terça-feira, 29 de maio de 2018







     O CORAÇÃO É PARA AMAR



FESTA DE CORPUS CHRISTI - PRÓXIMO DIA 31 MAIO


O lema era não desperdiçar sorriso, não rir atoa, ou quase nunca rir. Aprendia-se a viver de cara “amarrada”, Maira tinha uma prima assim, que metia medo.  “Muito riso é sinal de pouco cizo” diziam para as meninas, sempre que elas começavam a rir, algumas com o “riso solto”. Tanto era assim, que não seria bem aceito o aviso moderno de “sorria você está sendo filmado”, as pessoas vigiadas por todos os lados. A tia Olga, recém-chegada do sul, com o diploma de psicóloga na bagagem, respondeu à curiosidade da sobrinha que “cizo era o mesmo que juízo”, e em várias ocasiões falou-lhe o que se segue:

“O sorriso, forma humana de expressar os sentimentos através do semblante, a positividade do sorriso. Certo que nos primeiros momentos de vida na terra o homem não sorria, os sentimentos só revelados aos poucos, na alma e através da expressão facial. Produto da evolução a amplitude do sentir, o que os outros animais não possuem. O entendimento implícito que há no sorriso, poderoso reverberar do estado interior, da sincronicidade entre os seres humanos.  Através do riso fazemos com que ressoe um estado de afetividade, de amor mútuo.

"O que temos hoje é um mundo de cara amarrada, esse que vivemos atualmente, quando o que se deseja é ter motivo para sorrir. E nada melhor que amar e ser amado. O Coração É Para Amar, título do livro do saudoso padre Nivaldo Monte, sua feição sorridente, a demostrar a importância que há em amar e sorrir, um aprendizado, como tudo o mais que se aprende na vida. Há o sorriso de cordialidade, sem a intenção camuflada de seduzir, um vínculo que se estabelece através das conexões sensoriais e temporais com o outro, e que não haja equívoco de intenções. Que o sorriso não dê ao outro desculpa para atitudes inconvenientes. O sorriso não significa, em princípio, início de algo além da cordialidade. A positividade administrada no ato de sorrir para quem quer que seja.

"A amizade e o amor têm tempo e momento certo. No assento ao lado no avião, por exemplo, o simples cumprimento basta, sem que haja obrigação em sorrir. Vale a seriedade do convívio naquele espaço apertado, e nem sempre a pessoa quer conversar, inclusive, pode estar cansada, preocupada com o trabalho, ou coisa que o valha. Ter e exigir respeito e apreço genuínos, e não enxergar o outro como suscetível de amizade, ou amor, o que nem sempre convém que aconteça. É  inconveniente  a atenção do sorriso, quando não  solicitado. Há um  sorriso que diz tudo, e aquele que nada expressa, alienado! Importa sorrir com propriedade.

"O amor requer conexão, sincronia de ações e bioquímica. O vínculo, a rigor, só acontece depois de algum tempo de convívio, de riso mútuo. O estado de alerta é normal, às vezes até em alerta máxima, devido às constantes ameaças, inclusive de abusos sexuais. As mulheres sofrendo  assédio com assustadora frequência. No trabalho, entender o que o sorriso do colega realmente significa. A intuição e sensatez ajudam a detectar as boas e más intenções. Olho no olho é um contato sensorial poderoso, para ativar ou desativar conexões. O amor não é incondicional, não vale tudo no sentimento amoroso, nem na amizade.

"No romance Maria da tempestade do padre João Mohana, a personagem Bárbara apresenta o namorado Guilherme para o seu confessor e é ela quem fala: Palestraram tão animadamente que não deixei de perguntar: 
- Já se conheciam? 
Respondeu o padre Tarjet:
- De algum modo. Há um modo misterioso da gente se conhecer sem nunca se ter encontrado; a apresentação só faz revelar. O padre Mohana psiquiatra, mostra a conexão que existe entre as almas, a comunhão de ideais.'"
  
Não é de admirar que Maira gostasse tanto de escutar a tia, que era psicóloga, e   seus escritores favoritos eram os dois padre citados. 
  
                                          
                                          *******

NOTA: O texto acima foi escrito a partir do livro Amor  de Barbara L. Fredrickson, que trata dos relacionamentos amorosos à luz da ciência. Algumas das “revelações”  comportamentais da autora, PHD em psicologia, tratadas aqui no blog de modo contrário, ou seja, mais condizente com a realidade cristã, na convicção de que dessa forma possa haver um melhor consciência e convívio entre as pessoas.    
   

sexta-feira, 25 de maio de 2018



CONTO

                         
                 TEMPO DE FESTA 

                 DO SANTO CASAMENTEIRO








Uma semana antes do casamento, após fazer os últimos arranjos na mobília da casa onde ia morar, a tia falou para a menina, que dela se aproximou:
  
-  Eu preciso estar só!

Palavras meio enigmáticas, e um motivo forte devia haver para serem ditas por uma pessoa tão afeita à comunicação. Maira deixaria para depois a novidade, que ia participar da quadrilha na festa de Santo Antônio do colégio. E ficou intrigada com a noiva, que ela não estivesse feliz da vida. A tia sempre controlada,  e parecia que algo lhe havia "fugido do controle". Se não era a mãe, nem a avó, era a tia que falava: “Não faz o menor sentido deixar as coisas correrem soltas”. A menina repensava na aflição da tia: O que lhe “escapara das rédeas”?

O dia todo a tia Ilza ficou voltada para seu mundo interior. A menina  elucubrando “os motivos mais absurdos”, mas ficou calada, nem sempre sua imaginação era premiada com elogios. No dia seguinte, assim como nos demais,  nada de diferente aconteceu na família, e a menina, felizmente “esquecida que só ela”, tratou de seguir a vida e não mais pensou naquele “assunto de adulto”, e criança tinha que respeitar, “para seu próprio bem”.  
         
       Aproximava-se o dia do casamento, que "já devia ter acontecido", alguém comentou, mas a explicação é que “só agora o noivo teve condições de arcar com as responsabilidades de mulher e filhos”, o que Maira escutou da outra tia e madrinha Sofia. As provas do meio de ano já estavam “em cima”, conclusão do ensino primário, e que fosse com louvor, para assim gabaritada, “seguir em frente, que atrás vinha gente”. Ainda bem que, para aliviar a tensão, chegavam as festas juninas do colégio e o casamento da tia.

No dia das bodas o choro da noiva fez Maira pensar se havia alguma ligação com aquela tarde em que ela chegou em casa pedindo que a deixassem só. A explicação que lhe deram é que a tia chorava porque o anel ficara largo no seu dedo. Em confiança a tia Ilza esteve só com o noivo, que a teria estuprada, boa peça ele não era, e os abusos fizeram com que acontecesse um metoo  entre parentes e conhecidos. Casamento realizado, com algumas santas palavras proferidas pelo pelo padre Policarpo, focadas na procriação. Momento especial a união matrimonial,  e sobre o amor a psicologia moderna diz  ser "uma emoção positiva de sintonia biológica e comportamental - positividade vigorosa entre duas pessoas que se amplifica como uma sinfonia". Mas não estavam os noivos no sofá de um analista, como deviam, nem na sala de concertos, e sim frente ao altar, erguido na casa dos pais da noiva. 

              Fora o incidente, anterior às bodas, tudo o mais foi como de praxe, até a recém-casada ser carregada pelo marido para entrar na nova casa. "Porque a tia Ilza está sendo carregada, ela não podia subir os degraus do sua nova residência com próprios pés?" A madrinha ralhou com Maira: 

                 - Fica quieta, menina!...



quarta-feira, 23 de maio de 2018

^




                      DAS EMOÇÕES 

CASCATA CELESTE



William Blake, diz que o homem, com sua percepção reduzida, trancado, vê as coisas através da estreitas frestas de sua caverna. Ao interpretar o poeta místico inglês, Aldous Huxley assevera que o cérebro humano tem uma válvula de redução, para reter na memória apenas o que for lhe útil para a sobrevivência. Temporários e espontâneos os acessos a essa caverna, com uma válvula de autolimitação, redutora da consciência. O perigo que corre a mente sem o devido cuidado em se conter, em se preservar. Fala-se atualmente na memória seletiva, ideal para o trabalho do cérebro,  não sobrecarregá-lo com coisas sem valor, que não interessa recordar. É mister não despender energia mental atoa, evitar o entulho. Tem gente que não mede esforço para lembrar de tudo que escuta e vê, apegada às minudências, típico dos menos inteligentes, pessoas com capacidade intelectual reduzida.

As torneiras da memória tenham, sim, boa válvula, para abrir e fechar quando necessário. Haver espaço na mente para as boas e úteis lembranças, para a reflexão e criação. Se há percepções, experiências emocionais, de acesso restrito, requer precaução em acessar, e se ajuste, quando necessário, para não deixar que transborde, fique sem controle. Para as emoções, construir diques, barragens, como com na vasão às águas, e assim se evite inundações, produtoras de lama, mais que qualquer outra coisa. A vegetação destruída e morte da vida marinha, resultado do acidentes da natureza, tantas vezes provocados pelo homem. Evite-se o arrastão das emoções. 

            Os efeitos positivos da afetividade, da crença religiosa, da música, válvulas de escape para as emoções. Haja contenção das emoções, que podem jorrar em cascata e virar arrastão. O modo operacional e emocional do cérebro é centrados no que é preciso e sirva às demandas próprias de cada pessoa. Na ampliação da percepção ter o maior cuidado, uma vez que os males estão à espreita. Evitem-se as drogas, facilitadoras da abertura, o que escapa à válvula, e se perca o controle das emoções. Temos  vacinas para quase todos as doenças endêmicas, e quanto aos males da alma, é também melhor prevenir, que remediar. Certo que as emoções negativas fecham a percepção, mas se tenha cuidado com a positividade, para que não vire alienação, que incapacita o agir e pensar com racionalidade.  Ter um cérebro razoavelmente positivo. Não pecar pela negatividade.    


segunda-feira, 21 de maio de 2018





       O AMOR - HARRY E MEGHAM






         Todos lembram de quando começaram uma amizade, e do amor ninguém esquece. Se há amores e amizades que não duram, também existem os de longa, ou infinita duração. Certo que amigos e amores verdadeiros são para toda vida. Afeto, afinidade, parceria, até mesmo interesse mútuo, regem os relacionamentos duradouros. Antigamente era assim, e se a ordem do dia é repensar amizades, amores, valores, isso significa que tudo hoje é para ser ligeiro e passageiro. Com facilidade perde-se um amor, vão-se as amizades, pois pouco perduram os interesses. Preservação não é  coisa para os novos tempos. O quanto vale para mim a amizade, e o quanto tem valor para o outro, sem preocupação. Tudo depende de estarmos em paz conosco, para estarmos em paz com os demais.  Fora aos agoureiros!
          
      O reverendo Michel Curry da igreja Episcopal americana foi o escolhido para proferir sua mensagem na cerimônia de casamento inglês do príncipe Harry com Meghan Merkle. Iniciou com as palavras de Martim Luther King Jr.Nós precisamos conhecer a força do amor.” As várias manifestações do amor, esse fogo criador, que faz a vida alcançar os melhores picos. Foi também citado Pierre Teilhard  de Chardin, padre jesuíta, que em seu livro Sobre o Amor,  descreve esse sentimento, como “energia cósmica”, “forma superior da energia humana”, “produto histórico da evolução humana”. O coral de cantores negros The Kingdom Choir, cantaram Stand by me. Ao final apresentou-se o jovem violinista, Sheku Kannh-Mason, que tocou a Ave Maria de Emmanuel Gounot. De arrepiar.
         
Antes do enlace o noivo falou do quanto sofreu com todo tipo de tristezas, que lhe chegavam por todos os lados, a ponto de quase ter um colapso emocional. Como qualquer mortal, o príncipe foi vítima do desamor, e o que não falta é a falta desse sentimento à volta, e muita gente para agourar as dádivas e alegrias do amor, também da amizade. E do que o mundo tanto precisa é do amor que promove alegria, esperança. Nada fácil a jornada anterior dos dois jovens nubentes, e vai continuar vida afora, o que exige preparação, amadurecimento. Não basta ser príncipe, ou fazer parte da nobreza. O amor de Harry e Megham não sendo tão somente uma união entre um homem e uma mulher, ou um simples chamado ao sexo e à procriação, embora  seja precípua e evidente a atração sexual do casal. Mas se ressalte a fecundidade de suas consciências  novas, em direção ao espírito de solidariedade, o que constitui um diferencial importante. O site da família real destaca  o ativismo de Meghan Markel.
      
Capacitação para o amor, além de outras capacidades que as pessoas adquiram, certo que assim serão bem sucedidas em seus relacionamentos, em suas uniões matrimoniais. Os nubentes em questão a quem foram dadas lições, até chegarem aos trintas melhor preparados, ou menos despreparados. Fizeram sua escolhas, nos trechos mais acidentados tropeçaram, mas de pronto levantaram-se. Lição de vida que também eles dão aos bilhões que viram pessoalmente o  lindo casamento em Windsor e os que o acompanharam pela televisão. Certo que há a nobreza própria de cada um, e a festa da união do casal - com pompa ou uma cerimônia simples - o que importa é ser aquele momento de alegria compartilhada com os familiares, e abençoados pelo amor sejam felizes. A propósito renovo aqui meus votos de felicidade para minha bela neta Larissa e o belo Stefano, que tiveram uma simples e linda a festa de casamento. A alma é essa folha em branco que recebemos ao nascer, onde gravamos nossa trajetória: os fatos, os feitos, alguns enganos, burradas, também os geniais acertos, páginas viradas, passagens feitas e refeitas nesse livro que é a escrita da nossa vida, a nossa história. 



sexta-feira, 18 de maio de 2018






             
             LAICISMO, FUTEBOL 
             E CASAMENTO REAL






Característica do nosso tempo, o laicismo não tem a  função de se sobrepor, nem ganhar terreno sobre a religião, que conta hoje com uma forte de atuação laica. Entenda-se que laicismo não significa ateísmo. É o efeito positivo da secularização na modernidade, a opção por uma vida mais livre, responsável e laica, em vez do simples controle e censura dos poderes constituídos. Mas  sem família, sem religião, sem filosofia, sem arte, cria-se um vazio na vida do homem. A frouxidão moral e a evasão nas igrejas fazem  prolifer uniões e crenças alternativas, exóticas e epidêmicas. Certo que a sociedade se desintegra sem o apoio logístico da alta cultura.

A vida moderna torna-se a cada dia uma exortação ao entretenimento, à diversão, ao consumismo, em detrimento da vida familiar, da atividade intelectual, da religião, em suma, da civilidade. Padecemos de um baixo nível cultural. Uma mãe chegou a declarar nas redes sociais que sua filha é cara, no sentido de preço. Ora, essa mãe deveria falar que a filha tem valores. Passou-se a confundir uma coisa por outra. Fora do exercício do pensar, do valorar, acontecem os absurdos que  vemos, gente sem noção. Na internet, local precioso para a  informação, vemos a desinformação, as mentiras. Os blogs são  bem vindos, os que interagem em benefício das pessoas, no sentido de impulsioná-las a um ideal elevado. Alguns nichos subculturais com alguma utilidade para esse nosso mundo sem tradição, mundo simplesmente consumidor.

A mídia anuncia a Copa que acontece no próximo mês, o futebol paixão nacional. Antes vai acontecer um casamento real, o que acende nas pessoas aquela chama de pompa e tradição, o que só a monarquia inglesa é capaz de fazer e encantar mundo afora. O príncipe Harry casa-se com a plebeia Meghan Markle, artista, divorciada, afro-americana, ativista de causas sociais e mais velha que o noivo, o que leva à perplexidade, seguida de aprovação da maioria. Estamos já no século XXI, e não comporta mais preconceito de qualquer espécie. Meghan é uma mulher de valor como todas as mulheres que se prezam. Voltemos ao que mais interessa aos brasileiros no presente momento, ser campeões mundiais no futebol pela sexta vez.

Entre os esportes o futebol é o que mais se sobressai, fenômeno de massa, que une os brasileiros em um só coração. Mas o esporte das multidões não é tão inocente assim, em nossos dias as partidas de futebol deixam de ser um momento gregário, e tornam-se pretexto para a liberação do irracional, e se pode avaliar o instinto agressivo de rejeição ao outro, de conquista e aniquilação simbólica do adversário. Famosos os grupos violentos  de torcedores apaixonados em confrontos homicidas. O comportamento é de uma horda em fuga da vida civilizada. Acontecem os confrontos, guerras, não de conquista de espaço, mas de simples vasão dos instintos primais. Não é para ser assim,  afinal o futebol nada mais é que um esporte moderno que deve ser apreciado por torcedores civilizados e não primitivos inimigos. 

     Casamento real e a Copa do mundo são dois espetáculos midiáticos esperados com ansiedade para acontecerem; o primeiro, no próximo sábado, o segundo, mês que vem. Que tudo ocorra bem e o final seja feliz, para a família real e para nós, brasileiros, mais uma vez sermos campeões mundiais.    
  
  



terça-feira, 15 de maio de 2018








                        

             ÉTICA  DO PRAZER


Educação, cultura, espiritualidade, sexualidade, um horizonte quase ilimitado de atividades e funções, constituem a existência humana. O prazer e os comportamentos sofrem influências as mais diversas. Todos nós, simples mortais, pecadores e santos levados por desejos e objetivos, que diferem ao sabor da vida. O gozo espiritual, que transcende o físico, tem origem nos anseios da alma, é inefável. Já o prazer material, sensual, vem da satisfação dos sentidos, do desejo da carne, que seja satisfeito, saciado, sadio. Sadio, não gozo sádico, anormal, do desequilíbrio físico e emocional. O sexo constituindo uma das fontes mais férteis e enigmáticas do fenômeno humano, diz Mario Vargas Llosa em seu livro A Civilização do Espetáculo, base para escrever meu texto.  

A sexualidade, colocada dentro de certas formalidades,  preserva sua natureza humana própria, como deve ser, e não se banalize, nem se animalize. Formalizado pela cultura, com freio, o sexo só acrescenta benefícios ao homem. Mas na modernidade tornou-se produto de consumo, o erotismo explorado de todos os lados. O perigoso da falta de cuidado ao tratar do desejo sexual, pois há uma queda do homem para a transgressão. Progresso não significa negação da regra moral, ou religiosa imperante. Temos atualmente a explosão de sexo na mídia, a literatura noveleira, que chega aos rudimentos da pornografia, as novelas pouco ficando a dever aos romances do marques de Sade.

O sexo na atualidade quer ser midiático. Noite dessa, o program da Globo, Conversa com Bial, trouxe uma entrevistada para falar sobre o poder da masturbação, o que as meninas deviam adotar, com cursos para ensinar essa prática. Um aprendizado, que nada acrescenta, e sim promove a perda do sentimento amoroso e do próprio erotismo. Do outro lado da tela os pobres mortais fora desses “avanços”, têm muito a lastimar. O certo é que o ato sexual não pode ser tratado como simples exercício físico. Sem as convenções, fora do ritual que enriquece, prolonga e sublima o prazer, há muito o que perder. Esses novos, novíssimos tempos, do vale tudo, redunda em permissividade, quando então os baixos instintos manifestam-se, e o sexo degenera para o abuso, a violência. Daí o número assustador de estupros, o que tanto preocupa a sociedade hoje em dia.


sexta-feira, 11 de maio de 2018

Valsa das Flores(Tchaikovsky)-Waltz of the Flowers.wmv







     


     O VALOR DA VIDA







Cuidado com as interpretações dos Evangelhos, no texto de Mateus 6- 28-30 o ensinamento é que seja  valorizado a pureza da alma, a vida espiritual simples, e as escolhas sejam pelo que eleva e faz bem, e se desprezem as futilidades. Não ter ansiedade pela sobrevivência, que hoje significa consumir e consumir, assim como almejar o sucesso a todo custo. Acaba por levar à angústia quanto ao futuro, e que o momento presente seja vivido com intranquilidade. Também não se caia no  oposto, deixar-se ficar em estado de confiança exagerada, quase no abandono do próprio ser. Olhar a natureza e a humanidade com atenção devida, na paz de Deus.

A percepção psicológica, espiritual, de serenidade para com a vida, que promove um estado agradável.  A natureza necessita de luz e água fresca para florescer, o que, em princípio, também basta aos seres humanos.  Sob um céu sereno que se goze da doce brisa, que conforta corpo e alma. O coração calmo é sempre aquele amplo em afeto e generosidade, e receber o mesmo em troca. E quanta beleza há no nascer e pôr do sol! Já o sol inclemente queima, castiga, ofusca.

  Passear em tempo bom, o sol ameno, o vento suave,  é o que há de melhor, anima o corpo e alegra a alma.  E quando acossados pelo calor, ou por forte chuva, que se busque abrigo em lugar seguro e com boa temperatura. Evite-se sair em dias de céu nublado, prenúncio de tempestade. A casa, o lar, abrigo contra  as forças indomáveis da natureza, local de amor e acolhimento, de ensinamento, assim como a Igreja. Quatro das Regras Beneditinas: 1- não se fechar em si mesmo; 2 – construir o futuro em comunhão com outras pessoas; 3 – bloquear a casa, livrar o coração das invasão mundana (mais importante ainda em tempo de internet); 4 – ter o repouso como um tempo de comunhão com Deus.

Faz que eu te ajudarei!” Promessa de Deus aos homens de boa vontade. Se a inatividade não é coisa boa, pior é correr de uma atividade para outra; sair atrás de uma diversão e outra, quase uma doença, às vezes já uma doença. Estar em constante busca do ter e do prazer, faz-nos insaciáveis. Quanto mais se busca é que foge a felicidade, rápido desaparece a realização pessoal. Não temer ficar sem fazer nada, mas no aguardo do bem, que logo vai surgir, nem sempre imaginado. 
               
            A vida como um rio, que sulca a terra, e segue tranquilo seu curso por entre pedras e cascalhos, alimentado por chuvas de bênçãos. Por séculos a Mãe divina derrama graças sobre o mundo. Na simplicidade de Maria que esteve ao lado de Jesus em Sua missão, e disse aos que O acompanhavam, e continua falando aos seus devotos: “Fazei o que Ele vos disser.”
   

PARABÉNS MÃES!    

quarta-feira, 9 de maio de 2018






           A PAZ QUE HABITA EM MIM






Ao despertar toda manhã  vivemos a experiência de uma ressurreição. Fomos dormir “mortos” de cansaço, e no dia seguinte é como se ressuscitássemos para a vida. Momento de pensar no milagre que ocorre, e se possa resgatar esse novo dia cheio de possibilidades. E diante da pergunta: será hoje a continuação do dia anterior, ou um novo começo? E se possa responder: Certo que as coisas vão continuar como estão lá fora, não para mim. Hoje pela primeira vez eu levantei consciente, realmente desperta, e assim vou sentir as coisas em volta, as pessoas, tudo, como devo ver. 

         Terei a mente mais atenta e curiosa; o coração com mais entusiasmo e menos ressentimento e medo. O trabalho senti-lo-ei mais leve, não um fardo, ver o que faço com outro olhar. Hoje, amanhã, a cada novo dia um passo a frente. Com paciência suportar aqueles dissabores que acontecem, queira-se, ou não, e podem incomodar. Espalharei mais energia positiva, e não serei vítima da negatividade. 

Não  deixarei que meu dia escureça com tristezas e ofensas. Na dissidência sentirei a paz que habita em mim. Terei sempre o consolo  da luz que brilha em minha alma. Terei coragem para enfrentar os fracassos, serei mentalmente forte e continuarei aprendendo e crescendo.  Optarei pelo que faz bem à alma. Darei valor às coisas simples, puras, livres de todo mal: "Olhai os lírios do campos..." Deus é o melhor guia.

sábado, 5 de maio de 2018






 OH, SÃO PAULO DO PAISSANDU!


EDIFÍCIO WILTON PAIS DE ALMEIDA NOS BONS TEMPOS




Um incêndio seguido de um espetacular desabamento de um edifício em S. Paulo, no Largo do Paissandu, causou forte impacto, como acontece com tragédias deste porte, e um grande movimento de solidariedade logo surgiu para acudir as vítimas. Não demorou a serem reveladas as entranhas da vida paulistana, através daquela montanha de ferros retorcidos, o que restou do Edifício Wilton Pais de Almeida, construído na década de 60, tornado abrigo dos chamados sem-teto, invasores do local. Abrigo é menos que residência, onde vivem uma massa de desabrigados, muitos vindos de outro país, e também da própria cidade para onde acorrem gente  de todos os rincões brasileiros em busca de emprego, e acabam vivendo por anos numa situação de penúria na mais rica capital do país. “São Paulo do Pacaembu, Viaduto do Chá e da Praça da Sé... Nós todos queremos que Deus te proteja e te faça feliz.”, hino do passado, homenagem a São Paulo.

O prédio de 24 andares, no centro de São Paulo, era marco do progresso paulistano, uma torre revestida de vidro, desenhada pelo arquiteto sírio-brasileiro Roger Zmekholo, que teve como primeiro proprietário o empresário mais rico do Brasil na época, dono de uma empresa próspera no ramo da vidraçaria, impulsionada pela construção de Brasília.  Sebastião Paz de Almeida chegou a presidente do Banco do Brasil e ocupou a pasta de ministro da Fazenda no governo de Juscelino Kubitschek. Empresa e carreira pública entraram em declínio com a chegada dos militares ao poder, o empresário tachado de inimigo da Revolução, e acabou por entrar em falência e por dívida o prédio transferido para o governo federal, abrigando a sede da Polícia Federal, antes de ser abandonado.  Não demorou os andares do edifício serem transformados numa favela, com barracos improvisados nos andares, sem a mínima segurança de habitação. Conforme depoimento da moradora do 5º andar, houve um curto circuito na tomada do seu barraco, onde estavam ligados três eletrodomésticos.


DESABRIGADOS DO INCÊNDIO

Devido as proporções do desastre, que aconteceu na madrugada, todos dormindo, foi um milagre que não tenha ocorrido muitas vítimas fatais, e o que se sabe, até agora, houve a morte de um rapaz de 39 anos, Ricardo Galvão Pinheiro, que costumava percorrer as ruas do centro de patins, e segundo relatos, ajudou na evacuação do prédio, orientando idosos e crianças a se salvarem das chamas, que avançavam numa velocidade incrível. Mês de Maria, e pode ter sido por sua interseção que nenhuma das 30 crianças deixou de ser salva, nem se feriu. Dentro da igreja, vizinha ao prédio, na praça, concentram-se as doações e os atendimentos, atraindo outras  pessoas que vivem nos muitos prédios no centro do S. Paulo em igual situação. Uma máfia no comando das invasões, cobrando aluguel e tudo, ajudando nas fiações improvisadas, nos tapumes de madeira e papelão, divisórias dos cubículos. A melhor moradia para a boliviana Virgínia, chegada  de pouco ao prédio, e há 17 anos vivendo na capital vagando de um lugar para outro,  fazia parte dos 25% de estrangeiros no edifício que desabou. 

O problema da moradia, como muitos outros, na saúde e educação, cruciais para muitos e muitos brasileiros, assim como para os estrangeiros que por aqui aportam, fugindo de miséria pior lá fora. O corpo de Ricardo foi encontrado depois de intensa busca entre os escombros. Os bombeiros de parabéns pelo seu trabalho heroico. Exemplos não faltam de gente boa no que faz, aplicada em seu trabalho, e quanto aos governantes que sejam vocacionados para trabalharem em prol do Brasil e seus  habitantes, como deve ser, para tanto é que são eleitos. Outubro vem aí, de eleições para presidente e governadores, vamos ver se aprendemos a lição, depois de  tanto desmando e corrupção os eleitores votem com real consciência.
EDIFÍCIO WILTON PAIS DE ALMEIDA EM CHAMAS

quinta-feira, 3 de maio de 2018





MAIO - MÊS DE MARIA             

                  
                             MÃE



Em se tratando da teoria evolucionista toda criação, ou procriação, é um desprender-se.  Entenda-se que desprender-se não significa perder-se, mãe e filhos estarão sempre ligados espiritualmente. No cristianismo os protestantes aproximam-se da interpretação materialista - o Filho perde-se da Mãe. Mas o princípio básico filosófico e religioso da catolicidade, é que Maria e Jesus estiveram sempre juntos, desde a concepção até a crucifixão. Sabemos pelos Evangelhos o que aconteceu em Caná - início da missão de Jesus na terra; e ao fim – com Maria ao pé da Cruz.  

Certo, certíssimo, que o nascimento não é uma despedida, diferente da morte, graças a Deus. O que seria dos filhos recém-nascidos sem uma mãe, que os amamentassem, e cuidasse da educação e sobrevivência dos seus rebentos por alguns anos, até por toda vida. Os fortes laços maternais e filiais nunca se findam, mesmo que não haja a dependência material, física. O desejo é ter uma mãe exclusiva ao lado, o que nem sempre é possível.  Fica aquela lacuna, até quando vem em nosso auxílio a Mãe Divina.

Pelo dogma cristão, o Criador mantém o homem afastado de si após a Queda, predestinado a evoluir fora do Paraíso. O otimismo da ortodoxia, com a certeza de que o homem NÃO se encontra muito confortável no mundo, ou na casa terrena em que habita. Como que a sentir saudade de uma outra casa, de um outro Lar mais seguro, e seria a casa do Pai. Nele habita uma Mãe só para nós, devemos chamar por Ela. Blasfemo o pessimismo, ou o ceticismo, que afeta nossa época, quando então, paradoxalmente, a credulidade toma conta das cabeças, acredita-se em tudo.


BLOGUEIRA COACH

terça-feira, 1 de maio de 2018


              


   VIDA LONGA E COM PROPÓSITO






Ser uma pessoa realizada e de fé, em sua longa vida sentir que tudo deu certo, é uma coisa muito boa. E o que não pôde, ou não quis fazer, nem continuar, tenha sido por motivo pessoal, plenamente justificado. Remorsos, sempre há alguns, de não ter feito mais pelos que estavam próximos, mas sobre isso aconselha Clarice Lispector à irmã, respeitar os próprios erros, por inocência, descuido, impulso.

Falam que no mundo atual as pessoas têm mais liberdade para fazer suas escolhas. Escolherem ser elas mesmas, mudarem, e nesse sentido há agora muito mais interferência do que antigamente. De todos os lados as pessoas são acossadas pelas mudanças externas e para que mudem seu modo de ser, de agir e até pensar.

Um tapa ali, uma joelhada acolá, um empurrão, e lá se vão as convicções mais arraigadas levadas pela essa ou aquela correnteza, ou por alguma onda. Tempo de redes sociais, e chega a hora de se adotar o ascetismo mental, devido a muita mentira, difamação, o que se espalha como rastilho de pólvora. Em primeiro lugar, não dar crédito a rumores, seja de que forma for, venha de onde vier.

Em segundo, não dar um tiro no próprio pé com os excessos, desejos que se renovam a cada estação. Temos agora que ser fortes, não como uma onda, que arrasta, ou a tempestade que destrói. Resistir às forças destrutivas da natureza, e fazer com que trabalhem a nosso favor.

Anunciam o fim da velhice, e seria de se perguntar: Qual seria o propósito de vivermos mais? Sim - vida mais longa e com propósito. Das fontes removidas, esquecidas, saber da sua validade eterna. Que se eternize em cada um  a memória do Pai, a quem os filhos devem gratidão. E cheguemos todos ao centenário como pessoas abençoadas, não velhinhos e velhinhas em aflição. A questão é moral, e tem solução.   


         SAUDAMOS O DIA DO TRABALHO!