domingo, 16 de novembro de 2014




                                        

                                          20 ANOS DEPOIS
     


      


Ainda no calor do escândalo que envolveu o impeachment de Collor, outro fato mexeu com a opinião pública no país, a divulgação pela imprensa do estrupo de uma criança ocorrido na Escola Base, localizada no bairro de Aclimação em S.Paulo. Os proprietários do pequeno estabelecimento de ensino, o casal Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, desde então passaram a viver um inferno de acusações as mais escabrosas. 

A rede Globo iniciava sua trajetória como a maior emissora de televisão do país e divulgava o desenrolar dos acontecimentos sobre o crime, junto com o SBT. Elucubrações, sem nenhuma prova, além do testemunho de uma criança de 4 anos, com apenas uma assadura. O medo dos pais que fizeram a criança confirmar o suposto estrupo. O noticiário causava perplexidade, grave agressão a um ser indefeso, e os responsáveis pessoas que pareciam isentas.

A aflição que os espectadores sentiam em ver um simpático casal de professores exposto à execração pública. Os cabelos de Aparecida Shimada já embranquecidos pelos anos de vida, trabalho e dedicação ao ofício no ramo da educação. No mínimo uma avó, só não via isso quem não queria. Menos os repórteres, atrás de notícia, dispostos a divulgar qualquer coisa para impactar, e nada melhor que o lado torpe da vida, justamente onde ele não devia estar, e não estava naquela escola, dirigida com dedicação, até que tudo desmoronou. A televisão líder de audiência se fazia de defensora da moral e dos bons costumes, meio para o domínio das consciências. 

Culpados ou inocentes, não interessava verificar a verdade. A mídia televisiva era soberana, como se dissesse aos espectadores, agora seremos os salvadores da pátria, os novos educadores, o que na verdade se tornaria daí para frente. Junto com a televisão, o delegado de polícia ganhava notoriedade. A Escola Base destruída, e seus donos, a princípio atônitos, depois  indignados com tudo aquilo, sofriam um terrorismo, sem precedente. A opinião pública manipulada pela grande imprensa.

          Vinte anos se passaram, e só agora a justiça concluiu o processo, estabelecendo  a indenização a que os donos da Escola Base têm direito, paga pelo Estado e a rede Globo, para reparar financeiramente o erro cometido. Muita coisa mudou na imprensa, o jornalismo amadureceu, hoje na tentativa de não cometer erros dessa natureza, informar com mais consciência e responsabilidade. A fábula que a TV Globo e o SBT arrecadam com publicidade me leva a comparar Roberto Marinho, já falecido, e Silvio Santos como Icushiro Shimada, que provou sua inocência, mas não vai pôr a mão no dinheiro da indenização, pois logo morreu de câncer, não era para menos.
        
        Saúde e dinheiro não falta para a mídia televisiva, que tem contribuído muito pouco para educação e cultura do povo. Ao contrário, ajuda a sociedade brasileira no seu processo de dissolução, e também a purgar seus erros da forma como aconteceu no caso da Escola Base.  Cadê a educação? Parece que morreu junto com o sonho daqueles educadores, que um dia fundaram uma Escola de Base e foram massacrados.  

              

sexta-feira, 14 de novembro de 2014



                                      

                                        MEU TIO JOAQUIM      

      

       Lembro bem do tio Joaquim, uma doçura de pessoa, acolhedor, amigo, bom conselheiro, o que sabem disso aqueles que se hospedaram em sua casa, os parentes, como eu, solteira, e recém-casados, mais de um casal, que eu saiba. Tivemos a oportunidade do seu incentivo para os estudos, inclusive, que nos tornássemos servidores públicos, como ele, que era fiscal do consumo, concursado.  Falo aqui, porque a tendência é a gente esquecer quem nos acolhe e ajuda em algum momento da vida, por achar que a gratidão humilha, sendo assim, melhor reclamar disso e daquilo que sofreu. É o que tenho a dizer antes de contar a história que segue.

       Ficou estabelecido pela família que os rapazes iam estudar no Caraça, colégio católico, que arrebanhava levas de estudantes em todo o Brasil, localizado a léguas e léguas de distância de S. Luís, a ensolarada cidade praiana dos sabiás nas palmeiras. Cheios de expectativas lá se foram meus tios-avôs, Antônio e Joaquim, estudar com os padres Lazaristas, com quem iam se embeber de conhecimento e de fé. Para tanto, os jovens maranhenses tiveram antes que vencer a Serra das Gerais, para alcançarem o vale onde se erguia o conceituado colégio. Sacrifício que valia a pena, de lá saíam grandes homens. Quase um exílio, ainda mais sem internet, lógico, ainda não existia computador nem televisão, veículos de comunicação que informam hoje a meninada, quase na mesma proporção que desinforma. O saber adquirido nas fontes, ou seja, nos livros e na fé cristã. Quanto tempo eles ficaram no Caraça não sei dizer.
     
    Emergia uma sociedade entre guerras, voluntarista e naturalista, mais que racionalista, os dois irmãos, ao retornaram à cidade natal, vinham com a ideia fixa de encontrarem a felicidade na ordem da natureza, iam viver no interior, longe das realidades e maldades da vida na capital, do que se queixavam. Seria a fantasia rural dos filhos de dona Amelinha, também os casamentos por amor, ou simples capricho, oposição à presunção burguesa da família, em especial das irmãs, que mantinham suas almas urbanas e progressistas? As mulheres na época tendo como única opção serem escolhidas por um homem, para lhes sustentar e dar filhos para criar, ao que minhas tias-avós tiveram que aderir, meio a contragosto, quando teriam sido profissionais exemplares, como foram mães.  
   
      Embrenharam-se, pois, meus tios no interior maranhense, para logo estarem apaixonados, não tanto pela natureza, citadinos como eram, mas por Flor e Santa, a quem prestaram juramento, convictos do que diziam ao pé do altar: “Até que a morte nos separe”. Embebidos de uma pura felicidade, o que seria o elo perdido da humanidade. Ou felicidade seria simplesmente a paz consigo mesmo e com os outros? O certo é que as pessoas na época não tinham aquela dúvida que acomete hoje a maioria dos mortais, uma feliz estratégia da mente, pois ter sempre certeza, paralisa, ou leva a atitudes, julgamentos e escolhas pouco racionais. A felicidade que para Aristóteles estaria na virtude, o caso dos meus virtuosos tios, que tiveram a sorte de suas escolhidas trazerem seus maridos de volta à realidade, que era a vida na cidade, melhor ainda, na capital, e ali pleiteassem um bom emprego.

     O certo é que, se há quem queira viver perto da natureza, outros almejam o contrário, importante é que tudo acabe na santa paz. Quanto à minha avó e tias-avós, elas nunca deixaram de acreditar na mente evoluída, no cultivo da boa consciência. Adeptas do progresso burguês, penso que se vivas estivessem elas travariam uma luta íntima para superar a descrença no “progresso” que se vê hoje, mais ainda na consciência forjada na televisão e redes sociais. Uma família abençoada, da qual tenho a honra de descender.

    NATAL! 
   Presto aqui uma singela homenagem aos meus tios-avôs e tias-avós.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Brasil Começa A Criar Um Ódio A Si Mesmo ✰ Arnaldo Jabor ✰




                           PUBLICIDADE  E  INFÂNCIA








          Desde o fim do século passado os nascimentos foram reduzidos a índices mínimos, em comparação com o baby boom das décadas e cinquenta e sessenta. A infância hoje gozando de privilégios como nunca se viu antes. A indústria aproveita da situação para direcionar a ela sua publicidade e vender mais produtos. Alvo dos veículos de comunicação as crianças tornaram-se grandes consumidoras. As lojas de brinquedos aumentaram de tamanho. Como assim, se há menos crianças? A explicação é que a economia deslanchou e os pais podem comprar mais coisas para seus filhos. E as ofertas não param de crescer para seduzir os novos consumidores, principalmente através da mídia televisiva.
       
       Parece que foi a partir daí que tudo começou, com a chegada da televisão, e da rede Globo no nosso país. As crianças seduzidas pela moda e os comportamentos propagados pela mídia. Os maus costumes sob protestos de alguns pais, mas para outros é como se a sociedade tivesse evoluído, quando na realidade teria retrocedido a uma quase barbárie. As saias curtíssimas, a maquiagem, os cabelos pintados e com chapinha, coisas que fazem as crianças parecerem adultas, nada respeitáveis. A informação que hoje se adquire através da comunicação midiática dá às crianças uma noção de mundo e de valores, diferentes daqueles que elas recebiam no passado pela família, escola, igreja.  
        
         Até o século VXI  as crianças não mereciam especial atenção, até mesmo sofriam total falta de consideração. Com o mundo moderno, a infância passou a ser vista com mais respeito, que devia ser protegida e educada, quando lhe foi reservada maior atenção. Sob rígido controle burguês, as crianças, todavia, eram formadas para atender ao sistema econômico, e se tornarem  adultos produtivos. O dinheiro no comando da sociedade. 
       
       Nos últimos séculos formou-se uma nova burguesia  que pouco produz e muito consome, e o que se vê é uma manada consumista, coisa que piorou com a chegada da televisão e dos veículos de comunicação. A mídia como instrumento de formação e socialização, cultura absorvida pelas crianças, ao lado de pais imaturos, formados dentro desse contexto, mas que se tornou ultrapassado. O que temos hoje é uma natureza exaurida e uma sociedade que sofre com a grave crise financeira. Por privilegiar a ganância e fecha os olhos para a corrupção padece a sociedade da quase total falta de valores, voltando-se ao passado, quando as crianças eram desrespeitadas. 

      O sentimento atual é que algo deve ser feito para que saiamos do buraco em que nos enfiamos, o que vem de longas datas. As crianças não necessitam da gastança desenfreada, mas que sejam esbanjados recursos, sim, mas para a formação de seu caráter – o amor, a afetividade, a educação, que as crianças merecem para que cresçam seguras dos reais valores que recebem. E que se deixe de formar adultos ansiosos, predispostos ao medo e de pouca iniciativa, um retrocesso. Justamente o contrário do esperado para um mundo feliz, da produção e consumo, como se queria, desde o início da vida moderna. A felicidade  pode estar fora dessa visão de mundo que nos impõe um progresso desastrado.      

domingo, 9 de novembro de 2014

sábado, 8 de novembro de 2014




                                         RESTA A ESPERANÇA
 


            Espanta tanta falta de educação e respeito, tanto exagero de comunicação, coisa que só serve para confundir cada vez mais as pessoas. Um pesadelo, para quem almeja a paz, ter tranquilidade, para viver. Acabaram as eleições, ou as ilusões, e a realidade explode diante dos nossos olhos. Mas temos que seguir em frente. E a impressão é que ainda não nos demos conta da cilada em que caímos. Aliás, sempre caímos numa cilada, acontece de quatro em quatro anos, mesmo assim ainda permanecemos otimista na expectativa de que as coisas melhorem, as cabeças pensem melhor, tenham bom raciocínio, se iludam menos.
      
          O consolo é saber que permanece viva a vontade em acertar, essa vontade que não desaparece no vendaval dos novos tempos, de mentiras, de exibições, de modismos. Continua a existir boas pessoas, assim como a boa sociedade, mesmo que oculta aos olhos de muita gente. Mas basta acompanhar os que pensam, se esforçam para que as coisas funcionem, aqueles que perseveram no trabalho, que lutam em prol do bem estar e respeito entre as pessoas. 
         
         Mesmo com tanta coisa errada, dando a impressão que  é perda de tempo sonhar alto, devemos acreditar em um mundo com menos ódios e mais colaboração. A coletividade segue a corrente, ora para um lado, ora para o outro, a refletir interesses políticos de poder, nada menos que isso, poder, o que eles, os políticos, parecem almejar, acima do bem e do mal. Enquanto individualmente ficamos cada vez mais pessimistas. Mas como disse o tão querido poeta Mário Quintana "que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas." O otimismo nos faz sentir mais humanos. 
      
    

quinta-feira, 6 de novembro de 2014






                                                 
                                              



                     DEMOCRACIA SEM TROPEÇOS!










     Parece que há gente predisposta a tropeçar nas pedras do caminho, no caso, as ciladas, que acontecem na vida de todo mundo, ás vezes difíceis de evitar. Aqui e ali um imprevisto, algum tropeço, faz parte do jogo da vida. De minha parte considero-me um gênio para sair de situações difíceis, nada que eu não possa reverter, até o câncer.     
      
      Não sou tão velha, diga-se de passagem, mas experiente, com certeza. Apavora-me lembrar de acontecimentos que poderiam ter sido muito ruins, e foram, agora que os vejo de longe. Não para quem como eu se dá ao luxo de confiar na vida, nunca ver as coisas pelo lado negativo, apenas desafios a serem vencidos, problemas a serem superados, simplesmente isso.
     
     E quantas vezes erramos, mas podemos aprender com os erros, não adianta pensar que somos infalíveis. Agimos mais por intuição, tem que ser assim na maioria das vezes, e nada é tão importante que a voz interior. Decisiva voz, conquanto haja outras vozes a nos influenciar. Vozes nem sempre benfazejas, como parece que são. Cuidado!
   
     Nada é comparável à felicidade, que é ter paz de espírito. Qualquer outra   conquista, é vã. Quanto às ciladas, a gente deve aprender a detectá-las antes que aconteçam. A tristeza de cair numa cilada, que pode, todavia, ser lição de vida. Apenas não deixar que comprometa nossa alegria de viver, de estarmos em paz conosco mesmo.
    
     Podíamos deixar a vida ao sabor da própria vida, os ventos quase sempre bons. As tempestades são acidentes normais de percurso. Benfazejo ar que respiramos, benfazeja terra em que pisamos. Muito embora coisas ruins pairem sobre nossas cabeças. Enrascada daquelas!

   
     Muitos brasileiros no momento pós-eleição devem se sentir vítimas de uma cilada, com a vitória do candidato oponente ao que escolheu. Temos que aceitar a voz das urnas, nem sempre aquela que queríamos escutar. Mas o compromisso político com o país continua, como oposição, se for o caso. Todos com direito de aplaudir o governo, como protestar contra o desgoverno. É assim que uma democracia funciona. Que ela viva sem grandes tropeços. 


segunda-feira, 3 de novembro de 2014




                                                        


                                                     DOCE VIDA 
       





          Ninguém duvida da sabedoria comum que diz: vivendo é que se aprende. A experiência que nos leva a ganhar uma consciência sobre os valores que a vida tem. Também os sabores que deleitam os sentidos e aprimoram o gosto, mas pode acontecer o contrário, favorecer o mal gosto. Pensar na vida como bela e doce, ou nos dessabores que a vida tem. Amargo dissabor o da corrupção no Brasil, exemplo  patente do mal que assola a vida brasileira, o povo  impedido de ter boa educação e saúde.
      
          Defrontar-nos com o imponderável não é coisa impossível, a vida que parece fugir do script, e temos que decidir o que fazer em plena caminhada, até mesmo corrida. Ah essa vida tão corrida, e quão ansiosos nos tornamos! Forçar a barra nem sempre é boa medida, quando o melhor é contornar os obstáculos. Escutar as vozes que veem de fora, e a voz interior, nossa melhor conselheira e amiga, sem esquecer que existem amigas falsas.
       
        O tempo teria poder para definir uma trajetória, e por isso vou deixar a vida me levar? Ou deixar meu barco correr ao sabor dos ventos? Pelo contrário, estar atento, ter muito cuidado, que a vida não é fácil, requer aprendizado, até chegar o tempo do discernimento para agir, com segurança e sem medo. A vida exige, sim, preparação física, mental e emocional. Não tem quem não precise.
        
           E a sorte, será que existe? Lógico que tem uma certa dose de destino em nossa vida, em todas as vidas, e quanta vezes fomos bafejados pela sorte, o que pode significar ser salvos de alguma cilada, ou de cair num buraco qualquer, por exemplo. E nem agradecemos ao anjo bom que nos salvou. O azar também existe, para quem faz escolhas erradas, verdade verdadeira. Está aí - a verdade - trono que temos de ocupar, coroa a nos cingir a cabeça.
        
        Qual o caminho certo a seguir? Seria aquele que vai nos levar a ganhar a partida? É o que pensamos, mas o jogo da vida não tem fim, está sempre em andamento. Temos algumas vezes que virar o jogo, ninguém para nos soprar a boa jogada no ouvido, seria trapacear. Embora tenha gente que acredita nisso, que age por instinto, intuitivamente. 
       
        Aproveitar, sim, os ventos que sopram a favor, e mais facilmente se possa alcançar a meta almejada. Vai ter vento soprando ao contrário. Mas não se deixar levar pela inquietação, aceitando o presente e confiando no futuro. Nunca agir como se estivesse lutando contra um vendaval, ou sem saída, colocada entre a cruz e a caldeirinha. Acontece, muito mais com  os imprevidentes. Não seja um deles.
     
       Vivemos no Brasil momento de pós-eleição, não muito auspicioso, o país como que dividido. Falam no suposto comunismo de Dilma Rousseff, eleita democraticamente para comandar o país pelos próximos quatro anos, mas que teria ganho sua reeleição à presidência do país com os votos dos nordestinos ignorantes e miscigenados. Discurso segregacionista dos que  votaram no outro candidato, em sua maioria sulistas, a tal ponto revoltados, que alguns já saíram às ruas para sugerir a mais drásticas das soluções, a volta do regime militar.  


         Meu Brasil, minha vida! Peço que tenham cuidado, pois os extremistas e suas garras afiadas estão nos dois lados, para eles tudo se resume em poder, o que almejam mais que tudo. Combate sem trégua aos mal intencionados. É o que se deve fazer, e sem demora.    

domingo, 2 de novembro de 2014

                                                     



                                             IGREJAS DE S.LUÍS-MA




IGREJA DE SANTO ANTÔNIO

                                         
CAPELA DO COLÉGIO SANTA TERESA E IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS


IGREJA DO CARMO


IGREJA DOS REMÉDIOS



IGREJA NOSSA SENHORA DO DESTERRO



IGREJA SÃO JOÃO



IGREJA DA SÉ


IGREJA DO CARMO


ALTAR DA SÉ

IGREJA DA SÉ



IGREJA SÃO JOÃO

IGREJA DA SÉ


ALTAR DA IGREJA DE SÃO JOÃO


IGREJA DOS REMÉDIOS




IGREJA DA SÉ VISTA DA PRAÇA BENEDITO LEITE


PRAÇA DOS DOS REMÉDIOS