segunda-feira, 20 de junho de 2016






                          SEMPRE  ENTRE NÓS           

             

             No mundo contemporâneo o homem defronta-se com a diversidade, também, com ambiguidades nunca antes experimentadas de forma tão contundente. Criou-se uma mentalidade de afronta à “sensibilidade moral” da sociedade elitista, conforme diz Simon Schama, no seu livro O Desconforto da Riqueza, em que o crítico e político social questiona sobre “a cultura da superabundância e dos excessos”. As necessidades foram atendidas num aqui e agora premente, e mesmo com todo progresso, nem todos sentiram-se bem acomodados, quando então explodiram as questões sociais no cenário mundial. A prosperidade e liberdade teriam dado asas à imaginação e fomentado novos costumes, sem que se atingisse um real bem estar social. Parte da população mundial a gozar do máximo de conforto material e em miséria espiritual, enquanto um grande número de pessoas ainda vive uma triste situação de penúria total.




                

               Ao mesmo tempo em que o mundo avançava em progresso material, foi dada como definitiva a morte de Deus, o que por séculos se anuncia sem que haja razão nem obrigação para acontecer. Continua o Criador entre nós, e a religião católica segue lépida e fagueira na pessoa do papa Francisco, um pouco cansado, mas maduro para dar força à fé católica e  possa sobreviver ainda por século dos séculos, no que acredito. Bem verdade que as condições precárias em que ocorreu o progresso, e onde ora se assentam, impulsionam o mundo em direção ao confronto, ao caos. A riqueza acabou por favorecer a injustiça sócia, fomentando a inquietação, e isso não é bom para ninguém. Os comportamentos paradoxais e por demais desconcertantes parecem espécie de “impiedoso castigo” para nós que vivemos esses novos tempos.  

                   Sobre Deus e sua permanência no mundo a Veja desta semana traz um comentário de Joel Pinheiro da Fonseca, no qual comenta os ensaios de  Terry Eagleton e Aurélio Schommer,  ambos tratando sobre Deus e a fé religiosa. São eles: A Morte de Deus na Cultura e O Evangelho Segundo a Filosofia. O comentário da revista sobre o assunto ressalta que a elite mundial se fez ateísta, enquanto o fundamentalismo seduz as massas. Ocorre que é um fenômeno global o renascer do sentimento religioso amadurecido. A religião renasce para ser o fiel da balança entre  os dois extremos, o do ateísmo e do fundamentalismo. Se houve morte de Deus, há a ressurreição, quando se faz necessário sensibilizar as mentes modernas por demais cerebrais e frias. Também é mister superar - em justiça e verdade - as campanhas organizadas contra a fé religiosa. Melhor não perder o contato com Deus, manter a chama acesa. A religião tem um poder considerável, hoje menos ortodoxa e mais liberal, com o Papa Francisco, por sinal, muito criticado por suas declarações de improviso, cujas palavras devem merecer respeito e não interpretações equivocadas.

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