UMA VIDA EXEMPLAR
Tudo foi tão rápido, o tempo passou quase num átimo! Maria pensa e repensa quando foi a última vez que esteve naquela casa. Busca em algum lugar, não encontro a mesma casa, a mesma rua, o mesmo bonde. Tempos atrás, bem que podia ter dito a si mesma: "Chegará o dia em que lembrarás com amor dessa casa e sua acolhedora dona".
Sim, e que se faça justiça a avó Carmem, pessoa admirável, trabalhadora incansável, vista desde as primeiras horas do dia cumprindo o dever cristão de não se sentir infeliz. Uma mulher da elite ludovicense, à frente de sua época, por amor ao estudo e trabalho. Mas nem tudo foram flores, ou fitas, para ela, e após a precoce viuvez, viu que ainda havia muito caminho a percorrer. Não podia ficar de braços cruzados a espera o maná cair do céu. Ia levar o barco adiante, pelo próprio bem e dos que estavam sob seus cuidados.
Dona Carmem não era mais uma pessoa rica em bens materiais, e diante do desafio da pobreza foi à luta, estava preparada. Nunca se deu por vencida, amava a vida e tinha confiança em si. Para algumas pessoas o trabalho pode significar sofrimento, prisão, isso quando não há liberdade de escolha e resta fazer o que não gosta. Para essa senhora ter uma missão de vida para si mesma era o que importava. E que todos estivessem bem, nesse sentido, impulsionava a cuidarem da educação.
Sempre atenta e bem informada dona Carmem era uma santa avozinha, jamais uma bruxa má. Fazia seus milagres, tinha suas mágicas.
Como foi dito no início, o tempo passa, e certas horas Maria sente ausência/presença daqueles que estiveram perto dela durante curtos ou longos períodos. Suas doce lembranças como os docinhos de festa da avó Carmem Dias.