COMER E VIVER
Chuva em S. Luís - Ma. |
Minha
avó Carmem costumava dizer aos glutões de plantão que o certo era “comer para
viver” e não “viver para comer”. Matriarca da tradição além-mar, seu pai vindo do Porto para
o Brasil como investidor, casou e estabeleceu-se em S. Luís. Morreu ainda moço. A capital
maranhense fundada pelos franceses, cuja influência cultural foi preponderante em
boa parte do mundo civilizado, indo do século IX até meados do século XX. A culinária
maranhense é produto de três etnias: a branca, dos conquistadores portugueses, a
indígena, dos primeiros habitantes do continente americano, e a dos negras
vindos da África.
Tradição
lusitana é comer por necessidade vital, não por prazer, a boa mesa restrita a
poucos. Em geral come-se bem em S. Luís, inclusive, porque a população tem o mar
a oferecer variedades de peixe e o camarão. Prato a ressaltar é o filé de pescada
acompanhado do vatapá de camarão. Lendas enriquecem a culinária maranhense, e
tem o prato de língua, inspirada na lenda
do Boi. A morte de um Boi muito especial, que lhe tiraram a língua para
satisfazer o desejo da dona da fazenda, mas que retorna à vida. As
representações do Bumba-Meu-Boi, como festejo popular no Maranhão, propiciou a um
chef maranhense criar o prato de língua
de boi à milanesa acompanhada com o tradicionalíssimo arroz de cuchá, que ganhou prêmio nacional.
Anda-se pelo mundo para conhecer o que há lá fora de bom e belo, e se possível comer bem. Depende das finanças, o dinheiro estrangeiro mais valorizado que o real brasileiro, a libra sempre nas alturas. Restaurantes caros nem pensar, os turistas s ccontarem com as famosas comidas de rua. E tem os deliciosas creps em Paris e o fish and chips em Londres. Cada país com sua especial culinária. Falam os entendidos que os ingleses não tratam a comida como prioridade, como nos demais nações. Franceses, espanhóis, italianos, com sua paixão por comida.
Estou feliz com o sucesso da paella que fiz para meu aniversário, agora em março, apreciadíssima. Pensava naquela comida deliciosa que eu havia comido em Sevilha, quando fui fazer minha paella, deu certo. A facilidade de obter os mariscos congelados da Swift que vêm com um envelope de temperos para o referido prato. Cozinhei o arroz agulha à parte, fiz o ensopado dos mariscos, depois juntei um ao outro, fácil, e ficou como eu queria, sem ficar empapado e com aquele caldinho.
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