CURRICULARES
E OPCIONAIS
A educação do país faz tempo que ocupa lugar humilhante no ranking mundial. O
motivo de tal descalabro todos sabem e questionam, é a ineficiência do ensino no
Brasil, desde o básico ao médio, com o que patinamos no atraso, sem que se possa
alcançar as demais nações que primam pelo nível educacional e a favor do
desenvolvimento, o que todos almejam. A MP lançada pelo governo neste 22 de
setembro é para ser uma revolução no ensino brasileiro. Por enquanto causa mais dúvidas, que certezas. Mas o que se
cogita, desde quando nos vimos na situação de inferioridade, é fazer alguma
coisa. O sino de alarme toca sem parar desde a subida de Lula ao poder, e lá se
foi mais de uma década que o presidente de poucas letras foi eleito por um povo
idem. Deu no que deu.
O
rendimento escolar é pífio, os gastos na educação são elevados, mas os recursos
mal administrados, tanto financeiros quanto de pessoas. Tantos jovens abandonam
os estudos por falta de estímulo para que prossigam e tenham um futuro melhor. A
mudança proposta pela medida provisória que Michel Temer acaba de assinar é
para que o aluno aprenda numa escola que funcione de verdade, pois o que acontece
hoje é o professor despreparado e mal remunerado fingir que ensina, enquanto os
alunos fingem que aprendem, os que ainda ficam nas salas de aula, pois a fuga é
grande. O americano Richard Feynmam, prêmio Nobel da Física, em visita a nosso
país nos anos 50, comentou sobre nosso ensino: “um currículo tão extenso, e
jovens que sabiam tão pouco”.
Sabe-se
de antemão que o ensino médio brasileiro patina sobre o básico. Focar então no
essencial, eliminando a sobrecarga de matérias, de pouco interesse para os
alunos, para que haja melhor
aproveitamento. As matérias obrigatórias serão reduzidas a apenas três:
matemática, português e inglês. As demais, opcionais, propondo-se ainda eliminar educação física e
arte, o que parece até castigo, não querem muito estudo, também não vão
desperdiçar tempo saltando, correndo, nem pintando o sete. A coisa precisa ser
bem equacionada para que as limitações não agravem a situação de indigência em
que vivemos.
As
promessas são de melhoria substancial, se forem concretizadas as mudanças, o
que só deve acontecer a partir de 2018. No exterior vem dando certo, não querer
que todos entendam de tudo, ou a maioria fique sem entender nada. Grave
equívoco do nosso país, com uma população ainda sujando as fraldas. Tanto que,
se o Nobel visse hoje as escolas violentas e anárquicas que temos no Brasil
fecharia os olhos e taparia o nariz. Quem podia imaginar a que ponto chegamos,
não de avanço no conhecimento, mas em falta de disciplina nas escolas, com tráfico
de drogas nos pátios e até tiroteio em sala de aula, local que era respeitado
no passado, quase como um templo!
E como
entender que o mundo na década de 50 era menos tecnológico? Acreditava-se na
possibilidade de uma humanidade que evoluía, com a filosofia, a sociologia, e
tudo o mais que abria as mentes em direção ao pensamento livre - para poucos, bem
verdade. O preço pelo livre pensar que a sociedade hoje não está disposta a
pagar para ver, o caso da “ideologia dos gêneros”, por exemplo. Uma das
“opcionais”? O ensino pode melhorar ao focar naquilo que interessa ao aluno
aprender e a sociedade quer pagar por isso. Um adolescente não mais se descabelar
para aprender tantas matérias, quando deve mirar nas que fazem parte de seus
objetivos futuros. Além do mais ninguém precisa ser uma enciclopédia, quando
tem a internet, que pode nos abastecer de todo conhecimento, ao simples toque
na tecla do computador.
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