MÁSCARA, PARA QUE TE QUERO?
Tempo de carnaval, e os mascarados saem
às ruas, conquanto digam as más línguas que é também quando caem as máscaras. Nossa
condição de civilizados a nos impor usar máscaras o ano todo, em especial, as
mulheres, que pintam o rosto, seguem com paixão o figurino da moda, o que seria esconder, até mesmo distorcer uma imagem real. A natureza, na sua
irracionalidade, alheia à ética e estética. E sendo quem somos, ditos racionais, achamos
por bem corrigir as imperfeições, e realçar as perfeições, o que todos têm.
O construtor, o artista faz brilhar a imaginação ao criar o belo, mesmo que haja quem se esmere em pintar figuras distorcidas, ainda assim dignas de admiração, como arte. A construção de cada um como pessoa em sua aparência
externa, sua estética, assim como guarda na alma sua ética, tudo o que diferencia uma pessoa da outra. O prazer que se tem de
revelar quem se é de verdade, ou imagina ser. Além do prazer moderno em ser
diferente. Máscaras, para que te quero?
Evitar ferir o bom
gosto, ou melhor, o bom senso, causar polêmica, atoa. Muita coisa sem valor pelas quais se luta, quando não se deve perder o foco com bobagens, para dizer o mínimo. E temos a catarse do carnaval, que surgiu
na idade média, os dramas teatrais que foram para as ruas. A civilização no seu
auge, mais dramática que trágica, ou mágica. No carnaval vestimos a fantasia, colocamos uma
máscara, ou não, e vamos celebrar, em especial, a alegria de viver, no que é permitido
ao ser civilizado fazer nessa breve concessão à barbárie.
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