Voltamos sempre a Ortega y Gasset, um dos mais conceituados filósofos do
século XX, que fala da salvação nos seguintes termos: ” Eu sou eu e as circunstâncias;
se não salvo as circunstâncias, não salvo a mim mesmo.” Uma verdade
incontestável. Ao refletirmos sobre isso, entendemos que nossa humanidade se
realiza num longo processo de salvação. Temos, continuamente, que nos salvar.
Em primeiro
lugar nos salvar da ignorância, pois salvação significa educação. Educação e
trabalho, o que nos salva, de verdade, sem esquecer a fé, que também é cultura.
Se a genética, a família, o ambiente pouco colabora, o esforço tem que ser em
dobro. O consolo é que sempre há salvação para os seres humanos. Não faltam
meios para auxiliar as pessoas na sua salvação, que de algum modo resulta na
salvação de todos.
“A alma que se eleva,
eleva o mundo”, lema católico de santa sabedoria. Mas não precisa chegar aos
extremos da santidade. O oposto da santidade seria a perdição, que pode existir em quase tudo. No
Facebook, por exemplo, as pessoas a se exibirem e correndo perigo com isso. Um
modo perigoso de se comunicar dos jovens que repetem como papagaios lemas ouvidos
na mídia, para eles máximas de sabedoria. “Tudo junto e misturado”, por exemplo.
O caso é tentar
urgentemente salvar-nos como seres humanos, assim como devemos salvar da
destruição a natureza, os animais, o planeta, a grande preocupação hoje em dia.
Salvar a família, a escola, a sociedade, a terra, em suma, que periga sufocar
na poluição, não só do ar, de muita coisa mais. As atitudes destrutivas que
devem ser corrigidas com urgência, a começar pela correção dos filhos pelos pais.
Quanto ao Estado ele deve promover o bem estar de todos, principalmente, corrigir
os infratores que prejudicam a sociedade, os políticos corruptos, por exemplo.
No passado os
pais surravam os filhos o que, hoje em dia, constitui crime, mas teve gente que
se deu muito bem. A taca era a salvação. Deus que nos livre! Tempo que não havia a
salvação do diálogo; era no tacão. Ainda hoje o que mais falta é diálogo entre
pais e filhos, entre adultos e jovens, diálogo que todos têm aos montes na
Internet. As coisas correndo soltas; a moçada sem qualquer controle, fazendo o
que bem entende, e vão sofrer pelas irresponsabilidades cometidas. Modernamente
os ambientes das casas poluídos pela televisão, pela Internet, que estão no
comando, uma verdadeira perdição. Meios de comunicação poderosos mal
utilizados.
Tratando-se de
defesa do meio ambiente, tivemos em 2012 o seminário internacional Rio+20, que valeu,
no mínimo, para a conscientização. Houve protestos, o mais radical o dos peitos e
bundas de fora, para assustar. Visando a sustentabilidade do planeta
representantes voluntários dos vários setores da sociedade civil assinaram
compromissos. No Forte de Copacabana foi erguido um espaço interativo sobre a
beleza e o maior respeito que se deve ter ao planeta que despreocupadamente
habitamos. E daí as pessoas possam agir efetivamente, no cotidiano dentro da sua
casa, da sua comunidade, da sua empresa. Em todas as realizações ter em mente o
bem pessoal e o bem comum. Preservar a vida, em especial a vida humana, que se
degrada junto com a natureza. O momento é de clamar, sim, por sustentabilidade,
principalmente moral e ética.