OS PÉS QUE NOS AMPARAM
Somos
inteligentes porque somos bípedes, ou somos bípedes porque somos inteligentes? E
sobre a questão a ciência nos fala no momento sobre os benefícios da posição
ereta para o ser humano e sua inteligência. Sendo assim, descobriu-se que ficar
em pé, além de ajudar a ter boa saúde, melhora o raciocínio e a concentração, e
pode até substituir a caminhada. Aconteceu no processo da evolução humana os
ossos se adaptarem à posição ereta, acomodados para a locomoção. Surge então o
Homo Erectus, a cabeça com o cérebro ainda pequeno, mas que se ergue para
avistar o mundo a sua volta, nem tão amigável.
Daí evoluiu a espécie Homo para
Sapiens e depois Sapiens Sapiens. É pouco o que se sabe da evolução humana, que não se originou do macaco, especialmente porque "somos produto da cultura e não da natureza" (papa Bento XVI). Desde
o início existente as condições físicas e mentais para que
evoluísse o ser consciente que somos, diferente dos demais seres irracionais, de inteligência
inferior. O esforço que os ancestrais realizaram para fazer evoluir a espécie Homo, o que cada um de nós refaz,´e nunca para de evoluir em inteligência e saber. Algumas
paradas no meio do caminho, regressões, o que também faz parte do processo, que
é constante, mas também aos saltos, quase mortais.
Temos, pois, que nos manter em
pé o mais tempo possível, como no passado, quando nem se podia imaginar existir
cadeira, muito menos sofá, essa delícia de conforto moderno. Sem esquecer a
rede, que ainda embala a preguiça do índio brasileiro. Intuitivamente grandes inteligências
perceberam que ficar em pé melhorava a concentração e o raciocínio, o caso do
escritor Ernest Hemingway. O mesmo hábito que tinha Winston Churchill, também Leonardo da Vinci. Lembro de ter visto
Glória Perez em uma publicação escrevendo suas novelas em pé, o que me deixou
cansada só em olhar. É preciso acostumar, pois, se é certo que o hábito não faz
o monge, ajuda a identificar o ser em questão.
Mas por que somos obrigados a evoluir? Tem
quem ache por bem contestar tal lógica. O preço que cada um tem a pagar pela
vida, quando há os que negam a evolução. Por medo de ter mais responsabilidade,
de arcar com o esforço despendido para levar adiante a processo que aconteceria
de qualquer jeito, certo? Erradíssimo. Ou evoluímos ou ficamos onde estamos,
com risco de regredir. E pode até resultar em perda de rumo. Mas mentalmente tem
gente que não foi programada para ir em frente. Melhor então parar, ou até
andar para trás em busca de algo mais simples, menos trabalhoso. A vida de
índio, por exemplo.
Tem que haver vontade firme, bem direcionada, para evoluir em
raciocínio e civilidade. Ninguém se engane, pode ser ainda maior o esforço de
seguir um caminho avesso ao que foi traçado para se ter uma vida plena,
saudável, e gozar a paz da missão cumprida. Mesmo sem receber aplauso, nem condecoração
alguma ao fim da jornada, vale a pena não fazer besteira, e seguir bom senso,
ou o senso comum. Só que o senso comum hoje anda meio atrapalhado, saltando
feito boi mecânico em feira de interior, onde ninguém consegue se sustentar, e
a queda é certa. Uma brincadeira e nada mais, onde não há feridos. Na vida
real é diferente.
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