BARRO
Ela gostaria de lembrar tudo o que lhe disseram quando ainda criança, e era para nunca esquecer. Mas sempre esquecia que surgira do barro, e foi um sopro que lhe deu vida. Feita da mesma matéria do tijolo da casa da avó, onde vivera por tantos anos. A morada herdada de geração a geração, e ainda estava de pé, mesmo sendo outras as sua paredes, reerguidas com novo aspecto, mas a mesma em suas bases. E se soprasse um vento forte, um furacão, a casa ia desmoronar, se esfacelaria, e viraria pó, o destino de voltar para a terra. Já distante da infância entendeu a eternidade desse barro, desse pó, de que ela era feita.
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