quinta-feira, 31 de agosto de 2017




                 S. LUÍS 405 ANOS - PARABÉNS



          
        S. Luís completa 405 anos no próximo dia 8 de setembro (1612-2017), data de especial relevância. Berço de grande nomes da literatura nacional, aproveito para fazer uma homenagem a intelectualidade maranhense na pessoa de Clóvis Pereira Ramos. De pais maranhenses, o escritor nasceu em Tabatinga, então município de Benjamim Constant, no Amazonas. Sempre esteve ligado ao Maranhão, onde passou parte de sua vida estudantil e profissional, o poeta, ensaísta, jornalista e advogado recebeu o título de Cidadão de S. Luís, e foi agraciado com a medalha de Honra ao Mérito “Timbira”. Eleito para a Academia Maranhense de Letras e a Academia de  Letras de Brasília, dentre inúmeras obras de reconhecido valor litarário, publicou em 1990 A INTELECTUALIDADE MARANHENSE – Fase Contemporânea. Tenho a honra de fazer parte desse memorável livro, juntamente com meu marido Murilo Moreira Veras. Na capa a da 1ª edição consta o seguinte: Apontamentos para O Dicionário Biobibliográfico do Estado do Maranhão



São Luís                      
                                


São Luís há sobradões, ermidas
e lembram do passado o tempo nobre,
a beleza sem par, que não se encobre
o silêncio das coisas esquecidas.

Pelas ruas estreitas e avenidas,
quanta história de amor! Basta se dobre
uma esquina e, de novo, rico ou pobre,
vibram no coração doces feridas!

Ah! tudo em São Luís vira poesia
na saudade que vem, terna saudade,
que nos maltrata e nos alivia

E sonhando um amor, espero, ainda,
rever a terra da felicidade,
que tanto quero, com ternura infinda.

II

Estou em São Luís e, novamente,
cantarola em meu peito um amor antigo.
Digo num verso comovido e ardente,
tudo o que sinto como meu castigo.

Por uma rua ensolarada sigo
e meu pensar, talvez, ninguém pressente.
Ah! meu sonho de amor, que ainda persigo!
Ai! saudade que fere ferozmente!

Pelas praças, que flores perfumosas!
O sol as beija como beija as rosas
dos lábios da mulher que se quer bem.

São Luís é a cidade da ternura...
Em cada canto um sonho meu perdura,
perdura, em cada canto, o olhar de alguém.


                                   ( Clóvis Ramos- São Luís do Maranhão /1992)


Murilo Moreira Veras e Maria Vilma Muniz- Lisboa- 2015




sexta-feira, 25 de agosto de 2017




            
         A editora Record acaba de lançar A Alma do Mundo, o mais recente livro - de 2017 - do pensador inglês Roger Scruton. Como em publicações anteriores, o autor tem uma visão espiritual, com a qual aborda o tema do declínio da civilização ocidental, que teve como base a moral judaico-cristã. O enfrentamento de um adepto da fé cristã, diante do ateísmo, que já abre a cova para enterrar o paciente, que tem suas funções vitais preservadas, e merece cuidados especiais. Scruton prega um tratamento eficiente, com mais fé, o que pode livrar a civilização ocidental do mal que está acometida e salvá-la. A barbaridade que é uma nova civilização, transumanista, como prega seu oponente, o ideólogo francês Michel Onfray, que coloca a tecnologia acima do homem e sua história, sua cultura, sua religiosidade. 
                     



                                  DAS LEIS




         A começar pelas leis da natureza, a que estamos todos sujeito, desde os primórdios o homem adquiriu uma consciência moral, procurou seguir, religiosamente, as leis de inspiração superior, difundidas oralmente, a princípio, depois, propagada para além das pequenas comunidades, através da palavra escrita. Civilizador o poder das Escrituras, elaborado à luz da reflexão moral, da revelação. A civilização ocidental erguida com base na moral judaico-cristã, uma epifania, uma grandeza, que o mundo conheceu, reverenciou, e adotou. Uma linguagem que tem como meta a dignidade humana.

      Nós, seres racionais, pessoais e autoconscientes, temos a herança de uma  moral religiosa e suas leis, que convém serem preservadas, mesmo, ou principalmente, com o uso e costume laicos. O homem é esse ser privilegiado entre os outros seres da natureza, por viver sob a égide da razão e à luz da moral religiosa. As laicismo atuando dentro do espaço-tempo, e a religião religando o homem a Deus em “o ponto de intersecção do eterno com o tempo” (T.S.Eliot). Que a dignidade e paz reinem  entre todos nós, homens de boa vontade. Amém!


  

quarta-feira, 23 de agosto de 2017




               
                                   DIGNIDADE E PAZ
       




             A cada tempo reina soberana uma forma de intolerância, velha, ou nova. A pior é a intolerância racial. Há que lastimar os séculos de escravidão. Os negros, todavia, não sofreram genocídio, como ocorreu contra o povo judeu. Leitores da Bíblia, os judeus foram considerados os mais inteligentes do mundo, e ainda na Idade Média criaram o sistema bancário, tornaram grandes banqueiros, e passaram a ser vistos como avarentos. O ódio nazista culpou os judeus de toda miséria do mundo, e daí perpetrou o holocausto. Sempre há uma desculpa para a discriminação.
          
        Certo que a intolerância visa quem tem algo que a diferencia, provoca estranhamento, ou inveja. Fortes, e acostumados à vida dura na própria terra, os negros foram exportados aos milhares como mercadoria para  Brasil. Explorados e discriminados quando aqui chegaram, em razão de um sistema que visava o avanço econômico a qualquer custo, inclusive, através do trabalho escravo. Dizer que há exploração do homem pelo homem parece fala de comunista, mas é a dura verdade.
         
       Escravidão sempre houve no mundo, os derrotados nas guerras no passado eram escravizados pelos vencedores, não importava a cor da pele, ou status social. Tempos bárbaros. Ainda hoje há quem sofra a pena do trabalho escravo. Trabalhar 8 ou mais horas sem uma remuneração, que lhe dê condições de vida digna, não seria uma forma de escravidão? Com a civilização houve a consciência dessa situação adversa, de um ser humano ser explorado por outro. Foram criadas leis compatíveis com a vida civilizada, punidas as infrações cometidas, inclusive as do trabalho escravo, ou semi-escravo, que ainda vige por aí. 
          
       Séculos depois do fim da escravidão dos negros, perdura nos Estados Unidos o sentimento de superioridade racial. Um país considerado o mediador no mundo, título que conquistou por seu poder econômico, e porque não dizer por sua força moral. Mas o que acontece é a tal miséria humana, a da soberba, além de outras. Em Charlottesville, Virginia, Estados Unidos, uma corrente autointitulada de supremacia branca sentiu-se ofendida com a retirada do espaço público, uma estátua de um herói dos confederados, colocada após a derrota na guerra da Secessão. Uma centena de homens saíram então para protestar com tochas e gritos racistas pelas ruas. Acesa a chama do preconceito racial houve a contrapartida, através dos Black Block. Houve confronto.
          
           O mundo ainda está nesse pé de guerra, embora muito já tenha sido feito para dirimir os erros, sanar as mágoas, em especial, conscientizar as pessoas de que elas devam conviver em paz. A vida é cheia de percalços, que temos de administrar, mas chegamos a um ponto desesperador. Na mesma semana do confronto em Charlottesville,  houve mais um atentado terrorista,  em uma famosa rua de Barcelona, repleta de turistas de várias partes do mundo, que passeavam e se divertiam em férias. De repente uma Kombe avançou contra a multidão matando 15 pessoas e deixando uma centena de feridos. O atentado foi logo reivindicado pela seita muçulmana terrorista, autointitulada EI. Alguns dos adeptos são jovens nascidos no Ocidente, onde vivem. Inacreditável a violência desses jovens, e no, recente caso, entre 17 e 24 anos, que acabaram mortos pela segurança espanhola. Sacrificaram suas vidas e as vidas de outras pessoas por uma ideia maluca de dominação mundial do Islã. 

          A causa dos imigrantes tem preocupado o Ocidente, pessoas que antes vinham em pequenas levas para trabalhar, e formaram comunidades na periferia das grandes cidades. O movimento recrudesceu com as guerras na Síria, com as perseguições religiosas, e tudo o mais, dando origem à fuga em massa para o Ocidente. A África também continua a exportar sua gente, que foge da fome, das doenças e de cruéis ditaduras.  Haja boa vontade para acolher essas milhares de pessoas, as que conseguem chegar após uma travessia perigosa em botes, muitos morrendo no mar, até crianças, de cortar o coração. Haja recursos para manter dignamente essas pessoas. Uma situação que tem de ser encarada de frente, sem discriminação, cada um procurando colocar-se no lugar do outro, pois não é fácil para ninguém. Haver mais tolerância no mundo, principalmente, fazer o que for possível, até o impossível, para ajudar os que precisam.  



  



segunda-feira, 21 de agosto de 2017





                               A FÉ QUE NOS SALVA





      

       Navegar ao sabor das águas, ou do tempo, esse o destino do homem. A vida como uma barca que singra doces e mansos rios, ou percorre mares de ventos e tempestades. Embarcamos numa viagem sem volta, não por escolha própria, mas pelo desejo do um homem e de uma mulher - pai e mãe. Nós, seres racionais, que viemos ao mundo por força da natureza e pelos desígnios de Deus, que criou a natureza e o homem.
      
      A natureza, em sua inconsciência, impulsiona a vida. Mas o destino do ser humano, racional, é realizar uma viagem evolutiva até a Consciência. E quão forte é a nossa vontade de sorver os sabores que a vida tem, experimentar seu gosto bom de viver. Sem deixar de provar das amarguras. Alegrias e tristezas nossas de cada dia, o grau a depender das escolhas feitas. O homem pode ir longe, mas está sujeito a soçobrar, na sua frágil embarcação.
     
      A natureza é pródiga em nos ofertar o necessário para nossa sobrevivência, e que se possa ainda viver na abundância. Sem que os bens sejam dilapidados, mas se valorize e preserve o que se tem. O princípio da ponderação nos acuda, e não se queira ser mais, nem menos, do que é. No mínimo, tenhamos dó de nós mesmos. Cuidado, a complacente natureza pode tomar raiva do homem!
     
     A civilização é como uma imensa nave, que hoje singra mares nunca dantes navegado. E perguntamos, é a civilização, ou a barbárie, que queremos ter? Os valores morais da civilização cristã, ora aviltados, podem ir por água abaixo, não mais existir tragados pela maré de iniquidades. E quanto é importante a consciência moral para o nosso tempo, para o nosso mundo. Os novos navegantes estão carentes de bússola, farol, guia, nessa viagem mar adentro, numa travessia cada vez mais perigosa. 
      
     Falam que a fé cristã está em extinção, soçobra, mas ainda bem que podemos contar com essa nave Mãe, que conduz o homem ao porto seguro do amor de Deus, que alimenta a alma, consola, anima, redime. Calcada, não numa lenda, como dizem os detratores, mas erguida em bases sólidas: a tradição judaica, e a  consciência moral dos apóstolos de Cristo, que atuavam na comunidade em que viviam.  

      
     A consciência apostólica foi um abrir-se para o mundo rico de possibilidades, e logo estaríamos às portas de uma nova civilização.  Um crença revolucionária, defensora dos valores humanos. Hoje, excêntricos pregadores falam da possibilidade de um outro tipo de existência, fora de qualquer significado humano, religioso. Insanidade! É a fé que nos salva, e com ela vamos lutar até o fim contra a ignorância e a barbárie que querem disseminar no mundo. Amém!

sábado, 12 de agosto de 2017



FELICIDADE PAPAIS!



                                         
                                    I - QUEM SE SALVA?

     

    Uma boa pergunta: Quem se salva? Vivemos um tempo difícil; a fome e as guerras dominam o mundial. A terra devastada não consegue ter paz, nem  sanar a fome de todos os seus habitantes, que deixam de ser atendidos em suas necessidades básicas. Muitos não têm quase o que comer, e outro tanto não conta com o conforto dos bens espirituais. Nesse cenário desolador dobram os sofrimentos humanos.
        
          Ora o corpo, ora a alma, é quem sofre por falta de alimento. E sabemos que os bens materiais, os há, mas mal distribuídos. Com toda a fartura, constata-se que a população mundial está mal alimentada: há os que comem em excesso, e os que passam fome. Mesmo com os vastos campos cultivados o alimento não chega à mesa de todos. 

        No campo das ideias cultiva-se o estapafúrdio, o  desequiliíbrio  a insânia. Esse nosso tempo de mentes abertas para engolir tudo. Insaciável mundo. Estamos como que afogados, náufragos, no mar da nossa inconsciência. A humanidade naufraga, sim, se não houver uma tábua de salvação. Que tábua é essa? Acredito na consciência religiosa, cristã, que pode salvar, quem assim o queira! 



                                   
                   2 -  ANDAR SOBRE AS ÁGUAS

          
Em pleno mar da Galileia um pequeno barco de pesca balançava ao sabor das ondas, dentro dele os pescadores Pedro e seus companheiros estavam tristes com o resultado daquele dia, após lançarem várias vezes a rede nas águas sem obterem quantidade satisfatória de peixes. Eis que Jesus, andando sobre as águas, foi ao encontro deles.
         
         Jesus, o Mestre da Galileia, filho de José e Maria, mandou então que os pescadores jogassem mais uma vez suas redes ao mar. Qual a surpresa? A rede voltou cheia de peixes, garantindo uma pescaria como jamais havia acontecido. Em se tratando do espírito, o mar é o inconsciente. E na verdade sobre essas águas foi que Jesus andou. Ele veio a mando do Pai para formar a consciência apostólica. A partir daí estruturou-se uma nova fé, base da nova e próspera civilização cristã.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

   
FELIZ DIA DOS PAIS!



         UM BOM FUTURO NOS AGUARDE!






Perguntaram a um jovem se ele queria ter uma vida boa ou uma vida invejável. "As duas, se possível", ele respondeu. Tem conotação pejorativa dizer que alguém é um “boa vida”, ou seja, não leva a vida a sério. Certo que viver não é só ter prazeres, gozos. Gozação é diferente de satisfação, de gosto. O gosto pela vida, esse gostinho doce de viver e aprender, de crescer e aparecer. A vida, o mundo, é um campo onde todos são convidados a jogar, não é um jogo  qualquer, mas o JOGO. Cada um responsável por si e pelo resultado obtido. O jogo civilizatório ainda em campo para uma partida definitiva, e parece que estamos na prorrogação. Ser um craque requer estar pronto para atuar com empenho, dedicação. Vale participar, mesmo na reserva. E estar preparado para entrar em campo a qualquer momento, até mesmo para surpreender e salvar a partida. Jogar na posição que lhe cabe, tendo em vista a vitória. Vencer é o que todo mundo quer. 

         O povo brasileiro comemora importantes vitórias nos campos de futebol, e todos foram para as ruas comemorar a conquista do Tricampeonato de 1970, quando não exista liberdade democrática, mas uma ditadura que proibia qualquer manifestação pública. Mesmo assim os brasileiros demostraram sua alegria pelo Brasil, que era então considerado um país  do futebol e do futuro!... Veio o Tetra em 1994 e o Penta em 2004. Com a Constituição de 1988 e a abertura democrática,seria possível um jogo político justo, sério. Aconteceu todavia uma praga, a corrupção, que infestou nosso país. O jogo difícil, quando se deixa de acreditar na democracia, como ela é de verdade, e não sinônimo de anarquia, incompetência, roubalheira.  

           Em 2014 foi aquele vexame, a Copa em casa, e aconteceu a derrota do futebol brasileiro para os alemães, de 7 x 1. No ano anterior, em 2013, o povo tinha protestado nas ruas contra o governo, ou desgoverno existente. As derrotas no campo político piores que a do esporte, paixão nacional. Infelizmente nosso país perdia de goleada também nos campos essenciais: na educação, saúde, trabalho, consequentemente, no bem estar para todos. Acontece que o Brasil pode contar com bons jogadores para escalar uma Seleção ideal. Mas quanto ao jogo democrático e do progresso a descrença é geral, ninguém hoje em dia acredita na nossa política, nos políticos, que entram em campo eleitos pelo voto popular manipulado pelos interesses financeiros de uns poucos, que da noite para o dia tornam-se donos do país. Descoberta uma gangue de ladrões no poder, que assaltaram os cofres públicos sem nunca se fartarem. E como são insaciáveis! 

           A democracia necessita de pessoas que não se deixem levar por ganhos fáceis, nem se intimidem, mas em plena consciência cada um cumpra sua parte, e seja recompensado por isso, e se sinta feliz. Saber que a felicidade não é a meta, mas consequência. Hoje em dia crianças, jovens, todos sentem-se livre e poderosos e ao mesmo tempo insatisfeitos, perdidos. Tanto poder, tanta liberdade, e estamos presos a desejos que nem sabemos discernir, mas queremos satisfazer a qualquer custo. desempenho dos brasileiros e da nação em todos os campos muito aquém do esperado. "Tudo vai mal, tudo...o país não escuta, está mudo", uma canção pessimista, mas o jogo não está perdido, podemos ganhar, sim, o Brasil tem tudo para estar no topo, entre os melhor.    

        O progresso de uma nação depende de vários fatores, em especial,  entrar em campo para vencer. As regras do jogo respeitadas, a começar pelas pequenas coisas, como repeitar a fila e obedecer as normas de civilidade, por mais simples que sejam. Se não escondemos sujeira debaixo do tapete, nem jogamos lixo no quintal do vizinho, ótimo! Também não jogar lixo no espaço público. Respeitar o que é público, em especial. Hoje em dia não se fala de ladrões de galinha, mas muitos a se orgulharem (no passado, assim se espera) dos roubos feitos ao erário. Políticos, empresários, funcionários públicos com o vício de roubarem o dinheiro público, que garantiria os avanços necessários  para a nação progredir. Que as ações da Lava Jato dê bons frutos, e para já, pois o país não aguenta mais o desrespeito e a omissão que nos fazem todos vítimas. 

        Que um bom futuro nos aguarde! E possamos com alegria redobrada festejar nas ruas um país melhor. O Brasil  tem que dar certo