"MÃE, É HORA DE EU IR!"
Os filhos um dia vão sair de
casa, eles têm que cuidar de suas vidas, e alguns partem cedo, vão estudar
fora, outros querem ter seu próprio lar, casados, ou mesmo solteiros. "Mãe é hora de eu ir!" Diz a filha, não que seja uma
ida sem volta, embora a saudade faça com que os pais pensem que vão perdê-los.
No passado os filhos só partiam da casa paterna para constituir uma nova
família, e mesmo casados havia os que ficavam morando com os pais. Depois veio
a debandada, cada um cuidasse de ter sua casa, o que aconselhava o bom senso,
corroborado pelos psicólogos. E se dizia: “Quem casa quer casa bem longe da
casa onde se casa”. Época do pleno emprego. No presente momento os filhos estão
deixando para partir o mais tarde possível, por impossibilidade de se manterem,
ou sustentarem uma família, até mesmo por
comodismo.
Gustavo vai completar 27 anos,
já tem curso superior, mas pela primeira vez deixa a casa dos pais, foi se
especializar no exterior, na Austrália. Palmas para ele, que está seguro para viver
tão longe. A avó sentiu um aperto no coração às vésperas da partida do neto, ao
escutá-lo dizer para a tia ao se despedir: “Vou sentir saudade!..” Ela lembrou
do pai dele que, aos dezessete anos de idade fez vestibular para agronomia em
Lavras-MG e teve coragem de lá permanecer por quatro longos anos, e só vir em
casa nas férias. O vazio que deixou com sua partida, filho único, com mais duas
irmãs. Corajosa como o filho, a mãe respeitou sua iniciativa, confiante que
tudo ia dar certo. Uma mãe que pergunta a si mesma certas horas: “Como pode uma
mãe ficar longe do único filho?” Pode, sim, é a resposta. Conquanto um dia ele resida
perto de sua casa...
Anos 60, os boomers (pais do
baby boom) cedo saiam de casa para trabalhar e logo casavam, o ideal era a
família e os filhos. Hoje quem há de resistir à sedução de ficar comodamente em
casa dos pais, duro é enfrentar a vida cedo demais. Independência e
responsabilidade andam juntas. Louvável os pais que aceitam de bom grado o
filho, ou filha, ficar longe de casa durante o longo período de estudo. Também
vê-los casados, atentos aos passos que eles dão, seus avanços, e se sentirem em
paz por isso. Em vez de tolher as iniciativas dos filhos, ter confiança que os eles
seguem seu caminho, sem maiores entraves, só o que a vida cobra, nada além da
conta. E ter a satisfação do dever cumprido. Confiar nos jovens a quem foi dada
boa formação, como o rapaz que parte agora rumo ao futuro, e tudo vai dar
certo, com a graça de Deus.
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