A FELICIDADE TÃO PERTO E TÃO LONGE
Qual a explicação para o progresso tecnológico não ter contribuído de
modo efetivo para exterminar a pobreza e as desigualdades sociais? Vive-se hoje
o caos nesse sentido. O maná teria caído do céu, sob forma de sensações visuais
e auditivas, modo moderno de transcendência dessa vida de dores e frustrações,
cada vez maiores, as pessoas excessivamente visíveis e quase insensíveis. Todo
aquele otimismo cedeu então lugar a um pessimismo, esse pessimismo pós-moderno
que se vê por aí. A dor, o drama, o mistério, transformados em passatempo. O
mórbido para sensibilizar. Ser mórbido com a desculpa de não ser superficial.
A modernidade teria falhado na
tentativa de dar paz e felicidade ao ser humano. No passado as bibliotecas, os museus, as
universidades, eram fontes de cultura, atualmente tudo isso substituído pela
informação midiática, ou imediatista, como nunca aconteceu antes. Cultas, ou
simplesmente aculturadas é como as pessoas se encontram. Temos uma informação
calcada no que é inculto, tendo em vista o sucesso passageiro. Se o sorriso faz
bem à saúde, o cinismo fere os bons princípios, e pode comprometer a imagem que
temos dos outros e de nós mesmos. A anárquica cultura da mídia nos leva a compartilhar
alegrias e tristezas, todos conectados e superficialmente informados, e certamente
mal amados, muito embora haja esforço no sentido do amor e da amizade.
O entretenimento é apelativo nos meios
de comunicação, nunca dantes imaginado com tão imenso poder, o caso da internet
que, de repente, deu força aos ânimos para cobrar mudanças no país, a exemplo
do que aconteceu com os recentes protestos nas ruas. Queixas, reivindicações, dando
mostra da audaz inteligência da moçada e seus cartazes com palavras de ordem, emblemáticas.
As mudanças começam pelas atitudes que tenham
compromisso com a melhoria pessoal e do país. Todos responsáveis pelo estado
atual de coisas. Ser feliz não é conquistar uma galera de admiradores, mas ter
consciência do valor que se tem. Se eu me amo, se me respeito, se perdoo meus
erros para não mais errar, se tenho confiança em Deus, certamente encontro meu
caminho, mesmo não sendo só de flores, pois não é mesmo, e se ilude quem pensa
assim. Ensina melhor quem abre os olhos e não quem coloca a venda, quer do céu
estrelado, quer do inferno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário