segunda-feira, 30 de abril de 2018




           
         MODERNIDADE SURREAL

  


Em início do século passado, G. K. Chesterton, homem de fé inabalável, questionava que “os modernos devem entender que o ódio de um herói, ou santo, é mais generoso que o amor de um tirano”. E falou do alto de sua catolicidade que  uma imensa e heroica sanidade da qual os modernos só podem coletar fragmentos. Imagino o que diria o pensador católico desse nosso mundo atual. Chesterton morreu antes de Hitler assumir o poder, mas já vivia a tragédia do comunismo, e com o nazismo batendo à porta. Terceiro milênio, o materialismo e o ceticismo tomam conta das mentes, roubando das pessoas sua alma religiosa. Hoje cada um só acredita no que quer, ninguém tem dúvida, ponto final. Os donos da verdade à espreita, para induzir o outro ao erro. Em outros tempos sentia-se o prazer do bem, e assim vivenciamos aqueles dias sem grandes dores, com poucas ou nenhuma amargura, ao lado de pessoas, em sua maioria, benignas.

O quanto era bom quando tudo acontecia para dar certo para todos, indiscriminadamente. É como a gente “deixar a felicidade cair sobre nós como a água da chuva”, li outro dia. Fazer o que tem de ser feito, e quando menos se espera acontece o que tem de ser. A profissão pode ser de doutor médico, engenheiro, advogado, ou outra atividade escolhida, e que haja possibilidade de uma vida próspera. digna.  Hoje o tempo é de convicções deslocadas do lugar, de valores invertidos - modernidade sem autoridade. Somos pacíficos demais até para reivindicarmos nossa herança, preferimos viver ao desamparo espiritual, intelectual. O mundo às avessas, com o homem comprometendo a liberdade, que se degrada em liberalismo. E quem puder se livrar da corrente do mal, o faça com urgência. 

O homem responsável por tudo, e ainda se diz moderno, quando na realidade exerce uma modernidade fake, surreal.  Ninguém quer mais ceder, nem sabe como seguir adiante com segurança, sem a conquista da autoridade necessária para comandar sua vida e servir de exemplo. E não seja rebeldia, pura e simples.  Proféticas as palavras de Chesterton: "O novo rebelde é um cético que não acredita em mais nada". Teimosia e rebeldia sempre houve, faz parte do jogo. O que não se pode é  acreditar numa gente que se diz moderna por descrer de tudo, que não se educa, mas se acha muito bem informada, age no vai que vai, no vai que cola. As pessoas sem autoridade para pensar e agir com autoridade, como deve ser. As convicções onde nunca não deveriam estar, perdida a noção da verdade. E se há dúvida de tudo, mais ainda duvidam as pessoas dos seus objetivos, preferem parar de trabalhar, de rezar, de amar. Há a internet, importante avanço nas comunicações, que ao mesmo tempo cria prisioneiros da conexão, títeres dos compartilhamentos virtuais. É como queremos viver? 


A Rendilheira deVermeer por Salvador Dali
Certo, certíssimo, que o mundo moderno é bom demais, e podemos usufruir hoje uma vida melhor para o trabalho, a diversão, a troca de informações. Vida para ser compartilhada com  quem está por perto, e não se perca a noção da verdade, comprometendo assim tudo o que foi conquistado, inclusive a liberdade. E mais, se você não é cego seu ponto de vista tem validade, mas nunca se produziu uma raça de homens que enxergassem tão pouco.

          Individualidade mais idiota essa de nos transformarmos em massa céticos conectados. Mas quantos não sofrem com a falta de privacidade, as exposições, e mais ainda os holofotes, nesse nosso mundo transformado numa máquina mortífera de artistas de sucesso, tantos que partiram ainda jovem, vítimas da superexposição, como Amy Winehouse, Jim Morrison. E mais recentemente o músico Dj Avicii, que se foi desejando encontrar a paz, simplesmente isso, testemunharam seus parentes. Algumas situações é certo que nos roubam o sorriso, pois tudo que nos rodeia pode afetar nosso viver, mas temos que seguir em frente. Nossos antepassados nos diriam: Olhai os lírios dos campos, eles não tecem nem fiam; observai as águas dos rios, elas passam tranquilas por entre as pedras!


terça-feira, 24 de abril de 2018




                 A AUTORIDADE
         E  O AVENTUREIRO     

  



Não são poucos os que hoje orbitam em torno de uma ideia fixa, acreditando que seu pequeno espaço é tudo, mentalmente concentrados, argumentadores à exaustão. Estão convictos que sua verdade é a única, quando melhor seria que tivessem um plano de vida mais abrangente, cobiçar um céu mais pleno. O quanto é sadio saber que há uma Lei divina, para que se viva com menos ressentimento e mais empatia. E a pessoa não se transforme num maníaco que monta um enredo, ou labirinto, para nele se enfiar. Havia no passado um sentimento de fé numa vida  de oportunidades, e nos sentíamos agradecidos por tudo. O bom juízo que se tinha acerca dos limites. E sendo assim, era um tempo mais prazeroso, quando ninguém seria convencido a abandonar as sóbrias exibições públicas, palco das  conquistas, nada fúteis. Acertavam-se as coisas em pouco tempo, e tão perfeitamente, conforme a situação exigia e as circunstâncias permitiam. Nem todos chegam lá...
             
Reconheçamos que a vida pura e simples é deveras  interessante, diferente desse tempo de hoje, que só causa indiferença. Enredados em complexas convicções, em vez da saudável normalidade vive-se no mundo atual um círculo vicioso alarmante no pensar e agir. E sensato é ter o mínimo de cuidado em expor os  argumentos, o que o aventureiro não pensa em ter. Há quem se deixe levar por ideologias estapafúrdias, fadadas a ser fatídicas. No início do século passado G.K. Chesterton (1874-1936) alertava sobre a prisão nas ideias, que leva a um estado de desequilíbrio obsessivo. O mestre da ortodoxia, ou catolicidade, no livro Ortodoxia, expõe o quanto afeta o equilíbrio emocional fixar-se  num único e doloroso ponto, de onde não se  quer ou não pode escapar. É a grande preocupação no fim do século passado e  neste início do século XXI.

Para Chesterton os grandes argumentadores são muitas vezes maníacos, e feliz é o homem com força para renegar o que o faça prisioneiro. A prisão espiritual e mental não menos prisão que  outra qualquer, e é certo que as pessoas com vocação para  uma vida mais agradável leva vantagem sobre aqueles cujo raciocínio  é impulsionado na direção da polêmica, o mapa mental elaborado como um labirinto. A saída pode estar na imaginação poética, na vivência religiosa. Se muitos fatos esclarecem nossos argumentos, outros tantos também podem e devem ser avaliados.

 Autoridade tem o homem para pensar, raciocinar, mas pelo pecado original podem transgredir os ditames da Lei de Deus. Abençoados os que creem, que acreditam, e por seguirem os preceitos divinos guardam sua alma e todo mal. Diferente daqueles que seguem em direção errada, se voltam para ceticismo, os sem Lei. E se os homens tiram a coroa de glória de Maria, também a coroa de espinhos de Jesus, juntas vêm juntas a autoridade de Cristo, ou a autoridade da própria fé cristã. A glória de Mãe é a glória do Filho, assim como o sofrimento a ambos infligido. Certo que aos homens de boa vontade é dada a força para que escapem da rede de falsos conceitos e não sejam enredados nessa teia atual de valores enganosos. Benditos sois, católicos!





quarta-feira, 18 de abril de 2018





                                 MODERNIDADE SÓLIDA
                   
  
"AQUELA PRAÇA, AQUELE BANCO, E O MESMO JARDIM"




          A modernidade começou lá atrás, no século XVII. De repente, parece que fomos empurrados para um abismo de onde não conseguimos sair, posto que desaprendemos a lidar com a vida como ela é, ou com a verdade nossa de cada dia, e um pouco mais. A frustração com o mundo, com tudo, que provoca um misto de amor e ódio, que o eu tem que administrar, quando então apela para todos os artifícios.

          Democracia é a política no seu papel de dar voz às massas, sem que se perca a noção de civilidade, e os pensamentos se dirijam na direção do agir e pensar com a verdade. Ronaldo Lima Lins, no seu livro A Indiferença Pós-moderna, aponta o costume  do “falar infinito” e suas consequências na cultura e no cotidiano das pessoas. Acredito que a mais danosa consequência é o agir de hoje, que também beira o infinito. 
         
           Penso no que é válido ou inválido para uma vida moderna dentro dos limites da razão. Como diz o escritor acima, detecta-se hoje uma espécie de sadismo para fugir das amarras. Ou do marasmo pós-moderno? Não confundamos modernidade com modernismo. Sim, a liturgia ideológica modernistas está baseada numa aparente verdade. Quando então a tão decantada vontade  se dispeRsa  fora dos parâmetros normais considerados, até o comprometimento da própria vontade e da vida.

           Fomos e somos modernos, graças a Deus. Nós que vivemos  tempos duros, não como refugiados da opressão, mas com pertencentes a uma estrutura que atravessou os séculos de bem com a vida. E se vivíamos até certo ponto isolados, como podem pensar alguns, o certo é que havia condições morais para enfrentar as adversidades. Tínhamos direito à esperança, que hoje se perde nos mares revoltos da descrença. A vitimização é consequência dessa fluida pós-modernidade, que quer sugar a todos para um túnel escuro. Haja luz!

IRMÃS E AMIGAS -HOMENAGEM


segunda-feira, 16 de abril de 2018




 VERDADE, 
VONTADE E VIDA


PRAÇA ODORICO MENDES - S. LUÍS -MA -  Reformada


Daquele chão vazio, daquelas pedras removidas, das árvores arrancadas, o que restou? Movimenta-se o cenário de expansão populacional e econômica, tempo de mudanças, hora H das reformas. Um desejo de renovação, que só por milagre não destruiu de vez uma bela cidade de quatrocentos anos. Quando não mais valia a pena conciliar o antigo com o novo, acharam melhor deixar São Luís cair de vez. Uma ponte, e para o outro lado do rio Anil surgiu um logradouro moderno, e os shoppings, com seus complexos de cinema, gaudio dos cinéfilos maranhenses, o que vem de longe.

Tombada como Patrimônio da Humanidade, a velha cidade foi sendo abandonada pelos antigos moradores, parte caída no chão como se não valesse nada, como se não fosse digna da paz derradeira. Uma densa população a mover-se por entre os escombros, gente que não tem como ir gozar as benesses em frente ao mar  e convive com a crescente bandidagem. As aspirações limitados ao dia a dia na montagem e desmontagem das barracas, não importa se vendam ou não, os produtos de qualidade duvidosa. Certo que se divertem uns com os outro, pois a vocação daquela gente é alegrar-se, mesmo com o pouco ou quase nada. 

           Diz o professor Ronaldo Lima Lins, em seu livro A Indiferença Pós-moderna, que a vida adapta-se às contingências, assim como o gosto se molda às suas expectativas mentais"Pegando carona no eminente intelectual elucubro sobre esse esforço para construir que passa pela obsessão em demolir, tornando fatal a perda do sentimento de identidade, que é a verdadeira mola propulsora do que chamamos vida civilizada. Concordo, todavia, que por temer o perigo e pela falta de espaço, só aos poucos se abria a sociedade para as inovações. Por outro lado a sensação de repressão foi decorrente  da pressa oriunda da vida moderna, resultando nas atitudes libertárias que se seguiram. 

          Na parte antiga e abandonada de S. Luís as manifestações culturais populares, periféricas, ganharam espaço, uma espécie de tentativa de  levar  adiante o antigo ideal de vida ética. Contínua a guerra entre espírito e matéria, persistentes as tensões entre elite pensante e o senso comum, nos novos tempos. O que fazer? A avaliar bem o que se quer, saber da verdade, ter vontade, para que se possa superar os tempos difíceis, como esses em que vivemos, de destruição das riquezas materiais, de abandono dos valores morais. E não seja a vida, em sua essência, desvalorizada, ou superada, por um viver numa ordem menor, sob a égide do contingencial. Dar graças á vida, que merece firmeza de propósitos e eterno respeito. 

EM TEMPO: Há projetos de revitalização da cidade, que estão em andamento, como ocorreu à praça Manoel Odorico Mendes, recentemente entregue à população revitalizada, cujo nome é homenagem ao grande poeta, político e patriota maranhense que tem seu busto ali entronizado.    



Praça Odorico Mendes - 2018


quinta-feira, 12 de abril de 2018






   PIONEIROS AOS OITENTA


Uma geração pioneira em tudo, e oito décadas depois ainda possuidora de garra para fazer acontecer. Vindos do soberbo segundo milênio chegam ao terceiro com potencial para uma vida plena e ainda abrir caminho aos mais novos. Quase ainda jovens nessa idade dita avançada. É a vida mais longa, que essa geração de octogenários goza hoje, e não pensam em abandonar os propósitos que sempre tiveram e ainda têm. Uma coroa de sabedoria cinge-lhes a cabeça. Desde o início, quando deram os primeiros passos, eles viam o futuro pelo prisma das conquistas e não dos problemas; dos acertos e não dos erros.

Blogueira sueca aos 103 anos, e avisa, os idosos não são estúpidos-BBCBrasil
E assim chegaram aos oitenta sem choradeira, mas à luz da paz derradeira. Pelo respeito que deram aos acertos e aos próprios erros, eles erraram mais por inocência e descuido do que por maldade. Agradecidos estão pelo chão que pisaram, pelo ar que respiraram, pelos caminhos que percorreram. Também pelos perigos de hoje que eles  não enfrentaram, e só lhes resta acreditar que os jovens irão enfrentá-los com galhardia, assim como as boas conquistas. É a inventividade humana em seu auge, a merecer respeito — e mais respeito ainda pela capacidade que tiveram e continuam tendo de vencer a maldade.    

segunda-feira, 9 de abril de 2018

A crença e a descrença, por Rolando Boldrin



ROLANDO BOLDRIN  APÓS O CONTO DA BLOGUEIRA

CONTO 
       CRENÇA E DESCRENÇA





Dois tios da menina: um com sua fé inabalável em Deus e nas pessoas; o outro descrente de Deus e de todo o mundo. Moradores do interior, costumavam visitar a irmã e cunhada na capital, trazendo consigo duas visões distintas de vida. A sobrinha ficava meio confusa com esses dois tios, um da parte da mãe e o outro de pai. O que se dizia indiferente quanto às intempéries da natureza, nas horas de aperto apelava para o seu glorioso são José. Já o outro acompanhava a tese de Espinosa que” Deus é a natureza”, e formou-se em agronomia na capital.

Joca, o crente, ficou arando as terras da família, com seu parco conhecimento  sobre o plantar e colher,o que dava bem para o gasto, mantendo a contento sua família. Para que mais? Tratava de dirigir preces a Deus nas enchentes, assim como na seca inclemente. Sem conta as safras que perdia por não poder saber mais sobre o tempo, mesmo assim louvando o bom tempo que lhe dava alegria quando enchia o paiol. Não, não bastava, tinha que saber e ter muito além disso, pensava Eudes, o tio descrente.

Na cidade, em um dia bonito de sol, bom para passear, lembra a menina do tio Joca olhando pela janela a prever chuva, e não seria um desmancha-prazeres, pela fé que tinha, e a sobrinha gostava de vê-lo narrar os milagres acontecido em suas terras, e com aquela feliz gente interiorana. Não via graça na cidade grande, e sim no lugar onde morava, feliz com suas terras, seus bichos, seu sol, sua chuva, são José na capelinha, que a mulher erguera ao lado da casa.

Um espanto ver os dois juntos, tão diferentes no modo de ser. Perguntava o pai advogado agnóstico da menina, que se fazia de advogado do diabo ao perquirir o cunhado crente:” A colheita esse ano, como vai?” Recebia a resposta que não ia muito bem, devido à seca, e explicava: “A natureza não ajudou”. E concluía de imediato: “Mas com ajuda de Deus a coisa vai melhorar”. Recebia a contradita da descrença: “E onde estava Deus quando perdeste tua safra? “Foi por conta de gente que não confia mais no poder divino, e recebe castigo”. Findava-se ali a questão.


O tio Eudes formou-se em agronomia e através dos seus conhecimentos acabou por tornar-se um grande agricultor, logo dono de agronegócio. Enquanto o tio Joca continuou no seu arado, sem as grandes preocupações que tinha o outro, isso não era com ele, tudo o mais era ganho. O rico tio Eudes sempre preocupado com suas perdas e seus ganhos, e já colocara pontes safenas no coração, desde que a primeira mulher se separou e foi viver na Europa às suas custas. Certo que viver da terra não é fácil para ninguém. Sofrido sim, mas viver sem Deus no céu é ainda pior, pensava o Joca, ainda com a primeira mulher, e com os três dos seus nove filhos estudando na capital. E a vida continua como tem de ser para cada um...     





quarta-feira, 4 de abril de 2018






                     
                       "SUA ALMA, SUA PALMA"









                Tudo o que se fez, ou deixou de fazer até aqui está sendo reavaliado, mas resta saber por quem e porque. Não vale tão somente acusar nações, culturas, religiões, pessoas, ou voltarem-se uns contra os outros, até negarem Deus. E em contrapartida escutar o diz o Mestre: “Eles não sabem o que fazem”. O absurdo que foi o holocausto promovido pelo nazismo. Todo cuidado, pois, ao julgar e condenar, o dedo acusador apontando para essa ou aquela manifestação do espírito humano. Fé e família acusadas em suas nobres intenções, que perseveram, apesar das condições adversas. A essa altura cabe buscar por soluções para os problemas primordiais da fome, da falta de saúde e educação, afinal é isso que nos compete como deres racionais.
                
               O que temos para hoje? Foi-nos servido de bandeja uma pós-modernidade, que renega o passado, enquanto forma pessoas títeres da tecnologia, uma massa acessada à internet. A tecnologia de grande benefício para a imensa população atual, para sua comunicação, apesar do mal uso que se faz dessa maravilha moderna, e sabemos que tem as boas e as más intenções. Nas redes sociais gente fofoqueira e brigona, revoltadas com Deus e todo o mundo. Mas não deixemos que nos impeçam de pensar, ou que fiquemos sem memória, prejudicados pelo excesso de informação. Basta acessar a internet e lá está tudo o que se precisa, dizem que até confissão para os católicos, em vez de ficar cara a cara com o padre, ou com o outro, ver as reações, avaliar as emoções

              Fala-se numa geração poderosa, que nasceu e cresceu gozando das benesses promovidas pelo progresso. Tem guru tecnológico achando que os mais moços não tem o que aprender com os mais velhos. Mas o certo é que falta à mocidade uma vivência anterior. Andar com as próprias pernas sim, mas cuidado com as mudanças bruscas. As pessoas da atual cultura emergente vendo o mundo de forma diferente, liquefeito, quando a vida continua como sempre foi, e será. É melhor não se deixar levar pela ilusão de um poder que não existe, o que temos é o ser humano de sempre, com suas demandas materiais e espirituais. Apenas as pessoas estão mais aceleradas, quando não  apartadas, por não conseguirem acompanhar o progresso. Os jovens merecem maior atenção e respeito da família e da sociedade, que adula e discrimina ao mesmo tempo.


               E não é de hoje que os jovens estão entregues a si mesmos. Periga tornarem-se insensatos em seus arroubos juvenis, próprios da idade, mas que devem ser tratados como tais. Filhos soltos por aí, seus pais sem paciência para educar, sem tempo para ajudar, sem disposição, ou capacidade,  para corrigir as coisas erradas. Tudo se liquefaz. Acontece que a educação foi e sempre será o que há de mais importante para crianças e jovens, o que compete aos adultos responsáveis. E os filho não se sintam abandonados, mas recebam o necessário para seu crescimento físico e espiritual, como foi tempos atrás, e tem de continuar. Os pais não se omitam e livrem seus filhos da ilusão de poder, concedendo-lhes educação para que não venham a praticar atos que os prejudiquem. 

                   Se o mundo vigente até aqui está ultrapassado, como dizem, cada nação tenha a responsabilidade de fazer sua lição de casa, ou seja, ler sua cartilha, compor sua escrita, saber de si. "Sua alma, sua palma", já diziam os antigos. Querer resolver os conflitos lá longe sem ver o que se passa dentro de casa, não serve de nada. E note-se o quanto há de estímulo na comunicação via internet para experimentar o estranho e ilícito, ou praticar algo condenável. E sendo assim, que a geração antiga, dos avós - que ainda preserva os valores tradicionais - procurem lembrar a essa gente desmemoriada a distinguir o que é falso e verdadeiro, o que é certo e errado. É o grande apoio que os moços merecem em suas realizações, ou seja, que os mais velhos lembrem a eles que são seres humanos e devem agir como tais, e se tornem livres de verdade, e não prisioneiros de em um mundo sem alma! 

*  BLOGUEIRA COACH