PESQUISA DA QUARENTENA- CONTINUAÇÃO
QUATRO PAPAS DOS NOVOS TEMPOS - 3
A grandeza de uma época engloba o pontificado de quatro grandes papas: Leão XIII, Pio X, Bento XV e Pio XI. Indispensável que haja uma renovação
teológica. O movimento pela renovação dos estudos bíblicos teve início no
pontificado de Leão XIII, com a criação
das Universidades Católicas. O Papado deu apoio decisivo ao movimento de
constituição de quadros de intelectuais. O apreço desse papa pelo conhecimento,
que fez a Igreja colaborar com o progresso da ciência, começando por abrir
salas de leitura, cujo conjunto recebeu o nome de “Biblioteca Leonina”. Em 1887
faz mais, coloca o saber no lugar que lhe cabia estar, cria a Pontifícia Academia de Ciência.
O merecido foi o apreço
dado à Academia por Pio XI ao instalá-la no centro dos Jardins do Vaticano. Desde então acolhendo em seu seio não somente
católicos, mas sábios de todos os países e de todas as disciplinas que tivessem
prestados serviço à inteligência. O médico e cientista brasileiro Carlos Chagas
foi seu presidente de 1973 a 1990. E por ocasião do Concílio Vaticano, na
Assembleia de votação da constituição Dei
Filius, Pio XI em sessão solene de
14 de abril de 1970, afirmou a necessidade de uma teologia sólida para armar “a doutrina cristã contra os erros
múltiplos que derivam do racionalismo.” Ocasião em que o tomismo se
instalou definitivamente no saber que doravante iria nortear os caminhos da fé
nos novos tempos.
Antes mesmo de Marx ter difundido seu
“materialismo histórico” alguns mestres nas Universidades não perderam ocasião de ir buscar na História
argumentos próprios para mostrar que o
passado católico fora um tecido de tolices,
violências e horrores , na confessada
intenção de “desonrar a Igreja.” À apologética
do materialismo opunha-se o dualismo de matéria e da forma ensinado por São Tomás
de Aquino. As doutrinas da
irreligiosidade desde o início sendo objeto
constante de estudos pela Igreja.
Jacques Maritain em ses cursos no Instituto Católico contribui poderosamente
para que fosse difundido o tomismo entre as novas gerações de católicos,
aplicado à metafísica, à estética e mesmo
à poesia e à política. O filósofo aponta as heresias do mundo moderno e
seu “humanismo ateu”.
Todas as revelações são críveis.
Qual o fundamento desse juízo? A maioria dos apologistas respondem que é conhecimento que o homem tem de si mesmo e do
mundo. A apologética da Igreja a
declarar que o progresso científico ajuda o conhecimento do homem, mas deve estar
a serviço dessa realidade, que o homem é constituído de corpo e alma, um ser eminentemente
religioso, crente. O tomismo sai do âmbito eclesiástico e vai ser adotado por
pensadores leigos, o que sucedeu antes da Grande Guerra de 1914, e se expandiu,
dando lugar ao neotomismo que animou um
vasto setor da intelectualidade católica. A
Suma Teologia foi adotada nas Universidades estatais. Sistema teológico
diverso do de Santo Agostinho. Era o pluralismo que, afinal, estava na
linha do tomismo. Dissera Lacordaire, com certa ironia: São Tomás
é um farol, não é o limite”.
A apologética da Igreja, cujas
bases foram lançadas no Concílio Vaticano, afirma que “a
Igreja é por si mesma um grande e perpétuo motivo de credibilidade”. Numeroso
teólogos desde então empenhados num
trabalho construtivo, propondo-se a expor a fé e mostrar as razões para admiti-las,
objeto da apologética da Igreja e seus métodos a partir dos começos do século
XX. Interessante é observar numerosos
leigos então dedicados à apologética. Maurice Blondel, que pisa os caminhos pressentidos por Déchamps e Newman, propõe
o “método da imanência”, seria a “necessidade da alma”. G.K. Chesterton, pouco depois, acrescenta outros argumentos, aqueles
que se extraem do “bom senso”, oposto ao desregramento da razão humana.
Em 1943 o papa Pio XII faz seu apelo
à dignidade da Igreja na sua iluminada encíclica Divino Afflantte, Spiritu, que deu à nossa época uma
característica extraordinária.
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