GUSTAV MAHLER – (7.07.1860
– 18.05.1911)
Gustav Mahler era
judeu, nascido no antigo Império Austríaco, no pequeno burgo de Kalischt, da
antiga Boêmia, atual República Tcheca. Sobre suas origens dizia o maestro e
compositor: “Sou três vezes apátrida. Como natural da Boemia na Áustria; como
austríaco, na Alemanha; como judeu, no mundo todo. Em todo lugar um intruso, em
nenhum lugar desejado”. A atmosfera era pesada no lar onde nasceu, fato que
também o marcou para o resto da vida. “Quando penso em tudo isso, experimento ainda
uma estranha sensação. Mas sem essa aliança matrimonial nem eu nem a Terceira
(sinfonia) existiriam.” Teve suas primeiras aulas de piano aos seis anos dadas
pelo mestre-capela em Jihalava. Aos quinze anos ingressou no Conservatório de Viena,
onde teve aulas de piano com Julius Epstein, e sofreu discriminação por não
pertencer à aristocracia e por ser judeu, o diretor era Joseph Helimesberger
antissemita.
Aos vinte anos atuava como assistente de
regência de orquestras que se apresentavam em pequenos teatros, como o teatro
Hall na estação de águas na Alta Áustria, onde também fazia faxina do fosso do
teatro após o espetáculo. Em 1876 obteve
vários prêmios de composição e piano, quando então decidiu-se pela regência
decepcionando seus admiradores. Recebeu
influência da tradição alemã com Johann Sebastian Bach, também com Richard Wagner,
que em 1876 encontrava-se em evidência. Mahler todavia se dizia ser admirador
de Anton Bruckner, músico de mais idade, pela sua alma feliz e natureza
infantil, a quem devia gratidão pelo seu desenvolvimento como artista e como homem.
Em 1883 em Olmültz na Moravia inicia realmente sua carreira de maestro. Assume
o posto de diretor da Ópera Real de
Budapeste, onde teve liberdade de trabalhar e a oportunidade de salvar a
companhia da falência. Por essa época estudou literatura e filosofia entre seus
autores preferidos estavam Dostoievski e Nietzsche.
Compositor
de música complexa Mahler queria que o mundo fosse representado, e quem sabe
ele próprio. Iniciou sua carreira de compositor uma cantata e com o ciclo de canções. Mas a partir
de 1888 data da sua primeira sinfonia passou a se dedicar a esse gênero,
produzindo mais dez sinfonias e deixando uma inacabada. Nunca estava satisfeito
e dizia a Jean Sibelius:” A sinfonia é o mundo! A sinfonia deve abranger tudo!”
Seu desejo era transformar os mais diferentes sons em harmonia pura. As
complexas sinfonias de Mahler são temáticas e influenciadas pela filosofia e literatura,
e que necessitam de grande quantidade de instrumentos para sua execução, com passagens
alegres que dão lugar às trágicas, o que reflete sua vida atribulada como
compositor.
Mahler
dirigiu por dez anos o Ópera de Viena, o
mais cobiçado cargo de toda a Europa, de onde se demitiu para aceitar dirigir a
Ópera Metropolitana de Nova York, onde chegou em1907 e fez sua primeira apresentação de Tristão e
Isolda em 1908. Nesse mesmo ano, nas férias de verão, termina Das Lied von der
Erder ( A Canção da Terra). Após um tumultuado período nos Estados Unidos,
retornou a Viena já doente e morreu em 18 de maio de 1911. Foi casado com Alma Schindler
(1879-1964) vinte anos mais nova, considerada uma das mais belas mulheres de
Viena, e teve duas filhas com ela, a mais velha, Anna, escultora como o avô
materno, Emil Schindler. Fez consultas com o então famoso psiquiatra Freud em
Viena e posou para Rodin em Paris. Considerado o porta voz das transformações
musicais do século XX, foi pouco reconhecido enquanto vivo, mas declarou que
seu tempo chegaria e chegou, a partir dos anos sessenta.
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