O CARNAL E O ESSENCIAL
Carnal para ter a natureza divina |
A
humanidade chega a um estágio em que pode perder de vez o prumo e desse modo errar
o rumo. Tudo parece indefinido, nebuloso, no mundo atual, e mais que nunca se
fala em autonomia do ser, o que significa seguir a vida sozinho, sem
interferência. Já fomos mais independentes, também mais compromissados, respeitosos,
felizes, constatação a que se chega ao observar a nova geração, cheia de
novidade, a última na internet é o jogo “baleia azul”, com o qual jovens
chegam ao limite do suicídio. Nunca fomos tão carentes, imediatistas, sem ideia
do permanente, duradouro, constante. E livre da eternidade religiosa, sem a
noção de culpa, resta a ilusão de felicidade no aqui e agora. Os pais distantes
em suas conquistas e os filhos largados à própria sorte diante do computador,
um mundo estranho levado para dentro de casa.
O
famoso historiador e palestrante Leandro Karnal fala que a ordem de nascimento é determinante da
personalidade; se foi o primeiro, ou segundo filho. Ele também classifica as três últimas gerações de x, y, z . Elucubro então que a geração x é como o filho primogênito, que os psicólogos dizem ser o mais
adaptado e fiel aos princípios, seu projeto de vida focado na família, com pai, mãe e
filhos, autônomos e autoritários. Já a geração y é como o segundo filho, que tem a tendência de ser rebelde, mas clama
por paz e amor. Rebeldia que não significa errar sempre, ou ser solto,
descompromissado, omisso, o que diz o palestrante com toda razão. Com a geração z, essa que está aí, acho que ela tem mais
liberdade e possibilidade de avançar, mas, como falei no início, erra feio, e
se perde na afobação de viver um eterno consumismo.
No passado parece que havia maior compromisso com a vida, e menos ressentimento,
culpa, descrença. E é com o que convivemos atualmente, cheios de dúvidas, mais
que de certezas, a acreditar que a existência
precede a essência, como reverbera o mesmo Karnal, baseado no materialista
Sartre, o que remete ao filósofo Descartes: Penso,
logo existo. Já o pensamento cristão nos ensina que a existência não é apenas
carnal, ou biológica. O eterno em nós, que
desde sempre permeia a mente, é que nos faz
distinguir o carnal do essencial. Por princípio, e com todo o respeito, evitar o
falso, que provém da descrença e covardia. Preservar a ideia de Deus, do Verbo
encarnado, na confirmação da verdade do ser.
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