FELICIDADE
Atingir
uma meta na vida, ter nossa cota de felicidade, é o que todos almejam na vida,
e há grande possibilidade disso acontecer. Um psicanalista – famoso best seller – afirma que “o sucesso é ser feliz”. Melhor
viver sem se preocupar em ser feliz ou infeliz. Nem medir nossa felicidade em
perdas e ganhos, como diz Marta Medeiros. Os ansiosos padecem horrores em busca
da felicidade, com dissabores pelo caminho. Os desligados perdem oportunidades
importantes. Momentos felizes passam desapercebidos, enquanto se busca a
felicidade alhures. É normal ficar triste, ter aborrecimentos, não por muito
tempo, senão vira doença. Certo que se é feliz de diferentes modos, pode,
inclusive, haver vocação para a felicidade, como para exercer uma atividade,
principalmente, a artística. A felicidade seria então uma arte de viver, de se
sentir vivo.
O deslumbrado, também, o sofredor, tem a
tendência de fazer acontecer o pior, ao deixar de lado o essencial em prol de
coisas que vão causar frustrações futuras. Não costumam colocar as coisas na
balança, nem pensam antes de agir. O inesperado que também acontece, e produz
bons e maus momentos, indiscriminadamente.
Temos que confiar na vida, adquirir sabedoria para entender que ninguém
pode ser feliz numa busca frenética pela satisfação plena, por sensações, que
acabam por nos esvaziar a alma. À beira do precipício arrisca dançar quem pode.
Nós, simples mortais, temos que guardar distância de locais de perigo, mal iluminados,
andar em linha reta, mesmo tendo que
dobrar esquinas, subir e descer ladeiras.
Tropeçar, às vezes, mas seguir em frente, sempre.
Melhor escolher a santa alegria de fazer
o bem e afastar o mal, seu oposto. “Um santo triste é um triste santo”, afirma
a igreja católica. É bom escolher o que nos faz feliz de verdade, não buscar a alegria
pela alegria. “Alegria, alegria” conclama o velho Capulleto aos convidados em
seu castelo, onde festejava tempos de glória. Palavras que mascaram o ódio
entre pessoas, entre famílias, entre poderes. Eis que o amor entra de penetra
na festa para dançar com a jovem Julieta, depois escala o muro para ir ao
encontro dela, debruçada em sua janela, artimanhas do destino. Inoportuno e irracional
amor, ou ao contrário, oportuno e racional? Chegou na hora errada, em vez da união
provoca a morte! Belo e trágico Shakespeare!
“Estou muito feliz. Estou em paz. Meu
recado foi dado. Não arruinei ninguém. Não maltratei ninguém. Não feri ninguém.
Não reclamei de ninguém. Meu recado está dado. Agora estou pegando o bilhete de
volta.” Um dos muitos textos postados no Facebook, como sendo de autoria de
Chico Xavier. Se fosse assim com todo mundo seria o paraíso na terra, mas não é.
Reconhecer o erro e se arrepender é
fundamental. Por oportuno, reproduzo palavras de Marta Medeiros no livro Feliz
por Nada, postadas por Mario Zagota para seus amigos do Facebook. Grande Zagota
e uma agradável surpresa conhecê-lo
através da Rede. Eis o texto: “O melhor conselho que um amigo pode dar a outro?
Pare de fazer fantasias da vida, sentir-se perseguido, neurotizar relações,
comprar briga por besteira, alfinetar pessoas, maximizar pequenas chatices,
estender discussões, buscar no passado justificativas para ser do jeito que é,
fazendo linha ‘sou rebelde porque o mundo quis assim’. Sem essa. O mundo não
está prestando atenção em você. Acorde. Salve-se dos seus traumas de
infância...Ou permaneça enredado em suas próprias angústias e sendo nada menos
que seu pior inimigo.”
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