A
vida nos faz dar muitas voltas para chegar a qualquer parte. Nada de importante que se queira, vai
acontecer de uma hora para outra. O
costume é dizer que a felicidade não cai do céu; a infelicidade também não. Nada
acontece ao acaso, tudo tem sua razão de ser, o que pode ser por conta da tal
lei de causa e efeito. Um filme argentino conta a história de uma vaca no Japão
que caiu do céu em cima de um barco e mata uma noiva, no exato momento em que o
noivo ia fazer seu pedido de casamento, um fato real, contado como uma lenda. Não
seria um acontecimento inusitado se fosse uma bomba que tivesse caído sobre o
casal, uma vez que aconteceu em plena guerra, mas tratava-se do roubo de algumas
vacas por soldados inimigos, e o avião foi abatido. O infeliz japonês partiu
para América, do outro lado do mundo, depois de outros tantos percalços, mas
sempre com serenidade, ele conseguiu refazer sua vida. Coisas acontecem contra nossa vontade, o que
se deve é ter serenidade para enfrentá-las.
Sempre que for necessário, ignorar
aquilo sobre o qual não temos controle, em contrapartida, agir conscientemente para
que aconteça o melhor. Ao acordar e sentir a luz do dia, agradecer o sol que
está ali para iluminar, aquecer, fazer florescer a natureza, da qual fazemos
parte, com que fica mais doce o nosso viver. Saímos da noite escura, ou do caos do inconsciente,
para a luz do dia, ou da consciência. Tomar posse do dia e de nós mesmos para
irmos em busca do que se quer, não sendo em vão todo e qualquer esforço. Fazer o
que for necessário pelo próprio bem, e evitar que algo aconteça a desfavor. Quase
todos nós podemos ser mais sábios e felizes, uma capacidade que temos. E mais
importante de tudo, nos encaminharmos para um contentamento moderado, em vez de
grande satisfação, que pode levar a uma imensa insatisfação. É certo que muito
desse sentimento de frustração que grassa na vida moderna é por conta do nosso exacerbado
querer. “Nós adquirimos as virtudes através da prática” escreveu Aristóteles.
Aprender a sentir a emoção correta, fazer o que é correto e com isso adquirir o
que os estoicos chamavam de “um bom fluxo de vida”.
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