GALERIA VERMEER

segunda-feira, 30 de junho de 2025

sábado, 28 de junho de 2025

PARABÉNS  

AO VENEZUELANO SANTIAGO  SCHNEEL POR ASSUMIR

 A PRESIDÊNCIA  DA DARTMOUTH COLLEGE, 

UMA DAS OITO UNIVERSIDADES DE ELITE QUE COMPÕEM 

A IVY LEAGUE NOS ESTADOS UNIDOS



 

                                    SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO - PARTE 2

 


 

          Há sonhos quiméricos, errado apostar neles. Abandonar a razão, optar por aquilo que é controverso, e que se manifesta com a força da paixão, pode acontecer em qualquer tempo e lugar. O teatro grego conta essa história em suas Tragédias, que inspirou Shakespeare a escrever, não uma tragédia, mas dramática encenação teatral, intercalada por uma comédia de bufões. Na Grécia helênica, berço da democracia, está para ocorrer  o casamento de Hipólita com Teseu, ao mesmo tempo que acontece o encontro de amor de outro dois casais. Demétrio ama Helena, assim como Lisandro ama Hérmia, nos planos temporal e atemporal das manifestações artísticas  e transcedentais, sua ética  e estética.

           E porque os enamorados foram parar na floresta vizinha em vez de estarem ao lado dos reais nubentes em Atenas? A floresta é romana, cadinho cultural, assim como vai ocorrer no mundo medieval, com suas lendas e, em especial, seus magos. Os magos renascentistas, como Tommaso Campanella (1568-1639) na sua sonhada Cidade do Sol. E não por acaso o Sonho de William Shakespeare (1564-16160) é de uma Noite de Verão. Em fuga, e devido a cansativa travessia, os quatro adormecem, numa espécie de hibernação. Naquele estado de vulnerabilidade longe do lar de origem, tudo pode acontecer, é quando entra em ação Puck, o gênio da floresta, que vai colocar gotas mágicas nos olhos dos amantes masculinos. Ao acordarem eles não mais reconhecem suas amadas. Lisandro, ao abrir os olhos, desconhece Hérmia, e ainda sonolento, resolve conquistar Helena, ao escutar seu choro pela ausência de Demétrio, também enfeitiçado, que foi em busca de Hérmia.

           O sonho daquela noite de verão vira pesadelo, por conta dos excessos dionisíacos  e bárbaro nos campos de batalha de conquista territorial da Grécia espartana, que precede a vontade apolínea, histórica, democrática, em Atenas. Hérmia  e Helena são arquétipos das  figuras mitológicas que validam as mulheres por aquilo que elas são, como fonte de criação, liberdade,  compreensão. Nessa encruzilhada, Lisandro renuncia a graça de Hérmia, e diz para  Helena ”Quem troca corvo por pomba?”  Helena representa a estética na arte, atitude que deixa Helena ofendida com aquele falso amor, e foge dele. Hérmia está sozinha, com Demétrio já a sua procura, ele também enfeitiçado pela magia do gênio da floresta, está apaixonado pela pessoa errada.

          Os nobres Lisandro e Demétrio foram impelidos a serem infiéis às companheiras. Inconstante e trágico, o mundo das aparências,  e por ser infiel ao seu amor, à sua crença, o masculino padece, e faz o feminino padecer também. Sofre o mundo com as forças estranhas vindas das alturas das ambições imperialistas, também das profundezas, tanto na helênica Grécia, como em Roma, ou em outro qualquer lugar no mundo de ambições hegemônicas. É o que ocorre no mundo renascentista, das grandes ambições de onquistas territoriais e marítimas. Poderes estranhos sempre vão querer se  sobrepor ao ideal de vida na fé, esperança e caridade cristãs. A ética peotestante rejeita a arte, que é adotada pele catolicismo, em que ética e estética estão alinhadas..

 

 


sexta-feira, 27 de junho de 2025

 



 EM S. LUÍS HÁ A RUA DOS FRANCESES  EM  HOMENAGEM  AOS FUNDADORES.

E HÁ A RUA DOS HOLANDESES, QUE TAMBÉM ADARAM POR LÁ. 

RUAS IMPORTANTES.NA PARTE NOVA DA CIDADE.

JÁ RUA  PORTUGAL NO CENTRO HISTÓRICO

EXPRESSA SUA REAL DESCENDÊNCIA.



quinta-feira, 26 de junho de 2025

 

DOM PEDRO II EM VIAGEM PELO INTERIOR DO PAÍS.



quarta-feira, 25 de junho de 2025

 


 

                                    SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO





                     Verão das noites quentes e iluminadas pela luz da lua, que aquece os sonhos,  serve de inspiração para Shakespeare no seu drama mitológico sobre a Grécia helênica, influenciadora do Império romano. Atenas, Roma, como em qualquer lugar ao despontar de um novo tempo, de uma nova consciência . A extraordinária história da cultura greco-romana, que o bardo inglês aborda em sua narrativa, e inicia com o casamento da heroína cretense Hipólita com o bravo Teseu, fundador de Atenas. As bodas ocorrem no plano superior da hierarquia ateniense, um Amor consciente e maduro, a que segue a paixão de dois jovens casais: Hérmia com Lisandro e Helena com Demétrio.  

                      Hérmia, filha do fundador de Atenas, tem dois pretendentes, sendo que o preferido da moça é o nobre Lisandro, enquanto seu pai prefere Demétrio, que é o amor de Helena. Dois campos diferentes, até certo ponto divergentes, encontram-se no alvorecer dos novos tempos. Hérmia representa o hermetismo e Helena o helenismo. O homem, até então um sacerdote, ou um guerreiro, adepto de Hermes Trimegistro, torna-se pensador na Grécia helênica, berço da democracia e da filosofia. E ao sofrerem assédio por conta desse amor, os casais fogem para a floresta vizinha,  fora da Grécia.

                 Exaustos após a travessia, os casias dormecem na floresta, o que remete a Roma, considerada selvagem em relação à Grécia. Roma fundada por Eneias às margens do rio Tigre,  na floresta romana bufões ensaiam  uma peça para a noite das bodas em Atenas, cujo nome é A mui lamentável comédia e crudelíssima  da morte de Píramo e Tisbe. Representam a classe emergente, dedicada ao comércio e aos negócios. Daí que o tecelão Fio faz o papel do rei Pìramo, mas em dúvida se é amante ou tirano como chefe dos artistas bufões, quando quer representar  todos os personagens, ou seja, Marmelo, Trombeta, Lua, Leão, Luar. 

                O cadinho cultural em que se transformou Roma. E o amor dos casais em fuga de Atenas vai sofrer o imponderável nesse estranho ambiente. No plano atemporal ou nessa dita selva, está ocorrendo um outro casamento, de Oberon e Titânia. O deus das profundezas  do mar, ou da natureza, é quem faz  Puck o gênio da floresta colher a “flor do amor”, ou da magia natural, que vai deixar Lisandro confuso, não mais afeito a amar Hérmia, e já perdido de amor por Helena. A magia natural mais brincalhona, que má, faz com que ocorra a troca dos sentimentos dos personagens masculinos por suas amadas. Anteriormente Puck havia comentado com uma fada o fato de Teseu estar aborrecido com a Rainha  por ela ter buscado no Oriente um pajem, Eros, para os gregos, e Cupido, para os romanos. Por conta dessa traição a união real em Atenas terá desentendimentos em vários planos. 

 


sábado, 21 de junho de 2025

quinta-feira, 19 de junho de 2025

quarta-feira, 18 de junho de 2025

 

LINDA CASA, SEM MURO - BONS TEMPOS - HERVAL - RS 



 

SIGAMOS O CONSELHO DE UM VERDADEIRO SÁBIO!



segunda-feira, 16 de junho de 2025

 

QUANTA ELEGÂNCIA!


INGLESES EM S. PAULO CAPITAL


domingo, 15 de junho de 2025

 



 

 

          

 

                                       TEMPO

 


            Ela um dia se deu conta do tempo que ainda tinha para viver, e não podia ser desperdiçado, ou gasto atoa. Foi quando a avó faleceu, sem que tivesse completado setenta anos, um momento crucial, quando então se indaga sobre a finitude. Teve pena da pessoa que a criou, e se foi tão cedo, mais que de si mesma. Moça ainda, na sua curta ou longa existência, teria que enfrentar algumas dores, como também ia ter essenciais alegrias. E mais tarde ao tentar mensurar o tempo que sorriu, chorou, duvidou, ou acreditou piamente, e muita coisa mais, ia verificar que  uma força a fez progredir, ou retroceder, e era a própria vida testando sua capacidade para viver. E qual seria o resultado dessa matemática? O tempo ia avançar, o mundo não ia parar, e  o importante para aquela moça era não perder sua essencia, evoluir para ser sábia, e assim melhor aproveitar sua vida.


sábado, 14 de junho de 2025

 

 

UMA CASA DE AVÓS!

QUEM NÃO SE LEMBRA?



sexta-feira, 13 de junho de 2025

 


 

 

                                       DOCES DIAS NA CASA DA AVÓ

 

FONTE DO RIBEIRÃO - S. LUIS - MA



        A cidade era antiga, com um especial casario, os muros das casas grudados uns aos outros, o seu interior habitado por famílias numeroas, onde não se via cães, nem gatos. Os cachorros na rua, a gozarem livremente a paz de São Francisco. Já os gatos costumavam entrar na cozinha, vindos não se sabe de onde, para sorrateiramente roubarem a carne, se houvesse descuido. Esses animais de loga data domesticados, que hoje em dia são entes queridos, até mesmo no lugar dos filhos. E, se antes não estavam nas casas, por onde andavam os cães e gatos com seus pedigrees?  Na meia-morada da Rua das Hortas havia apenas um gato, que a avó trouxe da morada-inteira da Rua Rio Branco. Apenas as galinhas no quintal, com seu cacarejar logo ao amanhecer, à espera do milho, que Mariana Rosa jogava aos punhados na terra, para serem devorados por ávidos bicos, antes de irem par a panela.

       Na cozinha desde cedo o carvão crepitava no fogareiro à brasa, e depois de ferver a água da chaleira para o café, estava cozinhando o feijão na panela de ferro. A avó quase em desespero com a demora dos grãos amolecerem, e se abstinha de colocá-los na mesa mais vezes, mesmo sabendo da riqueza nutricional do grão. Inútil esperar um caldo grosso, já bastava o feijão estar bem temperado com toucinho, e no ponto de comer. E saber que os escravos acrescentaram ao feijão as partes menos apreciadas do porco, rejeitadas pelos senhores,  o que resultou na feijoada, o maior sucesso da culinária do país. Hoje o feijão geneticamente modificado, e não mais aquele grão duro de doer. Ah o progresso, que acabou com a escravidão dos negros, de valiosa contribuição para o legado cultural da nação, além de propiciar esse modo especial de ser dos brasileiros.

       O fogão a lenha também já estava aceso desde as primeiras horas do dia, pronto para receber as mães-bentas, os quindins, as queijadinhas, os capuchinhos, as cinderelas, os pasteizinhos de fiambre, dentre os mais apreciados doces confeccionados pela habilidosa confeitera. E hoje eu me pergunto como uma pessoa fransina e quase idosa  conseguia dar conta de tudo, não só dos seus doces, mas dava conta de todo o trabalho da casa, e ainda acompanhar as novelasdo pelo rádio, que também lhe fornecia  as noticias socias e polítcas, para ela comentar mais tarde com o filho, que ainda morava com ela e também com a filha casada, que visitava a mãe com frequência. As noites regada sonoras risadas com a linguagem do P, em que os dois irmãos eram exímios, e deixavam os demais curiosos em saber o assunto que tratavam. A melhor das brncadeiras era advinhar as charadas, às vezes, impróprias, mas  engraçadas. A mãe sempre a cobrar do filho que se casasse com a moça, que andava por lá, encantada com uma possível futura nora, que também almejava tê-la como sogra. 

quinta-feira, 12 de junho de 2025

quarta-feira, 11 de junho de 2025

 

 

 

                      ESPERANÇA

 

SÃO JOÃO EM S. LUÍS MA

 

Ela acabara de  completar vinte anos naquele mês, e retornava para casa,  o que ocorria duas semanas antes de ser chamada para um emprego, e já havia feito um curso de habilitação. E nada melhor para ela no momento do que um trabalho com boa remuneração, como o que lhe era acenado. Chegava de bolsos vazios, quando podia ter adquirido independência financeira. Coisa do destino, diriam alguns, mas simplesmente as voltas que o a vida dá. Restou a memória, inclusive, de algo que que podia a ele relacionar. Tempos atrás, ela havia observado a chegada do colchão de molas na casa vizinha, e sabia que a única filha do casal deaposentados acabara de assumir um emprego.  Simples assim, a satisfação de poder viver mais confortavelmente, e não apenas o físico. E ao recordar o fato vinha a frustração por não ter conseguido levar adiante aquele sonho. Mas o quanto é bom saber que, guiada pela esperança, vale a pena a jornada, mesmo que o caminho se torne mais difícil.


segunda-feira, 9 de junho de 2025

                                                              
                                                              
                                                               FELICIDADE

 

S. LUÍS ARBORIZADA



                     Toda vez que ela pensa nos momentos difíceis que viveu, acaba por ver o outro lado. Já recuperada das amarguras que lhe causaram tristeza, pode dizer que a vida lhe fez boas surpresas. Provou mais da sua doçura, que do amargo. E ao ver-se hoje no espelho, acha normal a face amadurecida dessa mulher, e o quanto deve às suas rugas. 

                     Certo que a vida demanda um processo longo, quase sempre complicado. E custa prosseguir amando quem a abandonou, ou pensou em abandoná-la, dixando um rastro de indiferença. O destino dessa pessoa, ou dessas pessoas, seria abandoná-la um dia? Melhor ser abandonada que perseguida, ou uma coisa ou outra ou outra, o parece sina da mulher. Para aquela que perde a esperança, em vez de seguir corajosamente indo ao encontro da pessoa que é de verdade e pode ser.

                     Ela nem sabia, como sabe agora da esplêndida realidade que á a vida, e que vale a pena estarvivo, sempre. E sua covicção mais querida é de ter nascido para percorrer esse caminho para frente, com uma rota de crescimento, de evolução. E foi o que ela fez, e é o que se pode chamar de felicidade.

domingo, 8 de junho de 2025

sábado, 7 de junho de 2025

 


 

 

                                                                  BARRO

       


ESCOMBROS EM S. LUÍS - MA

                  Ela gostaria de lembrar tudo o que lhe disseram quando ainda criança, e era para nunca esquecer. Mas sempre esquecia que surgira do barro, e foi um sopro que lhe deu vida.  Feita da mesma matéria do tijolo da  casa da avó, onde vivera por tantos anos. A morada herdada de geração a geração, e ainda estava de pé, mesmo sendo outras as sua paredes, reerguidas com novo aspecto, mas a mesma em suas bases. E se soprasse um vento forte, um furacão, a casa ia  desmoronar, se esfacelaria, e viraria pó, o destino de voltar para a terra. Já distante da infância entendeu a eternidade desse barro, desse pó, de que ela era feita.


sexta-feira, 6 de junho de 2025

quinta-feira, 5 de junho de 2025

quarta-feira, 4 de junho de 2025

 


                   CASA ASSOMBRADA - PARTE 3


VERMEERCENTRUM DELFT

                
 

 

Suprema inteligência e vontade teve o homem para para erguer as cidades, com suas casas, templos e tudo o mais. Tijolo por tijolo, conhecimento acima de conhecimento, conceitos e mais conceitos,  foram empregados para que surgissem as civilizaões. O pior perigo era a picada das serpentes venenosas, que surgem no caminho, o caso da serpente venenosa da descrença, por exemplo, a pior das picadas, que as civilizações tiveram, e a atual civilização cristã tem de enfrentar. Vermeer pinta de vermelho a folha interna da janela da casa antiga de Delft, que se pode imaginar ser o vermelho do sangue derramado dentro daquela casa, principalmente das mulheres, que não ousavam abrir sua alma para o mundo. A civilização cristã empenhada em pregar o amor, a compaixão, valores a serem cultivados e preservados a qualquer custo, sem recorrer a sacrifícios desnecessários.  Aceitar os bons e simples prazeres, aproveitar os bons e belos produtos modernos, mas com parcimônia. E se tenha uma vida produtiva, especialmente com fé. A fé do Cristo gerado por Maria no coração da humanidade.  

 A cultura greco-romana que renasce em sábias cabeças, em amorosos corações, e fez, e faz ainda, avançar o mundo. Mundo hoje da tecnologia, como foi no passado das artes e ofícios. Em frente àessa casa em Delft, a prcariedade dessas vidas, o que a razão e a fé consideram obstáculos para a evolução humana. A história a nos informar que, a partir daquele momento as mulheres vão ser futuras feministas, enquanto os jovens na calçada  vão ser os vanguardistas, mergulhados no passado obscuro, nas suas aventuras nada ortodoxass. E, ao se transformarem nas formiguinhas socialistas, irão sufocar suas ambições, simplesmente virarem totalitaristas, ou simplesmente anarquistas. O pior dos males é privar os jovens da educação, da família, do trabalho, da fé, que os livrarão de ir para os becos, ou esquinas da vida, a fumarem craque, coisas da pós-modernidade.

 Leibniz, com seu jovial “venha vamos calcular”, convidaria os jovens de cócoras na calçada em Delft para que eles frequentassem uma universidade, já existente, e ali aprendam o cálculo, revelador  da ordem racional, universal, o que se descobriu à época.  O mundo possível de Leibniz, e não o impossível. Jovens que na modernidad abandonaram suas espadas, ou deixaram de trabalhar quase como escravos, e possam ter uma calculadora, e mais tarde um computado.r. Deixem aqule mundo de pura sensação, e tenha a percepção, que leva ao aprendizado consciente. Na antiga Roma as leis se consolidaram através da escrita, atividade interrompida com as invasões bárbaras, e a partir daí a comunicação restrita à oralidade, sendo pouco difundido o “ofício” de ler, que não era ainda  individual e voluntário, nem de aperfeiçoamento intelectual. 

Segundo Richard Sennett, foi lenta a transição da barbárie para o mundo civilizado. Deu-se então a mudança da oralidade para a leitura, até a primazia da escrita e  do cálculo, quando então floresceu uma nova classe. A burguesia que vai enriquecer e dar respaldo à criação artística, ao intelecto, ao político, ao consumo. Poucas pessoas na época de Vermeer sabiam ler, e poucos, mais valiosos livros, os encontrados nos lares. Na maior parte dos lares faltam livros, arte, ou uma biblioteca, uma pinacoteca, o que já no século XVII podia ser encontrada em alguns afortunados lares holandeses, por exemplo. Grande parte da sociedade medieval ainda patinando na ignorância, sem saber ler, ou escrever.

Herbert Marcuse concebeu um ideal de sociedade  “como um paraíso infantil, onde todo trabalho é jogo, e não existe nenhum conflito grave ou tragédia”. O mundo devia se libertar das forças repressoras, a não ser aquela que tem o objetivo revolucionário para a sociedade mudar de rumo.   Ironicamente, o que a tradição burguesa transmite, ou seja, a ideia de um mundo realmente livre. Não sei se vou, ou se fico onde estou, é uma frase que expressa dúvida, ou impossibilidade, dos seres humanos seguirem o caminho que os engaje ao mundo exterior, à modernidade, mas que também pode desengajar da família, da sua cultura, do negócio particular, e de si próprio. Passagem para que lado? Para onde? Perto ou longe? Servir ao interesse próprio, da família, ou trabalhar a serviço da exploração, da dissolução? É clara a falta de decisão, ou de oportunidade, mesmo vontade, para as pessoas se levantarem, olharem para frente e irem adiante, isso em qualquer tempo. 

Havia dúvida, principalmente das mulheres em partir para o trabalho e comércio fora do lar. o que as livraria da condição de dependência. Era Industrial, e havia ainda receio da rua, da filha tomar a direção errada na vida ao atravessar o umbral da casa, deixar o lugar de nascimento, a terra natal, o reduto familiar. E todos sabem que avançar no tempo requer coragem de arriscar, de saber o que se quer, e com a possibilidade de corrigir a rota. Das opções, escolher a que melhor convém a cada pessoa em particular, como a cada nação, a cada sociedade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

LINDA CASA REFORMADA,

MAS TODA TRANCADA.!!!...




 


            


      CASA  ASSOMBRADA - PARTE 2

 



Vermeer no seu quadro  Rua de Delft,  faz revelações impressionante sobre uma casa na sua cidade natal. As janelas estão fechadas e o interior parece às escuro, certamente uma casa fria, com as chaminés desativadas,  sinal que não há fogo nas lareiras e fogões. Sem energia para o aquecimento, e também nos fornos das oficinas, que  funcionavam nos lares, também locais de trabalho. Havia uma espécie de trama malígno contra a família, o trabalho, a vida das pessoas individualmente, que é mesmo que tramar contra a vida em seu todo. Uma casa antiga, sem sustentabilidade, semi-abandonadaida, como tantas outras mundo afora, o que vai ainda contecer na modernidade. Estariam os jovens agachados na calçada de Delft a confabularem sobre tocar fogo na casa, em tudo? 

Uma escura e silenciosa casa que Vermeer pintou no século XVII  pode ser avaliada junto com a casa do quadro simbolista “A Tempestade”, pintado séculos depois por Munch. A casa em chamas ao fundo do quadro, como atingida por raio, ou bomba, de onde fogem um grupo de mulheres. O local não é mais um abrigo da família, e sim uma zona de conflito, que explodem nas guerras, como atualmente ocorre na Ucrânia e também em Gaza. Os homens fora doss lares, do trabalho, deixam suas famílias no abandono, quando não morrem todos vítimas do fogo inimigo. E mesmo em tempo de paz, há uma paz enganosa, quando há crianças abandonadas, que acabam nas ruas. 

Duas mulheres e  duas criança do lado de fora da casa em Delft, como que em desencanto com a vida, ou à espera de que as coisas mudem, ou seja, haja reforma na casa e as pesoas possam viver ali em "paz e prosperidade", lema da República holandesa.  E o que lhes aguarda o futuro? A rua larga á frente da casa, é um caminho, por onde podem sair para lgum outro lugar. Triste a situação de quem fica, e mais triste ainda quem sai de casa sem ter para onde ir, sem o apoio necessário para construírem aprópria vida, que liberte a mente e o espírito, que seja de verdadeiro progresso. Na inglaterra, início da Era Industrial, Charles Dickens condena as chaminés de Londres, por poluirem o ar com a queima de carvão, para produzir energia necessária ao funcionamento das máquinas da industria em expansão. A moderna tecnologia cada vez mais poluente,  com e produção em larga escala. mesmo assim a salvação para o pintor de Delft estaria no progresso, conquanto haja necessidade de equilibrio na balança dos fatos e feitos,  e se messa  suas consequências. 

A modernidade prometia enormes benefícios á humanidade, o que de fato aconteceu, muito embora não tenham cessado os conflitos internos e entre as Nações, E já no século XX ocorreram duas grandes guerras, até mesmo um holocausto, a grande tragédia dos tempos modernos.  Os males que provocam a irracionalidade, apontados por artistas e pensadores. Goethe, ilustre representante da burguesia alemã, também fala de chaminés em sua “cozinha tenebrosa”, laboratório dos alquimistas, da bruxaria, da gnose, que apagam a luz da razão. E onde não há amor não há razão. O fogo do amor, assim cmo a luz do conhecimento para que a razão aflore. A sociedade moderna que só se consolidou no sáculo XVIII. Declara o célebre escritor alemão que “ dignidade burguesa é a pátria do humanismo, e a grandeza mundial filha da burguesia”

Privilegiados seres humanos que habitam esse maravilhoso planeta Terra. Mas o quanto se pode acreditar na vontade do homem? A boa vontade que deve ser cultivada E, custe o que custar, o mundo evolua de verdade, deixando para trás miséria, inlusive a provocada pelas guerras. Anna Arendt  fala que "compreender o mundo e tentar agir nele é prova de que  o homem e o mundo foram feitos um para o outro". Sim, se o mundo não foi feito para os seres humanos, pelo menos fomos capacitados a compreender e a trabalhar conscientemente no mundo, o que é uma grande vantagem sobre os irracionais. Manter, pois, acesa a luz da civilização cristã, para que nunca mais aconteça no mundo outra a irracionalidade como a de Hitler, que acendeu os fornos nazistas, não para a produção, nem para o progresso, mas para o extermínio de milhões de judeus, num retrocesso ao pior grau de obscurantismo. Uma Alemanha digna e honesta, mas ao adotar o nazismo  foi capaz dessa barbárie, o que causa perplexidade. 

O passado nos adverte sobre a possibilidade de ser ignorado, ou subvertido os ensinamentos ao longo dos séculos, como a Bíblia legado do povoJudem que devem sua inteligência à leitura do livro sagrado. E não se faça propaganda de um progresso que em nada beneficiaria o homem, mas o sacrifica e sua liberdade. O paleontólogo Peter Ward diz que construir civilizações é livrar os seres humanos do instinto assassino da sua própria natureza. O homem que se diz civilizado, mas, por absurdo que pareça, tenta sempre retroceder ao caos. Despreza o que sua inteligência produz de inteligente, de bom e de belo,  e parte para a guerra, por exemplo, onde ninguém é de fato vencedor.

 


 


                  

 

 


terça-feira, 3 de junho de 2025

segunda-feira, 2 de junho de 2025

 



       CASA   ASSOMBRADA

 


 

 A casa é uma metáfora antiga para a situação de conforto e proteção do homem. No quadro Rua de Delft o pintor Jean de Vermeer mostra uma  casa antiga, situada numa rua qualquer da sua cidade natal. Como é próprio da pintura  barroca,  vamos descobrir mensagens sobre o lar, à família, e às pessoas individualmente, num contexto social complexo do século XVII, início dos tempos modernos. A tela é tomada pela fachada de uma casa antiga, que está revestida de tijolos unidos por argamassa, onde aparecem defeitos na obra. Duas crianças crescidas estão sentadas na calçada, de costas para quem observa a cena, e parecem brincar, ou fazem alguma atividade escondida. As duas mulheres presentes seriam suas mães, ou parentas; uma sentada na soleira da porta trabalhando com as mãos, ou apenas cochila. Enquanto a outra, no quintal ao lado, está de pé em frente ao tanque. A casa decadênte precisando de reforma. E e vidente o atraso dos seus habitantes, e devem melhor a qualidade de vida. Tanto as mulheres quanto os jovens considerados à época de pouca importância em relação aos homens adultos em suas batalhas, em seus negócios.

 A casa parece abandonada, um lar sem vida, com as janelas serradas e seu interior às escuras.  É também um local de trabalho, mas nota que seu interior falta aquecimento e muita coisa mais. Daí seus habitantes ficarem do lado de fora, ao sol e ao vento. Uma modernidade o pintor tratar do assunto, no caso, fazer crítica à decadência, cuja responsabilidade o pintor de crença calvinista faz cair sobre a fé católica. Bem mais atrás, em Jericó, a primeira cidade de que setem notícia, os homens fabricaram os primeiros tijolos, e as mulheres afeitas à religiosidade. O tijolo que os romanos aperfeiçoaram, assim como a fé - legado do Ocidente cristão. É evidente que a casa, e aqueles seus moradores, estão em situação precária, precisam de mudança em suas vidas, no que o pintor acredita, ou seja, na reforma, a partir do interior dos lares.

Vermmer é otimista quanto ao progresso, distante do pessimismo de Charles Dickens na sua Casa Assombrada, com força de denúncia social. O escritor inglês distante do desencanto de Adorno na seção famosa de Mínima Moralia, intitulada Abrigo desabrigado,  onde fala que “a moralidade seria não estar na casa consigo mesmo”, e compara os males da modernidade com a destruição das cidades europeias pelos nazistas, o que não tem comparação. Para o filósofo de esquerda tudo estaria errado na catastrófica tecnologia, e com ela não haveria modo certo de se viver. O desencanto do filósofo Adorno, assim como o tormento do romancista Dickens, difere do calvinismo e jesuitismo de Vermeer, que expõe a decadência, sim, mas no sentido de reformas, o caso da Reforma protestante, também, a reforma católica, ou Contra-reforma.

A metáfora do tijolo de técnica primária, mas indispensável, assim como as primeiras vivências do lar e da fé.  Ao que se acrescenta a educação formal nas escolas, nas faculdades, hoje em experimentações virtuais nos computadores. Vermeer é adepto da técnica, que fabricava as próprias tintas, com as quais  pinta a casa escondida em Delft, mas  sendo adepto da evolução, faz sua crítica aos que são contra a modernidade. Os males socias escondidos, e que devem ser mostrados, vir à público, para que haja mudanças. No quadro a entrada da casa está pintada toscamente, uma simples caiação. Sepulcro caiado? Era uma acusação contra a fé romana após a Reforma protestante. E a única feição que aparece na tela é um simples borrão, sem olhos para ver, também com os ouvidos moucos, vidas que parecem destituídas de sentido. As mulheres sem efetiva presença, e mais ainda sem futuro, assim como as crianças, que parecem trabalhar no conserto da calçada.

A importância das reformas, das mudanças, em suma, do progresso. O conhecimento tecnológico e científico necessário para o presente, mais ainda para que no futuro os bilhões de habitantes do planeta possam ter casa, serem bem alimentados, vestidos, tratados de suas doenças Também para que os mais aquinhoados habitem belas e ricas casas. Todos os seres humanos com chances de evoluir, tendo o direito básico à moradia digna, à educação e à saúde. E quanto à natureza, que seja preservada para que se possa ter sempre um mundo habitável, e se evitem as catástrofes ambientais.  As cidades contando com projetistas e designer, naquele extraordinário tempo, e que irão realizar no futuro verdadeiros milagres arquitetônicos, inclusive, em simulações nos computadores, até mesmo com a ajuda da IA. Para tanto, que haja racionalidade nas ações, e amor nos corações, para que se possa aproveitar o que a  vida lega ao homem, o que a natureza oferece, passível de modificação para melhor, com auxílio da razão e engenhosidade humanas. E o ser humano possa  ser admirado e não condenado por seus feitos.

Richard Sennet, autor do livro “O Artífice”, parece estar de olhos postos no quadro de Vermeer ao falar das qualidades do tijolo, que seria como a arte barroca, frente às aspirações de grandiosidade do classicismo. No mundo moderno, em seu início, e a partir daí, cada vez mais o homem seja prodigioso em seu trabalho, também generoso, ou melhar, respeitoso, em sua distribuição, conforme o pensar  civilizado, que o levará à realização pessoal, também à coletiva. E pelo que se observa eme Vermeer, não resta dúvida que há necessidade de contínuas mudanças, para que a vida permaneça e não haja morte, como acontece na fame e nas guerras. Não se destrua a natureza que é indispensável ao ser humano. As mulheres e suas crianças sejam vistas de frente, e não estejam escondidas, alienada do mundo. E a vida tenha sentido.  Não falte comida, educação, cultura, principalmente, não falte fé, que ilumina as vidas, para que se produza o bem maior, que é o Amor.