terça-feira, 31 de março de 2020

segunda-feira, 30 de março de 2020






      AGATHA CHRISTIE NA REVISTA VEJA





moda no início do século


Confiável do passado, a imprensa, hoje, não merece a mesma confiança dos leitores. O nosso país vítima de um jornalismo com o mau costume, ou vício, de distorcer os fatos, arrumar as coisas para que sirvam aos seus interesses. Qualquer assunto é tratado com viés ideológico. Eminentemente partidário é o jornal, a revista, a emissora de TV e sua política. No vale tudo para atingir objetivos espúrios, que é atacar o outro lado, vendo como inimigo quem pensa diferente. Na maior cara de pau imprimem histórias da forma que convém aos interesses de uma imprensa simplesmente interesseira. Dá raiva o método desses robôs, intitulados  jornalistas,  que distorcem e escondem informações, enquanto ressaltam fatos com possibilidade de interpretações equivocadas.  

Na revista Veja desta semana saiu uma matéria sobre as comemorações do centenário da estreia da escritora Agatha Christie. A jornalista encarregada do assunto, logo de início, mostrou-se intrigada com o fato de uma escritora do passado ter resistido ao tempo, ou seja, que ainda tenha leitores, chamado-a de "vovozinha do crime". A celeuma que houve quando a autora de O Misterioso Caso de Styles ( seu livro de estreia em 1920) desapareceu por alguns dias mereceu especial destaque. Agatha Christie havia sofrido um trauma com o fim de um longo e tranquilo casamento, trocada por uma mulher mais jovem, quando então, angustiada, saiu de casa, e depois de bater o carro numa árvore, foi para um hotel, sem dar notícia. 

A escritora de Assassinato no Expresso Oriente era filha de um americano rico, que que na Inglaterra se apaixonou por uma moça da bem situada burguesia inglesa, um tanto excêntrico, passou a viver de rendas, o casal instalado na pequena Torquay. A filha Agatha educada da melhor forma, para uma jovem tímida, não tendo frequentado o colégio, seus primeiros anos de estudo, feitos em casa, a cargo da sua instruída e talentosa irmã, dez anos mais velha. A única irmã de Agatha com talento literário, logo abandonado, mas que desafiou a outra a escrever uma trama policial em que o assassino só seria descoberto no final, desafio aceito quando  a escritora estava servindo na Primeira Grande Guerra, e para passar o tempo livre do trabalho na farmácia, lhe veio a ideia de contar uma morte por envenenamento. Duas irmãs e um irmão gastador e excêntrico, como o pai, causa de preocupação na família, revelado pelo escritora em suas memórias. 

A juventude foi bem aproveitados pela jovem Agatha, futura especialista em contar histórias de mirabolantes  assassinatos, que  caiu no agrado dos leitores, alçando-a a píncaros de vendagens nunca vistas, bilhões de exemplares, a autora equiparada  a Shakespeare. Agatha, todavia, queria ser cantora lírica, sonho que sua timidez impediu de realizar, quando achava que a pessoa devia se dedicar ao máximo apenas àquilo que podia fazer  bem  e  melhor. Feminista, racista, narcisista, nada disso cabe à pessoa de Agatha Christie. O título O Caso dos Dez Negrinhos foi transformado em E Não Sobraram Nenhum pela patrulha que também atingiu Monteiro Lobato, acusados de racistas. Tudo bem, mas na Inglaterra há respeito e discernimento, jamais uma escritora Agatha Christie poderia considerada "ofensiva" por ser conservadora, como fez a citada articulista brasileira. Um trabalho literário bem aceito, valorizado financeiramente e também com valor moral.

Agatha Christie foi, sim, uma pessoa de sua época, e muito especial, que recebeu o título conservador de Dama, honraria concedida pela rainha Elizabeth II. Gente do passado, sim, de onde ainda se pode tirar alguns bons ensinamentos. Evoluímos, sim, em muita coisa, mas regredimos em tantas outras, infelizmente  Estilo datado, o que significa isso?  Jane Austen, outra grande escritora inglesa, incólume ao tempo, navegante das mesmas águas conservadoras, certamente  periga ser também tratada na  Veja de modo abusivo, ou seja, com o viés partidário, político, ideológico.   

   

terça-feira, 24 de março de 2020






                TEMPO, TEMPO, TEMPO...




O agudo vagido do bebê ao nascer é sinal que o ar entrou em seus pulmões. Sinal exterior de vida, presente desde a concepção. O primeiro respirar desse ser especial, até que dê o último suspiro.

 A vida é-nos revelada com seus sabores e suas dores. Além do primordial ar, começamos a sorver o sabor doce da vida com o leite materno, ao lado da experiência da dor, que a fome revela desde o início.

Em quase tudo igual e ao mesmo tempo diferente dos outros animais, o homem é um ser frágil, que necessita de cuidados especiais, assim como vai precisar de  importante aprendizado.

De corpo e alma entramos na vida. Vem a infância, seguida da juventude, idade adulta e maturidade. É o tempo que passa, convenientemente delineado e nomeado. Idades preciosas, que temos de aproveitar ao máximo. E a humana ânsia de viver não é pouca.

Os anos passam, e chega o tempo em que o peso da idade nos faz desacelerar. Sentimos então a paciência se esgotar, o não querer se aguçar, e ainda sobrar inquietações. Mas estar vivo é um privilégio na velhice, como em qualquer idade.

Se perdemos energia com o tempo, o sabor da vida parece que melhora à medida que transcorrem os dias, as horas, os minutos. Quão precioso em nossas vidas é cada segundo! Ter então a graça de ficar velho e poder confessar que sabe viver, hoje, melhor que tempos atrás.

Sim, sobram dores e arrependimentos, mas a sorte é que nossa alma é também fonte inesgotável de esperança e alegria.

Aproveitemos o tempo precioso dos sessenta anos, e algumas décadas mais.
    

sábado, 21 de março de 2020

quinta-feira, 19 de março de 2020



CONTO

EM HONRA A SÃO JOSÉ

                        

            PÁTRIA CONSERVADORA





Dois irmãos, como de costume, encontram-se todo fim de semana em Shopping  perto de sua casa. Aquele é dia do ano especial, dedicado a S. José, ainda mais para eles, católicos fervorosos, que têm o mesmo nome do pai de Jesus. Assunto não falta, na política o caos resultante dos governos de Lula e Dilma — caos moral e econômico. O primeiro dos irmãos a falar, inicia com um comentário sobre o que disse a mídia:

— A mídia esquerdista desta semana teve o desplante de comparar o filósofo católico Olavo de Carvalho a Hitler. Dúvida não há sobre Hitler, que foi o mais terrível dos líderes que o mundo já concebeu, além dos ditadores comunistas, todos mensageiros do mal. Ao contrário de Olavo de Carvalho, que é um mensageiro do bem, e faz contraponto à mentalidade maligna dessa esquerda, que grassa em nosso país. Estou revoltado, e acredito que, para enfrentar o radicalismo esquerdista só mesmo um radical de direita. 

O aparte do irmão caçula veio com grande ênfase:

— Fácil, facílimo, é enxergar um monstro na figura de Hitler, mas ninguém esqueça que se tratava do porta-voz de uma nação humilhada, que se dispôs a seguir as terríveis ideias saídas da cabeça de um líder louco e os falsos “gênios” da raça, seus asseclas. O orgulho anglo-saxão não hesitou em partir para aquela triste aventura, que lhe foi proposta em desforra pela derrota sofrida na Primeira Guerra. A Alemanha dominaria o mundo, o que o tresloucado austríaco bradava em seus discursos inflamados.

O José mais velho, já com a cabeça embranquecida, tomou a palavra:

— Um denodado combatente Hitler? Mas um suposto exemplo de bravura e coragem humanas, posto que direcionadas para o mal. O que pode acontece quando a pessoa se desvia do bem e se torna mensageira do mal. Aconteceu o pior, quando a orgulhosa nação alemã, ao se ver em situação moral e econômica adversas, pós-guerra, rebaixou-se ao nível que todo o mundo lastima até hoje.

Sempre enfático, o outro José declarou:

— Com Hitler a fantasia teutônica foi levada às últimas consequências.

O José mais velho muda de tom para abordar mais profundamente o que acontece no Brasil:

— Quanto aos brasileiros, trata-se da sua alma latina, que não tem nada de fascista, e elegeu, conscientemente, com larga maioria, um presidente de direta. Uma pátria conservadora, cansada das estripulias da esquerda, que tanto mal fez ao país. O caos moral e econômico pós Lula e Dilma precisava, sim, de Jair Bolsonaro e seu guru Olavo de Carvalho, sem esquecer a ministra Damares. 

O José caçula aproveitou a deixa para voltar a expôs seu pensamento, agora sobre a questão nacional:

— Inegavelmente que a melhor  opção para o confronto com essa esquerda materialista e amoral que quer dominar o país, só mesmo um radicalismo de direita. As pesquisas apontando alta rejeição da nossa sociedade  às questões comportamentais como a união civil entre pessoas do mesmo sexo e o aborto.  E o que temos a dizer se a historiadora e professora Lilia Schwarcz, da Universidade de São Paulo, afirma com certo desdém: “Nosso presente está cheio de passado”?  

—Nosso passado só nos qualifica como sociedade civilizada. Meu caro irmão, a solução é simples, basta que os governantes aceitem o que nós, brasileiros, almejamos como sociedade. E se Jânio quadros não cumpriu o que prometeu, fugiu da raia, e  culpou as forças ocultas, agora parece que essas forças estão bem claras. Bolsonaro sabe bem quais são, e não deve esmorecer no seu intento progressista e moralizador.  Repito: Olavo de Carvalho é um mensageiro do bem, em contraponto à mentalidade dessa maligna esquerda.

Os dois irmãos deram por encerrada a conversa, o Shopping ia fechar mais cedo por conta do covid19, um novo coronavírus, no momento  atacando sem dó nem piedade o país, como acontecia em todo mundo.