MEDITAÇÕES EM DOIS TEMPOS:
1
Ele estava vivo, era uma
sensação de alívio, quando sabia que antes dele um irmão havia morrido ao
nascer. Mas seria uma injustiça ele ter sobrevivido, e não o outro? Devia sentir remorso por estar vivo? Perguntas que certa vez lhe
afloraram à mente, com que sentiu no fundo da sua alma simplesmente gratidão.
E se estava vivo tinha que merecer esse privilégio. A começar por honrar o
irmão morto. O que também devem fazer todos os que estão vivos, ou seja, honrar
os mortos.
2
Você quer
avançar?
Vale
a pena?
Perguntas que lhe fizeram
quando estava na plantação de arroz, a sonhar em sair dali. Tinha consciência que
não se vive apenas desse grão, nem da plantação de trigo do vizinho ao lado, necessários
para a sobrevivência física. Os produtos básicos produzidos no campo a milhares de anos, mas que
não bastaram ao ser humano. Daí veio a cultura religiosa. E ela ali no campo a sonhar com algo mais, ou seja, estudar, para cultivar a mente. Queria conhecer
melhor a cultura que deu origem à civilização, e dela tem notícia pelo padre, um
semeador da Fé. A sombra benfazeja da Igreja, como uma árvore frondosa, sua
semente plantada há milhares de anos.
Urge saber da importância em
se ter essa ajuda espiritual básica, como o arros e o trigo é para o corpo. E ir em frente com sua semeadura.
O mundo avança, e não espera ninguém. Os anos a passarem por ela sem grandes
mudanças. Até que partiu em busca da evolução necessária, para ser o que se
propunha na vida. Deixou sua avó a se queixar do salto no escuro que o mundo ia
dar. Salto já dado, e o mundo virara de cabeça para baixo. E desde então ela soube
o que queria de verdade, ser uma semeadora, não apenas de arroz no campo, hoje com ajuda das máquinas. Mas
semeadora dos bens espirituais, da fé que brota na alma que evolui.
NOTA: O segundo texto foi inspirado nas palavras do papa Leão XIV quando citou a pintura de Van Gogh, “O Semeador no Por
do Sol”
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"SEMEADOR NO POR DO SOL" - VICENTE VAN GOGH |
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