NOVAS SUGESTÕES DE LEITURA
Durante
a minha última estada em S. Luís, Maria
Laura, minha amiga de infância e juventude pediu-me sugestão de livros. Com
algum atraso, faça a indicação de dois livros de minhas leituras, que li por
ocasião das minhas pesquisas sobre a pintura de Vermeer. São eles: “Estilo”, de
Joan De Jean, livro que por sinal me remete à avó dessa amiga, uma grande estilista,
que certamente faria sucesso e dinheiro se morasse no Rio e quisesse se dedicar
à alta-costura. Acontece que dona Maria Laura Jucá de Castro costurava apenas
para as netas e umas poucas privilegiadas, incluídas eu e minha irmã mais nova,
que tivemos esse privilégio. Lembro bem do quanto me senti elegante dentro dos
vestidos confeccionados por dona Laura, roupas do mais perfeito corte, do mais
refinado gosto, experiência que ficou registrada
na minha memória.
O livro “A essência do Estilo”, escrito
por Joan De Jean, professora da Universidade da Pensilvânia, que trata da
França como berço da moda e de tudo o mais que, à época de Luís XIV, alavancou
a economia do país. São páginas escritas com inteligência e elegância, onde a
autora expõe como os franceses inventaram a alta-costura, a gastronomia, os
cafés chiques, as festas regadas a champanhe. Esse vinho borbulhante, também foi
inventado pelos franceses, um monge beneditino da abadia de Hautvillers,
perto de Reims, bebida que fez aumentar a sofisticação nos salões da corte. Os franceses trataram de colocar a tecnologia
a serviço do glamour, como os espelhos, que eram poderosos na demonstração de riqueza e poder. Perfumes,
cosméticos, mobiliário, decoração de interiores, tudo que a França inventou, e desde
o século XVII exporta para o resto do mundo. E todos querem conhecer Paris, a
mais bela e sofisticada cidade do mundo.
A
segunda sugestão de leitura é o livro “Giordano Bruno e a tradição hermética”
de Frances A. Yates. Este livro da editora Cultrix também fez parte da minha
pesquisa sobre o pintor Vermeer, e cito-o porque sei o interesse de Maria Laura
pelo assunto esoterismo.
“Giordano
Bruno e a tradição hermética” contém vasta pesquisa sobre o mago renascentista, que morreu na fogueira
da Inquisição. A autora Frances A. Yates vasculha as entranhas da época,
repleta de heresias, influenciadas pelo hermetismo, do qual o mago era adepto.
Pesquisa isenta de julgamento, sendo a autora benevolente com o hermetismo do
monge agostiniano, que Olavo de Carvalho não perdoa, ao considerar Giordano
Bruno adepto da prática da idolatra do hermetismo, um traidor, cuja disposição
pró-egípcianismo o fez inimigo da igreja Católica romana.
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