terça-feira, 16 de setembro de 2014





                                                      RESSURREIÇÃO

       



         Boiando sobre as águas, um pássaro parece morto, o que chama a atenção de famintos predadores na borda da piscina a espreitarem a presa, prontos para dar o bote, têm necessidade de saciar a fome, e querem fazê-lo à custa do pequeno corpo inerte, onde pulsa ainda tênue vida. O homem que vê a cena sente grande compaixão, está diante da representação da vida em estado bruto, quando o mais forte se nutre do mais fraco. O que fazer? Deixar que a natureza felina siga seu curso, sem fazer nada? Sou humano, tenho sentimentos, pensou o homem. É meu dever resgatar aquele ser exposto à impiedade, abandonado em local impróprio, que vai servir de pasto para os animais que o querem devorar.
       
       A decisão é pelo resgate, e o pássaro que parecia sem vida é então piedosamente envolto em panos e colocado numa caixa. Quando chegam para a festa na mansão do homem piedoso, os visitantes vão assistir  um milagre acontecer, o pequeno ser desperta de seu estado de quase morte, abre as asas e voa livre para longe, para uma nova vida. A doutrina cristã representa o sentimento religioso através de um pássaro, precisamente uma pomba, a pomba da paz. E o sentimento de compaixão do homem, que fez renascer o pássaro nessa história, não representaria muito bem o renascer da consciência humana, religiosa, cristã, também, ecológica? A salvação do mundo? 
       
      Atentem para o fato que o ser humano tornou-se um grande predador, de irracionalidade superlativa, sua mente racional capaz de arquitetar tanto o bem quanto o mal. Morto pela sanha dos fariseus, Jesus foi piedosamente envolto em panos para ser sepultado, após o que se deu a Ressurreição. O mundo devastado por guerras, e recentemente começou em grande escala a perseguição, tortura e morte de cristãos pelos extremistas do Estado Islâmico, como já vinha acontecendo aqui e ali! É necessário com urgência reagirmos a tal calamidade, sejamos nós cristãos ou não, é questão de preservação do próprio espírito humano de amor, liberdade e justiça.  


PS: interpretação de um fato verídico que recebi pela internet, de um pássaro que foi salvo da morte e teria ressuscitado.


domingo, 14 de setembro de 2014

quinta-feira, 11 de setembro de 2014




                                          Eleição 2014
         
        


                                      MARINA SILVA
         
       
      Início de campanha para a Presidência da República e o candidato pelo PSB, Eduardo Campos, deslocava-se do Rio em direção a Guarujá no jatinho Cessna 560 XL, que não pôde aterrissar devido ao mau tempo, foi arremetido, para logo a seguir perder altura e embicar contra o solo, esfacelando-se e matando os sete tripulantes. Parece que houve falha humana, mas nada ficou registrado nas caixas pretas, ignoradas até hoje as causas do acidente que matou e neto de Miguel Arraes e fez mudar o quadro sucessório. Expoente na política pernambucana, Arraes foi destituído do cargo de governador e exilado após a ascensão do regime militar em 1964, só retornando ao país com a anistia, e reeleito por mais duas vezes, falecendo antes de realizar o sonho de ser presidente, destino que tristemente se repete na mesma data, 13 de agosto. Fala-se em neocoronelismo urbano em Pernambuco e em outros estados brasileiros, a par dos revoltosos de plantão, herdeiros dos antigos cangaceiros e guerrilheiros, os atuais ativistas contra o status quo, conquanto haja diferença entre o cenário político e cultural de ontem e de hoje.
         
           Com o acidente no literal paulista, a vice Marina Silva tornou-se cabeça de chapa, uma veterana à corrida presidencial, com vinte milhões de votos na última eleição, tendo ocupado cadeiras na câmara e no senado, por último, ministra pelo PT, partido do qual se afastou. De crença evangélica, anteriormente adepta da fé católica, quando então participou dos movimentos sociais da igreja, Marina também atuou em defesa das causas ambientais ao lado de Chico Mendes. Sem condição de registrar a tempo sua Rede da Sustentabilidade no TSE, foi convidada pelo PSB para alavancar a candidatura de Eduardo Campos, que mesmo assim continuou no último lugar nas intenções de votos, com Dilma Rousseff do PT à frente, seguida por Aécio Neves do PSDB, situação que mudou. Em apenas duas semanas após o registro da candidatura Marina Silva empatou com Dilma Rousseff no primeiro turno e ganharia no segundo, de acordo as pesquisas de intenção de voto, situação que permanece inalterada, dando a entender até agora que o eleitor pensa em mudança política com a candidata do PSB. Teria ela realmente condições de fazer isso, inclusive, resolver nosso atraso crônico? O Brasil rico de terras e de gente, tem todavia um problema grave, a falta de maturidade política, até mesmo institucional, além de sofrer com o analfabetismo, principalmente o funcional. 
        
      Perspectivas boas abrem-se à frente: as democráticas, conquanto correntes radicais, anárquicas, arrastam aqueles que perderam a confiança e a esperança, isso desde algum tempo. Mas sabemos que tem gente como a Marina que acredita e batalha por melhores dias, também o que não falta são os políticos de más intenções. O Brasil necessitando crescer com urgência, mas que ainda tem de calçar os pés de muitos brasileiros, para que saiam do atoleiro. Uma nação bem calçada, com educação, saúde, trabalho, só desse modo pode ascender a nível ideal de desenvolvimento. Precisa antes de comando, para o que segue em sua campanha política. Três partidos vão à frente e outros tantos na rabeira, em mornos debates na TV e programas cheios de promessas, como sempre, e os eleitores sem conhecerem as verdadeiras intenções dos candidatos que escondem o jogo e tudo o mais. Só esquenta quando estoura um escândalo aqui, outro ali, o último da Petrobrás, empresa pública que se tornou uma mina de ouro para os ladrões nos últimos anos. A descrença é geral. Fala-se na radicalização democrática como meta de Marina Silva, que em sendo eleita provocaria o caos, coisa que não se sabe bem o que quer dizer, se isso existe, mas tem quem queira ver o circo pegar fogo. O certo é que a nova postulante à presidência pelo PSB vive um outro tempo, de menos radicalismo e mais valores, defendidos dentro do real espírito democrático. Dilma e o PT os brasileiros conhecem bem do que são capazes. Aécio dizem ter governado Minas Gerais do Rio, precisamente do Arpoador. 
       
      O Brasil carente de lideranças à altura da sua importância no senário mundial. Parece ser difícil para os políticos, quando no poder, cumprirem seu dever para com a nação. Falsos em suas promessas de campanha, perdem a compostura e costumam fazer leilão entre amigos dos bens públicos, como se fosse coisa privada. Voar sem observar bem as condições da viagem foi uma imprudência fatal, o caso do jatinho de aquisição suspeita, que trombou contra o solo, sem a vice que não embarcou na última hora, para tratar de assuntos de sua Rede. Os brasileiros quedaram compadecidos com a morte prematura de Eduardo Campos, de que herdaram um exemplo de vida e o lema para esta eleição: "Não desistam do Brasil". A parceria com Marina Silva não seria para sempre, só que a vice haveria de passar de coadjuvante à personagem principal, sua candidatura logo ganhando força no imaginário coletivo, como sendo ela a melhor opção para o Brasil, no presente momento. Concretizando-se tal perspectiva de vitória, o que se espera é que o monumento à decência que é Marina Silva, não decepcione, sabendo-se que ela é quem mais se afina à índole, à felicidade e aos ideais do povo brasileiro, rico de tradições, principalmente porque ela  carrega em sua bagagem a tradição de lutas. As mais decisivas lutas são as mediadoras, moderadas, compromissadas com o bem, com a paz. É importante não esquecer a miséria que grassa em certos rincões do país, como do planeta, e as ilusões extremistas, quando alguns pensam resolver os problemas das diferenças e do atraso com soluções mirabolantes, pela violência. Como disse Arnaldo Jabor, uma estética radical passou a seduzir muita gente, coisa que não diz respeito a mais nada, a não ser à sede de destruir, matar, afrontar o mundo civilizado, que tem suas mazelas, sim, mas que podem ser resolvidas da forma adequada à democracia.