sexta-feira, 31 de maio de 2019

13 DE MAIO , NOSSA SENHORA EM FÁTIMA, Procissão



MAIO - MÊS DE MARIA
MAIO SE DESPEDE E FICAM AS BÊNÇÃOS DA MÃE DIVINA 





              UNAMUMO  E O BRASIL





Fim de semana, a família reunida na casa dos pais, ou de um dos filhos, o almoço saboroso, recheado de comentários ainda mais saborosos, se o assunto não for política, caso contrário o sabor pode ser amargo, desde a bagunça reinante no mundo até a vida do povo brasileiros, a quem falta tudo. Todos esperançosos com o governo do presidente Bolsonaro, que está empenhado em cumprir as promessas de campanha, nesse ponto e em tudo o mais diferente dos governos anteriores. Já estão no cafezinho, e a mãe, blogueira, deu início à conversa:

— Um artigo da revista de maior circulação no país narra o ocorrido na faculdade de Salamanca, o articulista com a intenção de posicionar-se contra o presidente Jair Bolsonaro, comparando-o com o general das hostes fascistas na Guerra Civil Espanhola. Quem está atento ao que acontece no mundo sabe do embate que houve entre o filósofo espanhol Miguel de Unamumo(1864-1936) com o general franquista Millán-Astray. O filósofo espanhol, entre as minhas leituras de juventude, um defensor ferrenho do legado espiritual da humanidade.
                 
           — Havia o comunismo ameaçando uma república em total desequilíbrio, o resultado foi o que todos viram, a cruel ditadura fascista na Espanha. Nada que se compare com Bolsonaro, que apoio em tudo, inclusive na liberação de armas para a defesa pessoal, o que não significa liberdade para matar, ameaçar quem pensa diferente. Coisa da ideologia marxista.
               
            O filho acabava de dar o seu aparte, em seguida pediu que a mãe continuasse a falar, que ele gostava de ouvi-la, por sua cultura e vivência, ela atualmente sempre atenta à mídia.
                 
             — O dia era 12 de outubro de 1936, dois anos antes de eu nascer, comemorava-se o descobrimento da América na universidade de Salamanca, da qual Unamumo era reitor. Millán-Astray fez no local seu discurso ameaçador no qual exaltava a vitória do fascismo e a subida de Franco ao poder, como ditador. O filósofo corajosamente tomou a palavra para dizer que era defensor da razão e do direito, contra os quais o fascismo se batia, e mais, que ao general faltava “grandeza espiritual”. Millán-Astray de pronto revidou com o brado: ”Abajo la inteligência!Viva la muerte”.
                 
               Falou a filha mais velha:
                  
              — E sabemos, que nada mais havia a fazer, estava tristemente selado o destino de uma Nação, por décadas. Bem diferente do atual presidente, eleito pela maioria do povo brasileiro. O presidente Jair Bolsonaro á a esperança do Brasil.
                 
            O pai, companheiro da mãe desde os idos tempos, até aqui escutava atentamente a conversa,  deu seu veredito:
                 
           — Não há dúvida que o fascismo tomou conta da Espanha, o que também aconteceu em Portugal, com a ditadura de Salazar, coisa do passado. Sobreviveram as palavras de Unamumo, sua coragem, ao enfrentar as ameaças contra o espírito de uma nação combalida, que estava sendo ferida em seus nobres ideais. Em Bolsonaro detecto o mesmo ideal elevado do filósofo espanhol. E se houve conivência com os desmandos dos governos anteriores, os eleitores fieis de Bolsonaro, a maioria da população, resolveram ir às ruas protestar contra o poder do mal e defender democraticamente o país das garras dos inimigos da nossa cultura cristã. E seja dado poder a quem tem razão, e mais ainda, a quem possua grandeza espiritual.
                  
               O dia chega ao fim e a última palavra coube à mãe, antes que os filhos se despedissem, até o encontro do próximo domingo:
                
           — O moderado Miguel Unamumo era contra os extremismos políticos e anticlericais, convencido dos valores universais da cultura espanhola, e dizia que Astray queria ver uma Espanha mutilada. O filósofo era uma resistência à intrusão das ideologias, seja marxista, seja fascista, ou outras tantas que se infiltram na vida intelectual do ocidente.              

quarta-feira, 29 de maio de 2019



FRASES INSPIRADORAS 




“A Igreja Católica é a única coisa que salva o homem da degradante escravidão  de ser um filho de sua época.”
                                         G. H. Chesterton


“Tudo que você ama eventualmente perderá, mas é certo que o amor retornará de uma forma diferente”.
                                         Frank Kafka


“Amo a Deus. Ele me dá alturas para alcançar as pessoas”.
                                         
                                        Yousafzai Malala


“E no meio daquela confusão Deus disse: Estou cuidando de tudo, confie nem mim. Apenas não solte minha mão”.

                                      FACEBOOK





MINICONTO


                    A BRUXA CORINA II







Corina estava atenta, dizia sempre: “o que tem que ser deve ser, e não o contrário”. Havia chegado o momento de estender seu tapete mágico mais uma vez, para alguém que dizia querer vencer na vida com seu trabalho e encontrar uma pessoa especial. A afilhada só tinha que apertar nas mãos a pedra mágica que há muito a tia reservara para uma pessoa merecedora.

Corina tinha uma filha querida, que era muito bem atendida pelo pai em todas as vontades, e sempre a dizer: “eu quero é mais”. Para essa o poder e a glória das passarelas lhe caiam bem, mas o lindo romance ia ficar com sua prima. Um novo casal ia se formar, e Corina sabia que o  encontro ia ser numa rara presença dos dois numa praça.

O impulso essencialmente espiritual que faz brotar a palavra certa, o sentimento nobre. Pode acontecer com uma simples e silenciosa dona de casa, ou empresária, todas as pessoas naturalmente intuitivas. Outra face desse silêncio que impulsiona a alma é a palavra escrita. O feitiço benfazejo de certas palavras, fruto da experiência, e não de cunho ideológico, a merecer exorcismo.
            
          Há uma inegável conexão entre literatura e bruxaria.  O feitiço, ou a força magnética  que certos escritos exercem sobre quem os ler. A magia das letras e das ideias que vai sendo colocada no papel, ou surge na tela do computador. Modo especial de deleitar-se, e conjurar esse mundo do avesso, para que o lado direito mostre a sua verdadeira face.

segunda-feira, 27 de maio de 2019





conto

                 A BRUXA CORINA





Era uma cidade pequena encantadora, todos se conheciam, cuidavam da vida uns dos outros, no bom sentido. Entenda-se que cuidar não quer dizer fofocar, sendo assim, reinava a paz em Santa Rita. Para os de fora parecia que as pessoas se metiam demais na vida alheia, como acontece em lugares pequenos. Os visitantes daquele paraíso, localizado no interior do pais, iam em busca daquele ar interiorano, do encanto do lugar entre montanhas, diferente das agruras suportadas nas grandes cidades.

Existiam problemas em Santa Rita, sim, iguais a quaisquer outros lugares, mas as pessoas podiam contar sempre com alguém ao lado, atento ao que acontecia para ajudar.  A mágica da cidade era reforçada pela presença de uma pessoa especial, Corina, que tinha o dom de prever os acontecimentos no futuro, próximo e distante, uma bruxa do bem. E quando enxergava algum problema dava um jeito para consertar as coisas. Certo que não precisa ser bruxa para prever certas coisas. Ela era dona de uma pousada, onde sempre estava chegando gente, seu comércio acolhedor, as pessoas se sentindo em casa.

Chegavam casais em lua de mel, ou comemorando bodas, o que a dona da pousada acolhia da melhor forma. Um jovem casal veio com a intensão de casar e fazer na pousada sua festa. Corina, bruxa como ela era, não demorou a detectar algo errado no comportamento dos noivos, ele satisfazendo exageradamente os desejos da linda noiva, mesmo contrariado, como se ele estivesse sendo testado. Ela tratando de confirmar seu poder sobre o outro, poder maléfico,  diga-se a bem da verdade. Uma bruxa má. Simples para Corina ver claramente o futuro daqueles dois, que não seria nada promissor, se continuassem procedendo daquela maneira, Corina foi a campo.

Chamou primeiro o rapaz e abriu-lhe os olhos, mostrou o erro que ele cometia demostrando ser o que não era, só para agradar a noiva. Fez o mesmo com a moça, que ela devia repensar sobre seu procedimento, tendo em vista uma união duradoura, até para sempre, afinal, eram cristãos e não pensavam na solução de se separarem, se algo desse errado. O casal resolveu então adiar sua pretensão de casar. E enquanto fazia as listas para devolver os presentes e pagar as despesas já feitas, tiveram então oportunidade de conversar mais seriamente, expressando mais claramente seus pontos de vista. Casaram, sim, mas com a garantia de um futuro bem melhor.

Corina havia conquistado  um par ideal, seu marido, não resta dívida que fruto de um bom trabalho da noiva e futura mulher. Bruxa do bem, que tinha orgulho de ser responsável por alguns casamentos em Santa Rita, ou descasamentos, tramando pela união de alguns, ou   fazendo com que os “apaixonados” desistissem de casar. A intenção não era atrapalhar o sonho de ninguém, apenas dar oportunidade para as pessoas refletirem sobre o que faziam, enquanto era tempo. E teve um rapaz que pretendia casar ainda muito jovem. A “paixonite” logo foi detectada por Corina, depois vêm os filhos, ela pensou, não ia deixar passar. 

Ele queria casar e amadurecer sua vida pessoal, sexual. Além do mais sentiu que o rapaz pensava fugir da responsabilidade com a mãe viúva e uma irmã. Para essas duas mulheres Corina previu um futuro feliz, a irmã dele terminava o ensino médio e ia conquistar um excelente emprego, e melhor, teria sua vida afetiva muito bem resolvida, dando tempo para o amor amadurecia no seu coração, o pretendente à espera. Já o casamento precipitado do irmão dela não ia ser fácil levar adiante devido a incompatibilidade com seu par. O amor não é tudo, principalmente quando apenas um se esforça para que a relação dê certo. Corina não se esquivava de alertar as pessoas para que refletissem bem sobre cada passo  dado no presente, do qual ia depender o futuro.    

domingo, 26 de maio de 2019





                     VIDA ONLINE






Um encontro no shopping das duas amigas rendia sempre uma boa conversa. Marta e Maria, com os mesmos nomes das personagens bíblicas, estavam naquele domingo dispostas a tirar o atrasado, fazia tempo que não se viam. Sempre naquele cafezinho, deram início aos assuntos do dia, dessa vez foi sobre a vida online. Falou Marta: 

             - Como diz minha avó, pacata era a vida sem a internet, o dia a dia nas pequenas cidades e nos lares sem maiores influências vindas de fora. Hoje essas mesmas pessoas vivem em metrópoles, numa amarga e ao mesmo tempo doce vida de conectados, diuturnamente acessados. As redes possibilitando as constantes interações entre as pessoas e com o mundo. O conhecimento e tudo o mais que nos chega a um simples toque de tecla. O mundo, vasto mundo, físico e também imaterial, online. Temos, sim, que comemorar.

               Afeita à internet, Maria era dessas que não ficavam longe do celular, e sem tirar os olhos da telinha em frente, e já havia passado um a-mail, respondeu para a amiga:

- Certo que desde priscas eras as redes permeiam a sociedade, redes sociais e secretas no passado, até mesmo conspiratórias. O conhecimento restrito a poucos, que se ampliou e dispersou. Dinâmicas e às claras são as redes sócias de hoje em dia. Mas as conspirações continuam, só que menos ocultas, fácil de detectar. A forma oculta de fazer política, sempre influenciada pelas redes, torna-se mais aberta, os políticos atualmente mais afeitos ao diálogo, por influência das redes, que elegem, inclusive, presidentes.

Marta era professora e sempre que fala parecia que dava uma aula:

- Como fios que se cruzam e entrecruzam para formar um tecido, seja ele qual for, assim é estrutura da internet, suas conexões. Tem as redes sociais onde as pessoas se encontram e também desencontram. O conhecimento que se difunde através dos cursos online. A grande afluência do pensar, e também se mostrar, via internet. Amizades e saberes que ficariam ocultos para sempre sem esse veículo extraordinário de comunicação que é o computador, e as grandes estruturas de experiência humana montadas pela internet.

         - Minha amiga, Marta, as igrejas já aderiram à vida online, uma grande novidade, conquanto de há muito existam as redes montadas para difusão da sua fé, os católicos com sua rede missionária. Os partidos políticos formados em torno de famílias poderosas, os critérios nem sempre os mais justos, tudo para preservação do nome, tornado famoso, justamente devido às famílias e sua rede de parentes, amigos, e todas as pessoas que orbitam ao seu redor, formando redes. Redes em que não faltam intrigas, como quaisquer outras que se formam nesse mundo.

Despediram-se as amigas bendizendo a internet, certas que tinham em mãos um importante meio de comunicação. Haviam comentado também que infelizmente sempre há gente que quer estragar as coisas. Mas a maioria da população mundial conectada buscava informação, utilizando as redes para acolher ideias, para difundir ideais.

    

sexta-feira, 24 de maio de 2019






                                                     BABEL





              Em priscas eras a construção de uma Torre teria provocado a ira divina, interpretação contestada pelo canadense Alberto Manguel no seu livro "Palavras". Teria sido as más intenções de uns, que queriam chegar ao Céu para atacar as hostes divinas, enquanto outros pretendiam celebrar seus ídolos no Paraíso, e por aí vai. Conhecida pelo nome Babel, a torre planejada para atingir o céu, motivava os homens na terra, que trabalhavam sem parar. A princípio utilizavam uma única linguagem, e assim comunicavam-se às mil maravilhas.

                A Torre parecia uma solução mágica para o homem em sua ambição desmedida. Deus é deixado de fora, enquanto uma hoste de homens ambiciosos, empenhavam-se na monumental obra. essencial a comunicação entre eles, justo onde falham. A certa altura os trabalhadores começaram a falar diferente idiomas, provocando uma confusão. E como  ninguém mais se entendia a malfadada torre não pôde de ser levada adiante. Deus não quis, mas consentiu.

                A sociedade humana é uma construção, que se forma e consolida na comunhão de ideias, na língua e na crença, a serem compartilhadas, a princípio, pela comunicação oral. Os hebreus tomaram conhecimento do outro, em primeiro lugar, e para levarem adiante uma crença, endossada pela razão, escreveram a Bíblia, essencialmente humana e civilizatória. A grandiosa arte de contar experiências, de transmitir conhecimento, através da palavra escrita. Os pensamentos como "tijolos" ligados pela "argamassa" da sabedoria e humildade para a concretização de um ideal maior. 

           Torres de ferro é o que vemos hoje por toda parte, que captam ondas no espaço, sons e imagens, que são transmitidas via satélite para os aparelhos de televisão e computadores. Uma moderna babel, das comunicação, com a qual as pessoas se comunicam, instruem, informam, mas também se isolam. A informação na mesma hora em que os fatos acontecem. Os internautas tendo a ilusão que chegaram ao topo, com o auxílio da deusa comunicação. Na antiguidade as pessoas deixaram de falar a mesma linguagem e não mais se entenderam. Não é diferente do que acontece hoje, o mundo todo ligado pelas através da internet e redes sociais, mas as pessoas se afastam cada vez mais umas das outras. 

LEIAM SEMPRE. RECOMENTO O LIVRO A SEGUIR:


terça-feira, 21 de maio de 2019






                          A MANOPLA

HOMEM DE FERRO




Expressão muito usada no passado diante de uma ofensa pessoal  era “bater com mãos de pluma” no ofensor. Mas em luta corporal os brigões da cidade tinham uma solução, a “manopla na cara” do contendor. O violento passado do ser humano, quando era permitido utilizar a manopla de ferro para destruir a face do inimigo. Instrumento proibido, que ainda é vista no cinema nas mãos dos chamados Vingadores e nas histórias em quadrinhos. De minha parte, tenho uma nova versão da manopla para combate do mal no mundo em que vivemos.

Lembrei da manopla como arma de defesa por vivermos em tempo do domínio da ignorância e da maldade, de letais ideologias. Nem sempre as afrontas podem ser tratadas com leveza, e se possa usar as plumas da compreensão e do perdão, atitude   que pode levar o inimigo a adquirir mais força. Não que se deva voltar à barbárie da manopla antiga. A solução civilizada para as brigas continua a ser não revidar com as mesmas armas da violência, mas tratar o oponente de um modo brando, com todo respeito. Absurda a covardia de alguém querer desfigurar a face do outro.

Em se tratando-se do veneno letal de certas ideologias, é bom que se tenha em mãos uma arma, sim, que defenda o pensamento, a vida em sua integridade. Não é fácil para os homens de bem viverem, ou sobreviverem hoje em dia, diante dos males morais que permeia toda a sociedade. Sendo então necessário intimidar esse inimigo da civilização, fazer com que ele sinta a força de uma mão firme, bem protegida. Os boxeadores têm suas poderosas luvas, o esporte violento seguido por muitos adeptos. Há pouco postaram no Face: “O fraco baixa o nível, o ignorante se vinga, o sábio ignora”. Até certo ponto é bom ignorar as ofensas pessoais e seguir adiante, não vale a pena perder tempo com gente que não sabe o que diz nem diz o que sabe.

O mal tem que temer a força do bem, e a arma utilizada pode ser a temível manopla, não de ferro, mas feita de metal leve, em cada alça pedras preciosas da linguagem: literária, filosófica, histórica, sociológica, e em especial as palavras inspiradas na doutrina cristã. Com essa manopla derrotar o inimigo, e se possa formar pessoas de bem. Tom-se como modelo o instrumento de combate bárbaro, muda-se o material utilizado, para torná-lo civilizado. Assim, com a manopla do bem socar a cara dos ideólogos do mal que hoje lutam com armas perigosamente letais para desfigurar a face do mundo. Felizmente contamos atualmente um grande brasileiro, o filósofo Olavo de Carvalho, que diariamente na internet soca a cara do mal vigente no pais e no mundo, com sua manopla do bem. Ele explica aos que o acusam por ser conservador: “Conservadorismo significa fidelidade, constância, firmeza. Não é coisa para homens de geleia. 

sábado, 18 de maio de 2019










MINICONTO

              
          ACALME SEU CORAÇÃO




Ela permaneceu no colégio após o fim da aula, não queria encontrar certa pessoa, podiam vê-los juntos, algum parente, ou conhecido, eram muitos jovens para namorar. Naquele tempo era assim, havia tempo para tudo, no caso, tempo para namorar e tempo de casar. Uns dez minutos depois saiu apressada para pegar o bonde.

O rapaz ainda estava a postos, e ela fugiu correndo, alcançando a condução, que a essa altura ia passar duas ruas acima. Correu desabalada, e nem pensou no vexame, o que seu irmão testemunhou. Ele passava no local e encontrou o rapaz, seu conhecido, do qual a irmã fugia. Logo desconfiou do que acontecia. A correria da irmã, e ainda a apreensão do rapaz ao lado. José Maria, irmão de Maria José, pensou de imediato que havia “boi na linha”. E justo na linha do bonde...

“Que tola era a irmã”, ia interceder pelos dois, e foi o que fez quando chegou em casa, se bem que lhe custasse muito servir de pombo correio, nunca imaginara tal coisa. Ele achava que ia ficar com raiva, como irmão mais velho, mas logo entendeu que a irmã estivesse gostando do interessado, que além de colega de classe, era seu amigo. Não o melhor amigo, tinha um amigo de infância, que seria o par ideal para a irmã, ela também torcendo para o irmão namorar uma de suas amigas.

Mas a vida não segue como se planeja, mas como tem que ser, o que no fundo é o que a gente quer. Inútil questionar porque tudo acontece de uma certa forma, em vez de outra. E assim nos achamos e nos perdemos, nos encontramos e desencontramos, levados pela razão, ou pelo coração, que tem razão que a própria razão desconhece. Ondas levam as pessoas para longe, ventos trazem para perto. Saber que o amor  existe, mas não é tudo, e que certas virtudes são essenciais ao casal. Ter paciência para suportar a falta dos beijos que não forem dados, os poucos abraços e ainda os silêncios que parecem não ter fim, melhor que brigas. A gratidão que hoje Maria sente por si mesma, também sendo grata ao companheiro de tão longa jornada. E aos jovens que ainda buscam seu par, ou melhor, um motivo para ser feliz, dizer: Acalme seu coração! 

( Trata-se de uma ficção, com ensinamentos para a vida real.) 

Nota: Abaixo, livro do Pe. Nivaldo Monte - Natal RN- 1958. Tempo bom!


sexta-feira, 17 de maio de 2019






MINICONTO          

             
 CONVERSA NO CAFEZINHO








Avó e neta estavam no shopping tomando um cafezinho depois das compras, o que costumavam fazer no último sábado de cada mês. Conversavam sobre a chuva que ainda caia forte na cidade, época de já ter ido embora dando lugar à secura, típica de Brasília. Mudando de assunto a neta comentou sobre a falta de amor entre as pessoas.  A avó aproveitou para falar-lhe:

— Na geração passada jamais desejamos ser amados, como se deseja hoje em dia, as pessoas queriam mais ser respeitadas, que amadas. No fim contou-se com o devido respeito, e o amor não faltou. Quanto mais amor queremos, menos recebemos, essa a verdade. O desejo é muito grande hoje de amar e ser amado, talvez pela falta desse sentimento tão essencial à vida.

— Vó, parece que não mais existe amor entre as pessoas, muito menos respeito. Em certas ocasiões e lugares, até mesmo nas redes sociais, criado para as pessoas se comunicarem, mas a impressão que alguns querem dar é de ser um lugar onde se sabe mais da vida do outro que o titular. Um modo estranho de ser, mas é assim mesmo hoje em dia.  

             E a avó:

          — Sim, tem gente que parece não fazer outra coisa a não ser vasculhar a vida alheia, sente orgulho de saber tudo sobre todos e conhecer todo mundo, chega a ser ridículo, quando não maldade mesmo. Desacatam, humilham, sem a mínima noção de respeito.

Depois dessas palavras a neta de dona Marta lembrou de algum tempo atrás, quando era presença obrigatória em todos os lugares badalados, sempre querendo estar rodeada de gente, agora o que mais queria era ficar quieta no seu canto. Tinha acabado um longo relacionamento, sem casamento oficial, e descobriu que amava estar consigo mesma. A avó, sua confidente, retrucou:

— Não é bom se esconder, nem querer aparecer demais, um segredo para se viver melhor, e evitar ansiedade, um mal destes novos tempos.

— Não estou fugindo do amor, nem estou ansiosa para amar, vou deixar acontecer no devido tempo e com a pessoa certa. Tive um bom relacionamento com Filipe e espero que o amor aconteça novamente, darei tempo ao tempo, que ele é um mestre.

— Acredite, minha querida Luana, a vida retribui o amor aos que amam, e percebo o quanto é dura as lições que dá aos que não sabem amar. Amar não é passatempo, é coisa séria.

Terminado a conversa no cafezinho, neta e avó despedira-se, com afetuoso abraço. Haviam cumprido uma missão de amor.


  

quarta-feira, 15 de maio de 2019






                 

                                 SOLUÇÃO CIVILIZADA





Se “merecemos toda a abundância do universo”, como disse o famoso astrofísico inglês Stephen Hawking, e se nos contentamos em ser apenas herdeiros dos bens universais, o que acontece?  Relaxar e gozar, ou seguir o bom senso para que se evite abuso da dádiva recebida. O planeta habitado, chamado Terra, com vida em abundância, onde animais  racionais e irracionais se multiplicaram em meio à natureza exuberante, tendo o necessário para a sobrevivência por um tempo determinado.

O homem, como ser racional, sujeito à evolução, que também está sujeita aos desígnios de Deus, o Criador. Depois de milênios de vida sobre a Terra, nos dias atuais, podemos então dizer que evoluímos? Pessoas evoluídas é o que somos, ou ainda seres primitivos, apenas criadores de estratégias, que se perpetuam, para simples defesa contra o inimigo, ou “amigo” à espreita? O medo a mover nossas políticas. Sempre em busca de um porvir, que traga a almejada paz e a prosperidade para todos. 

A avançada ciência e tecnologia criadas por conta e risco do homem, e não poderia ser de outra forma, mas não evita a barbárie. Uma nova barbárie, que torna a vida uma ópera bufa, em um palco de destruições difícil de aceitar, e que avança na política de alguns países da América do Sul, também da Europa, e mais a China comunista. O Brasil petista e esquerdista, por mais de uma década em que foi dominado por adeptos do ateísmo, da ignorância e da roubalheira. E desde a chegada dos europeus nestas terras que um país cristão foi aqui inaugurado.

Contra a esquerda foi eleito um presidente de direita no país,  Jair Bolsonaro, que teria perfil bárbaro, por liberar o porte de armas para a defesa pessoal e patrimonial. Uma solução bárbara, para tempos bárbaros. Mas a batalha do novo presidente e da direita no Brasil é pelo progresso, com uma política movida pela fé, pela moral e pela lei, para que os homens de boa vontade possam continuar em paz sua boa e justa caminhada. Tudo por uma solução civilizada, ou seja, que cada brasileiro tenha como meta a pessoa de bem que quer ser, e todos, juntos, possam ter a sociedade almejada e o sonhado Brasil. 


quinta-feira, 9 de maio de 2019






FELIZ DIA DAS MÃES!


conto
         
          
              
       BOLO DE NATA






Ela lembra bem quando casou, ainda bem jovem, não tão jovem como se casa hoje, ou seja, se inicia a vida sexual, sem a exigência do casamento. Não sabia de nada, nem cozinhar o básico. Não tardou a aprender, inclusive economizar, que não significava poupar dinheiro para render no banco, e sim para o casal viver com os recursos que possuía. A mulher não trabalhava  e o marido de Maria, bancário, bem diferente de banqueiro.

Nem sonhava Maria com a bolada de dinheiro da mega-sena acumulada, aposta que ainda não existia. Acalentava outros e melhores sonhos, enquanto fazia seu bolo de nata.  Com paciência e determinação ela colhia a nata do leite que consumiam em casa diariamente, o suficiente fazia um bolo doce e gostoso para a família. Pela nata é que se sabia a qualidade do leite. Os sonhos também colhidos como a nata, e reservados no coração, que os resultassem em bom alimento para satisfazer o apetite e digno de admiração.

Maria já tinha noção de como fazer um bolo, que via a mãe confeitar com arte os gostosos bolos que a avó fazia. A nata (ou a manteiga), o açúcar, a farinha, acrescidos do fermento para fazer crescer a massa, ingredientes misturados com a colher de pau, por mãos divinas, que faziam tão leves e gostosos bolos. Produção caseira, hoje uma raridade, os bolos e doces industrializados, que deliciam uma gente que não sabe mais fazer bolo, nem precisa  colher a nata. Todas as delícias diante dos olhos, pronto para o consumo.

Sedutores doces em grande quantidade enfeitam as prateleiras das confeitarias, muitos deles de sabor duvidoso, de bonita aparência, ou nem isso. Simplesmente fazem as pessoas serem consumidoras compulsivas. Um dos grandes males da humanidade é a compulsão. Acabamos sem apreciar o gosto que as boas coisas da vida têm. Criam-se novas receitas para seduzir e viciar, enquanto padece o coração da falta que o ideal e o inefável fazem. Os costumes moldados na pressa do aqui agora, que rouba  um  bom  tempo  de sonhar.

Hoje, contestam-se a nobreza e a excelência do ser humano, sua doçura e altruísmo sob suspeita. Não seríamos nada mais  que  criaturas  sôfregas por forrar o estômago e satisfazer os instintos elementares. Nada mais que bárbaros, que criam mecanismos para sair da barbárie, embora cada vez mais se afoguem nela, tudo justificado pela lei e pelos costumes. A  estrutura social não mais moldada pela filosofia e pela religião, cujos preceitos  buscam o ideal de vida para o homem  e para a civilização.

A batalha continua, que a massa está sendo mexida, e se não for usado o fermento do bom pensamento filosófico e da fé religiosa o bolo vai solar.     

sábado, 4 de maio de 2019





CONTO

                   JUNTOS PARA SEMPRE



       
    Assunto não falta quando mãe e filhos se põem a falar sobre os problemas nacionais. Maria conversava com sua filha casada e com um casal de filhos. Estavam para se despedir quando um dilema lhes ocorreu, que as coisas seriam difíceis no Brasil por ter um povo miscigenado, do que  já ouvira várias vezes. Resolver por a questão em pauta:
      
     — Fundiram-se alhures a cultura branca europeia, a negra africana e a amarela indígena, e assim formou-se a identidade nacional brasileira, o que pode ser considerada uma feliz ocorrência, no que acredito, mas ás vezes duvido se essa arrumação foi positiva, ou  seria melhor se tivessem deixado os índios sozinhos e em paz nessas vastas terras.
          
    — Sim, Mãe — responde a filha animada em abordar o assunto — nossa condição é especialíssima, de miscigenados que habitam uma parte considerável das terras americanas, num rico país de nome Brasil. Acho que temos algumas vantagens, por conta da diversidade cultural, como também nos são negadas algumas possibilidades de crescer mais uniformemente, você não acha?
      
       O assunto entrava em seara difícil, do preconceito, pois tem gente que acredita em raça superior e inferior.
        
         A Mãe arriscou:
        
      — Somos duzentos milhões de pessoas juntas por força do destino, que têm de conviver, e que reine a paz e harmonia entre nós, ou sofreremos eternamente o drama social da discriminação. O preconceito existe mundialmente, haja vista o problema dos imigrantes e refugiados. Não é diferente entre nós, por incrível que pareça. E o que devemos ter é a  consciência de entender que somos um povo originário de raças de origem diferente, que um dia se juntaram, e juntas permaneceremos para sempre, com a graça de Deus.
          
        Havia chegado a filha mais nova de Maria, com nome de Amélia, mas que não tem nada a ver com a mulher submissa homenageada por Pixinguinha: “Amélia é que é uma mulher de  verdade.” As palavras da filha número dois eram de fé no país:
          
        — Sabe, mãe, o Brasil, nosso amado Brasil, se pode dizer que “é uma brasa, mora“, como cantou o rei Roberto Carlos. Elegemos nossos reis, tem o rei Roberto Carlos da música, tem Pelé, rei do futebol, tem o rei do gado, que não me ocorre o nome, e por aí vai. Já fomos um reinado de verdade, isso em priscas eras. Hoje em dia tem os intitulados de reis no mau sentido, querendo tomar conta de tudo, mediante exploração e roubo. Lá em cima a Lava Jato prendendo os corruptos, enquanto na parte de baixo, do lhé com cré, estão todos comprometidos. 

           A Mãe concluiu:

        - Temos, sim, de ter orgulho de ser quem somos, miscigenados, e tratar de valorizar mais os que estudam e produzem bens de natureza intelectual, assim como a produção material, valorizar os que investem e ter o maior respeito pelos professores e todos os que trabalham de verdade pelo bem da nação. Certos de que juntos venceremos.

quinta-feira, 2 de maio de 2019






                       REPOUSO SANTO DA FÉ     
        


       
       Segundo as escrituras os apóstolos de Jesus, que depois de sua morte se dispersaram pelo mundo em peregrinação, para evangelização e também fugindo das perseguições. Tiago, um dos mais queridos do Mestre foi mais longe, teria enveredado  por regiões ermas da Galiza, para dar início a seu trabalho apostólico, sendo considerado pela tradição o evangelizador da Espanha. Após alguns anos regressa à Palestina, onde acabou perseguido e decapitado a mando de Herodes Agripa, Seu corpo destroçado foi então recolhido por seus discípulo, que o levaram para enterrar onde hoje se regue a majestosa catedral naquele local ermo.

            A peregrinação a Compostela foi iniciada por Afonso II (769-842) após receber a notícia dada pelo ermitão Pelágio de ter avistado certa noite uma luz de um grande número de estrelas, sobre um monte. No local, foi então encontrado os restos mortais do apóstolo. O rei das Astúrias mandou então erguer a primeira igreja no local. Encontra-se alusão ao acontecimento do século IX. Em 872, devido ao número de peregrinos no chamado Campo Estela, Afonso III mandou construir uma majestosa igreja em substituição à primeira. O fenômeno religioso esvaiu-se entre os séculos XIV a XVIII , só renascendo no século XX, com  as modernas peregrinações, que fazem o local ser hoje o 3º lugar Santo do Cristianismo após Roma e Jerusalém.  

quarta-feira, 1 de maio de 2019






                                         COMPOSTELA







          Sair do conforto de casa para uma viagem, seja curta ou longa, causa grande  expectativa com o previsível e também o imprevisível, fatos que acontecem, mesmo que a pessoa vá logo ali. Mudar de endereço então é uma aventura daquelas. Em especial mudar para o exterior, quando é preciso programar bem para o lugar onde ir e o que se quer fazer. Para uma viagem a passeio a excursão é o aconselhável para os mais velhos, para não haver aperreios desnecessários com a bagagem e tudo o mais, seria o nosso caso. Mas acabo de chegar de uma agradável viagem com familiares, o tempo muito bem aproveitado, o programa é que foi meio cansativo, mas valeu apena.

          Acho que já viajei o bastante, e posso dizer sem medo de errar que minhas viagens, em especial as de mudanças, construíram minha vida, e de alguma forma teriam afetado a mim mesma. Tem a história de Kafka ao fim da vida, quando então encontrou uma menina numa praça chorando a perda de sua boneca. O que fazer? Cérebro dos mais criativo, o escritor tratou de resolver a questão da melhor maneira que sabia, escrevendo. Foram cartas de consolo endereçadas àquela pequenina alma, a quem entregou-as em novos encontros. Na primeira carta a boneca dizia para a menina: “Por favor não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo”. Depois vieram as cartas da boneca narrando suas peripécias mundo afora. Por fim a menina recebeu uma nova boneca com um último bilhete: “Minhas viagens me transformaram”.

           Embora seja acontecimento auspicioso, as pessoas ficam estressadas nas viagens, mesmo a passeio, difícil prever o que, ou quem vamos encontrar pelo caminho. Mas a vida é assim mesmo. Deixa pra lá os contratempos, que a vida é bela e vale a pena viver e viajar, sempre bem acompanhados, para compartilhar a experiência de ver de perto o quanto foi construído de belo por nossos antepassados. Nossa primeira viagem ao exterior foi em 1976, de lá para cá o turismo avançou, como também avançaram as melhorias para uma estadia mais confortável aos visitantes. Afinal, descobriram a grana alta que os turistas trazem para o país. Na Europa, além do cenário, a culinária promove experiências empolgantes, também algumas decepções no sentido gustativo. O turismo dá trabalho e requer investimento, o Brasil precisando caprichar mais, se quer atrair visitantes. Penso na minha cidade natal, São Luís, capital maranhense, com mais de quatrocentos anos, tão rica em tradição, com um belo casario e sua especial diversidade cultural. 

          Lisboa e Porto, já conhecíamos, mas sempre tem coisa para ver e rever. Daí pegamos o carro para  acompanhar a filha mais nova com o marido, que iam fazer  o Caminho de Compostela como ciclistas. A outra filha guiando o veículo alugado em Porto, a estrada tortuosa, mas bem sinalizada e o asfalto como um tapete. Conhecer Santiago de Compostela na Semana Santa foi um privilégio, mesmo sem poder acompanhar todas as procissões, mas sentir de perto a beleza cultural da fé católica, que se perpetua. A cidade de encanto e organização invejáveis, suas ruas centenárias com os calçamentos impecáveis, prédios antiquíssimos tão bem conservados. Não esqueci da moça passando o pano nas paredes externas do prédio, quando já estava tudo limpíssimo dentro e fora do restaurante. Ver para crer. Acontecia uma dura disputa eleitoral na Espanha, finda no dia 28, um domingo chuvoso, com a vitória do extremista Sanchez vencendo o moderado Casado, com a entrada no Parlamento da extrema direita para ocupar 24 lugares.

          Tudo se transforma em alegria numa viagem, um bom momento para os mais velhos, idem para os jovens, que vimos em revoadas pelas estradas e também  pelas ruas de Compostela. E ainda a grata surpresa de ver crianças em boa quantidade passeando com seus pais pelas cidades europeias, quando falam que elas estão sumindo. Cinco dias em Sevilha, nada menos que isso para conhecer melhor seus encantos, e o contentamento com a breve excursão às cidades espanholas de Zahara, Ronda e Sietenihille expresso ao final do passeios por uma excursionista ao lado da companheira, ambas de maia idade: “Quanta coisa linda para a gente ver!” Hoje em dia as pessoas querem se divertir como nunca. O tempo ensolarada, mas ainda frio de início de primavera na Europa.