QUATRO PAPAS DOS NOVOS TEMPOS – 2
Pio X tem como principal desígnio fazer crescer nas almas a vida espiritual. O sacramento da Eucaristia
posto à disposição dos católicos, onde podiam encontrar ajuda e alimento. A
renovação eucarística, que caracteriza tanto
o catolicismo dos nossos dias, continua a ser obra de Pio X, mas foi
elevado aos altares por Pio XII. E em diversas ocasiões Pio X afirma a
necessidade de um escol de leigos, destacando a urgência que tinha a Igreja de
santos leigos. O tom era novo, e sua encíclica Il fermo proposito, considerada um texto premonitório, em que se
anunciava a Ação Católica, empreendimento capital de meados do século XX. São Pio X foi elevado aos altares por Pio
XII.
O
próximo papara escolheu o nome de Bento XV, considerado uma síntese dos papas Pio
X e Leão XIII. Diplomata como Leão XIII e ao mesmo tempo pastor de almas, generoso
e preocupado como Pio X. Escolhe o nome, inspirado no equilíbrio de Bento IV, louvado
por Voltaire, para dizer que seria um papa de espírito aberto; prudente e também
audacioso. Ao mesmo tempo um dotto,
um politico e um zelante tudo o que
se esperava de um papa. Mas assim que os sinos de São Pedro festejam sua
coroação os exércitos franceses e alemães entrechocam-se na terrível batalha no
Marne. A Europa mergulha no caos da Primeira Grande Guerra, os católicos erguendo-se
uns contra os outros. Falar de paz, propor a paz, trabalhar pela paz, essa a
missão do papa. Foi censurado por isso. O Papado acabou por ser excluído das negociações dos
tratados de paz como o afastaram do organismo criado, a Sociedade das Nações. Os
Estados conspiravam contra a verdadeira paz , o que veio a ser a paz de
Versalhes. Homem de vasta cultura, Bento
XV publicou a encíclica Saeculo sexto
exeunte (1921) por ocasião do sexto centenário de Dante, dirigida aos
professores e alunos das Universidades e Institutos Católicos e um dos mais
belos documentos pontifícios sobre o significado da cultura e a relação entre as coisas divinas e as obras
que enriquecem a mente.
Após
a morte de Bento XV, o cardeal- arcebispo de Milão, Archille Ratti, no seu
panegírico, assim se expressou: “Nunca o prestígio da Santa Sé foi tão grande
como hoje.” Seria o futuro papa Pio XI, cujo aspecto psicológico da
personalidade é de um espírito de decisão. A fé invencível numa causa servida
pela paciência e constância, que os escolásticos chamam de “magnanimidade”.
Diferente do seu antecessor, que era filho do marquês Della Chiesa, o novo papa era filho de um
diretor da fábrica têxtil Conti, um simples bibliotecário, por trinta anos
professor de seminário maior e capelão de religiosas, funções que não lhe exigia
heroísmo. Mas na greve em Milão(1893) mostra-se com toda simplicidade um herói.
Os fascistas confundiam as organizações católicas com organizações políticas
seculares, e criaram o “catecismo do Partido Nacional Fascista”, publicação inscritas
no Index Librorum Proibitorum da Igreja.
Mussolini lança em Milão a fórmula destinada a grande repercussão: “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o
Estado.” Esse estatismo devorador não podia ser admitido pela Igreja.
Pio XI
manda inscrever no Index outro livro doutrinário fascista “Late a Cesar” (Dai a
César). O mecânico Anton Drexler funda o Partido Nacional Socialista Operário,
abrigo para o pintor de parede Adolf Hitler, que vai se tornar dono da Alemanha.
E teria a Igreja que enfrentar por mais tempo ainda o duradouro regime comunista,
que triunfara em 1917. Nietzsche é um
voz isolada, não se dirige às multidões, como o falará Karl Marx, que vai
colocar em prática a anunciada “morte de Deus”. Audaciosas as teses do Manifesto comunista, do movimento
revolucionário marxista, a partir do idealismo de Hegel. A ameaça totalitária é
concreta, e a religião uma pedra no caminho dos revolucionários comunistas. É
conhecida a célebre fase de Marx: “Religião
é o ópio de povo.” Coube a Vladimir Ulianov, dito Lênin,
levar a cabo a doutrina comunista, que passou a se chamar marxismo-leninismo. Evidente o avanço da irreligião nos espíritos
e um combate em defesa de Deus se fez necessário.
Na
encíclica “Divini Redemptoris”, de condenação doutrinal do comunismo, Achille
Ratti restitui à igreja o seu papel de consciência viva dos povos, guardiã dos
valores da civilização. Quadragésimo Anno é a encíclica em que
Pio XI faz do apostolado dos leigos uma forma de fazer avançar a Igreja. Multiplicam-se
os movimentos “especializados” dando novo vigor à Ação Católica, que havia de
modificar a relação da Igreja com a sociedade. Célebre o proselitismo leigo dos
jocistas e jacistas e outros, que assumem a forma de uma verdadeira
instituição. Os fiéis tinham uma
tarefa até então ao cargo exclusivo do
clero, impulso dado por Pio XI na formação de jovens que deviam colaborar com a
Igreja, manter o rebanho coeso no ideal da fé católica, diante das perspectivas
de mudança após a Segunda Grande Guerra. O clima fraternal do apostolado leigo a
penetrar fundo nas massas, para atenuar
as dissensões entre as classes.
Santo
Avito, bispo de Vienne nos tempos bárbaros, proclamava que “os leigos são a Igreja”. Verdade posta de lado pelo
concílio de Trento para responder aos ataques dos
protestantes contra o clero, a Igreja
concentrando as forças nos seus padres. Após
a Segunda Guerra surge um laicado comprometido, de onde saem as elites
católicas empreendedoras, tão cara ao futuro papa Pio XII. Os fieis leigos
debruçam-se sobre a moral dos negócios, a moral social e a moral do dinheiro, um
dos resultados mais felizes do progresso da Ação Católica. Dizia o pe. Cardijn fundador
Joc (Juventude Operária Católica): “Lembrai-vos de que nenhum regime, nenhuma legislação, pode
salvar a sociedade se não houver um projeto de mudança dos homens.” Pe. Felix
Klein anota que “ às místicas racistas e comunistas, formas místicas de
conquista.” Há urgência em impor uma nova mística, a fim de “reconstruir uma
sociedade verdadeiramente cristã em que todos vivam para todos como membros do Corpo Místico de Cristo.” Comunismo, esquerdismo? Nunca, jamais, em tempo algum. Humanismo cristão, sempre. Contra o "liberalismo"bateram-se
Leão XIII, Pio X, Bento XV e Pio XI, papas ferrenhos defensores da doutrina e moral cristã, contra o "liberalismo" dos novos tempos, visto por Vossas Santidades como causador de demasiados erros, graves desordens e muita violência.
Leão XIII, Pio X, Bento XV e Pio XI, papas ferrenhos defensores da doutrina e moral cristã, contra o "liberalismo" dos novos tempos, visto por Vossas Santidades como causador de demasiados erros, graves desordens e muita violência.
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