O SILÊNCIO É DE OURO?
Quando
se diz que “o silêncio é de ouro” pode ser verdade em alguns casos, mas em
outros, ao contrário, é arma letal. Todas as relações dependem, sim, de muita
conversa. Falando é que as pessoas se entendem.
Mas tem quem ache melhor calar, deixar as coisas correrem numa boa...
Boa para quem? Para ninguém serve silenciar quando é necessário o diálogo
franco, sincero, amigo, com quem convivemos. Tem que falar, pois não vale a
pena calar para escapar dos julgamentos, dos questionamentos, que podem ocorrer. Não ter medo de falar, nem de escutar. Pior é
ficar mudo ou surdo, quando então as coisas vão acontecer à revelia.
Calar para fugir de discussões, de brigas?
Mas às vezes é preciso enfrentar essa possibilidade, que ninguém é sempre um
anjo. Sempre é melhor falar que criar insegurança, o que causa o silêncio de
alguém com quem se convive, e acha que deve ficar calado, ou falar apenas o que
lhe interessa. Quando o essencial numa relação é o diálogo. Falar a verdade, ou
meias verdades, pois ninguém precisa sempre ser tão verdadeiro, a ponto de
causar constrangimento ao outro. Não é hipocrisia ter compreensão, bondade para
com o próximo. Matraquear não vale. Para não ser maledicente esclarecer as coisas. E se for alvo da maldade alheia, ter paciência, e deixar que o tempo se encarregue de levar o que é ruim e traga coisas boas.
O medo que se tem de errar o alvo, ser
inconveniente. Mas quem aprende com o silêncio? Em certas ocasiões ele pode,
sim, ser de ouro, noutras é uma pedra no caminho. O outro não merecer confiança,
por exemplo. Aí não tem jeito. E quando chega a vez de “discutir” a relação é
que a coisa fica feia. Mesmo assim vale
a pena tratar sobre o que vai mal. É infantilidade achar que o outro tem que
aceitar tudo, sem questionar, o que pode resultar em aborrecimentos futuros. A
omissão compromete a relação entre as
pessoas com quem se convive. Pode até ser confortável a curto prazo, mas ao longo
do tempo é desgastante. Melhor desabafar
o que sente, para não sofrer depois.
Dizer o que se pensa na hora certa, falar o
que se quer, ou não se quer, pode salvar uma relação do fracasso. Pior é ter um
convívio opressivo com alguém, quando se tem de aceitar tudo calado,
protestar jamais. Pode custar muito tempo de aprendizagem, mas um dia a gente
aprende, inclusive, que nunca se deve sair de uma conversa sem antes entender
bem o que foi dito. Nem sempre interpretamos bem as palavras do outro, muito
menos o que pensa. Falar claramente, para que não haja mal entendidos. Duvidar
não é crime. Mas esclarecer certas dúvidas é necessário, para que se enfrente
a vida com competência e ser mais feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário