JK E SUA DIAMANTINA
“Como pode um peixe vivo
Viver fora da água
fria.
Como poderei viver,
Como poderei viver,
Sem a sua, sem a sua,
Sem a sua
companhia.”
|
PRAÇA JK - MARCO EM DIAMANTINA |
Em agosto de 1976 a emoção toma conta de Brasília, uma multidão acompanha o corpo do ex-presidente
Juscelino Kubitschek de Oliveira, fundador da cidade, que sofrera um acidente
automobilístico. Ao longo do trajeto do aeroporto até o cemitério as pessoas cantavam
todos a música de Milton Nascimento, Peixe Vivo. Os restos mortais de JK hoje abrigado no monumento em sua homenagem
na Capital Federal. Nascido em
Diamantina, Minas Gerais, um
dos mais ricos estados brasileiros, suas entranhas ricas em ouro, pedras
preciosas e semipreciosas, suas montanhosas encostas com o material necessário para esculpir e também revestir igrejas e casas, calçando de forma especial suas ladeiras.
A turística
cidade de Diamantina traz de volta ao visitante as lembranças de um antigo passado, também, dos mais recentes acontecimentos do Brasil, quando em 1950
seu mais ilustre filho foi eleito presidente e tratou de cumprir a Constituição transferindo a capital federal para Brasília. Diamantina respira Juscelino, os turistas a se
depararem com pessoas orgulhosas de terem conhecido uma pessoa nascida ali, tão importante
e querida no País que governou. Fato raro nesses novos tempos de personalidades
políticas odiadas, retratos do que há de pior, em todos os sentidos. E pelo que entendemos da história de
Juscelino, a maior ambição desse mineiro interiorano era simplesmente exercer a
medicina, para a qual diplomara-se. Mas aquele garoto que corria de pés no chão
pelas ladeiras de Diamantina tinha um grande destino, do qual ele mesmo não podia imaginar.
Humilde
e simpática a casa onde habitou Nonô e
sua irmã mais velha, Naná, sob os
cuidados da mãe D. Júlia, professora estadual, que o filho ilustre a define com
uma pessoa doce e ao mesmo tempo firme. O pai falecido vítima da tuberculose,
após viagens efetuadas em sua profissão. O antigo quarto do menino da casa, no passado dava para um antigo quintal, onde hoje está construída
uma pequeno edificação, contendo uma biblioteca com os livros de leitura de
Juscelino e um pequeno espaço para conferências. Na parte superior a representação
do que foi seu antigo consultório, com seus apetrechos de trabalho. Podia aquele
menino imaginar tal coisa? Tempo de infância, onde o melhor é viver, comer jabuticaba, brincar na rua, e também ler
— o que desde cedo o futuro presidente do Brasil também amava.
Simplicidade e carisma de um presidente que governou o país de 1956 a 1961, e fez com que o Brasil entrasse numa nova era. O passo acelerado com que o
mundo mudava, deixava para trás aquele ritmo lento em que se vivia. As
transformações da vida prática dos homens, o sentir próprio da existência de
cada um. Pouco que se sentia, mas as
mudanças estavam ali para valer, era só
pegar carona, e ir em frente com coragem. Coragem que nunca faltou a
Juscelino, nem aos brasileiros, que o acompanharam e souberam enfrentar os dias
difíceis, mas não esmoreceram. Sobravam dificuldades a enfrentar, as necessidades maiores do que se podia imaginar, num pós-guerra provocada por uma Nação hegemônica, uma ideologia absurda, que
queria dominar o mundo, apoderar-se do planeta, mas o que fez foi deixá-lo
sob escombros,
o futuro comprometido.
Ao
mundo em frangalhos faltava fundamentos sólidos para edificação de um futuro
estável. Passamos a sofrer de contínua instabilidade, como uma espécie de doença
muito grave, que nem toda a ciência e tecnologia, que irromperam avassaladoras, iam conseguir debelar. Laços se quebraram,
outros se firmavam, mas o que restou de mais sólido foi a conexão entre homens e máquinas. Melhoraram todavia as
relações entre as classes e entre as raças, temos boas transformações na vida prática, e o homem em busca ainda maior por um sentido na vida. Não há milagres, saem premiadas aquelas Nações que andaram em ritmo mais seguro, às quais se impõem valores de reconhecida validade, as pessoas idem. A Igreja Católica sempre empenhada em se inserir nas novas ordens das sociedades, tendo — como tem confirmado a história — implementado as bases
da civilização ocidental. E agora enfrenta de modo mais imperioso a ameaça do ateísmo, que trama dessacralizar a realidade
da vida, pregando o fim da religião. Deus nos guie e ampare. Amém!
|
CASA DA INFÂNCIA DE JUSCELINO EM DIAMANTINA |