TÓQUI 2021
ESTRATÉGIA DA VITÓRIA
TÓQUIO 2021: RAISSA LEAL, 13 ANOS - PRATA NO SKATE
A
vida nos impõe perdas, medos, alguns traumas, dos quais não há como escapar. É
como se estivéssemos numa competição, inclusive, competindo com nós mesmos. Digo isso porque no momento
acontece a Olimpíada de Tóquio. Os atletas
conscientes da missão a que se propõem, preparados para competir com
honestidade, e possam sair honrados dos embates.
Estratégias
são adotadas pelos competidores. Certo que, ao final, todos vão sair vencedores,
por estarem ali, em um momento especial de suas vidas. Assim acontece quando há
consciência de que a vida é combate, e temos que estar preparados para as
responsabilidades inerentes ao viver, cientes de ter uma missão a cumprir.
A vida
não é fácil, essa mesma vida que dá possibilidade
das escolhas, base da nossa segurança e liberdade. Fazer as escolhas certas, escolhas
inteligentes. E mesmo que haja poucas opções, podemos seguir em frente se usarmos
nosso potencial humano em benefício próprio. O espírito fortalecido na fé, na esperança
e no amor.
O
extraordinário potencial da consciência humana e da transcendência, que não pode ser desperdiçado. Sempre — e mais ainda em
grande dificuldade — ter uma vida interior. Boa estratégia para qualquer
momento é abrigar-se no mundo interior. E não ter que se submeter ao que está fora
da própria deliberação. Certo que na paz interior a vitória é certa, tudo vai
se cumprir a contento.
A
pior coisa é a prisão mental, que temos de evitar. Preparar a alma para a
superação. O mal não nos pode afetar, se não quisermos. No entorno a coisa pode não estar nada bem, mas
é certo que, se cultivarmos nosso jardim interior, possibilitamos o encontro
com o melhor de nós. E na posse de nós mesmos seguirmos em frente com segurança,
na aceitação consciente do sofrimento e alegria dos dias benfazejos.
Ser
hábil para valorizar a vida, que construímos
passo a passo, com direção e sentido. Aceitar a dor, o desamparo. Principalmente
otimizar a confiança. E diante de alguma
cilada se possa dizer com segurança: “O que vem de fora não me atinge”. Subir
ao pódio com a alegria do dever cumprido.
PAIS E FILHOS
CENTRO HISTÓRICO S. LUÍS. MA- PRAÇA DEODORO
O sentido
que tem a companhia dos filhos quando eles tornaram-se independentes, vivendo
em suas próprias casas. E algum dia os pais vão sentir-se culpados por não
terem estado mais perto, coladinhos a eles. Vão sentir uma espécie da lacuna em
suas vidas, ao entenderem que nada substitui o tempo que deixaram de estar
juntos daqueles que precisaram de atenção. Os almoços de domingo, as viagens,
podem amenizar a perda dos momentos especiais que passaram e não voltam. Diante
da angústia de uma mãe percebida por sua filha, que questionou:
—Mãe,
preciso lhe falar, nem eu, nem meus irmãos nos vemos como vítimas. Pare de nos
ver assim.
A
mãe em desconforto tentou defender-se, quando sempre se viu como uma
sobrevivente de tempos difíceis. Quanto
aos filhos, achava que podiam ter recebido maior atenção, e não teriam sofrido
tanto com a correria de um mundo que mudava rapidamente e os pais junto com
ele. Mudanças na família não faltaram: de cidade, de casa, e outras mais. Havia
a expectativa de sucesso que caia sobre a cabeça de cada um em particular. Mas
o papel da vítima e do opressor parecia não caber a essa mãe em relação aos seus
filhos. Lógico que nem sempre a vida é um mar de rosas, o sol nem sempre
brilha, e há dias de céu nublado, quando então a tristeza pode tomar conta de tudo. Mas se essa mãe tivesse
percebido o desespero da filha no passado podia ter amenizado sua dor ao lhe
falar:
—Calma
filha, calma, que tudo vai dar certo.