GALERIA VERMEER
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
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sexta-feira, 13 de setembro de 2024
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
CONSCIÊNCIA E MÁQUINA
“O
homem está condenado a ser livre”, diz Jean Paul Sartre, e recebe a
contrapartida de Mounier, que contesta ser a liberdade preexistente à
consciência. No universo mounieriano o
sujeito é a pessoa e não a liberdade. A Bíblia narra uma expulsão do paraíso,
quando então o casal de humanos adquire a liberdade. E por ser livre fica
responsável por seu destino.
Mental e espiritualmente o homem evolui
em sua humana liberdade, certo
que a liberdade tem limite, inclusive, quanto ao respeito à liberdade do outro.
A mais alta consciência de si e do outro a que chegara a humanidade iluminada
pela consciência de Deus. Até que os seres humanos sofreram uma crise
espiritual sem precedente, o que os levou a buscar instrumentos culturais
capazes de denunciar, sobretudo, mudar uma situação que progressivamente os
levaria a deterioração dos costumes, uma vida sem espiritualidade e ética,
morte em vida.
Hoje há soluções e instruções automáticas, via internet, como se a máquina fornecesse, inclusive, seguro de vida contra a inquietação, a dificuldade e o risco. Na verdade temos que aprender mais e mais as lições da vida. E já nos acenam com a IA, uma vez que as cabeças não estão mais afeitas ao pensamento, à reflexão, à conscientização. E que consciência uma máquina seria capaz de elaborar? Certamente uma consciência materialista, ateísta. Ou seria possível incutir na máquina uma consciência? E que consciência seria?
Uma
máquina poderia ter consciência de Deus?
domingo, 8 de setembro de 2024
sábado, 7 de setembro de 2024
DO “MECANISMO
“ À TECNOLOGIA
No início do século passado empregava-se o termo “mecanismo” em vez de "tecnologia", quando o conhecimento científico e tecnológico ainda estva nos primórdios, e o medo invadindo as mentes. Foi quando Emmanuel Mounier apontou os limites que impõe a própria natureza humana aos avanços no campo da técnica, que por si mesma, “guardava os gemes da limitação”. Os equipamentos caseiros chegariam a seu limite, assim como a mecanização que avançava, mas ia diminuir, assim que fosse atingido o necessário para uma vida cômoda para todos. Era o que imaginava o criador do personalismo cristão, revelando seu bom senso, que refletia o que existia àquela época.
Na
realidade íamos passar dos limites, e nem se podia imaginar esse sucesso todo,
que redundou em consumo desenfreado, com comodidades que beiram o absurdo. Inclusive por
conta da propaganda, que teve início no século XVII, através de panfletos, por onde
se difundia a moda, que era como uma mística, tão presente no tempo em
que a religiosidade estava em crise. Já se vê que a coisa vem de longas datas,
antes mesmo das máquinas movidas a vapor, e logo a seguir à energia
elétrica, o que acelerou de forma exponencial a produção e o progresso humano. Até
chegamos ao celular e ao computador, com o mundo todo conectado diuturnamente
via internet.
Do mais pobre ao mais rico, todos de posse de algum aparelho para se comunicar, se informar. As notícias da produção, e também meio extraordinário para o conhecimento, que se difunde sem parar, o que é bom. Mas também há difusão acelerada de assuntos para confundir as cabeças, o que só aumenta a cada dia que passa. Tento imaginar então o que diria Mounier diante desse avanço todo. E mesmo que ele avalie ser pueril que se queira extrapolar os limites humanos, já toma a iniciativa de falar sobre os males da desadaptação social no mundo diante dos avanços do saber adaptado à técnica. Hoje, por exemplo, há um número tão absurdo de veículos trafegam nas ruas a causar congestionamento no trânsito. E por aí vai. A pergunta que não quer calar, é aonde chegaremos no futuro próximo, e mais distante.
Além
da adaptação aos novos tempos, o conselho de Mounier é criar regras, com o que
se evitaria o pior. E vive-se hoje numa verdadeira guerra urbana. Já estamos
indo na direção da perda em essência humana, o que é mais apavorante. É fato consumado a IA. E só temos que
lutar para que seja empregada nos limites necessários para o bem da humanidade
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
CONFABULANDO COM EMMANUEL MOUNIER
SOMBRAS DE MEDO
Se o
destino das máquinas ficasse limitado ao medo que surgiu em seus primórdios,
não estaríamos no estágio em que nos encontramos atualmente, cada um tendo em
mãos um maquinário, seus serviços sendo imprescindíveis, caso do celular. A máquina, que antes promovia
concentração de gente, o caso dos operários nas fábricas, acabou por gerar a
dispersão. Inimaginável há décadas essa dependência pessoal, que os críticos
ligam a perigos reais do materialismo. Os avanços tecnológicos mais rápidos do
que a humanidade pode se adaptar adequadamente, ou dominar no mesmo ritmo. A
tal ponto que se chegou à conclusão que só a IA pode nos salvar. É colocar os
dados e deixar a máquina resolver os problemas, afinal os números têm precisão,
não mentem. Um processo puramente técnico, e por isso mesmo moralmente neutro e
ambivalente. Mas não é isso mesmo que sonhamos para nosso futuro?
Do
Cristianismo ao socialismo o especial destino da máquina é o trabalho, que já
teve dia de confrontos entre as partes
envolvidas. Atualmente uma grande produção é destinada a alimentar, vestir,
calçar, dar moradia a bilhões de habitantes, além de simplesmente fornecer
produtos para a alegria consumista. É a virtude da máquina, que não tem
comparação com a especial virtude do
homem, de sentir e amar. Bastante pessimista as reações aos artefatos bélicos,
de destruição em massa. E ninguém duvida dessa força desumana, que requer
trabalho insano para produzir e fazer funcionar. A almejada paz com chance
reduzida, enquanto as guerras explodem em vários pontos do planeta. Sempre há o
risco de uma catástrofe, em vez da sonhada estrada triunfante de libertação. Mecanicista e coletivista, ou individualista e
consumista, gerações se sucedem sob a sombra do medo. A saída seria, pois, a IA
para comandar os atos humanos?
Perdemos
o medo da máquina, mas vivemos hoje à sombra de novos medos, e, pobre de nós,
que só pensamos em buscar a satisfação dos nossos desejos imediatistas. Quando,
ao contrário, temos meios de viver plenamente, ou seja, como ensina a doutrina
cristã e católica, guardiã da nossa humanidade, da nossa humana Esperança.