S. LUÍS 405 ANOS - PARABÉNS
S. Luís completa 405 anos no próximo
dia 8 de setembro (1612-2017), data de especial relevância. Berço de grande nomes da literatura nacional, aproveito para fazer uma homenagem a intelectualidade maranhense na pessoa de Clóvis Pereira
Ramos. De pais maranhenses, o escritor nasceu em Tabatinga, então município de
Benjamim Constant, no Amazonas. Sempre esteve ligado ao Maranhão, onde passou
parte de sua vida estudantil e profissional, o poeta, ensaísta, jornalista e
advogado recebeu o título de Cidadão de S. Luís, e foi agraciado com a medalha
de Honra ao Mérito “Timbira”. Eleito para a Academia Maranhense de Letras e a
Academia de Letras de Brasília, dentre inúmeras obras de reconhecido valor litarário, publicou
em 1990 A INTELECTUALIDADE MARANHENSE –
Fase Contemporânea. Tenho a honra de fazer parte desse memorável livro, juntamente
com meu marido Murilo Moreira Veras. Na capa a da 1ª edição consta o seguinte: Apontamentos para O Dicionário Biobibliográfico do Estado do Maranhão.
São Luís há
sobradões, ermidas
e lembram do
passado o tempo nobre,
a beleza sem
par, que não se encobre
o silêncio
das coisas esquecidas.
Pelas ruas
estreitas e avenidas,
quanta
história de amor! Basta se dobre
uma esquina
e, de novo, rico ou pobre,
vibram no
coração doces feridas!
Ah! tudo em
São Luís vira poesia
na saudade
que vem, terna saudade,
que nos
maltrata e nos alivia
E sonhando
um amor, espero, ainda,
rever a
terra da felicidade,
que tanto
quero, com ternura infinda.
II
Estou em São
Luís e, novamente,
cantarola em
meu peito um amor antigo.
Digo num
verso comovido e ardente,
tudo o que
sinto como meu castigo.
Por uma rua
ensolarada sigo
e meu
pensar, talvez, ninguém pressente.
Ah! meu
sonho de amor, que ainda persigo!
Ai! saudade
que fere ferozmente!
Pelas
praças, que flores perfumosas!
O sol as
beija como beija as rosas
dos lábios
da mulher que se quer bem.
São Luís é a
cidade da ternura...
Em cada
canto um sonho meu perdura,
perdura, em cada
canto, o olhar de alguém.
( Clóvis Ramos- São Luís do Maranhão /1992)
Murilo Moreira Veras e Maria Vilma Muniz- Lisboa- 2015 |