terça-feira, 19 de setembro de 2017






                          ETERNIDADE  









       Todo nós, seres inteligentes, sonhamos, tanto em estado de semiconsciência - quando dormimos – como também quando sonhamos acordados, conscientes. Uns sonham mais, outros menos. Os sonhos têm função catártica, os sonhos comuns. Mas quão poderoso, e nosso sonho de eternidade, fora do espaço do tempo e da acausalidade.   
       
       Quando Deus entra em nossos sonhos reflete um compromisso ontológico, que supera os desejos, e constitui a essência do nosso ser. Somos constituídos de corpo e alma e é essencialmente humana a ideia que temos de Deus, cristalizada no âmago do ser. Os incentivos produzidos na psique durante o longo processo evolutivo.
      
     No princípio era o caos, acreditou-se em tudo, e conviveu-se com vários deuses. Durante o longo processo evolutivo, formaram-se grupamentos culturais, com seus rituais, sua crenças, cristalização de palavras e ações, fruto de experiências pessoais e coletivas. Deus universal aflorou na alma coletiva por milagre da fé. Por essa mesma fé que há pouco mais de dois milênios deu-se a cristalização de uma nova cultura, uma nova civilização. Cristianizou-se o mundo.  

       Segundo Roger Scruton no seu livro A Alma do Mundo, com a minha interpretação pessoal, emergiu uma nova ordem de percepção, com a qual o organismo humano reagiu e reage ao mundo percebido. Motivos e significados, linguagem e intenções, diferentes da neurociência, ou do dilema do neurocientista, originário de uma mera “psicologia popular”. É diferente do dilema do neurocientista que busca as causas, sem procurar respostas para a questão “por quê”. Entendamos que  a “prioridade ontológica” não está em desacordo com a visão científica de mundo.
    
     Uma dúvida cruel permeia a mente moderna. Valeria a pena crer em Deus, ter fé, continuar com a cultura cristã?  Ou, ao contrário, ser ateu? Penso que no ateísmo o ser humano não passa de vítima do fatalismo natural e um joguetes dos desejos imediatistas. E é justamente a evolução crística que nos protege dessa falácia, ou da regressão ao caos do materialismo.


domingo, 17 de setembro de 2017




                             TUDO É AMOR           


AMAMOS NOSSOS LIVROS

      A pergunta que não quer calar: Tudo é amor? Tudo é amor ou sua falta. A saber, são essencialmente humanas as virtudes do amor. O amor não deve ser entendido como um instinto. O instinto pode dizer “eu sou a força” e ponto final. Enquanto o amor tem compromisso com o bem, tem virtudes que o instinto não tem. Não sobreviveríamos como espécie sem o instinto sexual, como também não se pode viver sem o amor, esse bem maior, cuja falta provoca um vazio na alma, que pode ser tomada pelo mal.
     
            O amor é sentimento humano por excelência, diz respeito à totalidade do ser. Entenda-se que a fonte do amor é o bem, sua  ausência favorece os mazelas, como o ciúme, a inveja e etc., tudo por falta de amor. As virtudes que o amor tem: verdade, que esclarece; santidade que transcende; filosofia que faz pensar; educação que capacita; trabalho que realiza; religião que a Deus religa. E muito mais tem o amor, um sentimento profundo, que traz felicidade ao homem.

          O quanto perde o amor desvirtuado! A vaidade corrompe; o egoísmo empobrece; a paixão desequilibra; a indiferença desgoverna; o ciúme envenena. E daí por diante. Desejar é diferente de amar. O criminoso não ama, ele deseja o mal do outro. O estuprador, o pedófilo, faz qualquer coisa para satisfazer seus impulsos, no mínimo, deseja de forma doentia. Essas e outras anomalias do desejo desvairado, que destrói a capacidade que a pessoa tem de amar. 


PRONTOS PARA COMBATER O MAL
   

terça-feira, 12 de setembro de 2017




                            CRUZADA PARA COMBATER “A COISA”


        

          Em recente exposição no espaço Santander Cultural, em Poro Alegre, com o tema  a diversidade sexual. Mas com a desculpa de combater a intolerância, o que fez foi  exibir cenas de pedofilia, zoofilia, cristofobia. Desrespeito, blasfêmia, tudo pago com o dinheiro público, o que causou indignação, revolta. Uma imediata mobilização acabou por fechar a exposição de  Sodoma e Gomorra, em pleno século XX.   E em se tratando de cultura, de arte, o que se apresentava era justamente o contrário, a falta de cultura, de arte, de inteligência, de moral. Seríamos humanamente indecente, maus, e ponto final? Nada disso, somos seres inteligentes e afeitos ao bem, mesmo que haja muita coisa ruim por aí, do que se aproveitam esses que se dizem artistas, e para ganhar evidência, abusam da tolerância alheia. Crianças a circularem pelo espaço, como se ali houvesse uma inocente exposição de arte infantil.

       
            O mestre Ariano Suassuna, era defensor ferrenho da arte rupestres, legado dos antepassados habitantes do nosso país, e protestava veementemente contra o que vem de fora para nos descaracterizar, e pior, nos corromper. O que  se propunha nessa exposição, corromper. E vem o curador desse tal Queermuseu, Gaudêncio Fidelis, justificar que a sociedade deve estar preparada para “a coisa”, ou seja para o que vem por aí, pois, conforme o indigesto curador, “o que nos assusta em 2020 não nos assustará em 2040”. O MBL (Movimento Brasil Livre) manifestou-se contra a exposição, que considerou pornográfica, assim como foi efetiva a reação dos católicos, que armaram uma bem sucedida cruzada, obtendo uma vitória histórica sobre aquele lixo todo em exposição, para o qual o Santander investiu quase um milhão de reais obtido pela lei Rouanet. E se eles ameaçam ir adiante a cruzada vai continuar. Deus nos livre de todo mal! Amém!

terça-feira, 5 de setembro de 2017




                               MAIS AMOR, MAIS ATENÇÃO!






         

        Na Austrália uma enfermeira anotou o que diziam seus pacientes em estado terminal, do que eles sentiam arrependimento na vida. O campeão foi: “Não ter tido coragem de viver a vida que queria”. A falta de coragem como motivo de frustração. E observando melhor a questão, todos querem deliberar sobre a própria vida, ter liberdade de escolha, o que nem sempre a todos é dada a oportunidade, movidos que somos não apenas pelos desejos, mas pelas circunstâncias. Daí vem o segundo arrependimento: “Ter trabalhado tanto”. Vendo por  outro ângulo, não teria cabimento, pois a falta de trabalho é que mais frustra as pessoas hoje em dia, também não ter possibilidade de realização no trabalho. E o pior trabalho é aquele que realizamos desmotivados.
      
       Em 3º lugar: “Não ter vivido de forma diferente.” Ou seja, não aceitar as escolhas feitas, muitas vezes por imposição de fora, uma frustração que pode ser aliviada quando se entende que bastam momentos de alegria e prazer, que se possa recordar com satisfação. Em 4º lugar vem: “A falta de coragem de expressar os sentimentos”. Mais uma vez a coragem, ou melhor, sua falta. Talvez o pior arrependimento que se possa ter, para entristecer, de verdade, principalmente no fim da vida, quando nada mais pode ser feito. Essa frustração vem acompanhada de outro arrependimento, mais doloroso ainda, se possível: “Não ter se permitido ser mais feliz”. A felicidade que pode estar nos pequenos prazeres da vida, alguns momentos divinos que deixamos de experimentar, como sentar para escutar alguém, ou confessar-lhe algo, sentir conforto em confortar. Também encorajar os que precisam, e, em contrapartida, adquirir coragem. 

      Quantas oportunidades perdemos de ser feliz e dar felicidade. Vamos ficando mais velhos e bate a saudade das pessoas que se foram, e pouco fizemos para alegrar a vida dos que nos são próximos, e bate a tristeza pelo pouco carinho dado aos mais velhos, e são os que mais prezam a atenção. Hoje vejo os velhinhos no shopping e lembro-me daqueles com quem convivi e não tiveram esses momentos de lazer, ficavam horas sentados aguardando que alguém lhes desse atenção, ao menos lhe dirigisse a palavra.  Nem televisão havia  para os distrair, apenas rezavam. E para quem eram as rezas? Para nós, uns ingratos. O consolo é saber que essas santas criaturas estão ao lado de Deus. E o que nos resta é essa vida corrida, tanto para o trabalho quanto para a diversão, tudo no mesmo diapasão. Mais amor e mais atenção, minha gente!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017


CONTO


          PÔR DO SOL EM COPENHAGUE





Observa aquele dois agarradinho, estão apaixonados!" Foi como Mirtes traduziu o pensamento do marido, que não disse nada, mas dirigiu-lhe um olhar perscrutador, diante do casal aos beijos e abraços do outro lado da mesa. Aquela era primeira festa a que compareciam, tímidos recém-casados. O futuro poderia esclarecer o seguinte:

 - Meus amigos, grandes transformações vão ocorrer no mundo, não podem nem imaginar o que vem por aí! Você, meu rapaz, é decidido, persistente em seus ideais! E essa moça sonhadora ao seu lado, será a mesma e outra bem diferente. Sei que todos buscam uma vida feliz. Mas seria a felicidade um estado de inconsciência? Ou o bem maior da vida é a consciência? Para os corajosos a vida pode ser combate; para os sonhadores poesia. Um filme, uma dança, tudo isso que vemos, e muito mais do que se vê. A vida, essa grande aliada dos que têm fé, o que o futuro costuma confirmar.

Quando Mirtes  e Miguel se conheceram, pouco se deram conta de serem feitos um para o outro. Ficaram afastados por um tempo, mas, ao se reencontrarem, não demoraram a casar.  Com filhos criados e alguns netos, faziam agora, meio século depois, mais uma viagem. Não havia lindas praias como as de S. Luís ou Natal, nem estavam numa ilha paradisíaca do Rio de Janeiro. As águas calmas do mar Báltico serviam de pano de fundo para o casal na janela do amplo aposento, admirados com a paisagem - barcos que iam e vinha, assim como as pessoas na calçada e na rua de um lado para outro em suas bicicletas. Grande a emoção de estarem vivos e com saúde. Tiveram um bom tempo de luta, e, mais tempo ainda para os momentos de prazer, como aqueles que vivenciavam ali em Copenhague.

Pensou Miguel sobre eles dois: “Não foi uma paixão arrebatadora que os uniu, mas o compromisso de  olharem um para o outro, e sempre irem na mesma direção, o que é a essência do amor. Uma união, quem sabe mais feliz que de outros ao casaram ‘perdidamente’ apaixonados. Verdade que sempre cuidaram para não dar passos falsos. Juntos na travessia, e sem grandes percalços. Não desdenharam da sorte, nem aproximaram-se imprudentemente do azar. Mantiveram a fé, e sentiam-se gratos por esse amparo nas inquietações.” 

             Outra vez Mirtes a querer adivinhar-lhe os pensamentos, e o marido tratou de iniciar o diálogo, que aprenderam a ter um com o outro:

- Os homens continuam uns bárbaros, e o mais intrigante é que isso aconteça apesar da magnífica civilização que foi erguida com suor e  saber, também com sangue. Houve, sim, um tempo bom de se viver, minha querida, mas que está ficando para trás. Daqui para a frente, lastimo dizer, “salve-se quem puder”. A vida ao acaso transforma-se numa sucessão de azares. Ações arbitrárias em nome do progresso deixam dúvidas aonde isso tudo vai dar. Os radicalismos a fazerem vítimas inocentes mundo afora. O que me dizes?

         - Tempos difíceis, esses que estamos vivendo! Pessoas malvadas matando e se matando, certamente por estarem apartadas do bem, por não adotarem as verdades da fé. Cultivam paixões, ou ilusões, que comprometem a vida. Amiúdam-se os crimes praticados pelo terrorismo islâmicos e tornaram-se constantes os crimes passionais. O marido matar a esposa e os filhos, e depois se matar, que coisa mais absurda. Já se fala em “passionalismo”, a nova doença urbana. Deus Pai e Mãe do Céu, conduzi sempre nossos filhos, amparai a família! Amém!

Já era noite alta e o casal permaneceu na sacada para ver o fenômeno do pôr do sol no verão do hemisfério Norte. Já amanhecia, e logo teriam de comparecer ao aeroporto para retornarem a seu querido país de origem, o Brasil.