POEMA
Para Edmund Clerihew Bendey
Nuvem toldava a mente,
tempo uivava em alvoroço,
Sim, malsã nuvem
nas almas quando éramos moços.
A ciência clamava o
nada, a arte louvava o decaimento;
O mundo, velho e acabado; mas em tu e eu, encantamento;
Abjetos vícios vinham à volta em ordem
estranha —
Luxúria que não tinha riso, medo que já não se acanha.
Alumiando a
agrura, como de Whistler o alvo achado.
Homens altivos traziam penas brancas, feito penachos.
A morte, zangão que
aferroa; a vida, mosca fenescente;
O mundo
era tão velho; e nós, adolescentes.
Surjam até o pecar
decente de jeitos não nomeados:
Outros se vexavam da honra; mas nós, nunca acanhados.
Fracos seríamos,
tolos, mas cá não falhamos, não nós;
Quando Baal cobriu o céu, não houve hinos em nossa voz.
Crianças éramos: fortes de areia, fracos feito
crianças,
Erguíamo-nos bem
alto, quebrando a amarga enchança.
Loucos bobos da
corte retinindo o vestuário colorido,
Os Sinos mudos — mas nossos quepes e sinetes foram
ouvidos.
Não sem ajuda protegemos os fortes, bandeiras a tremular;
E das nuvens os
gigantes queriam o forte do mundo
arrancar.
G. K. C.
Poema de G.K. Chesterton para apresentação do seu livro
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