POESIA
QUADRAS
FLORBELA ESPANCA
Quando fito teu olhar,
Tão frio e indiferente,
Fico a chorar um amor
Que o teu coração não sente.
Que fruto embriagante
Me deste tu a beber?
Até me esqueço de mim
E não te posso esquecer.
Quando um peito amargurado
Adora seja quem for,
Por muito infame que seja
Bendito seja esse amor!
Sou mais infeliz que os pobres
Que têm fome na rua.
Também eu ando faminta
De beijos da boca tua.
Amor é comunhão d´almas
No mesmo sagrado altar;
Contigo, amor da minh´alma,
Quem me dera comungar!
Quem na vida tem amores
Não pode viver contente,
É sempre triste o olhar
Daquele que muito sente.
Quando o olvido vier
Teu amor amortalhar,
Quero a minha triste vida
Na mesma cova enterrar.
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