A
VIDA É COMBATE
IGREJA DOS REMÉDIOS -S. LUÍS - MA
Lembro
quando criança da brincadeira preferida do meu irmão, também minha, que era negociarmos
nossos pertences e as coisas da casa, vendidas um para o outro e para os familiares.
Uma tábua servia de balcão, com os produtos para a venda. O dinheiro em pedaços de papel, desenhado
pelo futuro artista plástico. A atividade de compra e vende o homem exerce
desde tempos imemoriais, quando a troca era o meio de negociar. A produção de
bens para o consumo como forma de promover ganho financeiro às pessoas
individualmente. A criatividade que enriquece o mundo.
As
mulheres grandes negociantes de seus produtos caseiros, antes da era
industrial. Ainda não se falava em poder feminino, conquanto a produção
artesanal das mulheres constituísse fonte de renda da família, às vezes a única.
Antes das fábricas, que vieram para torná-las operárias. O trabalho fora com
relevante importância, além do trabalho em casa. A ancestralidade da atividade
de negociar, que se desenvolve com a invenção da moeda e com os bancos, onde o
dinheiro é negociado. Negociantes sempre os há nas famílias, tenho primos bem sucedidos
nesse ramo de atividades.
No
livro “A Vergonha” de Annie Ernaux, ganhadora do Nobel da
Literatura de 2022, obra autobiográfica, como toda a literatura da laureada. O
texto tem início com a autora fazendo escárnio do pequeno comércio dos pais, que
também são escarnecidos. Mescla de estranhos e constrangedores fatos da vida
pessoal ao coletivo, aliados nessa sua chamada
“autobiografia impessoal”. Filha única de pequenos negociantes, a escritora pôde
estudar em colégio religioso particular, do qual critica a religiosidade. E no afã
de ser combativa opta por uma linguagem seca e desprovida de lirismo. Em suma,
a Suécia, que acaba de colocar no poder a extrema direita em eleição
democrática, faz homenagem à França da esquerda democrática de Macron.
A
VIDA É COMBATE.
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