quinta-feira, 30 de novembro de 2023
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
DE CORPO E ALMA
Incauta a pregação profana de que ninguém mais ia precisar dos valores inerentes à família e à religião, que teriam servido apenas para as pessoas gozarem de uma aparente respeitabilidade. Luzes que os profanos querem apagar, e pouco é o que se enxerga da verdade devido as sombras que pairam sobre a superfície dos dias atuais. Assunto para não ignorar, mas falar. Falar do respeito aos direitos humanos, e possa o homem, de corpo e alma, caminhar em direção ao futuro, na verdade e na concórdia. Há urgência em mapear os malefícios que tramam contra a vida, evitar que vinguem. Saber mais sobre a fé e a caridade cristãs.
Certo, certíssimo, que a Igreja católica continuará a assombrar a soberba e luxúria do mundo. Enraizada na memória de Maria uma doce lembrança dos primeiros tempos de casada em uma casa com vista para a torre da igreja localizada no centro da cidadezinha, onde assistia com o marido à missa dominical. E tem a história de uma amiga da avó de Maria, que contou ter sofrido perseguição ao chegar à pequena cidade maranhense para dar aula, os pais dos aluno a desdanharem da autoridade da professora, até que ela descobriu o que faltava àquela gente. Daí arrecadou dinheiro para constuir um templo e trazer o padre para conscientizar a população da autoridade suprema. A aura de esperança e felicidade que emanam da escola e da igreja.
Posicionada a favor da vida, como sempre, a Igraja católica nunca vai liberar os ventres femininos, assim como jamais aceitará outras afrontosas liberações. O catolicismo nem um pouco desgastado em seus dois milênios de existência, e que permanece firme e forte, com seus rituais, suas missas, preces, procissões e mais. A mulher desde sempre valorizada pela fé católica. Antes, bastava que a mulher tivesse uma certidão de nascimento, até que, mais tarde, lhe foi dado o direito de possuir sua carteira de identidade, com acesso ao voto, também ao trabalho remunerado. As antigas reivindicações femininas satisfeitas, felizmente, enquanto as expectativas no presente momento estão direcionadas para o corpo, em busca da beleza e da juventude, numa fé enganosa e profana. Enquanto a autêntica fé religiosa, visa a assunção da alma, que paira acima de qualquer ambição material.
segunda-feira, 27 de novembro de 2023
POESIA
PAZ
E GUERRA
Marília
M. Veras
Em tempo de guerra
Há camuflagens e escudos
No meio da multidão
Que se desdobra para sobreviver.
Há vida na escuridão.
São inocentes sendo usados
Sem escolha nem garantia que vão viver
Em tempo de paz,
Há calmaria e ilusões
Caminhos de trégua para opções
Horizontes que se ampliam na multidão
São tantos guardiões
São inocentes em comunhão
Em empo de guerra
A arma destrói sem culpa
São golpes de estilhaços
Alvos pela falta
Será por penitência?
Por que são filhos pródigos?
Sem perdão merecem a morte?
Em tempo de paz
Urge um menino
Chama-se esperança
Nos escombros do prédio alvejado
Um choro de criança
A mãe acolhe com ternura
A luz cala a sombra
O sentimento de compaixão é possível
É mais uma chance de nascer
E o amor dos irmãos floresce
E a Paz do mundo Ser.
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
quinta-feira, 23 de novembro de 2023
quarta-feira, 22 de novembro de 2023
ESTILO E HISTÓRIA III
PRAÇA JOÃO LISBOA S. LUÍS -MA |
Elas estão reunidas no café Palheta para o último encontro do mês de
novembro. O assunto em pauta escolhido por Cibele é o café, degustado como
sempre, em um estabelecimento sofisticado, como manda o figurino. A
sofisticação necessária para a degustação da bebida, que tem estilo e história.
Enquanto bebem o café, que é a especialidade da casa, dão inicio ao tema a ser
abordado. Maria lê sua pesquisa no celular:
— O mundo árabe é o verdadeiro
inventor do café, consumido em público pela primeira vez com bebida em 1475,
numa cafeteria em Constantinopla (Istambul), na Turquia. No século XVII entrou na
Europa e fez grande sucesso em Veneza, o que aconteceu não muito antes de ter o
café chegado às duas cidades, consideradas pilares do consumo da bebida, Paris
(1675) e Viena (1683). O mundo globalizado, e o café preparado em grande estilo
na residência dos comerciantes que negociavam com o Oriente. Aqui passo a
palavra para Clara.
Clara leu sobre o assunto em várias
fontes, e fala de improviso:
— Li que em 1671 o café estava sendo
vendido como uma panaceia universal, chamado de “licor turco” servindo,
inclusive, como Viagra. Era a bebida da moda, como o champanhe, e ainda mais
cara que o espumante, novidade ambos. A exótica bebida, tornada uma
paixão também no Novo Mundo que passou o consumir o café em público pela
primeira vez no ano de 1689 em Boston.
Já o primeiro café de Nova York foi inaugurado em 1696, bebida preferida dos
nova-iorquinos no café da manhã, em substituição ao consumo da cerveja, ambos
comercializados junto nas primeiras cafeterias europeias. E você Rosinha o que
nos diz?
Com sua história na ponta da língua Rosinha
revela:
-- Só a partir do século XIX aconteceu o hábito
de beber café ampliando-se o número de cafeterias por toda a Europa, mas em círculos
fechados. No século XX o consumo do café popularizou-se. No Brasil, último país
a abolir a escravidão, com a produção do café realizada por escravos nas
fazendas, os primeiros grãos foram trazidos ao Pará pelo militar Francisco de
Melo Palheta, em 1727, dando-se o cultivo na cidade de Belém.
Clara continua:
— A bebida preferida dos brasileiros
consumida pela primeira vez numa cafeteria em Santos em 1820, principal porto
de exportação de café produzido no Brasil. Esse primeiro local de consumo do
café em público autodenominado Casa do
Cafezinho. Em 2020 1/3 do café consumido no mundo era brasileiro.
Maria retorna ao celular:
— E em 1901 deu-se a invenção do café
expresso na máquina criada pelo italiano Luigi Bezera. Curioso que a primeira cafeteria no Japão tenha sido fundada em 1911 com o nome de Café Paulista.
Aquele era um tema que não se esgotava
ali, mas o tempo passou rápido e elas já satisfeitas, não só pelo especial café
servido naquele Café, também pelo histórico da bebida, que acabam de
compartilhar. Despedem-se e lá se vão satisfeitas da vida.
segunda-feira, 20 de novembro de 2023
sábado, 18 de novembro de 2023
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
DO PROTOCOLO SOCIAL
Em 18 de maio de 1993 o Air Force One ficou pousado no aeroporto em Los Angeles, mantendo duas das quatro pistas fechadas, enquanto o genial cabeleireiro Cristophe, de Beverly Hills, cortava as madeixas do presidente dos Estrados Unidos. Ter acesso à genialidade deste, ou daquele cabeleireiro que era disputada com afinco à época, até mesmo hoje em dia. E sabe-se que os primeiros barbeiros eram homens da medicina, ancestrais dos modernos cirurgiões, com suas especialidades, e tinha os “barbeiros especialistas em perucas”.
Em todos os tempos, o animal racional, chamado
homem, é visto com suas idiossincrasias, seus excessos, reflexo das ambições de
poder, sejam quais forem, até do outro
mundo. Sempre assim, cada pessoa a querer se superar, ou superar umas às outras.
Até o século XVII havia os ricos, donos de tudo, enquanto aos pobres restavam as
migalhas, tempo do feudalismo, as pessoas vivendo no campo. Com o advento das cidades,
ou dos burgos, surge a burguesia; a alta e média burguesia.
Os ricos sempre existiram, assim como os pobres sempre marcaram presença no mundo. E tem a classe média, medianeira, até mesmo medíocre frente aos “gênios”, seja das finanças, ou o quer for. Uma novidade que faz parte do protocolo da sociedade moderna e democrática. Mas tem gente que segue pela ideologia de Marilena Chauí quando ela diz odiar a classe média. Como assim, se essa pessoa veio dessa classe, onde permanece, queira ou não queira? Pobre ela não é, nem pode se considerar rica. Aceita que dói menos.
Em sociedades democráticas é certa a ascensão social dos
pobres à classe média, através do estudo e trabalho. Enriquecer não é preciso, e sim ter um trabalho, uma profissão, para o qual se capacitou, e possa ganhar o suficiente para adquirir o conforto pessoal e de sua família. O quanto importa buscar um bom lugar na classe média, que tem escalas. E nunca se deixar abater. Reparem que só os invejoso, os preguiçosos, desprezam a classe média. O mais é aferir o homem o peso das coisas, por tudo na balança, que
tem como fiel a boa consciência. Cuidar cada
um da sua alma imortal, criada a imagem e semelhança de Deus, o Criador.
terça-feira, 14 de novembro de 2023
segunda-feira, 13 de novembro de 2023
ESTILO E HISTÓRIA II
Falar em estilo e sofisticação muita coisa entra ainda em pauta, além do poder aquisitivo tem a educação e a cultura de cada pessoa, que consome um número infindável de produtos colocados no mercado. Tem gente por trás disso tudo, ganhando rios de dinheiro. Há os que consomem e os que criam e e produzem, quem na realidade dita as regras do jogo para os vaidosos e preocupados em aparecer. Festas e mais festas que acontecem, assunto que remete ao século XVII, ao rei da França Luís XIV, quando começou a era do luxo e da ostentação. Um jovem belo e carismático rei alçado à condição de lenda pela imagem fabricada junto com a do seu país. A lendária imagem vendida para o exterior, na realidade um mercador da vaidade, que se lançava no mercado, ao lado dos produtos por ele consumidos.
Nada acontece por acaso, ou da
noite para o dia, a França estava preparada para dar esse passo, ao lado de
pessoas altamente capacitadas para a
missão de criadores da moda, os artesãos de toda sorte de produtos que se tornaram famosos, quase como o próprio soberano. O suprassumo
da vaidade imperava na ocasião. Foi quando aconteceu a invenção do champanhe
por um monge beneditino, Dom Pierre
Pérignon, responsável pela adega da abadia de Hautvillers, que nunca imaginou ser celebridade. Mas foi o
que aconteceu, quando o estourar de um
champanhe passou a ser a melhor forma de demostrar o quanto uma ocasião é
especial. Para os que podem pagar pelo caro produto, lógico. Mas assim como tem
os súditos do rei no passado, atualmente há os súditos dessa ou daquela figura
famosa.
O champanhe ainda hoje é um produto caro pelo especial insumo,
modo de fabricação e ser uma bebida que requer garrafas de vidro mais resistente
que o utilizado no vinho comum, para se manter hermeticamente fechado e
preservar as borbulhas. O famoso estouro do champanhe, como um caro regalo. Um casamento
regado a champanhe é o máximo, e tem gente que chega a abolir a popular cerveja
na sua festa, por ostentação, ou até mesmo para preservar o ambiente dos
excessos da bebida popular. O champanhe que é simplesmente um vinho espumante, e,
como já foi dito, remonta ao tempo de Luís XIV, quando a França praticamente
inaugurava um novo modo de viver, sob a égide da elegância, uma bebida que cintilava à luz
dos espelhos do palácio de Versailles. Luxo, tipicamente francês, oportunamente adotado
no mundo todo.
O Champanhe surgiu na hora exata para
beneficiar um daqueles momentos transformadores de hábitos e garantir a maré de mudanças e seu sucesso. Antes conhecido
como “vinho de Pérignon”, até que outro abade
beneditino partilhou o segredo do
vinho espumante da abadia de Hautvillers com sua família de vinicultores que ,
em 1729, fundou a primeira empresa
conhecida como maison,
devotada à exclusiva produção de champanhe (Maison Ruinart, que ainda hoje produz
champanhe). Quanta história por trás do champanhe, que passou a ser grafado com
letra minúscula! E no momento em que começou a ser consumido era adquirir
um status, como se não fosse um vinho, mas o segredo de um estilo de
vida. Novidade que foi satirizada nos palcos franceses da época. Jean-François Regnard na virada do
século, em 1700, coloca a champanhe no
centro de cada uma das suas comédias na qual retrata a esbanjadora juventude dourada de Paris, que gastava dinheiro ostensivamente, consumindo o ”vinho
que espuma”. E o que dizer do Brasil, em pleno século XXI, que dá ao espumante produzido no Brasil o
apelido de champa? Mesmo assim para o bolso de poucos. Sugerir ao povo que consuma o tal champa no lugar da popular cerveja é proceder como Maria Antonieta ao
mandar o povo — a quem faltava pão —, que comam brioches.
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
quarta-feira, 8 de novembro de 2023
terça-feira, 7 de novembro de 2023
ESTILO E HISTÓRIA
Reformar
a casa demanda coragem, o que a pessoa adquire ao se dar conta de que não deve
fugir dessa dura realidade. Corajosa Maria, que fez uma mudança radical na
cozinha e área de serviço do seu imóvel, construção da década de 70, recebido
quando da mudança para Brasília. Dos antigos moradores da superquadra 314 são poucos os que não se mudaram, por motivos diversos, inclusive, por sentirem falta de certas benfeitorias, que não podem ser feitas no prédio antigo. Modernidades que alcançam as construções erguidas nos
últimos terrenos vagos do Plano Piloto. De todo modo é para Maria um privilégio morar sob tão lindo céu.
Há o senso de história, o senso
de estilo, em suma, o bom senso. E o que não falta a Brasília é estilo e
história. Quanto ao bom senso, nem sempre recebeu a devida consideração dos governantes. O primeiro presidente a governar o país do Palácio do Planalto foi Juscelino Kubitschek, quem fez
a mudança da capital federal do Rio para Brasília. O traçado da nova capital a cargo do mundialmente famoso arquiteto Oscar Niemayer, que teria buscado inspiração no antigo Egito, na cidade construída pelo faraó Akenaton para homenagear Aton, e servir como nova capital do Império.
E se Juscelino tem
traços fisionômicos parecidos com os do faraó Akenaton, também pode ser comparado
com Luís XIV, o Rei Sol da França. O nosso
presidente sol, com seu riso largo, seu semblante luminoso, vindo do interior se Minas Gerais para
governar o país, o que se daria numa nova capital federal. Mas voltemos a Maria, feliz moradora de Brasília, onde criou os filhos nascidos em
outros estados do Brasil. No presente momento a sentir-se realizada com a conclusão da reforma no apartamento
da Superquadra 314 Sul, a cargo da sua neta, a arquiteta Aila Mendes Veras.
sábado, 4 de novembro de 2023
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
FICÇÃO
ENCONTRO DE NOVEMBRO
S. LUÍS - MA |
O primeiro programa de Maria para
o início de novembro é o encontro no café Mimo com as amigas. Ainda que a turma
não esteja completa, apenas uma faltou. Olga está de volta após uma viagem a
Fátima, em Portugal, para pagar uma promessa, é dessas pessoas que ainda fazem e
pagam promessas, o que espanta as demais. É servido o lanche, conforme
reivindicado por cada uma, que têm seus gostos, ou impedimentos por questões de
saúde. Algum tempo depois, as xicaras já vazias, Marta, a escolhida para trazer um assunto para a pauta daquele encontro, inicia a conversa sobre o Feminismo:
— Início do século XX, as mulheres reivindicam direitos, a começar pelo sufrágio, quando então G. K. Chesterton declare: “Eu daria ás mulheres, não mais direitos, mas mais privilégios”, e em seu livro “O Que há de errado com o mundo” acrescenta: “Ao invés de mandá-las buscar a liberdade notória nos bancos e fábricas, eu lhes projetaria especialmente uma casa em que pudesse ser livre.” O medo das mulheres entrarem na política sendo apenas “grande amadora”. O filósofo da ortodoxia católica estaria absolutamente certo?
Maria tem uma resposta:
— Nada de privilégios, e seja levada
em consideração a realidade, que homem e mulher têm necessidades e direitos que
lhes são próprios, além do que comungam, como o direito universal de se
profissionalizarem para obterem independência financeira. O mundo lá fora,
reino selvagem dos negócios, e paterno, seria impróprio para a mãe, dona da
consciência civilizada e religiosa da família, o que pensa filósofo católico, e que
a mulher só fica segura e feliz dentro de casa, ou seja, na dependência. Nascidas
para princesas, casando-se com algum príncipe encantado. Ou encontrar um
provedor qualquer. Quando elas têm direito de ter sua própria vida em liberdade,
para ir em busca de um lugar ao sol.
Laís, a feminista da turma, fala a
seguir:
— Nós feministas, há décadas lutamos com
unhas e dentes contra coisas que paralisam e falseiam a vida das mulheres. Antes
havia a ideia de ser perigoso o voto feminino, com a possibilidade delas
ganharem o homem e perderem o jogo, inclusive, em casa. Há ainda o equívoco quanto à
feminilidade que entraria em declínio, com o enfraquecimento do homem, até
então o poder supremo, com a submissão das mulheres, como foram suas mães. A
questão agora é não estar a mulher sujeita à imposição masculina, pela simples
razão de ser um lado que fala grosso.
Olga entra no debate:
— As mulheres em sua natural parcimônia
e seu escrúpulo, do que as feministas exigem renúncia, para que elas possam melhor
quebrar o rolo em cima do homem, um ser por natureza opressor. Pobrezinha da
mamãe!...Temos que nos vingar, prega o feminismo radical.
Maria acrescenta:
— Acabe
a tirania que está em cada um, e em toda parte, o que requer tempo e boa
vontade. O certo é que as mulheres são grandes negociadoras, sempre o foram. E
trabalhadoras, nem se calcula o quanto são boas em seus ofícios. Mas que não
percam as mulheres o senso de realidade. Restaure-se o amor, a esperança, a fé,
dons femininos por excelência.
Conclui Marta:
—Não
há mágica, só com a educação pode o mundo resolver de vez esse drama causado
pela modernidade, do trabalho feminino, ao lado do masculino fora de casa, ao
qual ela não estaria vocacionada. Certo que com apoio mútuo e o devido respeito
acertam-se as coisas entre homem e mulher, como deve ser.
Despedem-se
as amigas numa tarde de primavera, muito quente para o mês de novembro. Os shoppings já
engalanados para o Natal, ainda distante, mas não para as pessoas que têm
pressa em ver a vida sorrir com o nascimento do Filho de Maria. Há esperança de paz, mesmo
com as guerras, que matam e ferem, não só os envolvidos na contenda, mas todo o mundo
civilizado. Oremos!