DO “MECANISMO
“ À TECNOLOGIA
No início do século passado empregava-se o termo “mecanismo” em vez de "tecnologia", quando o conhecimento científico e tecnológico ainda estva nos primórdios, e o medo invadindo as mentes. Foi quando Emmanuel Mounier apontou os limites que impõe a própria natureza humana aos avanços no campo da técnica, que por si mesma, “guardava os gemes da limitação”. Os equipamentos caseiros chegariam a seu limite, assim como a mecanização que avançava, mas ia diminuir, assim que fosse atingido o necessário para uma vida cômoda para todos. Era o que imaginava o criador do personalismo cristão, revelando seu bom senso, que refletia o que existia àquela época.
Na
realidade íamos passar dos limites, e nem se podia imaginar esse sucesso todo,
que redundou em consumo desenfreado, com comodidades que beiram o absurdo. Inclusive por
conta da propaganda, que teve início no século XVII, através de panfletos, por onde
se difundia a moda, que era como uma mística, tão presente no tempo em
que a religiosidade estava em crise. Já se vê que a coisa vem de longas datas,
antes mesmo das máquinas movidas a vapor, e logo a seguir à energia
elétrica, o que acelerou de forma exponencial a produção e o progresso humano. Até
chegamos ao celular e ao computador, com o mundo todo conectado diuturnamente
via internet.
Do mais pobre ao mais rico, todos de posse de algum aparelho para se comunicar, se informar. As notícias da produção, e também meio extraordinário para o conhecimento, que se difunde sem parar, o que é bom. Mas também há difusão acelerada de assuntos para confundir as cabeças, o que só aumenta a cada dia que passa. Tento imaginar então o que diria Mounier diante desse avanço todo. E mesmo que ele avalie ser pueril que se queira extrapolar os limites humanos, já toma a iniciativa de falar sobre os males da desadaptação social no mundo diante dos avanços do saber adaptado à técnica. Hoje, por exemplo, há um número tão absurdo de veículos trafegam nas ruas a causar congestionamento no trânsito. E por aí vai. A pergunta que não quer calar, é aonde chegaremos no futuro próximo, e mais distante.
Além
da adaptação aos novos tempos, o conselho de Mounier é criar regras, com o que
se evitaria o pior. E vive-se hoje numa verdadeira guerra urbana. Já estamos
indo na direção da perda em essência humana, o que é mais apavorante. É fato consumado a IA. E só temos que
lutar para que seja empregada nos limites necessários para o bem da humanidade
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