfazejo sonhar e acreditar nas lendas.
      

segunda-feira, 17 de junho de 2013



               SEM SER COITADINHA

                                                                                    conto

Mara, tia de Maria, vivia os últimos dias da belle époque. A renda deixada pelos pais deu para ela esnobar, depois, sem ser coitadinha, com apenas o suficiente para uma vida modesta. Suas duas irmãs casadas, com quem compartilhava os olhos claros, moças bem aquinhoadas pela natureza quanto à beleza e inteligência. Quanto a Mara, tinha posto fim ao noivado, por uma razão imprescindível, que ele lhe fosse fiel. E teve aquele rapaz, recém-chegado da Europa, belo e culto, apresentado a ela por amigos. Os pais dele portugueses, como os dela. Uns poucos encontros e, de repente, Nestor some de vista, só restando aquele retrato dos dois em passeios pela Praça Odorico Mendes, que excitava a curiosidade da sobrinha-neta, quando então insistia para ela contar um pouco daquele retrato, imaginando muita coisa por conta própria. Solteira, sim, mas nunca infeliz. Diferente da amiga Bertolina, de longo convívio com um noivo, sem enxergar os abusos dele, que haveria de romper o compromisso para casar com outra. Essa não se cansava de lembrar o tal noivo, sempre à beira de um ataque de nervos, por esse ou aquele motivo, enquanto as irmãs Madeira eram contidas, reservadas.
       Carmelita, a mais velha, Judite, a do meio, e Mara, se divertiam juntas, mas também brigavam entre si, mas sem que apelassem para as lágrimas, livres de qualquer poder advindo do sentimentalismo e seus exageros, conforme pregavam. Nazária, todavia, instigava escrúpulos às consciências, quase a desesperá-las, ou imobilizá-las, sem de todo conseguir. Os românticos a dizerem que os burgueses gozavam seus prazeres – se por acaso os tivessem – de modo muito respeitoso, tanto na cama quanto na mesa. Todavia, uma classe responsáveis pelo progresso econômico, da produção e do consumo, que se transformara em gente acomodada, sóbria e soberba. A burguesia, que teria domado seus instintos com a educação e também - diziam os detratores - com muita hipocrisia, era uma classe que se aprimorava, mas susceptível de pisar em falso, ou na bola, como se diz atualmente. Já os emergentes burocratas em ascensão social, era a nova classe responsável pela consolidação das instituições. A revelia de tudo isso o mundo, populoso e injusto, despontava com multidões a se movimentarem, o mundo a correr daqui para ali, na tentativa de realizar algo para garantir o futuro. Mas o que aconteceu? Muitos dos jovens que vemos hoje em passeatas, quebradeiras, dizem que aderem a esses protestos violentos para espantar o tédio burguês. Descrente de Deus e ao mesmo tempo em guerra com a razão. Em crise de consciência? Ou querem mais é amadurecer, o que lhes tem sido poupado? Bem verdade que há um descompasso entre a sociedade que trabalha e produz e a política. E o que se vê são políticos que só pensam em usufruir benesses, roubar. O povo mesmo não se manifesta e, quando o faz nas urnas, não corresponde ao que é melhor para a sociedade como um todo. Falta educação, saúde, empenho de todos para que a nossa democracia funcione de verdade e não se perca um tempo tão bom como esse no Brasil.
      Diderot havia declarado do alto do seu iluminismo: “Tudo deve ser sacudido, sem exceção e sem timidez”. As três irmãs - meio burguesas, meio aristocratas, até certo ponto românticas -  não se deixavam atingir pelo iluminismo redivivo da época muito menos pelo comunismo que despontava. Pouco dispostas à rebeldias, nem a ceder aos instintos.  Também não colocavam a cabeça na janela para ver os moços passarem, que só eles saíam para trabalhar e se divertir. As cabeças femininas que se mostravam na janela para os homens que passavam, algumas delas, passando da idade de casar; o tempo que corria e elas dispostas a correr riscos. A vizinha acabou casando com um jogador, daqueles apelidados de pernas de pau. Sedução que tivesse Mara pela cabeça masculina, e algo mais, não lhe roubava a serenidade da face, quase lívida, uma autêntica figura para ser pintada por Auguste Renoir, sem a ousadia das suas modelos. As mulheres em Paris desde os fins do século XIX já podiam ser vistas em público, saídas, como no quadro O Primeiro Passeio, do pintor parisiense. Mais extraordinária ainda é a modernidade das mulheres dos quadros de Jan Vermeer no século XVII, que o holandês de Delft pintou perto das janelas abertas, semiabertas, ou fechadas, elas sempre em alguma atividade intelectual, lendo e escrevendo cartas. Quando não se comunicavam com os homens, de modo nada discreto. As moças de Vermeer, mesmo restritas ao ambiente privado, estariam em melhor situação que as mulheres na Saída da Fábrica, do primeiro filme produzido no mundo? Na virada do século XX, Lumiére exibe as operárias francesas saindo apressadas do trabalho. Já no século XVII, a moderna Paris exportava progresso, adotado com parcimônia pelas moças, que logo saíram da janela de onde viam a vida passar, para sentir as coisas mais de perto.
     No século XIX o burguês Darwin marcou o mundo com sua teoria da evolução, contendo alerta sobre a competitividade selvagem, típica dos seres humanos, possuidores de egoísmo e crueldade inatos. Os evolucionistas tentaram prevenir a consumação de catástrofes, como a Segunda Guerra, e não teve quem barrasse a ignorância e maldade de um louco a comandar um povo humilhado, enlouquecido de ódio, coisas que vinham de uma derrota anterior. E quando se perde o elo com o melhor de si, e do que a sociedade construiu de mais importante, o selvagem que existe em cada um pode aflorar. Em vez de iluminismo do passado, o comunismo redivivo, mais recente, na ilusão de frear o capitalismo. O certo é que dentro de cada ser humano também habita um pacificador, um santo, como creem os católicos). Mas o demônio é que parece às vezes, querer dominar tudo, o mundo todo. O progresso de hoje, como nunca se viu, mas um fiasco toda essa festa, se levarmos em consideração as calamidades que acontecem. 

       Mara pouco preocupada com guerras de verdade, que as de vaidades ela às vezes participava. Com alguma autonomia individual – um pouco mais que as irmãs casadas – Mara viveu sua longa vida, sem alegar necessidade de nada, embora deva ter sentido, sim, falta de muita coisa, inclusive de um companheiro. Mas sem dar o braço a torcer. Perdera algumas chances na vida, como a de aprimorar mais sua cultura, o que pouco lhe teria valido naquele tempo, a não ser o prazer pessoal. Era companhia agradável nos poucos eventos sociais a que comparecia, e com menos frequência ainda passava no confessionário do frei Policarpo. Aos domingos de missa obrigatória lá estava Mara cumprindo o compromisso que tinha com Deus. Gozara de alguma liberdade, mas sem se afastar demais daquilo que fora engendrado pela família, por seu meio social, pela religião, poderes tutelares. Mas por acreditar principalmente em si mesma, Mara podia dizer que era livre da condição de simples tutelada.  A certa altura da vida comprou uma casa num lugarejo praiano perto da capital maranhense, onde por muito tempo viveu tranquila sua vida solitária. Teria se fartado da intimidade com as pessoas, do convívio frustrante que a vida às vezes oferece. Nas férias escolares os sobrinhos ficavam alguns dias em sua companhia, e ela sempre os visitava. Simples e bem cuidada, a casa de praia, bem localizada, típico de quem sabe escolher as coisas, foi um bom lugar para a sobrinha-neta namorar o futuro marido, sempre com a parentada em volta.









domingo, 16 de junho de 2013



       Compartilhando com Ildes Pimenta e Diva Pimenta
     Destinos Que se Atraem
     O Bosque de Berkana
     Carlos Mascarenhas Pires       
                       






                             














                        








            SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO IV
             deWilliam Shakeskeare 
         Excertos do livro "Breve Estudo" de Maria Vima Muniz Veras  
       




             Justifica-se Puck, o gênio da floresta e da confusão, ao rei das fadas e da ilusão, que foi ele, sim, o culpado de Titânia ter se apaixonado por um dos artífices que ensaiavam sua peça, o “mais boçal de todo o bando, o amante da história, transformado em burro”, uma pessoa que não sabe ser feliz.  Um mundo enlouquecido de um amor burro, por não respeitar os planos. Oberon o poder masculino vai castigar o poder feminino por seu egoísmo. Enquanto isso, os casais continuam trocados. As desenfreadas conquistas d`aquém e d`além e seus desencontros é a causa dessa tragédia. Tudo isso que faz parte do pan-helenismo. O domínio do irracional é feroz quando Demétrio repudia Helena e corre atrás de Hérmia, enquanto Lisandro enfeitiçado passa a amar Helena. As coisas ficam confusas na cabeça do civilizado Demétrio e do bárbaro Lisandro. O renascimento da antiguidade alexandrina ou helênica no século XV foi de modo extravagante, em que se confunde o profundamente ético e virtual (Hérmia) com o estético e prático (Helena). No Sonho, o ideal aristotélico se vê ás voltas com o sincretismo medieval, próprio do helenismo.
           Sempre folgazão, Puck tira a cabeça de burro de Fio, príncipe dos artesões, a nova classe, dos artífices e comerciantes, e diz: “Acorde como burro ao natural”. A filosofia aristotélica da natureza ainda não estava bem assimilada. O tecelão desperta antes da festa das bodas de Teseu e Hipólita, da civilização conquistada pela força e coragem. Ele vai encenar no palco junto com os companheiros a própria arte, a criação artística, tanto religiosa e suas imagens arquetípicas, como a historiografia literária e seus paradigmas. No mundo hegemônico, de Egeu, do encontro do Oriente com o Ocidente, do Novo e o Velho mundo, os casais Hérmia e Lisandro, Helena e Demétrio estão desencontrados, coisas que acontecem nos níveis em que a arte e a vida se manifesta, mas que se acertam, adquirem nova postura no contexto humanista, no plano material e espiritual, ético e estético. Até certo ponto eles estão aptos a seguir para Atenas, que está em qualquer lugar, ou tempo, onde a civilização se renova.  Mesmo não de todo civilizado, Oberon, símbolo do conquistador dos mares, ao lado de Titânia, as forças terrenas, ordena que se toquem os festejos. Teseu, o novo poder civilizador, lastima, entretanto, ter entrado a espada na conquista, e acha bom a comédia, ou drama, encenado pelos artesãos, por sua “simplicidade e desvelo”, merecem todo o respeito. Expressam o mundo moderno, a nova civilização da ciência e da técnica. Acontece que o casal de nubentes, assim como os demais nobres, interferem o tempo todo durante o desenrolar da apresentação bufônica. 

sexta-feira, 14 de junho de 2013



    Compartilhando com Ildes Pimenta
    Para Vivianne Veras,  Marília Veras, Larissa Veras Barroso, 
    Verônica Veras Medeiros, Aila Mendes Veras.

                                     


                    SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO III



         

      Em Eurípedes o mundo é trágico, beira o abismo.  Dionisíaco, ele antecede a visão criadora, sóbria, apolínea. A decadência vai ocorrer em ambos os cultos, quando for abandona a medida (metron: vara de agrimensor nos poemas de homéricos), pois há limites, que não podem ser ultrapassados. É mister encontrar uma saída, ou seja, a serenidade olímpica, penosa, mesmo em cenário de sonho expresso no drama de Shakespeare O poder heroico-bárbaro que pode, excepcionalmente, curar as paixões arrebatadoras dionisíaco-apolíneas. Mas o querer impulsivo da subjetividade está contra essa vontade em Atenas, em Esparta, ou em qualquer outra civilização. Na Tragédia, o estado estético e antiestético da alma grega tem sua apoteose, seguida de queda, quando a filosofia natural de Aristóteles entra em cena.
            Longe da Grécia clássica o mundo fervilhava de influências de toda espécie. No drama shakespeariano Oberon, rei das fadas, enciumado, reclama que Titânia lhe deve ceder o infante, que ela traz consigo, um amor imaturo, quando então os prazeres, assim como os sofrimentos, merecem compaixão. Na peça dos bufões “A Mui Lamentável Comédia e Crudelíssima Morte de Píramo e Tisbe” não há um Minotauro a vencer, mas um burro que  ”dele se há de correr”, e se trata de Fio com a máscara de burro, do qual os outros artífices-atores correm, levados por Punk. Com o naturalismo a humanidade tenta fugir do passado assombrado. A verdade, todavia, é caprichosa, requer mente pensante, espírito lúcido, alma santa, que vai conduzir o ocidente à ciência, à piedade religiosa.
          Segundo Plutarco, o sábio Nearco teria aconselhado Alexandre a manter-se afastado da Babilônia, onde o conquistador se encontrava em seu palácio rodeado de adivinhos, exorcistas, sacrificadores e curiosos, os quais, segundo o historiador, insuflavam o rei com tolices e terrores a se “infiltrarem-se como água em direção às partes baixas”.  Logo após Alexandre começou a perder ânimo e fé nos deuses e em seu próprio filho a quem escarneceu: “Eis aí um sofista, discípulo de Aristóteles, hábil em provar os prós e os contras.” Assim, quando o conquistador morreu na Babilônia, Aristóteles foi acusado de ter aconselhado o crime.     

quinta-feira, 13 de junho de 2013



     COMPARTILHO BONS SENTIMENTOS E
    SÁBIAS PALAVRAS



         

 
 

       

               



                              SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO


           
        



        Atenas é o centro da civilização, dos embates democráticos, local da paixão entre quatro personagens da vida atenienses. Demétrio disputa com Lisandro o amor de  Hérmia, ignorando o quanto ela ama Lisandro. Helena é quem ama Demétrio, mas sua clássica beleza não o seduz, e sim  os encantos de Hérmia, sem se dar conta do quanto esta ou aquela lhe faz bem ou mal. Na floresta, fora de Atenas, para onde os quatro se dirigem há o caos dos desencontros, também, dos encontros promissores. Em dado momento, Oberon, deus dos mares, ou do inconsciente, dá ao gênio da floresta, Puck, o encargo de agir para que os pares se acertem. A força da magia, ou ciência natural (na moderna psicologia a técnica do repouso no espírito) teria poder de ajudar naquele momento. Mas há um descompasso na forma de administrar a energia natural , feita por um gênio infantil, brincalhão, que vai comprometer o sucesso da empreitada. Na  tragédia grega  está expressa a tentativa de vivenciar a democracia e os mistérios, representado no drama shakespeariano por Hérmia e Demétrio. O ateniense quer os favores de Hérmia, que se lastima para Helena: “Se ele está louco não me cabe a culpa.” Poderes recém descobertos escapa por uma fresta, o que pode comprometer, entre ouras coisas,  a sanidade mental.  A humanidade que evolui e se deve firmar na vida civil e religiosa, com a razão sobrepondo-se à paixão, a mente livre do poderes arbitrários, conscientes e inconscientes.
               Na floresta, bufões ensaiam uma peça para noite das bodas de Teseu e Hipólita, trata-se da "Mui Lamentável Comédia e Crudelíssima Morte de Píramo e Tisbe". São artesões que encenam um texto interposto ao principal, dos personagens da nobreza ateniense, plano superior. A vivência do real e do sonho na representação é quando "se perde o medo, ou se desperta um medo muito perigoso" diz Trombudo, o funileiro, que faz o papel de Muro por onde Píramo e Tisbe conversam. "As madames não suportarão", diz o Fio, o tecelão, que vai representar Píramo. Flauta , o remendão, fará Tisbe. A civilização romana floresceu ás margens do rio Tigre, sendo o rei Príamo descendente de Enéas fundador de Roma. Fio quer fazer todos os papeis, por sua profissão, por seu comércio. O amor na peça dos bufões é levado na galhofa. Puck não está satisfeito com os atores aos quais observa e está pronto para interferir. Acha um absurdo que eles estejam em trapos, na mais dura necessidade, não só física, mas espiritual, mental. Na decadente Roma, o amor e sua rudeza evidencia-se em Ovídio (“Ars Amatoria”) e na Idade Média em Bocácio (“Decameron”). A concupiscência comum às sociedades em transição, ou da conquistas internas e externas, nas quais se valoriza, em especial, a coragem pessoal, a astúcia, a demagogia, enfim, o prazer pelo prazer, o novo pelo novo.  

quarta-feira, 12 de junho de 2013



          AMOR E HUMOR PARA O DIA DOS NAMORADOS


 
           





                 FAça sua dor dançar
           Atenção para escutar
           Esse momento que trás paz
           Cada folha que cair
           Cada nuvem que passar
           Atenção para escutar
           O que você quer saber de verdade                  
    



  
      




terça-feira, 11 de junho de 2013

               


                    SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

            




            Em Atenas está programado o casamento de Teseu e Hipólita, o plano é social, cultural e político, dentro da história, precedido por desentendimentos de casais em outros planos, não históricos. A civilização ocidental, o helenismo, vai tentar uma saída para o impasse. O universal Teseu decide que outras bodas devam acontecer ao mesmo tempo que as dele. No texto de Shakespeare temos Hémia e Helena, ou seja, a crença e a arte, que   amam Lisandro e Demétrio, respectivamente. Em pleno preparativos para as bodas as duas irmãs vão se tornar inimigas, pois os eleitos deixam de corresponder aos seus apelos. As personagens femininas estão seguras do seu amor, ao contrário das masculinas que são levianas. Num ambiente adverso, de transição entre o primitivo e o civilizado, os desejos são extremados e acontece a troca dos casais: Demétrio, o amor de Helena, cai de paixão por Hérmia, amor de Lisandro.  A dionisíaca paixão que antecede a visão apolínea e sóbria da vida. Egeu, pai de Hérmia, quer o casamento da filha com Demétrio em vez de Lisandro. Em fuga para a floresta Hérmia e Lisandro, o casal apaixonado, vai sofrer a interferência de Puck, o espírito natural, para fazer  Demétrio, que corre atrás de Hérmia, amar Helena. Puck recebe ordens de Oberon, o poder dos mares, ou do inconsciente, que está martirizado pelo ciúme que tem de Titânia a rainha das fadas, ou da fantasia.  O  gênio da floresta promove a maior confusão.

segunda-feira, 10 de junho de 2013





       10 DE JUNHO DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
       HOMENAGEM A CAMÕES POR SUA MORTE EM 10 DE JUNHO DE 1580