terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Lang Lang - Last Night Proms 2011 - Liszt Piano Concerto No. 1 in E flat...



                    
                 TEMPO DE RECONCILIAÇÃO

 

        

 

       Em recente visita à Turquia, o Papa Francisco recebeu boa acolhida do patriarca turco, em confraternização pelo que suas igrejas têm em comum, e respeito mútuo para com as diferenças. Fato que aponta para uma esperança de reconciliação, entre ortodoxos e católicos romanos.  Visita de aproximação que o Papa espera acontecer também com a igreja ortodoxa russa, da qual aguarda um convite. Duas igrejas católicas? É isso mesmo, a fé católica dividida entre a igreja Ortodoxa do Oriente e a Apostólica Romana do Ocidente. Por duas vezes separada, como permanecem até hoje.

        Ocorreu o primeiro cisma no século IV, quando os ocidentais sofreram a invasão dos povos germânicos que, acossados pelos hunos transpuseram suas fronteiras do Reno e do Danúbio, e invadiram o Império Romano. Os católicos latinos então sob forte pressão dos bárbaros, dos quais se afastaram os ortodoxos. Os ocidentais, também nada satisfeitos com as   heresias que infernizavam a fé católica no Oriente. No Ocidente a igreja católica, a princípio isolada em mosteiros, de lá partiram para as iniciativas que resultaram na formação de uma nova civilização, sendo inevitável a participação dos bárbaros, que eram vencidos e convertidos.

       Em 476 Roma desmoronou com a invasão dos germânicos chefiados por Odoacro. Fim da idade Antiga e começo da Idade Média.  E por séculos as duas igrejas católicas viveriam sem terem contato, até que parte do Ocidente foi dominado pelo Islã, e elas deviam estar juntar diante da opressão mulçumana. Com o fim do Islã ocidental a separação foi inevitável, o que perdura até hoje. O segundo cisma, que ocorreu em 1054, como o anterior, foi por questões de doutrina, também política. E desde então têm sido frustradas as tentativas de reconciliação entre católicos e ortodoxos.     

        Francisco, o papa da reconciliação, também em reuniões secretas em Roma, trabalhou para que Barack Obama fizesse o esperado gesto de aproximação entre Estados Unidos, nação capitalista e democrática e Cuba comunista e ditatorial. Como as crenças, não mais se justifica que nações americanas permaneçam separados, mas tratem de ajustar suas diferenças e assim possam crescer juntas. Como disse o presidente americano, “nós falamos a mesma língua”, ou seja, pertencemos ao mesmo continente —  o que é muito importante. Com as bênçãos do papa Francisco, que surgiu no horizonte como um anjo da boa nova para um mundo, onde reinem o respeito e a paz entre as crenças, povos, pessoas.

 

 

domingo, 28 de dezembro de 2014

     
                                


                           DOMINANTES E DOMINADOS




       A ideologia socialista intitula de classe dominante aquela que seria formada  pelos donos do dinheiro e do poder, consequentemente, a causa dos males existentes no mundo atual. Ambição e domínio que os ricos e poderosos impõem à sociedade, em elevada escala de gravidade, onde a corrupção campeia. O patrimônio público dilapidado, e pouco realização em prol do bem comum. E o que vemos hoje em dia? Empresários e políticos levados aos tribunais, pelo menos isso, para ver se espanta a vontade de enganar, de roubar. A opressão que acontece quando o dominador tem o outro sob seu domínio, sem chance do dominado se livrar da dominação. Mesmo sutil, existe em todos os campos, inclusive ideológico, quando alguém pode cair nessa armadilha e ficar aprisionado, consciente ou inconscientemente.
       
       Todos almejam uma vida digna, o que significa não sofrer o descaso, o abandono, coisas prejudiciais ao desenvolvimento da pessoa em particular e da sociedade como um todo. A atenção e amor que o ser humano necessita, vias de duas mãos, a gente dá e recebe. O mundo hoje tão carente e infeliz. Em primeiro lugar acreditar no amadurecimento de cada um para construir sua própria história. A importância da família como instituição para que nela se formem filhos responsáveis e predispostos a serem pessoas felizes, até na adversidade. Ao abrigo do lar, sob a proteção familiar, mesmo assim, ser independente para pensar e agir com lealdade, primeiro para consigo, e para com os demais. Tudo de importante que se realiza tem algum tipo de sacrifício, inevitáveis, as dores que temos de enfrentar.
       
        Mas tudo passa, e se entenda que nada é para sempre, nem aquela dor, nem a felicidade, que parece eterna. Ajudar no que for preciso a pessoa ao lado, e também ajustar nossas diferenças. Há filhos que têm ideia dos pais como classe dominante. Às vezes, ao contrário, os pais é que são dominados. Assim acontece com marido e mulher; ora um, ora outro, no domínio. Perdem todos quando as pessoas não se ajudam, os relacionamentos empobrecidos, o mundo hoje tão conturbado por falta de entendimento, e a soberba é o que domina. Não adianta o dinheiro, o sucesso no que se faz, se a alma está empedernida, só consegue ver um lado da questão.
     
        A triste sina do ser humano de viver para combater o inimigo, como se ainda estivesse na selva. O ataque e a defesa, que nos fariam sobreviver nesta outra selva em que vivemos atualmente. O maior dos predadores o próprio homem, que assim se revelou ao longo do tempo, mesmo no mundo civilizado. E ainda se fala em uma classe dominante, que não seja nosso próprio desejo, como indivíduo, de ter o domínio sobre todas as coisas animadas e inanimadas. Tudo a ser dominado, destruído, o caso da natureza. Tristeza maior é quando se olha o próximo como inimigo, do mesmo modo como ele nos vê. Tudo isso numa vida tão dura, intensa, que chegamos a desejar retroceder no tempo em que não havia vacinas, nem antibióticos. Mas havia esperança.
       
       Os mais jovens nunca viram o mundo em paz e sim em constantes desentendimentos, por crença, raça, dinheiro, e tudo o mais. Como reverter essa situação? No último pós-guerra mundial falava-se na “confraternização entre os povos”, e lá se vão algumas décadas. Para tanto, requer que haja homens de boa vontade, e hoje não mais acreditamos que um dia possa existir paz na terra, infelizmente. O quanto nos tornamos maus, muito maus. Um exemplo da banalização do mal são algumas  postagens nas redes sociais. Será que a moçada do Facebook aprende a identificar o bem, dessa forma? Será que os eleitores aprendem a votar da forma como fizeram nas redes sociais em 2014? Dói observar a enorme expansão da maldade no mundo! 

      
     Como a esperança é a última que morre, desejo que o novo ano de 2015 nos revele um mundo melhor. 


sábado, 27 de dezembro de 2014

                                                        


                                         PAZ PARA O MUNDO!        
    




2014 chega ao fim. As dores intensas, como as de um parto difícil. Quem sabe para que faça nascer um novo tempo? Não custa acreditar. Afinal, parece que atingimos o fundo do poço, e a tendência é que tal situação se reverta, as ações humanas tornem-se benéficas, ou menos maléficas.  Conquanto tudo possa continuar na mesma, as perspectivas pouco alvissareiras para 2015, infelizmente. Terra, vasta terra, cenário natural de rara beleza, que amarga o descaso e, mesmo, agressão dos seus ilustres habitantes, que vivem e se reproduzem na terra, ao lado de outros seres. Os desastres assolam a existência nossa de cada dia, pelos problemas que criamos, e temos a má vontade em saná-los, os quais se perpetuam, até se agravam, décadas após décadas.
        
       A razão conduz a mente, ordena as ações humanos para que seja encontrada a forma mais confortável do se viver, longe das doenças e outras mazelas, no que avançamos e muito. Mas o nosso irracional parece que fala mais alto, e nos faz desperdiçar o progresso já alcançado, enquanto a miséria parece tomar a dianteira. A pior de todas, a miséria das guerras, que acontecem ininterruptamente em vária partes do mundo. Quando vamos aprender a lidar com as diferenças, tão diferentes são as pessoas e tão iguais, em questão de raças, culturas e tudo o mais? A vitimização egoísta e equivocada, as provocações, que passaram a fazer parte do cotidiano, em vez do orgulho de ser quem se é de verdade, um ser humano, que se eleva com a educação. E diante disso, ao se educar, ninguém se sinta rebaixado, ou superior.
        
    Vivemos um período crítico, sem justificativa para tanta calamidade, a não ser por culpa da maldade, tão humana e tão desumana. Numa Cisjordânia desértica e esparsamente habitada estabeleceram-se o povo judeu, com sua ciência e sua fé, após o holocausto nazista. Foram rechaçados pelos palestinos, hoje confinados na Faixa de Gaza, a lançarem mísseis contra o vizinho indesejado, que os ameaça, coisa que neste ano só fez recrudescer. O conflito parece não ter fim. Sofrem também os curdos na fronteira com a Turquia, sitiados pelo Isis, o braço mais radical do jihadismo, gente fanática, que não assimila a democracia, nem o progresso, matam os cristãos que vêm pela frente, e todos aqueles que pensam diferente. Cidades na Síria e na Turquia tomadas por esses rebeldes terroristas, que praticam constantes as decapitações de dissidentes e estrangeiros. Terror que   ameaça à democracia ocidental, experiência que a nação americana sofreu sua face mais terrível, com a explosão das Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2013. Outros casos acontecem nos países europeus. A Terra dilacerada pela crueldade das guerras e outras tantas irracionalidades.

   Também alguns momentos de pura magia aconteceram no ano que se finda, em especial aqueles breves momentos em que os olhares se desviarem cá de baixo, e puderam ver no céu um grande espetáculo, lógico que pela televisão. O satélite Rosetta a orbitar o cometa 67P e sobre ele fazer pousar uma sonda, apelidada de Philae, com o objetivo de analisar o corpo celeste dos primórdios do universo, e obter informações sobre a origem do nosso planeta e da vida sobre a terra. Um grande passo em direção ao futuro, que não deixa de ser uma incógnita. Décadas atrás o homem deixou a marca de seus passos na lua, início da aventura humana no espaço. O conhecimento que avança a passos largos, e possa contribuir para que a vida humana siga sua trajetória terrena.  Longe ainda a felicidade que se almeja, pois os ódios não cessam, mesmo com toda ciência, toda arte.
Causou perplexidade a morte do ator Robin Williams, da forma como ela ocorreu, em um ato extremo. Uma pessoa que a gente imaginava ser feliz, por alegrar e fazer rir através das telas do cinema, mas não teve humor, pelo menos, para levar a vida adiante. A lição que o ator de “Uma Babá Quase Perfeita” deixa para seus fãs é que observem melhor o que acontece em volta, para ajudarem-se mutuamente, o tanto que se precisa de atenção, amor, compreensão. O sorriso pode esconder coisas que o choro não consegue aliviar. As tensões que se perpetuam, e parece que existem para nos pôr a prova, se somos gente que mereça confiança, ou apenas folhas secas, numa árvore sem vida, que é uma sociedade violenta, discriminadora, cruel. O cantor Jair Rodrigues foi outro sorriso que se foi, uma pessoa realmente feliz, que nos legou o exemplo de uma vida exemplar. O céu está mais feliz com sua presença!

   A formação errada da pessoa que se liga à onipotência de manter o domínio, principalmente sobre os outros, gente que se sente o bam, bam, bam, o todo poderoso. Do contrário, se acha um nada. A humanidade passa, sim, por momentos difíceis, e é de bom alvitre que se pense seriamente em resgatar o respeito humano e a gratidão pelos bens recebidos. Acordar pela manhã com um obrigado nos lábios, e não como donos de tudo e de todos, querendo “arrasar”, Certo é o caminho trilhado com serenidade e paz nos corações. E a partir do bem cultivado em nosso íntimo o mundo prospere de verdade. “A alma que se eleva, eleva o mundo”, sábias palavras de Santa Tereza de Lisieux.



                                      FELIZ 2015!


             

              QUEM ROUBOU O MEU LUGAR?
                             



     A qualquer momento nosso lugar pode ser roubado, é a sensação que tenho diante do que parece ser artimanhas do destino para com esse ou aquele. Trocaram-se as bolas, ou os lugares. Diante dessa realidade, do fato consumado, me vejo imaginando um outro jogo, da seguinte forma: E se as coisas fossem diferentes, se as pessoas tivessem feito outras escolhas, seguido por outro caminho? Principalmente, quando as coisas não vão bem para um lado ou para o outro. Modifico então as situações para melhor adequá-las. Mesmo sabendo que razão mesmo eu não tenho para mudar nada, mas sinto prazer nesse jogo inocente e particular.
      
Estar no lugar certo, na hora certa, seria fruto da sorte, o que nem todo mundo tem. Mas há quem atire a sorte pela janela, chute a coitada pela porta a fora. Quanta gente não faz isso, e nem se dá conta! O certo é que ninguém toma o lugar do outro se não houver descaso para com o que se quer de verdade. Seja o que for para ser nosso, deve haver empenho para que fique resguardado esse direito. E que o poder do inimigo, ou simplesmente algum oportunista, não possa roubar. Sempre pode ter alguém de olho no nosso pedaço de queijo, naquela nossa justa fatia do bolo.

    
Quem não viu um dia a mesa cheia de guloseimas e de repente avançarem sobre ela, não sobrando nada para quem ficou aguardando educadamente a vez? Resta ter paciência, esperança, de que algo mais vá ser oferecido aos convivas, pois a festa não acabou, ela continua. Mesmo que já não seja a mesma coisa, pode ser até melhor, acreditar nisso. Podemos perder uma fatia, um pedaço bom da vida, mas o que importa é que ela ainda está aí para ser degustada, resgatada da inércia, e as coisas aconteçam, não tanto para o nosso bom ou mau gosto e, sim, para o nosso bem.

                  

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

     


                        MÃES EXEMPLARES
                                HOMENAGEM
         
  
          
      Dona Cinoca e dona Daisy, iguais e diferentes, a primeira, minha sogra, passou do centenário e acaba de falecer, e minha mãe se aproxima dos cem aninhos, lúcida e de bem com a vida, apesar da cadeira de rodas. Mães do século passado, que se casaram muito cedo, procriaram várias vezes, como de praxe, e cuidaram da família com amor e dedicação. O filho mais novo de D. Cinoca, cheio de compaixão pela mãe, fala que a pobre coitada teria se casado e concebido o primeiro filho muito nova, aos dezesseis anos, na verdade, dezessete e dezoito respectivamente. Era o que a família e a sociedade esperava da mulher no passado, fosse ela rica ou pobre, que cedo se casasse, para ter um homem que cuidasse dela e da prole. Mundo machista, bem verdade, mas os homens uns bobocas, caiam fácil, fácil, no laço das sedutoras beldades.
     
      Adalberto, um rapaz bem apessoado e colocado na vida, cheio de amor pela moça Maria Emídia (Cinoca) pediu-a em casamento à sua mãe Rosa Moreira, viúva pobre, mas bem conceituada em seu meio. O pretendente uma pessoa de fé, que desde o início esteve determinado a cumprir o compromisso que ia assumir perante Deus e a sociedade. O segundo filho do casal, de sua parte, louva a devoção do pai à família, que ele ambicionou e conseguiu ter, ou seja, uma boa mulher e filhos, pessoas de bem e com diploma de curso superior, sem esquecer de cuidar da própria carreira de funcionário público, na qual atingiu o ápice. A moça escolhida, cheia de energia e sensibilidade, um dia se fez missionária, e quase funda uma seita protestante no interior maranhense, lá deixando uma semente que logo prosperou.
       
       Daisy viu José pela primeira vez atrás do balcão da padaria da qual era proprietário, mas prestes a fechar as portas. Descendente de ingleses ele parecia um estrangeiro. Ela, nascida de família abastada, cujos pais sonhavam com o título de doutora para a filha, aluna destacada desde os primeiros anos escolares. Mas não contavam com a determinação da moça ainda aos dezessete anos, quando resolveu casar-se com o belo rapaz por quem se apaixonou. Se houve dificuldades no relacionamento, a esposa de José, em especial, soube administrar o casamento com confiança e determinação, e o casal seguiu em frente com sua linda família. O revés financeiro ela também resolveu concorrendo ao cargo de funcionária pública, importante para ajudar a manter os filhos até à formatura. Os estudos valeram-lhe da forma como tinha que ser. Uma esposa e mãe vocacionada para o papel que assumiu, embora tenha ambicionado ser uma grande pianista, mas brilhou de outra forma, e dizia serem os filhos sua grande riqueza.  Emociona-me a lembrança da minha mãe todos os anos realizando com pompa e circunstância a consagração do lar à Sagrada Família. E muitas e muitas graças recebeu, testemunho de uma fé inabalável na providência divina. Deus que nunca deixa de atender às nossas preces.

     
       Quanto à moça Cinoca, há controvérsia que teria casado contra a própria vontade. Certo que o universo conspirou para que ela experimentasse o lado promissor da vida, que é ter o próprio lar e filhos, para amá-los e vê-los crescer felizes e realizados, conforme a vontade de cada um. Duas mães que um dia cruzaram suas vidas através do casamento dos filhos, Murilo e Maria, um casal que também tem sua história. O desfecho do romance demorado, começou como amizade, e um tempo de crescimento para que, em surdina, aquela moça e aquele rapaz tivessem os corações moldados pelo amor e confiança na vida, como acontece até hoje. Décadas vividas e ainda permanecem neles o mesmo, ou até maior, entusiasmo de antes. Os corações em paz, e os cérebros ativados no estudo e pesquisa. Como é importante conservar a saúde mental, ter sempre disposição para aprender coisas novas, sem esquecer as velhas lições. 
        
      A Igreja celebra hoje a Imaculada Conceição
       

domingo, 16 de novembro de 2014




                                        

                                          20 ANOS DEPOIS
     


      


Ainda no calor do escândalo que envolveu o impeachment de Collor, outro fato mexeu com a opinião pública no país, a divulgação pela imprensa do estrupo de uma criança ocorrido na Escola Base, localizada no bairro de Aclimação em S.Paulo. Os proprietários do pequeno estabelecimento de ensino, o casal Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, desde então passaram a viver um inferno de acusações as mais escabrosas. 

A rede Globo iniciava sua trajetória como a maior emissora de televisão do país e divulgava o desenrolar dos acontecimentos sobre o crime, junto com o SBT. Elucubrações, sem nenhuma prova, além do testemunho de uma criança de 4 anos, com apenas uma assadura. O medo dos pais que fizeram a criança confirmar o suposto estrupo. O noticiário causava perplexidade, grave agressão a um ser indefeso, e os responsáveis pessoas que pareciam isentas.

A aflição que os espectadores sentiam em ver um simpático casal de professores exposto à execração pública. Os cabelos de Aparecida Shimada já embranquecidos pelos anos de vida, trabalho e dedicação ao ofício no ramo da educação. No mínimo uma avó, só não via isso quem não queria. Menos os repórteres, atrás de notícia, dispostos a divulgar qualquer coisa para impactar, e nada melhor que o lado torpe da vida, justamente onde ele não devia estar, e não estava naquela escola, dirigida com dedicação, até que tudo desmoronou. A televisão líder de audiência se fazia de defensora da moral e dos bons costumes, meio para o domínio das consciências. 

Culpados ou inocentes, não interessava verificar a verdade. A mídia televisiva era soberana, como se dissesse aos espectadores, agora seremos os salvadores da pátria, os novos educadores, o que na verdade se tornaria daí para frente. Junto com a televisão, o delegado de polícia ganhava notoriedade. A Escola Base destruída, e seus donos, a princípio atônitos, depois  indignados com tudo aquilo, sofriam um terrorismo, sem precedente. A opinião pública manipulada pela grande imprensa.

          Vinte anos se passaram, e só agora a justiça concluiu o processo, estabelecendo  a indenização a que os donos da Escola Base têm direito, paga pelo Estado e a rede Globo, para reparar financeiramente o erro cometido. Muita coisa mudou na imprensa, o jornalismo amadureceu, hoje na tentativa de não cometer erros dessa natureza, informar com mais consciência e responsabilidade. A fábula que a TV Globo e o SBT arrecadam com publicidade me leva a comparar Roberto Marinho, já falecido, e Silvio Santos como Icushiro Shimada, que provou sua inocência, mas não vai pôr a mão no dinheiro da indenização, pois logo morreu de câncer, não era para menos.
        
        Saúde e dinheiro não falta para a mídia televisiva, que tem contribuído muito pouco para educação e cultura do povo. Ao contrário, ajuda a sociedade brasileira no seu processo de dissolução, e também a purgar seus erros da forma como aconteceu no caso da Escola Base.  Cadê a educação? Parece que morreu junto com o sonho daqueles educadores, que um dia fundaram uma Escola de Base e foram massacrados.  

              

sexta-feira, 14 de novembro de 2014



                                      

                                        MEU TIO JOAQUIM      

      

       Lembro bem do tio Joaquim, uma doçura de pessoa, acolhedor, amigo, bom conselheiro, o que sabem disso aqueles que se hospedaram em sua casa, os parentes, como eu, solteira, e recém-casados, mais de um casal, que eu saiba. Tivemos a oportunidade do seu incentivo para os estudos, inclusive, que nos tornássemos servidores públicos, como ele, que era fiscal do consumo, concursado.  Falo aqui, porque a tendência é a gente esquecer quem nos acolhe e ajuda em algum momento da vida, por achar que a gratidão humilha, sendo assim, melhor reclamar disso e daquilo que sofreu. É o que tenho a dizer antes de contar a história que segue.

       Ficou estabelecido pela família que os rapazes iam estudar no Caraça, colégio católico, que arrebanhava levas de estudantes em todo o Brasil, localizado a léguas e léguas de distância de S. Luís, a ensolarada cidade praiana dos sabiás nas palmeiras. Cheios de expectativas lá se foram meus tios-avôs, Antônio e Joaquim, estudar com os padres Lazaristas, com quem iam se embeber de conhecimento e de fé. Para tanto, os jovens maranhenses tiveram antes que vencer a Serra das Gerais, para alcançarem o vale onde se erguia o conceituado colégio. Sacrifício que valia a pena, de lá saíam grandes homens. Quase um exílio, ainda mais sem internet, lógico, ainda não existia computador nem televisão, veículos de comunicação que informam hoje a meninada, quase na mesma proporção que desinforma. O saber adquirido nas fontes, ou seja, nos livros e na fé cristã. Quanto tempo eles ficaram no Caraça não sei dizer.
     
    Emergia uma sociedade entre guerras, voluntarista e naturalista, mais que racionalista, os dois irmãos, ao retornaram à cidade natal, vinham com a ideia fixa de encontrarem a felicidade na ordem da natureza, iam viver no interior, longe das realidades e maldades da vida na capital, do que se queixavam. Seria a fantasia rural dos filhos de dona Amelinha, também os casamentos por amor, ou simples capricho, oposição à presunção burguesa da família, em especial das irmãs, que mantinham suas almas urbanas e progressistas? As mulheres na época tendo como única opção serem escolhidas por um homem, para lhes sustentar e dar filhos para criar, ao que minhas tias-avós tiveram que aderir, meio a contragosto, quando teriam sido profissionais exemplares, como foram mães.  
   
      Embrenharam-se, pois, meus tios no interior maranhense, para logo estarem apaixonados, não tanto pela natureza, citadinos como eram, mas por Flor e Santa, a quem prestaram juramento, convictos do que diziam ao pé do altar: “Até que a morte nos separe”. Embebidos de uma pura felicidade, o que seria o elo perdido da humanidade. Ou felicidade seria simplesmente a paz consigo mesmo e com os outros? O certo é que as pessoas na época não tinham aquela dúvida que acomete hoje a maioria dos mortais, uma feliz estratégia da mente, pois ter sempre certeza, paralisa, ou leva a atitudes, julgamentos e escolhas pouco racionais. A felicidade que para Aristóteles estaria na virtude, o caso dos meus virtuosos tios, que tiveram a sorte de suas escolhidas trazerem seus maridos de volta à realidade, que era a vida na cidade, melhor ainda, na capital, e ali pleiteassem um bom emprego.

     O certo é que, se há quem queira viver perto da natureza, outros almejam o contrário, importante é que tudo acabe na santa paz. Quanto à minha avó e tias-avós, elas nunca deixaram de acreditar na mente evoluída, no cultivo da boa consciência. Adeptas do progresso burguês, penso que se vivas estivessem elas travariam uma luta íntima para superar a descrença no “progresso” que se vê hoje, mais ainda na consciência forjada na televisão e redes sociais. Uma família abençoada, da qual tenho a honra de descender.

    NATAL! 
   Presto aqui uma singela homenagem aos meus tios-avôs e tias-avós.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Brasil Começa A Criar Um Ódio A Si Mesmo ✰ Arnaldo Jabor ✰




                           PUBLICIDADE  E  INFÂNCIA








          Desde o fim do século passado os nascimentos foram reduzidos a índices mínimos, em comparação com o baby boom das décadas e cinquenta e sessenta. A infância hoje gozando de privilégios como nunca se viu antes. A indústria aproveita da situação para direcionar a ela sua publicidade e vender mais produtos. Alvo dos veículos de comunicação as crianças tornaram-se grandes consumidoras. As lojas de brinquedos aumentaram de tamanho. Como assim, se há menos crianças? A explicação é que a economia deslanchou e os pais podem comprar mais coisas para seus filhos. E as ofertas não param de crescer para seduzir os novos consumidores, principalmente através da mídia televisiva.
       
       Parece que foi a partir daí que tudo começou, com a chegada da televisão, e da rede Globo no nosso país. As crianças seduzidas pela moda e os comportamentos propagados pela mídia. Os maus costumes sob protestos de alguns pais, mas para outros é como se a sociedade tivesse evoluído, quando na realidade teria retrocedido a uma quase barbárie. As saias curtíssimas, a maquiagem, os cabelos pintados e com chapinha, coisas que fazem as crianças parecerem adultas, nada respeitáveis. A informação que hoje se adquire através da comunicação midiática dá às crianças uma noção de mundo e de valores, diferentes daqueles que elas recebiam no passado pela família, escola, igreja.  
        
         Até o século VXI  as crianças não mereciam especial atenção, até mesmo sofriam total falta de consideração. Com o mundo moderno, a infância passou a ser vista com mais respeito, que devia ser protegida e educada, quando lhe foi reservada maior atenção. Sob rígido controle burguês, as crianças, todavia, eram formadas para atender ao sistema econômico, e se tornarem  adultos produtivos. O dinheiro no comando da sociedade. 
       
       Nos últimos séculos formou-se uma nova burguesia  que pouco produz e muito consome, e o que se vê é uma manada consumista, coisa que piorou com a chegada da televisão e dos veículos de comunicação. A mídia como instrumento de formação e socialização, cultura absorvida pelas crianças, ao lado de pais imaturos, formados dentro desse contexto, mas que se tornou ultrapassado. O que temos hoje é uma natureza exaurida e uma sociedade que sofre com a grave crise financeira. Por privilegiar a ganância e fecha os olhos para a corrupção padece a sociedade da quase total falta de valores, voltando-se ao passado, quando as crianças eram desrespeitadas. 

      O sentimento atual é que algo deve ser feito para que saiamos do buraco em que nos enfiamos, o que vem de longas datas. As crianças não necessitam da gastança desenfreada, mas que sejam esbanjados recursos, sim, mas para a formação de seu caráter – o amor, a afetividade, a educação, que as crianças merecem para que cresçam seguras dos reais valores que recebem. E que se deixe de formar adultos ansiosos, predispostos ao medo e de pouca iniciativa, um retrocesso. Justamente o contrário do esperado para um mundo feliz, da produção e consumo, como se queria, desde o início da vida moderna. A felicidade  pode estar fora dessa visão de mundo que nos impõe um progresso desastrado.      

domingo, 9 de novembro de 2014

sábado, 8 de novembro de 2014




                                         RESTA A ESPERANÇA
 


            Espanta tanta falta de educação e respeito, tanto exagero de comunicação, coisa que só serve para confundir cada vez mais as pessoas. Um pesadelo, para quem almeja a paz, ter tranquilidade, para viver. Acabaram as eleições, ou as ilusões, e a realidade explode diante dos nossos olhos. Mas temos que seguir em frente. E a impressão é que ainda não nos demos conta da cilada em que caímos. Aliás, sempre caímos numa cilada, acontece de quatro em quatro anos, mesmo assim ainda permanecemos otimista na expectativa de que as coisas melhorem, as cabeças pensem melhor, tenham bom raciocínio, se iludam menos.
      
          O consolo é saber que permanece viva a vontade em acertar, essa vontade que não desaparece no vendaval dos novos tempos, de mentiras, de exibições, de modismos. Continua a existir boas pessoas, assim como a boa sociedade, mesmo que oculta aos olhos de muita gente. Mas basta acompanhar os que pensam, se esforçam para que as coisas funcionem, aqueles que perseveram no trabalho, que lutam em prol do bem estar e respeito entre as pessoas. 
         
         Mesmo com tanta coisa errada, dando a impressão que  é perda de tempo sonhar alto, devemos acreditar em um mundo com menos ódios e mais colaboração. A coletividade segue a corrente, ora para um lado, ora para o outro, a refletir interesses políticos de poder, nada menos que isso, poder, o que eles, os políticos, parecem almejar, acima do bem e do mal. Enquanto individualmente ficamos cada vez mais pessimistas. Mas como disse o tão querido poeta Mário Quintana "que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas." O otimismo nos faz sentir mais humanos. 
      
    

quinta-feira, 6 de novembro de 2014






                                                 
                                              



                     DEMOCRACIA SEM TROPEÇOS!










     Parece que há gente predisposta a tropeçar nas pedras do caminho, no caso, as ciladas, que acontecem na vida de todo mundo, ás vezes difíceis de evitar. Aqui e ali um imprevisto, algum tropeço, faz parte do jogo da vida. De minha parte considero-me um gênio para sair de situações difíceis, nada que eu não possa reverter, até o câncer.     
      
      Não sou tão velha, diga-se de passagem, mas experiente, com certeza. Apavora-me lembrar de acontecimentos que poderiam ter sido muito ruins, e foram, agora que os vejo de longe. Não para quem como eu se dá ao luxo de confiar na vida, nunca ver as coisas pelo lado negativo, apenas desafios a serem vencidos, problemas a serem superados, simplesmente isso.
     
     E quantas vezes erramos, mas podemos aprender com os erros, não adianta pensar que somos infalíveis. Agimos mais por intuição, tem que ser assim na maioria das vezes, e nada é tão importante que a voz interior. Decisiva voz, conquanto haja outras vozes a nos influenciar. Vozes nem sempre benfazejas, como parece que são. Cuidado!
   
     Nada é comparável à felicidade, que é ter paz de espírito. Qualquer outra   conquista, é vã. Quanto às ciladas, a gente deve aprender a detectá-las antes que aconteçam. A tristeza de cair numa cilada, que pode, todavia, ser lição de vida. Apenas não deixar que comprometa nossa alegria de viver, de estarmos em paz conosco mesmo.
    
     Podíamos deixar a vida ao sabor da própria vida, os ventos quase sempre bons. As tempestades são acidentes normais de percurso. Benfazejo ar que respiramos, benfazeja terra em que pisamos. Muito embora coisas ruins pairem sobre nossas cabeças. Enrascada daquelas!

   
     Muitos brasileiros no momento pós-eleição devem se sentir vítimas de uma cilada, com a vitória do candidato oponente ao que escolheu. Temos que aceitar a voz das urnas, nem sempre aquela que queríamos escutar. Mas o compromisso político com o país continua, como oposição, se for o caso. Todos com direito de aplaudir o governo, como protestar contra o desgoverno. É assim que uma democracia funciona. Que ela viva sem grandes tropeços. 


segunda-feira, 3 de novembro de 2014




                                                        


                                                     DOCE VIDA 
       





          Ninguém duvida da sabedoria comum que diz: vivendo é que se aprende. A experiência que nos leva a ganhar uma consciência sobre os valores que a vida tem. Também os sabores que deleitam os sentidos e aprimoram o gosto, mas pode acontecer o contrário, favorecer o mal gosto. Pensar na vida como bela e doce, ou nos dessabores que a vida tem. Amargo dissabor o da corrupção no Brasil, exemplo  patente do mal que assola a vida brasileira, o povo  impedido de ter boa educação e saúde.
      
          Defrontar-nos com o imponderável não é coisa impossível, a vida que parece fugir do script, e temos que decidir o que fazer em plena caminhada, até mesmo corrida. Ah essa vida tão corrida, e quão ansiosos nos tornamos! Forçar a barra nem sempre é boa medida, quando o melhor é contornar os obstáculos. Escutar as vozes que veem de fora, e a voz interior, nossa melhor conselheira e amiga, sem esquecer que existem amigas falsas.
       
        O tempo teria poder para definir uma trajetória, e por isso vou deixar a vida me levar? Ou deixar meu barco correr ao sabor dos ventos? Pelo contrário, estar atento, ter muito cuidado, que a vida não é fácil, requer aprendizado, até chegar o tempo do discernimento para agir, com segurança e sem medo. A vida exige, sim, preparação física, mental e emocional. Não tem quem não precise.
        
           E a sorte, será que existe? Lógico que tem uma certa dose de destino em nossa vida, em todas as vidas, e quanta vezes fomos bafejados pela sorte, o que pode significar ser salvos de alguma cilada, ou de cair num buraco qualquer, por exemplo. E nem agradecemos ao anjo bom que nos salvou. O azar também existe, para quem faz escolhas erradas, verdade verdadeira. Está aí - a verdade - trono que temos de ocupar, coroa a nos cingir a cabeça.
        
        Qual o caminho certo a seguir? Seria aquele que vai nos levar a ganhar a partida? É o que pensamos, mas o jogo da vida não tem fim, está sempre em andamento. Temos algumas vezes que virar o jogo, ninguém para nos soprar a boa jogada no ouvido, seria trapacear. Embora tenha gente que acredita nisso, que age por instinto, intuitivamente. 
       
        Aproveitar, sim, os ventos que sopram a favor, e mais facilmente se possa alcançar a meta almejada. Vai ter vento soprando ao contrário. Mas não se deixar levar pela inquietação, aceitando o presente e confiando no futuro. Nunca agir como se estivesse lutando contra um vendaval, ou sem saída, colocada entre a cruz e a caldeirinha. Acontece, muito mais com  os imprevidentes. Não seja um deles.
     
       Vivemos no Brasil momento de pós-eleição, não muito auspicioso, o país como que dividido. Falam no suposto comunismo de Dilma Rousseff, eleita democraticamente para comandar o país pelos próximos quatro anos, mas que teria ganho sua reeleição à presidência do país com os votos dos nordestinos ignorantes e miscigenados. Discurso segregacionista dos que  votaram no outro candidato, em sua maioria sulistas, a tal ponto revoltados, que alguns já saíram às ruas para sugerir a mais drásticas das soluções, a volta do regime militar.  


         Meu Brasil, minha vida! Peço que tenham cuidado, pois os extremistas e suas garras afiadas estão nos dois lados, para eles tudo se resume em poder, o que almejam mais que tudo. Combate sem trégua aos mal intencionados. É o que se deve fazer, e sem demora.    

domingo, 2 de novembro de 2014

                                                     



                                             IGREJAS DE S.LUÍS-MA




IGREJA DE SANTO ANTÔNIO

                                         
CAPELA DO COLÉGIO SANTA TERESA E IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS


IGREJA DO CARMO


IGREJA DOS REMÉDIOS



IGREJA NOSSA SENHORA DO DESTERRO



IGREJA SÃO JOÃO



IGREJA DA SÉ


IGREJA DO CARMO


ALTAR DA SÉ

IGREJA DA SÉ



IGREJA SÃO JOÃO

IGREJA DA SÉ


ALTAR DA IGREJA DE SÃO JOÃO


IGREJA DOS REMÉDIOS




IGREJA DA SÉ VISTA DA PRAÇA BENEDITO LEITE


PRAÇA DOS DOS REMÉDIOS

sexta-feira, 31 de outubro de 2014




                                        GLÓRIA PIRES



           Sou fã, acompanhei sua trajetória desde o início, desde ela ainda criança fazendo papeis na TV até que surgiu bela e fagueira na novela Cabocla. O país ligado naquela figura pequenina, mas toda doçura e talento, que ia se perpetuar nas telas. O nome de batismo já lhe previa algo mais além de uma simples mortal, o sucesso, a que todo mundo almeja. Eis então a pergunta: Como se forma uma estrela, como se atinge o patamar da glória? Não se trata apenas de beleza exterior, tem a interior, que transborda na pessoa que “tem estrela”, como se diz. Glória Pires nasceu numa família de artistas onde desenvolveu o talento para representar. Foi perseverante e humilde.
      
        Por sorte Glória Pires não era uma beldade qualquer, não tinha a sedução que tem as possuidoras de um físico para ser considerada gostosa, a ponto de se perder deixando que explorem seus atributos físicos. O tempo era outro, diferente do atual em que a sedução sexual é a norma para atingir o sucesso, a começar por seduzir um famoso jogador de futebol, que pode ser o começo do sucesso, ou seu fim. Veja o caso da então famosa modelo que se casou em um castelo na França com Ronaldo, o fenômeno, e se transformou num fiasco. Bruna Marquezine que se cuide, pode estragar uma bela carreira, se expondo do jeito que faz. Xuxa teve Pelé que a promoveu ao estrelato, beleza e talento só então revelados para os brasileiros, os seus baixinhos. Não esqueçamos Lucélia Santos que tanto sucesso fez na televisão com a novela Escrava Isaura, mas afastou-se da Globo, e por ocasião da ECO 92 no Rio de Janeiro, arrecadou dois milhões de dólares para produzir “Sonho de Uma Noite de Verão” no teatro, quando assistimos sua interpretação de Puky, o gênio trapalhão. Depois disso Lucélia andou sumida, sabendo-se que por um tempo ela trabalhou no Japão, e só agora reapareceu na Dança dos Famosos na rede Globo.
      
      Na época de Glória e Lucélia havia o cuidado com a tramas televisivas, toda a família reunida diante da telinha, para acompanhar as novelas, que tinham sentido e tão bem interpretadas, como ainda são, mas com enredos que são quase um acinte às famílias, daí a queda nos índices de audiência que as novelas sofrem atualmente. A arte e também a decência estavam presentes, o caso da novela Cabocla, na qual Glória Pires começou sua carreira, quando então se casou com Fábio Junior seu par romântico na trama, e com ele teve uma filha, Cléo, outra famosa, diferente em tudo da mãe, mas boa artista, o que está no seu DNA. Já separada, como a própria Glória conta, aproximou-se do músico  Orlando Morais para conquistá-lo com seu jeito sincero e meigo. Casou-se pela segunda vez, com ele tendo três filhos, já adultos.

       
         Além da televisão Glória Pires também faz cinema. Ao lado de Tony Ramos fez dois filmes, sucesso de público e crítica “Se Eu Fosse Você 1” e “Se Eu Fosse Você 2”. A tranquila felicidade familiar e profissional que hoje goza a artista global teve seus percalços, inclusive a calúnia de que a filha teria um caso com o padrasto, o que a Glória teve que superar, para seguir em frente ,com a certeza de que vale a pena ser bom no que se faz, ter fé na vida, e serenidade para entender que com amor no coração tudo se pode vencer. A prova está diante dos nossos olhos e se chama Glória Pires.