DO TRABALHO E DO ÓCIO
PINTURA DE VERMEER |
Determinar
o que é útil e o que é inútil, e até mesmo julgar quem é útil, ou inútil, trata-se
de um grande erro, já que as pessoas são diferentes. E diverso o que cada um
faz com sua vida. Diderot mostra em uma de suas pranchas mostra uma
criada na vigorosa tarefa de pentear sua patroa. Focado na ética do trabalho, o
filósofo francês quer dizer que uma mulher ativa é alguém que tem propósito na
vida, enquanto a outra figura feminina seria uma pessoa inativa e inútil. Crítica
à vida entediante e de ócio da classe alta, enquanto a classe mais baixa é
favorecida com trabalho. A situação apresentada
merece maior atenção. No Evangelho as figuras de Marta e Maria representam a ação e contemplação, modos diferentes daquelas
mulheres viverem suas vidas, enquanto uma assa o pão, alimento do corpo, a
outra dá atenção ao Mestre Jesus que
as visita. Claro o ateísmo do enciclopedista, que procura simplesmente enaltecer o vigor físico e a matéria.
No
século anterior, Vermeer pinta o
quadro A Senhora e Sua Criada, no
qual se evidencia a empatia do artista quanto às mulheres, Sem discriminá-las
retrata com esmero uma senhora sentada diante da sua mesa de trabalho com a
pena na mão, momento em que interrompe sua
escrita para atender a outra mulher, vestida de forma simples, com um documento
nas mãos para lhe ser entregue. Arte barroca que trata da formação católica. Também
está claro na obra do pintor de Delft a ética protestante, ele de si era
protestante de nascimento e convertido ao catolicismo após o casamento. Mas qual
seria o assunto da missiva? Pode ser um contrato de trabalho da criada, para
ser assinado pela patroa, sem descartar que a criada possa ter na mão um pedido
formal de demissão, um avanço para a época. A modernidade da justiça social, conquanto haja a antiga justiça
divina, cujo principal objetivo é a realização plena da humanidade.
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