Um pouco de história
HERANÇAS DA RUA DAS HORTAS
Localizada
no Centro Histórico de S. Luís, a Rua das Hortas desemboca na Praça Deodoro, a
poucos passos da Biblioteca Benedito Leite. A casa da avó de Maria era a
segunda da rua, uma meia-morada herdada do pai, Antônio Lopes Dias, investidor português, que faleceu às vésperas
de seu retornar a Portugal. O coração não resistiu a tão profunda nostalgia da “santa
terrinha” e a saudade que já sentia da encantadora cidade, onde viveu com a
esposa, dona Amelinha, e tiveram seis filhos. A cidade de S. Luís em grande
parte idêntica a Porto, sua cidade natal. O casal residiu na Rua Rio Branco, numa
morada-inteira em frente à Praça Odorico Mendes, até o falecimento de ambos.
Nascida
e criada na Rua Rio Branco, a avó de Maria, após sua viuvez, passou a residir
na Rua das Hortas, sempre ativa, começou a receber encomendas dos seus doces, após experiência entre famílias amigas. Foi nessa rua que Maria viveu infância e juventude, por um
tempo chamada de Rua Siqueira Campos,
até voltar ao nome antigo, quando a cidade de S. Luís recebeu o título de Patrimônio da Humanidade. Famílias
ilustres habitaram a aprazível Rua das Hortas, o caso do desembargador José
Pires da Fonseca, casado com a herdeira de uma morada-inteira.
O
irmão mais novo de Carmem Dias herdou a casa ao lado da sua, na Rua das Hortas esquina
com a Praça Deodoro. Vendida para o filho de Helena Balga, foi demolida, e no
terreno o proprietário construiu uma bela casa com jardim, época em que a
cidade tentava se modernizar, antes das pontes, antes da cidade ter crescido em
direção às praias. Do outro lado da rua, na mesma época, Clovis Teixeira
construiu sua bela mansão, pondo abaixo velhas residências. Ali morou com a família por
muitos anos. Hoje o local abriga uma repartição pública.
Na
Rua das Hortas a doceira Carmem Dias garantiu por anos o sucesso das festas com seus doces. A
filha, com o mesmo nome da mãe, Carmem
Dias Pereira dos Santos, conhecida como Carmita,
foi a quem sua mãe passou o bastão. Casada com Pedro Araújo, foi morar na Rua
Grande, continuando a confecção dos famosos doces, que a certa altura promoveu o
sustento da sua família, e ainda garantiu a universidade particular em
Pernambuco dos seus cinco filhos homens. Hoje, sua filha Marcia Helena é quem
garante a continuidade do empreendimento, acrescida dos bombons, mais ao gosto
atual, enquanto os doces finos são reservados para bodas e batizados. O que é
bom resiste ao tempo, ainda bem. E tudo começou ali na Rua das Hortas 436. Local onde hoje abriga um laboratório
médico.
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