IRLANDA – REFERENDO
A
Igreja Católica desde sempre defensora dos direitos da mulher, mas atualmente é
acusada de todos os desacertos no mundo, inclusive da opressão contra o gênero
feminino. Na realidade a pregação católica é para que todos sejam
tratados em igualdade de condição, como filhos de Deus. Pioneira na defesa dos
direitos humanos, consta dos Evangelhos que Jesus “ia de cidade em cidade para pregar às mulheres.” Lucas 12;1-8 dá especial
relevo ao papel do feminino, e Mateus 8:38-42 narra o que aconteceu na casa de
Marta e Maria, a conversa que o Mestre de Nazaré teve com as duas irmãs, não
aceitando a queixa de uma por trabalhar enquanto a outra rezava, e recebe a reprimenda,
que seus valores são iguais, sem distinção. Discriminação e rivalidade como uma
tendência entre os seres humanos, a ser corrigida, uns querendo por força se
sobrepor ao outro, nem os irmãos de sangue escapam.
Na católica
Irlanda, foi marcado um referendo para alterar a Constituição de 1937. Deve
haver mudança nas cláusulas que discriminam as mulheres, e os constituintes falam erroneamente
que as citadas cláusulas estão ali por influência da ética cristã. Na realidade a discriminação teria
saído da vontade de uma sociedade machista, em sentido oposto aos dogmas
católicos, que elevam as pessoas a um patamar digno da condição humana, tanto no
que diz respeito ao feminino, quanto ao masculino, em igualdade de condições. Diz
a Constituição irlandesa que: ”a mulher
dá ao Estado um suporte sem o qual o bem comum não pode ser atingido ao
reconhecer sua vida dentro do lar.” Palavras que nada têm de religiosas, ao encorajarem
as mulheres a não saírem de casa para trabalhar, e que cumpram seus deveres
domésticos com exclusividade, e tem ainda outra cláusula: ”assegurar que as mães não serão obrigadas pela necessidade econômica a
trabalhar de forma a negligenciar seus deveres no lar”.
No atual texto constitucional irlandês as
mulheres são prejudicadas ao restringirem o direito das mulheres, e mais ainda
as mães, para que elas não trabalhem fora de casa em nenhuma hipótese, isso sem
que lhes sejam ofertado respaldo financeiro para exercerem a função social apontada
como de “suporte do Estado”. Uma incongruência, tirar das mulheres o direito ao
trabalho, sem que haja compensação, o que as inferioriza, até com perigo de
miséria familiar. Em 2015 foi introduzido na constituição irlandesa o casamento
gay e não tarda a ser liberado o aborto, coisas que a fé católica rejeita, mas
não condena ao inferno as pessoas em suas escolhas pessoais, pois faz parte da
doutrina católica o amor, a piedade, a compaixão.
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