"DEUS NÃO ESTÁ MORTO"
-uma luz na escuridão-
O filme rebate a sentença de Nietzsche,
que Deus estava morto. Uma antiga igreja Saint James, localizada dentro do campo
universitário aparenta ter sofrido um atentado. Trata-se, todavia, de um
equívoco como o espectador fica sabendo logo depois, um aluno revoltado com a
namorada, que pôs fim ao namoro, é o responsável pela pichação e a
vidraça quebrada no recinto sagrado. Era já noite e o pastor Dave (Dave A. R. White) vem chegando acompanhado
de outro religioso, que estava ali para uma visita. Correm os dois para pegar o infrator, e o
visitante entra na igreja para tentar acender a luz, quando então ocorre um
curto-circuito, dando origem ao fogo, que espalha-se rapidamente provocando sua
morte.
A diretoria da Hadleigh University trata o acidente com um atentado, que teria ocorrido porque havia
insatisfação com a presença da igreja no local. Em reunião fica decidido que o
incidente é a grande oportunidade para tomarem de volta o terreno e em seu lugar
construírem um centro estudantil. Acontece
que a igreja está no local bem antes da universidade, construída pela família
do pastor, que pretende reformar o prédio e não aceita proposta alguma para a
venda daquele espaço considerado sagrado, por sua fé e por seus devotos pais.
Resolve recorrer ao irmão advogado, que vem em seu auxílio, apesar de há muito
tempo estar afastado da família, e já ter perdido a fé. O embate entre os irmãos é bíblico, o ponto alto do filme, como o embate entre a razão e a fé, em que
não há perdedores, as divergências através de diálogos esclarecedores, para o
julgamento, ou compreensão dos espectadores.
O aluno responsável pela tragédia
fica desesperado por seu ato impensado e acaba
confessando o crime, movido inconscientemente por
um fato anterior, quando sua mãe separou-se do marido que a agredia, e foi
acusada pela igreja de ser uma pecadora. A igreja envelhecia, sem se dar conta
do que acontecia a sua volta, com prédios em ruínas, ela mesma quase arruinada
em suas bases, por ser intransigente em pontos fora da doutrina, onde podia
ceder. Aos saltos a modernidade avançava sobre o mundo, e assaltando as mentes
com a descrença. Se a ciência podia esclarecer temas até então obscuros, certo
que a fé continuava seu papel de colocar as expectativas humanas a níveis mais
elevadas, permanecendo em seu seio gente da melhor qualidade e um belo ideal
de felicidade, baseado na moral. A fala dos pastores no filme é para ser apreciada como um
raio de luz, mesmo para os não crentes.
Desastre maior que o ocorrido
seria deixar pessoas de fé sem sua igreja, sem Deus. O pastor conseguiu vencer
a batalha, não sem antes ceder aos ditames da razão. Diante de um protesto dos
alunos, corajosamente os faz ver o erro que cometiam odiando a igreja, que
tinha seu papel reconhecido ao longo dos tempos, e promete construir um novo
prédio fora da universidade. O que ele pedia naquele momento era que todos baixassem
seus cartazes ameaçadores e acendessem as
velas distribuídas por fieis, elevando-as sobre suas cabeças em sinal de paz. No
dia seguinte os universitários podiam ler uma mensagem em seus celulares: “Deus
não está morto”.
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