A
VIDA E SUAS LIÇÕES
Idosos
cuidem bem da sua saúde e segurança! Fiquemos todos atentos com o que pode
ocorrer com aqueles que estão perto de nós, e devida à idade - os menores e os idosos -
que precisam de maior atenção.
O que
poderia alterar a tranquilidade daquele dia? Depois do almoço com o marido
Edivis fez sua costumeira sesta de 10 a 15 minutos, repouso suficiente para seu
saudável corpo de 80 anos, mesmo que o “peso da idade” já lhe cause algum
incômodo. Ágil no andar, saiu do quarto, e, de imediato, foi até a sala, com a
intenção de verificar pela janela do apartamento no 4º andar se o caminhão de
entrega já estava embaixo do prédio. Esperava as peças do armário encomendado em
conceituada firma de móveis pré-moldados, para ser montado no dia seguinte. Havia
um atraso na entrega, estava apreensiva. O casal aos setenta anos resolveu voltar para seu antigo apartamento, depois
de duas décadas de experiência numa ampla casa, quando os filhos ainda estavam
na companhia dos pais, agora todos casados, em seus apartamentos.
Edivis
estava um pouco agitada quando atravessou a sala, não se deu conta que no meio
do caminho havia uma peça de bronze, em tamanho considerável, resquício de um
lustre de sua antiga casa no Lago. Minutos antes o marido descera com o pesado
adorno para guardá-lo no armário da
garagem, esquecendo o contrapeso que fazia parte da engrenagem.
O lustre ficaria guardado à espera que alguém se interessasse por ele, seu
tamanho e suntuosidade. Já dizia o poeta: “No
meio do caminho há uma pedra; há uma pedra no meio do caminho”. E sendo
assim, é bom saber do cuidado que deve existir numa residência com crianças e pessoas
idosas, a segurança redobrada.
O marido de Edivis não viu aquela peça, que ficou esquecida dentro de um saco no
meio da sala. E foi uma atitude por demais imprudente da parte de sua mulher
querer chutar para o lado aquele saco, que não estava vazio. A “coisa” ali
dentro fez então com que ela se precipitasse contra os bancos de um bar à
frente. É quando ele chega da garagem, entrando pela porta dos fundos, e ficou atônito,
sem saber de onde vinha a voz da mulher em agonia. Atravessou a cozinha, atravessa
o corredor, indo em direção ao quarto,
quando percebe que sua mulher estava estendida na sala. Vendo a gravidade do
ocorrido, de imediato, providenciou socorro.
O atendimento médico e hospitalar que Edivis recebeu foi de bom a ótimo, a família tinha um
bom plano de saúde. E ninguém desconhece a crise na saúde pública do país, que
atinge a todos. Sofrer um acidente é a pior coisa que pode acontecer a alguém. Um acontecimento para
jamais ser esquecido. As dores e a cruel expectativa de algo mais grave, até mesmo
angústia, de estar no hospital, para ser atendida de forma emergencial. No caso
de Edivis, além de tudo isso, perceber que as enfermeiras estavam desconfiadas
que ela fora espancada. Depois de alguns pontos no supercílio e uma tipoia no
braço lesionada com certa gravidade, ela foi liberada, não havia necessidade de
cirurgia com o previsto pelos médicos, de início. Meses de fisioterapia e podia
se dar por feliz de poder continuar sua vida como sempre, com alguma limitação.
E a amarga lição, que faz a pessoa aprender sobre a vida, mesmo que já tenha
passados por alguns graves. O pior sempre é o que acontece por último.
A idade
de um idoso aponta para um futuro em que mais assiduamente a pessoa vai precisar
de assistência médica. Não dá para escapar. Tem as próprias dores que se
acumulam, a que se acrescenta o sofrimento do próximo, que pode ainda uma mãe centenária,
seu marido, filhos e demais pessoas do convívio. Sentir a dor do próximo, ver jovens
e crianças que sofrem, numa idade que deve ser só de alegria. Pensar que estão
todos sadios e acontece um imprevisto. Momentos adversos que têm de ser
superados. Quantas pessoas que chegam à emergência dos hospitais com lesões
graves, ou vítima de alguma doença incurável. A dor física que Edivis sentia no corpo, se
estendia também para alma, indo na direção
da dor moral. Tão logo voltou para casa
fez um jura de ter mais cuidado consigo e com todos em volta. Aproximava-se o
fim de abril, a irmã vinha visitá-la, e ia encontrá-la ainda com o braço
imobilizado, mas certa de que deviam apertar mais seus laços de amizade. O
quanto a gente precisa uns dos outros!
Aguardando atendimento médico no SUS |
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