DOR
“O dia não é hora por hora.
É dor por dor.”
Pablo Neruda
O recém-nascido
chora quando recebe o primeiro sopro de ar em seu pulmão. Dor e vida. Não há vida sem dor,
e os dias futuros do ser humano serão vividos “dor por dor”, segundo o poeta. O Choro
como característica do ser racional, também o riso. Mas só alguns dias depois
de nascido é que o primeiro sorriso se esboça no humano rosto. Muitas as
alegrias por viver, mas inúmeras serão as dores.
Maria
se lembra de ter dito a uma pessoa zangada que ameaçou largar sua mão em um momento
crucial: “Cuidado, não largue minha mão, você pode precisar da mim no futuro.” A
cruel dor do abandono, e tantas outras dores, algumas necessárias, que servem
de alerta para os males a serem evitados. O espinho, a pedra no caminho, coisas
que vão num crescendo, até males maiores. Difícil especificar todas as dores.
Marcas
no corpo e feridas na alma. Amenizarmos nossos males é o que nos resta, o que somos capazes de fazer com nossa inteligência e racionalidade. E não são poucas as coisas ruins
que criamos, ou provocamos com nossa renitente irracionalidade. Típico dos
humanos o poder e liberdade para pensar
e agir, conquanto nem sempre se adquira discernimento e autoridade, e vamos
pagar por isso.
Dores
há que nos atingem de um jeito tosco, difícil de evitar, e há as dores que podem e devem ser evitadas. Mas, às vezes, somos imprudentes, inconsequentes, o que
acontece na mesma proporção do nosso querer, nem sempre racional. Uma mente mal formada não atenta para seus limites.
Ter ou não ter razã --- eis a questão.
A consciência racional faz com que se acerte em autenticidade, respeito, amor próprio, humildade, e mais. É o saber viver que resulta numa vida plena, sem que a dor impeça acontecer a plenitude, mas até propicia, se me amo, e confio em Deus. Certo é que não vale a pena sofrer por tudo o que quer essa nossa alma, às vezes, tão pequena.
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