quinta-feira, 31 de outubro de 2024
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
O ENFRENTAMENTO
Vivenciar a singularidade
como pessoa exige uma gama de atitudes, o que em primeiro lugar significa
não aderir a essa generalidade deprimente,
ditada pela moda. A mulher que procura dignificar sua vida, e, em algumas situações,
se salvar.
Quebrar a corrente
negativa, o que não poucas vezes é uma afronta para a pessoa na sua integridade.
E a mulher possa mostrar-se, exprimir-se, ficar face-a-face com a realidade,
sem estar falsamente protegida por sua condição feminina.
Batalhar pela vida, como uma heroína, que vence todas as lutas, tendo até mesmo que se superar. Mulher que não se deixa diluir na vulgaridade, mas se eleva em sua humanidade. Do que nos fala os poemas de Cecília Meirelles, e a simplicidade da poesia de Cora Coralina.
domingo, 27 de outubro de 2024
10 MANDAMENTOS DO AMOR AO IDOSO
1- Deixe-o falar. Ele tem muito que compartilhar com você, acredite. Os anos fafzem com que o idoso se torne um arquivo vivo. Suas histórias merecem ser ouvidas
2- Deixe-o ganhar uma
discussão. Isso quando ele se dispuser a participar de algo nesse sentido. O mais
certo é que lhe falte paciência. Mas, por sua trajetória, o idoso não entra numa briga para perder.
3 – Deixe-o reclamar.
Imagina alguém chegar a essa altura da vida, depois de viver um tempo em que a
elegância estava na parcimônia, enquanto hoje observa esse consumismo desenfreado,
as pessoas querendo comprar tudo o que se exibe nas propagandas. A natureza sendo
devastada para tanta ambição de lucro e consumo.
4- Deixe-o participar dos
passeios com sua família. Certo que o idoso, que está naquela cadeira a
cochilar, já proporcionou bons momentos de lazer para os seus entes queridos,
quando guiava aquele fusca apertado, e não o carrão que os filhos possuem hoje
em dia.
5- Deixe-o visitar, ou
receber. A vida continua, e que seja a mais normal possível. Os laços de
amizade não perdem sua importância com a idade, ao contrário. Não impeça o idoso de ter amigos.
6- Deixe-o viver entre as
coisas que amou e ama ainda, a exemplo dos livros, que o idoso os possa ler enquanto tiver vista e bom entendimento, o que felizmente acompanha muitos idosos até o fim da vida. Seja grato a Deus pelo idoso que tem perto de você.
7- Deixe-o envelhecer. Isso
com a mesma dedicação, e total encantamento com que o idoso viu os filhos
crescerem, e cuidou deles, a ainda tem os que cuidam dos netos, com todo amor e
carinho.
8- Deixe-o rezar. E quando
puder reze com o idoso, você vai sentir as bênçãos em sua vida. Nem toda a fortuna do mundo paga o
que não tem preço.
9- Deixe-o tomar conta do
seu próprio dinheiro. Certo que o idoso tem o maior prazer em ajudar financeiramente os
seus familiares, ou a quem precise, e ele possa ajudar. E que todo
idoso no fim da vida tenha condição de o fazer, por pouco que seja.
10- Deixe-o, por fim, falecer nos braços da família.
OBJETO ENCONTRADO POR UM CARMELITA ITALIANO QUE REESCRVEU SEUS DIZEREES, O QUE TAMBÉM FEZ OUTRO PADRE DA MESMA ORDEM, EM PETRÓPOLIS. TRANSCREVO AQUI COM MINHAS PALVRAS OBEDEIENTE AO SENTIDO ORIGINAL.
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
BREVES CONSELHOS
1- A prenda a dizer sim e não. Isso é discernimento.
2- Ocupe-se
do que for importante para seu crescimento. Isso
é foco.
3- Mudar
faz parte da vida, mude quantas vezes precisar. Isso é boa vontade.
4- A
oportunidade é fugaz, não deixar que passe. Isso
é previdência.
5- O
tempo trota, tenha-o sob suas rédeas. Isso
é segurança.
6- Perca
o trem, mas não perca a paciência. Isso é
resiliência.
7- Boas
atitudes podem mudar as agruras do cotidiano. Isso é resistência.
8- O
sorriso acolhedor pode melhorar o convívio com o outro. Isso é empatia.
9- Pense
alto, nunca abaixe seus planos. Isso é
planejamento.
10 Tenha
o maior empenho diante da dificuldade. Isso é produtividade.
11Não
recue diante das forças contrárias ao que você acredita. Isso é coragem.
12Faça
seu agir ser maior que o desejo de fuga. Isso
é responsabilidade.
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
REGRAS DE VIDA
1- Ore
todos os dias.
2- Agradeça
quando sentir vontade de reclamar.
3- Pense
em Deus em vez de se preocupar
4- Gaste
menos do que ganha
5- Seja incentivador.
6- Evite
criticar.
7- Não
tente impressionar sendo outra pessoa.
8- Faça
da leitura seu passatempo preferido.
9- Exercite-se.
10-Beba
água ao deitar e ao acordar.
11-Escreva
para si cartas dirigidas a outras pessoas.
12-Promova
encontros familiares.
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
DA PERSONALIDADE -2
“Agir é escolher; edificar é sacrificar” diz Emmanuel Mounier em seu livro O Personalismo, que trata da formação de uma personalidade. Cresce e se afirma como uma pessoa, ter consciência dos valores morais e espirituais, fontes irradiantes e singulares de vida. E entre a luz da consciência e a cegueira da inconsciência, privilegiar a primeira. Importante saber o que se quer de verdade.
E em se falando de vida plena, que seja plenitude exigente, e não na indigência. Na adoção do que for bom, e na rejeição do prejudicial, ser uma pessoa que não se deixa seduzir facilmente, nem é demasiadamente compreensiva e generosa.
O histórico daqueles que vivem por mais tempo, é do
crescimento como pessoa. Assim acontece com as épocas, e se no medieval a
pessoa era vocacionada segundo sua honra e glória, na modernidade a vocação se
direciona para a liberdade e justiça
social. Certo que boas ações e orações afastam tudo que envenena a mente e o espírito.
“O inferno são os outros”, prega o existenciastista e ateu Sartre, enquanto Mounier no seu Personalismo cristão acredita no bem e na bondade humana, que vem da fé e do amor a Deus.
S. LUIS - MA |
domingo, 20 de outubro de 2024
O ERRO DE NARCISO
Quando, às vésperas do casamento, seu noivo lhe disse para terminarem pois não se amavam o suficiente para casar, ela ficou paralisada, quase desmaiou. Foi então que decidiu ir até à igreja falar com o padre que ia celebrar o matrimônio. Encontra-o atendendo os fieis com todo carinho e dedicação. Foi como se recebesse uma rajada de esperança, para não ficar perdida diante de tão grande decepção. A fé que move as pessoas nos momentos de dor. E faz esquecer as preferências particulares e privilegiar o amor que contribui para a vitória sobre si. A fé que mantém a delicadeza do ser individual para com os outros, que eleva o amor até aquele canto espiritual, que conforta e dá segurança.
Aquela
jovem noiva estava decepcionada no seu amor, mas de pronto entendeu o
sentido do amor. Uma paz invadiu sua alma, que chorou copiosamente. E não
demorou a estar pronta para ir em frente com sua vida, indiferente a qualquer
embaraço, inclusive de um amor equivocado. Sua realização como pessoa dependia
exclusivamente dela mesma. Não ia mais contar com a benevolência de alguém, que
mesmo respeitosamente, tolhesse sua pessoa das boas, ou ruins experiências, da
provação, e redenção.
O
narcisista acha que os outros dependem dele. Não tem a delicadeza de evitar ferir
o amor próprio de alguém. Inclusive da pessoa que ele pensa que ama, mas só
quer subjugá-la aos seus caprichos. Possíveis dádivas nem sempre beneficiam o
receptor e sim o doador. Importa que não haja queixas do abandono, afinal
ninguém está obrigado a amar, nem a ser bom. Mas o mundo atual é do império do narcisismo, ninguém ama, nem quer o bem do outro, o que vai do mais rico ao mais misrável, todos apostando no erro de Narciso.
sexta-feira, 18 de outubro de 2024
DA PERSONALIDADE
S. LUÍS - MA |
Verdade que desde o nascimento nos movemos em direção aos outros; somos filhos, cônjuges, amigos, parceiros no trabalho, e por aí vai. Os contatos, ou as experiências exteriores nos movem, mas principalmente nossa força interior.
Nosso ser interior depender do ter, que está fora. Vamos lutar em duas frentes, pelo permanente e pelo contingente, numa espécie de convergência de forças para a formação da nossa personalidade.
É fundamental afirmar valores, dando mais atenção ao que nos acrescenta, e gastando menos tempo nas distrações, presentes como um avalanche no nosso mundo atual. Na conquista e na demissão avançamos para consolidação da pessoa que queremos ser de verdade.
Pulsa em nós uma vida secreta, que destila tal
riqueza, com a qual nos constituímos incessantemente. Mas, cuidado, há também coisas
que podem nos desconstruir como pessoa. A meditação, que não significa
ruminação, nem introspecção, é de espacial ajuda.
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
terça-feira, 15 de outubro de 2024
POEMA
AO
CRISTO CRUCIFICADO
Santa Teresa D`Ávila
Não me move, meu Deus, para amar-te
o céu que me hás um dia prometido,
e nem me move o inferno tão temido
para deixar por isso de ofender-te.
Tu me moves, Senhor, move-me o ver-te
cravado numa cruz e escarnecido;
move-me ver teu corpo tão ferido;
move-me a ofensa e a vida que perdeste.
Move-me teu amor, de tal maneira,
enfim, que sem céu ainda te amara.
E não houvesse inferno, te temera.
Nada me tens que dar porque te queira.
E se o que ouso esperar
não esperara,
o mesmo que te quero, te quisera
(atribuído a anônimo)
Nota: A
compaixão move a santa da cidade espanhola de Ávila, sentimento
humanitário, que se estende a todos os homens, ou à humanidade como um todo. Santa
Teresa (1515-1582) ao lado de São João da Cruz foram grandes místicos, ambos outorgados
doutores da Igreja.
OS SANTOS ANJOS
Certo que os anjos vivem na presença
de Deus. São importantes para nossa conexão espiritual. A presença da energia angelical interior ajuda
a alma imortal a receber bons fluidos e atingir nossos propósitos. A escritora e espiritualista Sônia Café aconselha
a meditação com os anjos. Sob sua
inspiração, e dos anjos, medito o que segue:
O ANJO DA BÊNÇÃO
Nossa maior bênção como
humanos é a consciência, que construímos ao longo da vida. E seja abençoada a
pessoa consciente que você é nesse instante.
O ANJO DA CURA
Uma especial fonte de
energia vibrar em nosso interior, nos traz o bem, e nos livra de todo o mal, assim
como cura o ambiente que nos cerca.
O ANJO DA ESPERANÇA
Ao sintonizarmos com a
esperançao o viver fica mais leve. Nossa personalidade tende a complicar as coisas. Libertar-nos
do que nos inquieta e sermos receptivos ao que nos traz a paz.
O ANJO DA PROSPERIDADE
O trabalho dignifica o
homem, já diziam os antepassados. A ação construtiva leva a pessoa para frente, e quanto mais
acreditamos em nós e na nossa capacidade mais crescem nossos ganhos. Ganhamos material
e espiritualmente ao nos colocarmos
diante de Deus.
O ANJO DA GRATIDÃO
Achamos que temos direito a
receber gratuitamente tudo que a vida tem a oferecer. Ficamos simplesmente
ansiosos para que isso aconteça, perdendo o tempo que deve ser utilizado para
agradecer o que já temos. E tudo nos será dado por acréscimo. Gratidão,
gratidão.
O ANJO DA VERDADE
A verdade faz com que
dirijamos nossa vida com segurança, cientes de que vamos crescer e chegar ao nosso
destino, sem aventuras por caminhos mentirosos.
O ANJO DA CORAGEM
O coração é o guia, que nos
faz agir com segurança e firmeza. Ser corajoso é não ter medo de amar, e
resistir ao desamor, que o ciúme, a inveja e a ganancia promovem.
O ANJO DA PALAVRA
Usar a palavra sempre que a cominicação for necessária,, e o quanto é importante a palavra certa, e não se fale muito nem fiquemos calados quando expressar nosso pensamento é importante, e sirva de orientação e ajuda.
O ANJO DA EMPATIA
Bom estarmos em sintonia com as pessoas do nosso convívio, e em vez de julgar, colocar-se no lugar do outro.
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
CRER EM DEUS, POR QUE NÃO?
Ao deixar o ventre materno o recém-nascido tem o primeiro contato físico com as mãos do obstetra, que o faz chorar, para dar sinal de vida, ou seja, que o ar entrou nos pulmões. O bebê vai então para os braços da mãe, e do seio materno recebe o alimento vital à sua sobrevivência física, também obtenha o cuidadoso afeto, que é o alimento necessário a sua formação emocional. Estamos disponíveis e em instintiva confiança para com os outros. Até que aos poucos tomamos consciência do mundo ao redor.
A
criança sorri e abre os braços para ser acolhido por quem confia, mas estranha o
desconhecido. Como ser inteligente, vai ter escolhas a fazer para construir uma
personalidade autônoma. Necessita de uma boa formação para livrar-se dos
ímpetos negativos, e consolidar os valores humanos. E na vida adulta possa oferecer
confiança e perdão, assim como desarmar ódios e rejeições, do que ninguém
escapa.
Acreditamos
no que quer que seja, e por que não crer em Deus? Os sentimentos da compaixão e
generosidade fazem parte da nossa cultura cristã e humanista. Confiar desconfiando, pois tem muita gente narcizista por aí. E termos a liberdade de nos afastar do que gostamos e nos faz mal, também pelo mesmo motivo ficar longe de algumas pessoas. É libertador, às vezes, ficar só consigo
mesmo. Apenas na presença de Deus
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
MEIAS-VERDADES NA FICÇÃO
TRABALHO,
AMOR E FÉ.
S. LUÍS - MA |
Aos dezoito anos ela compreendeu que era a
hora de trabalhar para garantir seu sustento, já que havia concluído o segundo
grau. E como a avó estava no apartamento no Rio para realocá-lo, a neta foi ao
seu encontro. Via possibilidade de entrar para o BB como contatada para
trabalhar na Olerite, quando o acesso por concurso ainda era vedado às mulheres,
uma discriminação. O irmão mais velho já trabalhava no Banco em S. Paulo, e bom
verem-se frequentemente, ela pensava. Tempo mágico da mocidade, que deve ser bem
aproveitado, a saber, que as coisas boas acontecem, basta acreditar, e fazer
sua parte.
Enquanto
a neta de dona Amélia buscava um lugar ao sol no Rio, aquele rapaz, que antes
de partir de S. Luís lhe fizera a declaração em francês, ainda não ingressara
no BB, dificultado por um erro médico. Aguardava em Recife a solução do
problema, até que faltando pouco tempo para seu concurso perder validade de
apenas dois anos, pegou o avião e foi resolver a questão pessoalmente na
Direção Geral. O Rio ainda era a capital
federal onde ele obteve bom acolhimento, e de imediato assumiu na agência do
Catete, perto de onde estava a moça, cuja imagem não lhe saia da cabeça. Uma
“sorte cavalar”, como se dizia na época. Mas não era sorte não, era
merecimento.
A
moça não reconheceu de imediato o moço bonito e elegante, de casaco escuro, que
parecia ter vindo de um desfile de moda de inverno em Milão. Eram seus olhos
amorosos, saudosos de casa, e foi quando eles deram-se as mãos e saíram a
passear a recordarem idos tempos. Passado um ano estavam casados. E como o
trabalho feminino não era a prioridade, a moça assumiu mesmo foi a condição de esposa
e dona de casa. Tempo de gerar vidas, muitas vidas, sem a preocupação da
explosão populacional. O casal gerou apenas três pessoas admiráveis. Mas teve
gente que exagerou. Certo que uma união matrimonial feliz tem seus
prolegômenos, e não basta amar, se encantar. Nem adianta pensar que vai ter o
marido ou a mulher perfeita para si. Ele contou com um bom trabalho para
sustentar a família. Ela aceitou de bom grado sua missão. Juntos cultivaram o amor
e perseveraram na fé em Deus. Amém!
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
sábado, 5 de outubro de 2024
Maria
está caminho da casa, que ficava a algumas quadras do cineteatro Arthur
Azevedo. Ela acabara de assistir o filme Tempos Modernos de Charlie Chaplin, e
ia pensando na crítica do cineasta às máquinas, fomentada pelo medo, no início
do século XX, época em que foi rodada a película, medo que se neneralizou, tudo no futuro ia dar medo. Passa a jovem por sobrados e casas
antigas, ainda habitadas, sem poder imaginar que logo seriam abandonadas, e virariam
ruínas. Já estava com uma ponta de saudade,
ia ausentar-se de S. Luís por algum tempo, e nem imaginava o quanto
estaria distante desse caminho, tantas vezes percorrido, que parecia lhe ser traçado
para todo e sempre. Tarde chuvosa, em que fora desanuviar os pensamentos no
cinema, sentindo na pele os recentes acontecimentos, que iam mudar sua vida.
Nada parecia mudar, mas tudo mudaria, e nada
seria como fora até ali.
Os
pais de Maria e seus três irmãos mais novos moravam na Rua da Inveja. Arranjo comum à época, e ela foi residir na casa da avó, na Rua das Hortas, que
naquele momento estava vazia, só restava ela. De repente tudo muda. O gato
morre de velhice, o tio casa e vai morar no Rio, o irmão assume o BB no
interior da Paraíba, e por fim a avó parte para o Rio afim de receber o apartamento
que desalugara para atualização do aluguel, seu rendimento de viúva. Era a última a partir, depois de um convite
inusitado para concluir o segundo grau na Bahia e logo cursar
medicina na capital baiana. A oferta veio de uma tia-avó com a ideia formada de
fazer sua sobrinha médica, na então considerada a mais importante Faculdade de medicina do país. Médica, vocação que Maria desconhecia, mas
certamente valeria a pena tentar, além de obter o ganho da convivência com
aqueles parentes.
Mas
naquela tarde a caminho de casa pensou ainda na surpresa que teria o rapaz
vizinho e colega do irmão, que costumava
espreita-la à distância, em especial nas tardes quando Maria ia pedalar na
praça com sua amiga, a dona da bicicleta. O outro, colega do seu irmão do Liceu
Maranhense, já estivera em sua casa, mas logo depois partira com a família para Recife, e de lá já
mandara uma carta onde escreveu em Francês: “Nos somos feitos um para o outro.”
Maria assustou-se com o veredito, era meio desligada, levando sua vida da forma
que é para ser vivida, em família e na fé em Deus. A vida em aberto.
Maria
não se formou em medicina na Bahia, acontece que a benfeitora, embora
maranhense, estava saudosa do solo mineiro, onde morou parte da vida, e para lá
quis retornar. A essa altura Maria, após concluir o primeiro grau na capital
baiana, já tinha outro destino, arrumar emprego no Rio, onde a avó estava no
seu apartamento, que acabara de desalugar. E, quem sabe, entraria para o BB,
como seu irmão? E lá se foi a jovem, sempre confiante. Acostumada a mudanças, mas sempre chorando a cada chegada e partida. Hoje em dia até quando
vai passar alguns dias fora da casa. E não foi diferente naquele momento. A
alegria vem depois, se vier— e vem—
basta acreditar, e ter coragem.
O amor vence no final do filme de Charles Chaplie. Na vida, ou vence o amor, ou estamos ferrados no eterno medo.