domingo, 31 de maio de 2015





 
 
 
                              SER RELIGIOSO

 

 
RELIGIÃO BRASILEIRA - TARSILA DO AMARAL


       Há mistérios no universo e na vida sobre o planeta terra que assombram e fascinam. Por exemplo, a pequenez de uma partícula de átomo e a grandeza nele contida, assim como o ser humano, simples na aparência, mas de tão vasta e complexa biologia e psicologia. Mesmo em contínua e audaz busca, ainda pouco se conhece o que há por trás de tudo que existe. A mente racional - ora maliciosa, ora benigna – no seu contínuo trabalho, chega a poucas certezas das impressões exteriores percebidas através dos sete sentidos. Muita coisa gerada pela astuciosa razão, e mais ainda pelo confuso inconsciente. Surgem especialistas disso ou daquilo, e uns tantos mistérios a serem preservados dos ataques do materialismo, o que a fé religiosa vem fazendo ao longo dos séculos.

           Benigna, santa, fazendo com que o ser humano vivencie os anseios da alma, a religião  cura ainda as dores do coração. A inocência que ora se perde, enquanto os racionalistas querem avançar sobre a mente e atingir a alma para, através da satisfação dos desejos, dar um sentido à vida. As descobertas científicas com a pretensão de deixar para trás tempos mais férteis da inteligência, e também os mais felizes. Cabe aqui uma pergunta: Que lugar terá a religião nos novos tempos, ela que acompanhou o homem até aqui, mostrou-lhe a verdadeira humanidade, civilizou-o, para que atravessasse a existência com dignidade? E qual  será  seu papel no futuro? A fé religiosa, na verdade, espécie de carta de navegação, de bússola, para guiar o navegante nesse mar de complexidade que é a vida. Mapa  para indicar ao caminhante o porto seguro, a realização do próprio ser.

        Farol, luz no fim do túnel, sol, a religião oferece instrumentos para que a gente possa se maravilhar com a vida. A fé nos faz vivenciar o melhor de nós e do que nos cerca. Faz-nos ir ao encontro de nós mesmos. Certo que o sentido da vida a gente cria, mas o valor da criação vai depender de como nos instruímos, nos conduzimos, se bem, ou mal. Se adquirimos o necessário entendimento da condição humana no que ela tem de sutil, de imperceptível, também da complexa realidade que nos cerca. Manter-se atento, ligado, conectado no sentido moderno da palavra, mas ao que há de mais elevado no ser especial que somos. A verdade é que as melhores condições de sucesso na vida têm os que aprenderam desde criança a terem fé, e com ela serem atentos, perseverantes, respeitosos, esperançosos, o que a vida exige para a realização pessoal e profissional. Ser religioso é tudo isso, é humanidade, na acepção da palavra.   
     

sexta-feira, 29 de maio de 2015





                        
 
                   A "VIRGEM DE BRUGES"

 
 
 
 

Estávamos em Bruxelas e escolhemos conhecer a pequena cidade medieval de Bruges, fazer uma visita à “Virgem de Bugres”, como é popularmente conhecida a escultura Madonna e o Menino de Leonardo da Vinci, que tem muita história para contar, tendo passado por inúmeros percalços, em consequência das guerras, inclusive, permaneceu escondida em um depósito nazista de obras de arte roubadas dos países ocupadas, para fazerem parte do megalômano museu que Hitler pretendia construir.  Após a derrota do ditador alemão a imagem foi resgatada, juntamente com milhares de outras obras primas, fato que é contado no filme “O Caçador de Relíquias”, com George Clooney. A escultura voltou então à antiga catedral de Bruges, sendo pouco visitada se compararmos com a Mona Lisa no Louve, onde o povo se acotovela para ver a pintura do artista italiano. Causa certa estranheza ao visitante, ser a catedral tão escura e triste, o que viria da influência cultural protestante, mas onde a beleza do mármore divinamente esculpido por Leonardo da Vinci, ilumina o ambiente. Foi essa a única obra de Da Vinci que deixou a Itália, enquanto a artista era vivo, comprada por um patrono da cidade.


        
  
          Chegamos a Bruges de trem, e logo na entrada da cidade o que se vê é o encantador parque Minnewater que parece estar ali para dar as boas-vindas aos visitantes. E da ponte que vamos atravessar olhamos a cidade na qual vamos fazer uma viagem no tempo. Conhecer a “Veneza do Norte”, passear de barco pelos canais que cortam a cidade. Além dos encantadores barcos repletos de turistas,  as carruagens são os veículos que mais circulam em Bruges, obrigatório pegar tanto um quanto o outro para conhecer melhor os recantos existentes. Paramos para o almoço em uma encantadora praça, das muitas que existem na cidade, com bicicletas ocupando parte dela, que tem ainda um quiosque de sorvete, e só. Do outro lado alguns restaurantes e bares. Tudo muito bem planejado para atrair e dar conforto aos turistas. Observando tudo isso, pensei como seria interessante fazer o mesmo da Praça da Alegria em S. Luís do Maranhão.

         

 
             A capital maranhense foi igualmente tombada como Patrimônio Universal. Só que a então populosa e progressista S. Luís, conquanto possua encantador casario, se modernizava quando do seu tombamento, nada sendo feito daí para frente, o que foi um duro golpe para a cidade, com grande quantidade de prédios abandonados, hoje em ruína. Seria o caso de apenas alguns locais devessem ser preservados, em volta das praças por exemplo, onde o encanto permanece. O certo é que a maioria dos prédios desabam por falta de recurso e sem interesse financeiro dos empresários, numa cidade que parece não ter vocação para o turismo. Ao contrário de Bruges, que foi por 400 anos uma “Bela adormecida” e ressurgiu para encantar os turistas. A rua principal da pequeníssima Bruges contém as melhores grifes do mundo.      

 

sábado, 23 de maio de 2015





                                          
 
                              
 
                                BOA VONTADE E PAZ NA TERRA

 
    
                    Sentir-se realizado na vida, ou em paz consigo mesmo, não é apenas uma questão de estar no lugar certo na hora certa, vai muito além disso. No mundo complexo e intensamente vivido como o de hoje requer que se avalie e reavalie as coisas a cada momento. Avaliação correta e criatividade para as estratégias na condução da vida, que nada é tão simples, merecem toda atenção, mas não preocupações inúteis. Quando à ignorância acrescentam-se forças destrutivas,  fica difícil viver, e os problemas crescem. Um crime aqui, outros mais adiante, e os mais graves conflitos nos dias de hoje, a requerer tratamento urgente da sociedade. A realidade adulterada ao bel prazer dos inconsequentes, dos criminosos.


         Ser leal, em primeiro lugar, a si mesmo. Reconhecidos os bens pessoais que garantam direitos, e a contrapartida dos deveres. Os bens de capital adquiridos de acordo com o esforço e o talento despendidos. E ninguém fique de fora, todos em iguais oportunidades de estudar, trabalhar, progredir. O empenho pessoal de cada um para crescer junto com o país através da boa formação educacional, nas escolas, faculdades e também pela produção na indústria, no comércio, nos escritórios, nos consultórios, etc. Desdenha-se, todavia, dos empreendedores, dos educadores nas escolas, também, dos pais.  Esquecem que a riqueza vem, sim, da capacidade do indivíduo e da própria sociedade acumular bens, traduzido não apenas em dinheiro, mas conhecimento, valores humanos.

         Não resta dúvida que os russos foram iludidos por um sistema igualitário e ateu, que quis destruir a cultura existente, sem promover o bem estar a que se propunha. As religiões substituídas pela ideologia comunista, tendo em vista o poder e domínio do mundo, o que foi desde o início condenado pelo bom senso. Resultou no fracasso que se viu. Com o comunismo a poderosa Rússia dos Czares empobreceu cultural e financeiramente.  Ninguém em sã consciência, nenhuma nação, deseja repetir experiências fracassadas. A liberdade e o bem estar que se busca com o progresso, leva o ser humano a ter condições de vida com saúde, educação, trabalho, em especial, a ser dono de sua vida, respeitando a vida do outro. No momento presente ter o pensamento voltado para mudanças que acontecem nas expectativas de vida, inclusive de longevidade, e para o grande contingente humano que requerer trabalho.  

               Como disse Einstein: “Pensar é para o homem, voar é para os pássaros.” Sem orgulho e vaidade e, sim, com empatia e boa vontade ajudar o próximo, a começar por nós mesmos, o mais próximo de nós. Não adianta achar que o outro está querendo levar vantagem, o que todos querem, sem que se desmereça o colega, o amigo, o irmão. Se há competição, não querer atropelar os outros, mas seguir confiante na vitória. Em momentos difíceis surgem problemas também difíceis, que devem ver vistos sob várias perspectivas. O empenho de ver, de sentir, com racionalidade, vale muito. E diante do imprevisto, redobrar as atenções, para que as coisas se resolvam, as questões tenham solução. Certo que ninguém é dono da verdade, mas com humildade fazer um trabalho humanitário em torno de si. Não precisa ir muito longe, de onde estamos fazer coisas positivas, já é um bom caminho andado.

 






                        CULPAS, DESCULPAS, PERDÃO

          


Era jovem, quase uma criança, quando saiu sozinho do interior em busca do saber, levando consigo o respaldo familiar e toda a esperança e coragem. Ao tempo de cursar o ginasial veio juntar-se a ele o irmão mais novo, com grande chance de também chegar longe, e assim seguiram em frente. Bons companheiros, tiveram os estudos conduzidos por uma elite de professores ao lado de jovens como eles, Deus a velar por todos que confiam e fazem por merecer. Os tempos duros longe de casa, mas em meio à paz da pequena e encantadora capital maranhense, conhecida então como Atenas brasileira, verdadeiro paraíso na época, para quem tem alma para sentir, e os poetas a têm.

Também morrem os poetas de paixão. Somos aquilo que pensamos ser, e alguém bem conduzido nos estudos, vitorioso na vida, lastimar ter perdido os folguedos infantis, é coisa que ao meu ver não merece crédito. Mas lançada a dúvida no ar, pergunto: um cidadão brasileiro teria perdido a infância ao construir o melhor futuro para si  em tempo felizes, de grandes oportunidades? Como disse Machado de Assis, “a ingratidão é um direito do qual não se deve fazer uso”. Mas é um sentimento inerente ao animal homem. Falo pelo irmão tranquilo e feliz. Grave erro alguém não reconhecer a oportunidade ganha e os bens que agregou para transmitir aos que vieram depois.  

Querer se vingar e ser infeliz por toda a vida, ou agradecer e, mesmo, pedir perdão? Uma vez pedido e dado o perdão, ter a alma apascentada, invadida que foi por força estranha. Assim seremos livres de todo mal. Amém!

 

 

sexta-feira, 15 de maio de 2015





                              
                              SEGURO DE VIDA

 

 





                     Além da família, constitui um Seguro de Vida ter dedicação aos estudos e possuir uma profissão, tanto faz a pessoa ter vocação acadêmica, ou preferir o “batente”, puro e simples. Aprender nos bancos escolares ou no trabalho, mas aprender. O valor do estudo para a pessoa evoluir numa profissão que requer conhecimento profundo em matemática, por exemplo. Importante mesmo é querer aprender, o que temos que fazer sempre, aprender. Vivendo e aprendendo, pois não há melhor escola do saber que a da própria vida. E estar atento, não fechar os olhos, nem tapar os ouvidos ao que acontece ao redor.

              Boas oportunidades surgem para serem aproveitadas. E chega-se também à conclusão de que não vale a pena aderir a isso ou aquilo, de somenos importância, e seguir em frente, sempre. Se for preciso atrasar o passo, dar tempo ao tempo, amadurecer. O tempo é um grande mestre, o nosso tempo. Tempo tão precioso, que não podemos desperdiçar, mas ir com calma, um passo de cada vez, para não tropeçar. Mas, se cair levantar. Pedras existem no caminho, algumas inevitáveis. Podemos aprender com os erros, às vezes melhor que com os acertos. Não ter medo de arriscar.  Estamos sempre em treinamento, nós os esportistas dessa maratona que é a vida. Às vezes, competidores em uma corrida de obstáculos.

             Temos de estar preparados para os desafios, pequenos ou grandes e, quando maiores, mais fôlego exigem. A sorte acompanha os melhores, ou aqueles dispostos a não deixar a pista antes, nem o barco perder o rumo, ou afundar. Pois tem os que abandonam a competição, também os que remam, e não deixam os companheiros sozinhos. Chegar, mesmo em um lugar aquém do esperado. E será herói este, tanto quanto aquele que chegou na frente. Todos vencedores, só que em lugares diferentes. Não somos iguais, temos que reconhecer. Mas somos todos, sim, irmãos. Ajudar-nos uns aos outros e seremos melhore e mais felizes.

          A vida que temos de escolher para sermos felizes, com a bagagem necessária. Não aceitar ser apenas uma mala num bagageiro, mas se dispor a adiquirir  bem estar para si e para os outros. Já sai vencedor quem sorrir para a vida, pois estar vivo, vale mais que tudo. Mais que o ouro, a prata, ou o bronze. Uma ameaça esses endinheirados e deseducados de hoje, o dinheiro que corrompe em vez de beneficiar.

PENSAR



 

quarta-feira, 13 de maio de 2015






                                    INSTRUÇÃO  NÃO  É   EDUCAÇÃO 

 
 



                 O que hoje, no século 21, mais se exige é a competência dos educadores para  a construção de uma sociedade melhor, formada por pessoas íntegras, capacitadas para o trabalho, do simples ao mais complexo, sobretudo compromissadas com a vida no mundo a que pertence. Tudo começa na infância,  em família e na escola.  Educar não consiste apenas em preparar  filhos e alunos para concorrerem a esse ou aquele exame, para passarem em algum concurso, o que vem causando estresse na moçada.  Educação deve levar em conta uma vida a mais harmoniosa possível. Pais e professores a se capacitarem para resolver problemas fora do padrão, que as coisas estão difíceis de resolver, o mundo complicado. E se deixe, pois, de priorizar o conteúdo das matérias e se dê mais ênfase aos valores.

           Na Finlândia a educação não está mais focada na matemática, da qual os finlandeses foram por anos os campeões do PISA, que avalia o ensino no mundo todo,  país que desceu  alguns pontos no exame. A ênfase  passou a ser a formação dos jovens, que devem se empenhar em viver e aprender ao  longo da vida. Enquanto isso a China sobe no ranking da avaliação intelectual dos alunos. Mas já se contesta o pouco cuidado dos chineses com a educação como um todo. Numa avalanche de gente, esses asiáticos  percorrem a Europa dando vexame em termos de comportamento, falando aos gritos, empurrando, mexendo nos objetos expostos nos museus e à venda, sujando o passeio público por onde passam. Há pouco tive ocasião de observar tal descalabro — ou seja, o quanto é feio a pessoa, ou a sociedade ficar endinheirada antes de se educar!

                    

Maria passa na frente - Poderosa Oração



AMÉM!

Princesa Isabel

 HOMENAGEM À PRINCESA ISABEL







Em treze de maio de 1888, há 127 anos, era abolida a escravidão no Brasil pela Princesa Isabel! 

FÁTIMA Portugal, procissão luminosa da Virgem Maria







AVE MARIA!

segunda-feira, 11 de maio de 2015





                   
                             FÁTIMA
 
 
 

 

                      É  extraordinária a beleza dos mosteiros de Portugal, o Mosteiro de Alcobaça erguido pelos monges cistercienses, cuja construção começou em 1178 em terras doadas a Bernardo de Claraval por D. Afonso Henrique, primeiro rei de Portugal. A intenção era povoar a região durante a expansão portuguesa, também para difusão da fé cristã no sul dominado pelos mouros desde o século VII.  Chegaram os cistercienses na época da Reconquista e ergueram entre os rios Alco e Baça a primeira  construção plenamente gótica em terras portuguesas. Apesar da obra monumental, o interior do mosteiro é despojado de ornamentos, o que mais surpreende os visitantes.

          Ainda na Bretanha, São Bernardo se afasta de Cluny para fundar a Abadia de Claraval, tendo em vista restituir à Regra de S. Bento todo o rigor inicial. Os religiosos reformistas, ao contrário do que acontecia em Cluny, deviam viver do trabalho, despojados de qualquer riqueza em seus mosteiros erguidos em lugares ermos. No Mosteiro de Alcobaça passaram os monges a prestar assistência material e espiritual à população local, construindo a civilização que se renovava em terras portuguesas. Séculos depois, precisamente em 1834, tiveram os monges, todavia, de abandonar os mosteiros portugueses para não mais retornar, com o decreto de suspenção de todas as ordens religiosas de Portugal pelo Marquês de Pombal, na regência de D. Pedro, Duque de Bragança. Hoje o Mosteiro de Alcobaça está aberto à visitação do pública, em especial,  turistas, que quedam admirados com tamanha grandeza.

      Da visita ao Mosteiro de Alcobaça, pais e filha, turistas, partiram em direção do Santuário de Fátima, às vésperas das comemorações de 13 de maio pela aparição da Virgem Maria aos três pastorinhos na Cova da Iria. O sentimento é de reconhecimento ao se verificar a grande força espiritual do presente como no passado. Nos mosteiros antigos portugueses a fé católica mantinha efervescente trabalho de evangelização e assistencial, ora abandonados das suas reais funções, como acontece ao Mosteiro de Alcobaça. Enquanto isso recrudesce a vida espiritual em Fátima. Grande contingente de peregrinos que chegam diariamente para rezar no Santuário, o que nos induz à seguinte reflexão: o maior milagre das aparições em Fátima foi conduzir a Igreja Católica em sua nova jornada vitoriosa no mundo. O pedido feito a Francisco, Jacinta e Lúcia foi a devoção a Nossa Senhora.    

 

sexta-feira, 8 de maio de 2015






                    DIA DAS MÃES
 
                            

 
Primeira comemoração do Dia das Mães no Brasil pela Associação Cristã  de Moços em 1918

Mês de maio de 2015, e no próximo domingo, dia dez, comemora-se no mundo todo o Dia das Mães. Data muito especial em homenagem à mulher, e quero deixar registrado aqui o amor e carinho que tenho pela minha mãe prestes a fazer cem anos. Lembro dela, mãe orgulhosa, dizendo que seus filhos ao nascerem escorregavam feito quiabo. Tinha-os com uma parteira, por sinal a assistente de um conceituado médico, que não fazia partos, mas podia ser chamado, caso houvesse uma emergência. A futura mãe também era acompanhada durante a gravidez pela mesma parteira. Os cuidados tomados com a saúde, a alimentação sempre saudável, mais reforçada depois do parto, tendo em vista a amamentação. Foi como procedeu minha mãe, que paria os filhos respeitando os dois anos entre eles até o quinto, quando parou, para controle da natalidade.

Neste mesmo mês de maio, no dia 2, um acontecimento trivial, o nascimento de um bebê, causou perplexidade em todos, além da admiração pela recém-nascida, uma princesa, a quarta na ordem se sucessão ao trono inglês. A mãe, Kate Middleton, duquesa de Cambridge, deu entrada no hospital nas primeiras horas da manhã e saiu dez horas depois, graciosa e saudável, sempre uma diva, como se nada tivesse acontecido, a não ser o fato auspicioso de ter um bebê no colo. Fica-se sabendo depois que, se há fenômeno é da própria natureza da gestante, de sua boa educação, assim como de um bom serviço de saúde do qual a duquesa se vale, como qualquer outro cidadão inglês.

Nós brasileiros e brasileiras hoje sofremos como nunca com a falta de educação e de saúde. É pois de dar inveja o nascimento real nas condições em que ocorreu, realizado por parteiras, as mesmas que acompanharam a mãe durante sua gravidez. Os médicos do lado de fora, de prontidão, lógico. Procedimento normal até meados do século passado, quando as parturientes eram assistidas por experientes parteiras, como aconteceu com minha mãe e as mulheres da época. O progresso científico deu ao ser humano o direito de uma vida melhor, mais feliz e saudável, é certo. Mas tudo depende de como se aplica tais benefícios. As mães da década de sessenta em diante, passaram a ter seus partos em hospitais, assistidos por médicos especializados. Muitos deles simplesmente especialistas em cesarianas e em outros procedimentos invasivos, que foram adotados a partir daí.

Interferências médicas desnecessárias e até perigosas acontecem hoje, impostas, inclusive, pela indústria farmacêutica, pelos hospitais. Lógico que as pessoas são diferentes, cada um com seu biótipo, sua genética, mas a regra é não abusar de si, ou da própria natureza, nem da ciência. Há cinco décadas tive meus três partos no auge das cesarianas, e nada de pior me aconteceu, por sorte. O caso da talidomida, por exemplo, um medicamento dado às grávidas contra enjoo, e fez nascerem crianças com deformações terríveis. Além disso, surgiram as radiografias tiradas dos bebês no útero materno, ainda nos primeiros três meses, o que provou leucemia nas  crianças, fato verificável anos depois, quando surgiu um caso atrás do outro.

Os exames dos bebês são feitos agora pelo computador, a famosa ultrassonografia, que toda mãe hoje se orgulha de fazer, mas na maioria dos casos só servem para saber o sexo do bebê. Certamente que Kate Middleton não fez o tal exame, pois é do conhecimento de todos que ela e o príncipe Williams só foram saber o sexo do bebê depois que a princesa nasceu. Portanto, tudo indica que, ao contrário do que aventou a plateia mundo afora, não houve fraude no parto real. Tudo transcorreu em absoluta normalidade, a servir de exemplo para o mundo deslumbrado com a tecnologia que deixa a prudência e o bom senso de fora.

        

terça-feira, 5 de maio de 2015





                                                               TUDO PARA ELAS

 



        As coisas no passado recente eram bem diferentes, os homens jogadores e juízes, enquanto as mulheres se portavam como simples peças na engrenagem social, peças descartáveis. Inúteis criaturas. Tudo para eles dentro de casa e fora, em sociedade. As regras estipulada por um poder masculino arbitrário? Eis que chegou o tempo de mudanças, e elas foram radicais; as mudanças e as mulheres. Mesmo que ainda aqui e ali encontremos as nostálgicas de outros tempos, menos sombrios, ao que lhes parece. Mas temos que reconhecer que ainda há muitos ajustes a serem feitos. Não é porque a mulher passou a vestir calça que deve imitar o homem em tudo,  e perder a identidade. Nem o homem que ajuda nos serviços domésticos, inclusive, cozinha, deve virar mulherzinha, coisa que nem elas  querem mais ser. Mulherzinha passou a ser sinônimo de babaquinha.

       Que coisa mais linda de se ver, a duquesa de Cambridge no papel de mulherzinha, com sua princesinha (de verdade) nos braços. Mas o que se viu não foi uma simples mulherzinha, mas uma mulher feliz, realizada, desempenhando muito bem o seu papel, apresentando aos súditos um novo membro da família real. Tudo estava reservado para ela, uma plebeia da alta sociedade, que cursava a faculdade onde conheceu o jovem William, herdeiro do trono britânico, com ele viveu, sem fazer concessões vulgares para se casar com um príncipe de verdade. Foi essa bela mulher que entrou no dia 2 de maio hospital e, em poucas horas, saiu como se tivesse simplesmente ido ali receber  um presente de Natal. Perfeita em tudo, e especulações não faltam quanto ao parto tão rápido e menos traumático do que possa imaginar o conhecimento de alguns sobre a ciência. O fenômeno é da própria natureza e de um bom serviço de saúde. Os russos os primeiros a levantarem suspeita de fraude no parto real, por inveja, afinal foram eles que trucidaram a família real russa por covardia dos comunistas que tomaram o poder em 1917  e de lá saíram por  falência geral!

       Vestida de rosa e muito feliz a rainha Elizabeth II  foi visitar a neta recém-nascida. Parabéns à família real britânica pelo nascimento de Charlote Elizabeth Diana, nome de tripla homenagem, a quarta na linha de sucessão ao trono, sendo precedida por seu irmão, George, o primogênito. A realeza que dessa bela maneira se consolida na Inglaterra, um país moderno, que mantém suas tradições a par de um grande e firme desenvolvimento econômico. Pena que perdi a oportunidade de assistir ao vivo as comemorações do nascimento real, a data da minha estada não coincidiu, e dias antes deixei o país dos meus descendentes por parte de pai. Meu avô Francisco Scott Muniz casado com uma abastada descendente de índios, a avó Josefina, com sua bela descendência de pessoas educadas e prósperas.   

segunda-feira, 4 de maio de 2015




                      PORTUGAL DE FERNANDO PESSOA

                                




             O QUE TENHO DE ESPECIAL A DECLARAR DE VOLTA DA EUROPA, ONDE ESTIVE HÁ POUCO EM BREVE PASSEIO, FOI A AGRADÁVEL VISITA À CASA DE FERNANDO PESSOA, EM LISBOA. O POETA É A ALMA DE PORTUGAL. TRANSCREVO AQUI UM POEMA SEU EM QUE ELE FALA DE CARTAS DE AMOR, E OUTRO DEDICADO À SUA MÃE, O QUAL SE LÊ EM UM MURRO À ENTRADA DA CASA EM QUE O POETA RESIDIU NOS ÚLTIMOS QUINZE ANOS DE SUA VIDA.

 

     Cartas de amor

 

Todas as cartas de amor são

Ridículas.

 Não seriam cartas de amor se não fossem

Ridículas

 

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,

Como as outras,

Ridículas.

 

As caratas de amor, se há amor,

Têm de ser

Ridículas.

 

Mas, afinal,

Só as criaturas que nunca escreveram

Cartas de amor

É que são

Ridículas.

 

ENDEREÇADO A SUA MÃE, ECREVEU PESSOA UM POEMA DE JUVENTUDE:

 

“À minha querida Mamã:

Eis-me aqui em Portugal,

Nas terras em que nasci.

Por muito que goste d`ellas,

Ainda gosto mais de ti."

                                          26-7-95