PAIS E FILHOS
CENTRO HISTÓRICO S. LUÍS. MA- PRAÇA DEODORO
O sentido
que tem a companhia dos filhos quando eles tornaram-se independentes, vivendo
em suas próprias casas. E algum dia os pais vão sentir-se culpados por não
terem estado mais perto, coladinhos a eles. Vão sentir uma espécie da lacuna em
suas vidas, ao entenderem que nada substitui o tempo que deixaram de estar
juntos daqueles que precisaram de atenção. Os almoços de domingo, as viagens,
podem amenizar a perda dos momentos especiais que passaram e não voltam. Diante
da angústia de uma mãe percebida por sua filha, que questionou:
—Mãe,
preciso lhe falar, nem eu, nem meus irmãos nos vemos como vítimas. Pare de nos
ver assim.
A
mãe em desconforto tentou defender-se, quando sempre se viu como uma
sobrevivente de tempos difíceis. Quanto
aos filhos, achava que podiam ter recebido maior atenção, e não teriam sofrido
tanto com a correria de um mundo que mudava rapidamente e os pais junto com
ele. Mudanças na família não faltaram: de cidade, de casa, e outras mais. Havia
a expectativa de sucesso que caia sobre a cabeça de cada um em particular. Mas
o papel da vítima e do opressor parecia não caber a essa mãe em relação aos seus
filhos. Lógico que nem sempre a vida é um mar de rosas, o sol nem sempre
brilha, e há dias de céu nublado, quando então a tristeza pode tomar conta de tudo. Mas se essa mãe tivesse
percebido o desespero da filha no passado podia ter amenizado sua dor ao lhe
falar:
—Calma
filha, calma, que tudo vai dar certo.
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