DIA DAS MÃES
Mês de maio de 2015, e no próximo
domingo, dia dez, comemora-se no mundo todo o Dia das Mães. Data muito especial
em homenagem à mulher, e quero deixar registrado aqui o amor e carinho que
tenho pela minha mãe prestes a fazer cem anos. Lembro dela, mãe orgulhosa,
dizendo que seus filhos ao nascerem escorregavam feito quiabo. Tinha-os com uma
parteira, por sinal a assistente de um conceituado médico, que não fazia
partos, mas podia ser chamado, caso houvesse uma emergência. A futura mãe também
era acompanhada durante a gravidez pela mesma parteira. Os cuidados tomados com
a saúde, a alimentação sempre saudável, mais reforçada depois do parto, tendo
em vista a amamentação. Foi como procedeu minha mãe, que paria os filhos
respeitando os dois anos entre eles até o quinto, quando parou, para controle
da natalidade.
Neste mesmo mês de maio, no dia 2, um
acontecimento trivial, o nascimento de um bebê, causou perplexidade em todos,
além da admiração pela recém-nascida, uma princesa, a quarta na ordem se
sucessão ao trono inglês. A mãe, Kate Middleton, duquesa de Cambridge, deu
entrada no hospital nas primeiras horas da manhã e saiu dez horas depois,
graciosa e saudável, sempre uma diva, como se nada tivesse acontecido, a não
ser o fato auspicioso de ter um bebê no colo. Fica-se sabendo depois que, se há
fenômeno é da própria natureza da gestante, de sua boa educação, assim como de
um bom serviço de saúde do qual a duquesa se vale, como qualquer outro cidadão
inglês.
Nós brasileiros e brasileiras hoje sofremos
como nunca com a falta de educação e de saúde. É pois de dar inveja o
nascimento real nas condições em que ocorreu, realizado por parteiras, as mesmas
que acompanharam a mãe durante sua gravidez. Os médicos do lado de fora, de
prontidão, lógico. Procedimento normal até meados do século passado, quando as parturientes
eram assistidas por experientes parteiras, como aconteceu com minha mãe e as
mulheres da época. O progresso científico deu ao ser humano o direito de uma
vida melhor, mais feliz e saudável, é certo. Mas tudo depende de como se aplica
tais benefícios. As mães da década de sessenta em diante, passaram a ter seus
partos em hospitais, assistidos por médicos especializados. Muitos deles
simplesmente especialistas em cesarianas e em outros procedimentos invasivos,
que foram adotados a partir daí.
Interferências médicas desnecessárias
e até perigosas acontecem hoje, impostas, inclusive, pela indústria
farmacêutica, pelos hospitais. Lógico que as pessoas são diferentes, cada um
com seu biótipo, sua genética, mas a regra é não abusar de si, ou da própria
natureza, nem da ciência. Há cinco décadas tive meus três partos no auge das
cesarianas, e nada de pior me aconteceu, por sorte. O caso da talidomida, por
exemplo, um medicamento dado às grávidas contra enjoo, e fez nascerem crianças
com deformações terríveis. Além disso, surgiram as radiografias tiradas dos
bebês no útero materno, ainda nos primeiros três meses, o que provou leucemia
nas crianças, fato verificável anos
depois, quando surgiu um caso atrás do outro.
Os exames dos bebês são feitos agora
pelo computador, a famosa ultrassonografia, que toda mãe hoje se orgulha de
fazer, mas na maioria dos casos só servem para saber o sexo do bebê. Certamente
que Kate Middleton não fez o tal exame, pois é do conhecimento de todos que ela
e o príncipe Williams só foram saber o sexo do bebê depois que a princesa
nasceu. Portanto, tudo indica que, ao contrário do que aventou a plateia mundo
afora, não houve fraude no parto real. Tudo transcorreu em absoluta normalidade,
a servir de exemplo para o mundo deslumbrado com a tecnologia que deixa a
prudência e o bom senso de fora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário